Uma Grifinória em Apuros
Uma Grifinória em Apuros
McGonagall adiantou-se muito rapidamente por entre as pessoas que estavam na entrada do castelo, abrindo caminho para Tracy passar.
- Ah, Srta. Granger! – chamou ela, de longe.
Hermione ergueu os olhos e notou a professora.
- Sim? – perguntou.
- Acompanhe-nos. Você poderá ser útil.
A garota deu um breve aviso de onde ia a Ron e Harry e saiu pelo meio da multidão. Ao ver que a monitora se aproximava, Minerva apressou ainda mais o passo por corredores escuros, iluminados pela fraca e trêmula luz de archotes. Logo, Hermione alcançou-as e tomou a liberdade de perguntar à professora aonde iam.
- Estamos indo à minha sala, Srta. Granger. Iremos fazer a seleção da Srta. Mignonette lá – respondeu a mulher, virando um corredor e acendendo um archote apagado com um aceno da varinha.
- Oh, que bom professora! – respondeu Hermione, realmente feliz.
Elas entraram na sala de Minerva, que tinha uma decoração nem de longe escandalosa. Os detalhes eram leves e as paredes de pedra davam um ar medieval ao local, sem falar nos enormes e grossos livros sobre Transfiguração expostos nas grandes e altas prateleiras que forravam a sala. As carteiras dos alunos foram dispostas corretamente, sendo dois alunos poderiam ocupar cada uma delas. A mesa central, a da professora, estava cheia de pergaminhos com anotações e alguns trabalhos de alunos ainda por corrigir. O que mais chamou a atenção de Tracy foi um dos cantos posteriores da sala, onde havia apenas um velho e remendado chapéu de bruxo, provavelmente abandonado.
- Pode sentar-se em alguma das carteiras, Srta. Mignonette – disse McGonagall, rapidamente.
Tracy adiantou-se para a cadeira mais próxima da mesa da professora, Hermione ficou parada ao seu lado, apenas observando. A garota sentou-se e já ia olhar para McGonagall, ver o que ela estava fazendo e por que demorava quando sentiu algo cobrindo os seus olhos. Era um chapéu.
- O Chapéu Seletor! – disse uma voz dentro de sua cabeça. Era o chapéu que falava, ou era impressão sua? – Oh, o que vejo! Há um mistério que envolve seus pensamentos, tudo está muito confuso. Vejo um desejo de vencer enorme dentro do seu coração, de provar o que pode pra quem precisar. De ser grande, muito grande. Você deseja poder. Uma das coisas que você mais quer é poder, sem dúvidas! Já sei em qual casa vou colocá-la! Sons... –“Não!”, pensou a garota mal o chapéu começara a falar “Não! Será que o Snape não conseguiu confundir o chapéu? Esse trapo não pode me pôr na Sonserina! Não!” –Espere, estou confuso. Tem muita coragem no seu coração, uma coragem quase totalmente oculta, é difícil percebê-la! Mas está ali, pedindo para ser posta em prova. Vejo lealdade. Você é muito leal a alguém, com certeza. Sendo assim, você vai para a Grifinória!
McGonagall retirou o chapéu da cabeça de Tracy rapidamente. Era visível que estava apressada.
- Muito bem, Srta. Mignonette. Seja bem-vinda a Grifinória! – disse ela. – Creio que sua colega Granger poderá lhe explicar tudo quanto for necessário para um bom convívio na nossa escola.
Hermione sorriu, como se assentisse.
- Então, Srta. Granger, por favor acompanhe Mignonette até a Sala Comunal da Grifinória e ajude-a a colocar seu uniforme rapidamente – continuou ela. – Depois, desçam até o Salão Principal, onde talvez peguem alguns dos avisos de Dumbledore para o início do ano letivo.
- Tudo bem, professora – disse Hermione, prontamente.
McGonagall agradeceu séria e depois se dirigiu até o Salão Principal pelos mesmos corredores que vieram alguns minutos antes.
Tracy e Hermione subiram em silêncio todas as escadas que levavam ao Salão Comunal da Grifinória, não se deparando com nada estranho.
- Rabo de Salamandra. – disse Hermione à Mulher Gorda. – Pode entrar, Tracy.
A Sala Comunal parecia ser feita só de poltronas e carteiras. As poltronas estavam em todos os cantos da sala. Eram todas extremamente confortáveis e parecia ser muito agradável passar as frias noites de inverno ali.
- Eu acho que você vai ficar no mesmo dormitório que eu – comentou Hermione, começando a subir as escadas. – Se fora assim, o seu malão já estará lá.
- Que bom – respondeu Tracy, completamente sem assunto.
Elas terminaram de subir as escadas e Mione abriu uma das portas. Dentro havia quatro camas dispostas igualmente com as cabeceiras junto às janelas. O cortinado que havia ao redor de cada uma delas parecia ser um tanto simples demais para os poderes dos bruxos. Dentro do quarto tinha uma porta numa das laterais, isolada, a qual Tracy deduziu ser a do banheiro. Sobre uma das camas, a última, mais distante da porta do quarto, estava uma veste negra muito parecida com a que Tracy vestia.
- Aqui mesmo – disse Hermione, sorridente. – Coloque aquelas vestes que estão sobre sua nova cama. Elas têm o emblema da Grifinória.
- Ah, Hermione! Muito, muito obrigada por ter me acompanhado – respondeu Tracy, agradecida.
- Que nada. Estamos aí... Mas agora vou deixar você se trocar. Espero-te na Sala Comunal, ok?
- Tudo bem – Tracy assentiu, contente.
O plano estava apenas no começo e as conquistas e avanços haviam sido poucos, mas Evans Riddle sentia-se extremamente contente. Queria que seu pai soubesse que tudo dera certo, que tudo estava ótimo, que ela estava na Grifinória, que... o Potter sabia. Não havia coisa pior, nada mais horrível. Precisava contar urgentemente a Voldemort do sonho do Potter, comunicá-lo que o plano estava em risco.
Ela tinha acabado de se trocar. Passou os dedos pelos cabelos para ajeitá-los e então saiu do dormitório.
- Vamos então, Tracy?
- Claro.
Elas fizeram o caminho de volta ao Salão Principal totalmente em silêncio e com tranqüilidade. Porém, a cabeça de Tracy latejava com o pensamento de que Potter sabia de todo o plano, não todo, mas do surgimento de Evans Riddle. E isso já era perigoso, muito perigoso. Tracy quase parou de caminhar com o susto que levara pensando se Potter teria também sonhado com o momento que Evans Riddle possuíra Tracy.
Hermione provavelmente não percebera nada, pois continuou a caminhar decidida por entre os corredores. Logo elas chegaram ao Salão Comunal e tentaram passar o mais despercebidamente possível entre as mesas das casas. Avistaram Harry e Ron que acenavam freneticamente para elas da mesa da Grifinória. Naquele momento a mesa da Lufa-Lufa explodia em aplausos para Edward Web , o mais novo integrante da casa.
As garotas passaram pela mesa da Sonserina e receberam um aceno de Farway que parecia estar irritadíssima.
- Ela deve ter ficado conversando com a Lia na mesa da Corvinal e quando foi para a da Sonserina o único lugar que ainda estava vago era o em frente ao Malfoy – supôs Hermione.
Tracy riu enquanto sentava-se na mesa da Grifinória e aplaudia Julia Willianson que havia sido selecionada para sua casa.
A garota ficou feliz em constatar que os alunos que tinham o W como inicial do sobrenome eram os que estavam sendo selecionados, o que significava que a Seleção estava praticamente no fim. Tracy realmente estava com fome.
- Boa noite a todos! – saudou Dumbledore, muito animado. – Espero que as férias de verão de vocês tenham sido ótimas!
Harry bufou. Todos, exceto Tracy, sabiam por quê. A garota pensou em perguntar algo, mas Dumbledore continuou falando e ela resolveu que perguntaria mais tarde à Hermione.
- Quero desejar um bom regresso a nossos antigos alunos e dar as boas vindas aos novos! – continuou o diretor, com um enorme sorriso no rosto. - Tenho alguns avisos para dar a vocês e comunicá-los que algumas regras da escola foram mudadas. Mas concordo que matar a fome é muito mais importante nesse momento, então, só quero apresentar a nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas antes de deixá-los se deliciarem com o maravilhoso banquete do início do ano letivo.
Todos os alunos olharam automaticamente para a mesa dos professores. Pareciam estar preocupados com algo muito mais interessante que a nova professora de Defesa Conta as Artes das Trevas. Sabiam que as chances de ganharem um bom professor aquele ano eram praticamente nulas. Mas mantiveram um olhar mais prolongado a mulher quando encontraram-na perto de Hagrid. Era muito alta, tinha os cabelos loiros lisos e era magra. Com Hagrid ocupando tanto espaço como sempre ninguém a notou, a princípio.
- Esta é Kristiany Chambers. – falou Dumbledore.
A mulher levantou-se e acenou jovialmente aos seus novos alunos que retribuíram também entusiasmados.
- Ela formou-se há muito pouco tempo como Auror no Ministério da Magia e como nos faltava um professor de Defesa, propomos a ela esse cargo. Muito amável, como sempre, - a mulher sorriu ao encarar os olhos azuis do diretor – fez-nos um favor espetacular. Tenho certeza que vocês irão adorá-la.
Todos no Salão bateram palmas para a nova professora. Não se comentava outra coisa nas mesas naquele momento a não ser o que iria acontecer para ela sair do cargo no final do ano. Todos imaginavam que o cargo de professor de Defesa contra as Artes das Trevas estava amaldiçoado e que nenhum professor jamais iria durar mais de um ano ensinando essa matéria ou até mesmo em Hogwarts.
- Durante as aulas tenho certeza que vocês terão ótimas oportunidades para conhecê-la melhor e comprovar o que estou falando sobre a professora Chambers agora. Então, vamos ao jantar!
Instantaneamente as travessas de ouro e prata que estavam sobre as mesas encheram-se de alimentos deliciosos e vários sorrisos abriram-se nos rostos esfomeados dos alunos.
- Ah, eu não via a hora! – disse Ron.
Todos comeram em silêncio e Hermione bem mais que todos.
- Fico tão feliz que Hermione tenha esquecido do fale! – exclamou Ron, vendo como a amiga comia entusiasmada e lembrando-se que um dia ela até negara-se a fazer isso porque descobrira que eram elfos que trabalhavam como escravos para que as mesas das casas tivessem sempre pratos deliciosos.
Hermione lançou-lhe um olhar furioso e disse:
- Não é fale, Ron! É F.A.L.E! E eu não esqueci, jamais irei esquecer que os elfos também devem ter direitos e ganhar um salário justo pelo que fazem!
- O que significa F.A.L.E? – perguntou Tracy, curiosa depois de tomar um grande gole de seu suco de abóbora.
Hermione olhou-a de repente como se visse um enorme “Excelente” estampado em um trabalho de Poções.
- Tracy, quem sabe você gostaria de participar!
- Ah, não Hermione. A garota acabou de chegar e você já quer que ela entre pro fale!
- F.A.L.E, Ron! F.A.L.E! – disse Hermione eufórica. E depois, para Tracy: - Quer dizer Fundo de Apoio a Liberação dos Elfos. Eu o criei e nosso objetivo é dar aos elfos o direito de receberem um salário justo pelos serviços que prestam aos bruxos, poderem ter licença médica, férias... tudo!
- É bem interessante, Hermione.
- Que bom que achou! Quando chegarmos ao dormitório eu lhe entregarei um distintivo, então! – disse Hermione extremamente empolgada, quase dando pulinhos na cadeira.
- Como assim lhe entregarei um distintivo? – perguntou Tracy, com uma expressão normal, mas completamente horrorizada.
- Você não quer participar? – de eufórica ela passou a desapontada.
- Ah! Agora eu entendi! – mentiu ela, com um enorme sorriso falso no rosto. –Claro que quero participar, suas idéias são as mesmas que as minhas! Eu sempre achei os elfos criaturas que viviam sendo maltratadas e que mereciam uma vida melhor.
Hermione pareceu aliviada.
- Combinado, então!
Os que haviam parado de comer para conversar ou para observar a conversa olharam para os pratos e continuaram a mesma tarefa de antes. Limpos os copos, pratos e talheres, as travessas agora tão vazias, sumiram das mesas. Dumbledore pôs-se novamente em pé diante da escola e disse:
- Os avisos que tenho de lhes dar são os seguintes: até o final do ano passado, vinte e uma horas era o horário máximo que os alunos podiam ficar fora dos seus dormitórios. Este ano o horário máximo permitido será dezenove horas. Qualquer aluno que for pego fora do dormitório depois desse horário receberá detenção e ao primeiro deslize que der correrá o risco de ser expulso da escola.
Um murmúrio de insatisfação percorreu o enorme Salão Principal. Praticamente todos os alunos não ficaram nada contentes com essa troca de horário. Principalmente Hermione, que expôs a sua necessidade de visitar a biblioteca diariamente, agora mais ainda já que estavam no sexto ano.
- Vou-lhes explicar o motivo, já que não gostaram da minha decisão. Todos vocês sabem, desde o final do penúltimo ano letivo, - ressaltou ele olhando para Harry – que Voldemort voltou e muito mais perigoso e poderoso que da última vez que o vimos.
Tracy tentou conter-se para não sorrir. Não conseguiu, porém ninguém viu o brilho de seus dentes naquele momento, pois todos estavam mais interessados na maneira tenra que Dumbledore falava.
- Desde agosto o Ministério já entende essa informação por verdade e vem alertando toda a população bruxa sobre o perigo dessa volta. Vocês devem estar muito cientes disso, não? – ele perguntou, sem sorrir. – Pois bem, Hogwarts é um local mágico muito bem protegido e guardado. Não apenas por feitiços comuns para enganar os trouxas, mas também feitiços poderosíssimos feitos especialmente para enganar os bruxos das trevas. Ou qualquer outro que tente invadir o castelo. Recentemente, fiquei ciente que de que existem formas muito fáceis de entrar e sair dos terrenos de Hogwarts.
Ron e Harry se olharam culpados, um olhar de medo e preocupação. Tracy não entendeu o que aquele gesto queria dizer, então adicionou mais essa pergunta a que faria a eles depois.
Todos os alunos prestavam a máxima atenção possível e bebiam cada palavra do diretor. Principalmente quando ele mencionou as “formas fáceis de entrar e sair dos terrenos de Hogwarts”. Imaginavam, é claro, que essas informações lhes seriam passadas tão claras como a maneira de se manejar uma varinha quando tentamos lançar um feitiço qualquer. Estavam enganados, sem dúvida.
- O nosso maior inimigo – continuou Dumbledore – pode estar entre nós nesse exato momento, pode ter bebido e comido conosco, até mesmo sorrido ou contado uma piada e nós sequer imaginamos isso!
Tracy paralisou imediatamente. Pensava extremamente desesperada “Como assim, o inimigo pode estar entre nós nesse exato momento? O que esse velho sabe para afirmar isso com tanta certeza? Será que ele sabe de algo? Segundo Bella, várias pessoas acreditam ser Dumbledore o maior bruxo de todos os tempos. Isso pode significar que de um jeito, de uma maneira qualquer ele sabe do nosso plano. Ou... ou tem uma pista, uma suposição... um... Ah! Esse aperto no meu peito, o que significa? Porque eu estou tão preocupada? Eu estou aqui, não estou? Fui selecionada para a Grifinória, exatamente como deveria, não fui? Tudo bem... o Potter teve aquele sonho, mas... ele não sabia que eu estava escutando a conversa dele com Weasley e Granger na cabine do trem. Portanto, se ele soubesse alguma coisa, se ele tivesse idéia de que alguém poderia ter surgido, um herdeiro das trevas ele teria contado para eles. Claro, teria, não teria? Então, Riddle! Fica tranqüila. Nem Potter, nem esse Dumbledore sabem de nada. Nada! Pode ficar tranqüi...”
- Algum problema, Tracy? – perguntou Ron, que estava sentado ao seu lado.
- Não, imagina. Por que teria? – indagou ela em resposta.
- Você parece estar tremendo e está se mexendo nervosamente no banco. Achei que algo não deveria estar muito bem – respondeu Ron, desconfiado.
- Ah... – ela ficou aliviada. – Estou meio cansada da viagem até aqui. Eu moro na França, você sabe. A viagem foi longa. Depois embarcar no trem e viajar mais um bocado pra chegar aqui não foi fácil!
Ela deu um falso bocejo para que tivesse um argumento a mais para que Weasley acreditasse nela. E deu certo, pois ele assentiu com a cabeça e disse:
- Ah, tudo bem então – e voltou totalmente sua atenção para o diretor.
- Então, eu e os professores de vocês juntamente com nosso zelador, decidimos mudar o horário máximo para vocês estarem de volta na Sala Comunal. Não voltaremos atrás nessa decisão sob hipótese nenhuma, portanto nem tentem argumentar – finalizou Dumbledore. – Queria pedir-lhes também que se virem qualquer pessoa se comportando de maneira estranha dentro da escola, ou se virem algo estranho que não seja comum ou normal, comuniquem a alguém responsável imediatamente. Abandonem o que estiverem fazendo e tratem de nos avisar. Isso é para o próprio bem de vocês. Um tempo difícil está se aproximando novamente de nós. Um tempo em que temos que dar as mãos uns aos outros se quisermos continuar vivos. Um tempo que teremos de cooperar sempre, ajudar o próximo e ser leal ao que acreditamos.
O silêncio permaneceu pelo Salão Principal nesse momento. Todos os pensamentos dos alunos estavam voltados para suas mais íntimas preocupações, seus medos, suas angústias... Sentiam-se seguros vendo Dumbledore ali, tão firme e forte. Mas mesmo assim, a dúvida e a incerteza pairavam sobre os seus corações. Bem no fundo todos sabiam que o tempo, o futuro que os esperava, era cruel. Muito cruel.
Até mesmo Tracy conseguiu sentir seu coração mais apertado. Então era isso... uma lágrima teimava em cair pela sua face imaginando o tamanho mal que estava planejando em causar para todos aqueles corações angustiados. Mas ela conseguiu se conter novamente. Ela não iria desistir, de maneira alguma! Ela havia começado isso, não havia? Então, deveria continuar até o fim.
O restante dos avisos necessários foram dados e Tracy subiu até os dormitórios em companhia de Harry, Gina e Lomba, pois Ron e Hermione tinham que mostrar o caminho certo para os alunos novos, já que eram monitores. Eles subiram as escadas juntamente com Farway e Lia, mas depois todos se separaram, pois eram de casas diferentes.
Ao final da noite Tracy tinha ficado realmente cansada, portanto não fez a Hermione as perguntas que planejara. Apenas deitou na sua nova cama, fechou o cortinado que havia nela e caiu no sono.
- Ah, não! Por favor, digam que eu ainda estou deitado na minha cama e que estou sonhando! – gemeu Ron logo de manhã, no café, quando todos os alunos receberam seus horários.
- O que foi, Ron? Qual o problema? – perguntou Gina, olhando para o irmão e já imaginando o que havia acontecido.
- Oras, vamos começar a semana com Poções! – reclamou o garoto.
- Ah, não é tão ruim assim – comentou um aluno do sétimo ano, sentado ao lado de Harry.
- Seria se não fossem duas aulas – Ron estava realmente chateado.
- Pense, são duas aulas a menos de Poções na semana. Só sobram três! –comentou Hermione, tentando animá-lo.
- Que situação horrível! Pavorosa! – ele continuou resmungando. – As duas primeiras aulas de segunda-feira são Poções, já começamos muito mal a semana. Depois, essas aulas são com a Sonserina.
- Oras, a Farway é de lá. A gente vai vê-la logo hoje de manhã. Ah, Ron... nós estamos aqui já fazem cinco anos, bem no fundo já estamos acostumados com o Snape –disse Hermione.
- Você pode até ter se acostumado com ele, mas eu não. Nem o Harry, não é?
- Jamais – respondeu Harry, bebendo da sua xícara de café.
- Snape? – perguntou Tracy. – Severo Snape? Já ouvi falar, mas não me recordo de quem seja.
- Não faço a mínima idéia de onde você possa conhecê-lo, Tracy. Pelo que eu saiba ele só estudou aqui em Hogwarts, foi Comensal da Morte e tornou-se professor de Poções – falou Hermione.
- Mas porque esse pavor todo por causa das aulas?
Os alunos que estavam ao redor ficaram intrigados com Tracy por a garota não ter se espantado com o “foi Comensal da Morte”, mas ficaram quietos. Apesar de curiosos.
- Ele não costuma ser muito gentil não, Tracy. É melhor você tentar se acostumar logo – disse Harry.
- É isso aí, Harry! – gritou um garoto com os cabelos levemente ruivos.
- Oi, Leonardo! – cumprimentou-o Harry, feliz. – Tudo bem?
- Ah, sim! Com certeza! Não vai me apresentar a aluna nova, não? - perguntou ele com um sorriso enorme no rosto.
- Ah, claro. Esta é Tracy Mignonette. Ela está com a gente na Grifinória.
- Oi, prazer! – respondeu ela, encabulada pelo brilho daqueles olhos negros.
- Prazer – disse ele, olhando ao redor – Nossa, a Lia não acordou ainda? Geralmente é a primeira que faz isso no dormitório inteiro!
- Não vimos ela nem a Farway ainda. Devem estar juntas por aí – comentou Hermione.
- Hermione! – gritou de novo o garoto. – Não tinha visto você aí, sua sabe-tudo!
Hermione sorriu para ele, um sorriso lindo e encantador. Ron virou o rosto para o lado, fingindo que não tinha visto nada e por isso não se importava.
- Han... aí vem elas – disse ele, desviando do assunto e apontando para as duas garotas que corriam no meio do Salão Principal em direção a eles.
- Beleza gente? – perguntou Farway, arfando. – Acordamos cedo e ficamos na biblioteca olhando umas coisinhas.
- Tenho certeza que eles nem notaram a nossa falta – Lia fez cara de ofendida.
- Oras, notamos sim! Tanto que o Leonardo estava até comentando... – começou Hermione, mas foi interrompida por Lia que descruzou os braços imediatamente e notou que o irmão estava ali.
- Maninho querido, como vai? – perguntou ela com seu sorriso mais doce, porém sarcástico.
- Ótimo, minha irmã preferida!
- Sou a única. –resmungou ela.
- Por isso mesmo! – disse ele, mas continuou antes que a garota pudesse retrucar - Vou para as aulas! Tchau galera, a gente se vê!
Tracy achou ele muito simpático e aparentemente não havia motivos para Lia não gostar dele. Acenou pra ele como todos os outros fizeram e voltaram suas atenções para Farway e Lia, que pareciam muito ansiosas.
- E aí? – perguntou Ron.
- Beleza – respondeu Lia. – Eu vou indo também, tenho Feitiços agora!
Ela saiu pelo Salão Principal calmamente, e depois Hermione disse:
- Vamos indo também. Não quero dar motivos para Snape descontar duzentos pontos da Grifinória logo no primeiro dia de aula.
- Ele faria isso? – perguntou Tracy, fingindo-se de pasmada.
- Ele perdeu o cargo de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas de novo. – respondeu Ron, preocupado – Não deve estar muito feliz, não.
Eles rumaram para as masmorras e ocuparam seus lugares como sempre. Malfoy estava lhes incomodando de novo, mas tentava atingi-los de outra forma. Fez questão de abandonar Crabbe e Goyle e sentar-se ao lado de Farway, fazendo a garota rir o tempo todo. O que não deixou Pansy muito feliz. A cada um minuto aproximadamente Ron lembrava Harry, Hermione e Tracy disso. Snape foi grosso e antipático, não mudou nada desde o último ano letivo, portanto irritou a todos durante os dois tempos que passaram lá. “Aquele seboso idiota!”, murmurou Harry. Ele tirou quarenta e cinco pontos da Grifinória durante a aula, quinze porque Simas não sabia responder uma pergunta que ele havia feito e os outros trinta de Neville por deixar cair duas garras de morcego que não deveria na Poção do dia, a do Rejuvenescimento. Quando saíram, Ron perguntou.
- Porque você estava rindo tanto com o Malfoy na aula de Poções? Você não o odiava ou já mudou de idéia?
- Oras, Ron, me poupe! Ele estava falando coisas engraçadas, eu só ri – defendeu-se Farway.
- Não precisa esconder nada da gente, Farway. Você gosta do Malfoy, nós já percebemos! – disse Hermione, como se estivesse repetindo um novo feitiço, muito claramente.
- Eu não gosto do Malfoy! Aliás, qual o problema de rir de uma piada?
- Nenhum. Mas admita que é verdade – falou Hermione. – Não acho que seu gosto seja exatamente bom, ou melhor, é horrível, mas vai em frente!
- Eu não gosto do Malfoy! Eu o odeio! – disse ela e saiu dali bem rápido, se dirigindo ao seu dormitório, pois o próximo tempo estava livre.
- Ela gosta, sim – concluiu Hermione.
A professora Sprout era uma mulher baixa e gorda, mas muito simpática. Recebeu Tracy muito bem e pediu-lhe que expusesse alguns de seus dados para os colegas e para ela mesma. Por ser uma aula só e todos estarem mexendo com plantas que precisavam de muita atenção, a manhã terminou muito rápido. Quando os alunos viram já estavam se dirigindo ao Salão Principal novamente para o almoço.
Na aula de adivinhação que vinha logo após, a Profª. Trelawney começou a tremer quando chegou próximo a Tracy e disse que sua vida seria muito curta, que ela morreria logo e que não alcançaria sequer um de seus objetivos. A garota ficou furiosa, é óbvio, e jogou a Bola de Cristal que estava sobre a mesa da professora no chão com tudo, alegando que fora um acidente e que batera sem querer na bola quando foi pegar um exemplar de “Adivinhação do Futuro” na prateleira. Mas a Bola de Cristal não poderia mais ser utilizada, a não ser que alguém juntasse os vários pedaços em quais ela se quebrou. Nesta aula Hermione não estava presente. Estava em sua aula de Runas, que diziam ser bem mais interessante que Adivinhação. Voldemort pensara em tudo, informou-se com Snape sobre o horário de Potter e fez o mesmo para Tracy, independente se seus amigos estavam lá ou não.
Em feitiços o professor Flitwick demorou muito para perceber a presença da aluna nova, só fez isso quando a aula estava na metade. Foi simpático com Tracy e perguntou-lhe se tinha alguma dúvida. Ao receber uma resposta negativa foi socorrer uma aluna loira da Lufa-Lufa que havia incendiado a enorme trança de sua colega ao praticar o feitiço estipulado para aquela aula.
Logo após foi a vez da Grifinória ter uma aula livre. Tracy não desgrudou sequer um segundo de Ron, Harry e Hermione. Ela estava se fazendo de coitadinha e contando casos interessantes, tendo conversas sobre feitiços poderosos e tudo que sabia sobre magia com Hermione, comentando sobre Quadribol com Harry, contando-lhe os jogos que assistira, e afirmando a Ron que também morria de medo de aranhas. Tudo isso apenas para conquistar a confiança dos garotos, sendo que a maioria das coisas que contara era mentira. Mas eles estavam distantes e muito formais uns com os outros. Não precisava ser um gênio para notar que Harry, Ron e Hermione queriam ficar sozinhos e conversarem sobre coisas realmente importantes. Apesar de perceber isso, Tracy continuou o falatório. Não podia perder um segundo sequer. E quanto antes soubesse tudo sobre Potter mais fácil seria traçar o restante do plano e matá-lo.
A isso se seguiram dois tempo de Defesa Contra as Artes das Trevas. Todos os alunos adoraram a nova professora. Kristiany Chambers era albina, tinha os olhos azuis muito profundos e os cabelos loiros e lisos não muito longos, sua aparência lembrava muito a de Luna Lovegood, sem os brincos e os cacarecos habituais. Ela era extremamente simpática e por ser jovem conquistou todos pela sua maneira de pensar e o jeito divertido como dava aula. Apesar de tudo, suas aulas eram sérias. Seu conteúdo era esplêndido e a cada minuto surpreendia mais os alunos contando-lhes sobre os feitiços mais desastrosos existentes, contando sobre a história da Magia Negra, citando os nomes mais poderosos e recapitulou os feitiços de defesa e as Maldições Imperdoáveis. “Kristiany Chambers ou Remo Lupin? Que páreo duro...” comentavam alguns alunos. A maneira como os dois davam aula era realmente muito parecida. Ficaram muito desapontados quando os dois tempos acabaram, mas dirigiram-se ao dormitório muito felizes.
No decorrer da semana, eles conheceram o restante dos professores. Tinham uma aula livre por dia, que era comum para todo o ano da casa. Em Transfiguração McGonagall insistiu em usar um dos horários livres de Tracy para verificar se ela estava no mesmo nível que os outros alunos. Constatou que estava muito mais adiantada. O caso é que, por a poção, que fez Evans Riddle surgir, conter todos os ingredientes mágicos principais, isso concedeu a Tracy o poder de ser muito inteligente. Por exemplo: os fios de cabelo de veela davam a ela um poder enorme de conquista e o bezoar dava a ela o poder de tomar todos os venenos e não sofrer seus efeitos. O sangue de unicórnio a tornava imortal.
Assim, passaram-se as duas primeiras semanas de aula. Cada dia Tracy ficava mais irritada com a insignificância com que Potter, Weasley e Granger a tratavam, embora não deixassem transparecer isso. Era sempre deixada de lado e nunca ninguém dava valor a ela. Mas Tracy não podia deixar isso assim, não mesmo. E foi na primeira aula em conjunto com a Sonserina, que teve na terceira semana de aula, que tomou o primeiro passo.
- Eu vou até o armário dos alunos pegar alguns ingredientes – disse Tracy.
Ela se levantou. Estavam todos numa aula de Poções, muito ocupados com mais uma das dificílimas misturas que Snape os havia mandado fazer. Não podia perder tempo. Era Legilimência. E era agora, ou nunca.
Tracy dirigiu-se muito lentamente até a mesa de Snape, olhando fixamente para ele e torcendo para que fizesse o mesmo com ela. Diminuiu o passo, ele não estava olhando. Estava preocupado prestando atenção num canto da masmorra, onde se encontravam alguns alunos muito concentrados em seu trabalho.
- Severo... – murmurou ela, extremamente baixo.
Tão rápido quanto um reflexo, Snape virou seu rosto na direção da garota. Encarou-a, olhando muito fundo nos seus olhos e penetrando na sua mente.
“Coloca-me com o Malfoy. Coloca-me com o Malfoy. Coloca-me com o Malfoy”, pensou ela, não piscando nem desviando seu olhar do de Severo em nenhum instante.
Repentinamente ele baixou os olhos e ergueu-os novamente. Uma bela maneira de assentir sem demonstrar isso, achou Tracy. A garota tratou de apressar o passo novamente e chegar o mais rápido que podia até o armário dos alunos e pegar qualquer coisa lá.
Parou em frente a ele, deu uma olhada e pegou um vidro que continha uns nervos estranhos. Voltou até seu lugar, ao lado de Hermione. Felizmente chegara antes a sala e não teve de sentar-se ao lado de Emília Bulstrode, aquela sonserina repugnante.
- Achou o que precisava? – perguntou Hermione.
- Achei – respondeu Tracy, baixo.
- Que bom. O que é? -perguntou ela olhando para o vidro.
- Han... – estava encurralada. Se dissesse o que era, provavelmente teria de dizer para que precisava. E não saberia explicar.
- Srta. Granger, dá para ficar calada ao menos um instante durante a minha aula? – indagou Snape, chegando próximo à carteira que as duas dividiam.
- Desculpe-me, professor. Só estava...
- Não interessa. Srta. Mignonette, não queira ser afetada por alunas desse tipo logo no início do ano letivo. Sente-se ao lado do Sr. Malfoy. Crabbe, se sente aqui, ao lado da Srta. Granger.
Com expressões de muita raiva no rosto, todos trocaram de lugares. Em poucos minutos a sala tornou a ficar silenciosa e a se encher do vapor que as poções emitiam. Tracy estava preocupada, não queria que ninguém ouvisse o que iria dizer. Mas confiou em si mesma.
- Draco, escute – disse a garota, abaixando-se um pouco de maneira que as vestes cobrissem o seu rosto.
- Que foi? – respondeu ele, no mesmo tom baixo que Tracy usara.
- Você precisa armar um escândalo. Sei lá... fazer alguma coisa para o Potter que o deixe com bastante raiva – disse ela entre dentes, pegando mais um ingrediente e jogando na poção.
- Ah, isso é fácil – debochou Draco. – Mas por que você quer que eu faça isso?
Nesse momento Granger levantou e foi até o armário dos alunos, provavelmente para pegar um dos ingredientes que não tinha.
- Não gostei disso – murmurou Tracy logo depois que a garota sentou.
- Você é louca. Que mal há em uma sabe-tudo idiota ir até o armário dos alunos durante uma aula?
- Não sei, pode haver alguma coisa. Você mesmo me disse que Potter, Weasley e Granger têm a mania de investigar as coisas e as pessoas. Eu estava naquele armário há dois minutos atrás – falou Tracy, olhando para o armário como se quisesse notar alguma diferença.
- Ah, sim. Eles são realmente muito curiosos e metidos – disse Draco, fingindo estar completamente concentrado no seu caldeirão. – A não ser que você tenha feito algo de errado. O que é provável com tanta preocupação.
- É claro que não! – ela quase gritou e tentando reparar o erro, derrubou um frasco com líquido verde e viscoso no chão, limpando-o instantaneamente com alguns acenos da varinha. – Só estive na cola deles o tempo todo, dando uma de amiguinha e de solitária, mas eles não iriam desconfiar de mim por causa disso, iriam?
- Quem sabe? Deixe para lá. Diga-me por que você quer que eu faça algo que irrite o Potter – disse Draco, lançando um olhar furioso ao garoto, que estava mexendo calmamente seu caldeirão e conversando aos cochichos com Ron.
- Por mais que eu tente eu não consigo ganhar a confiança deles. De nenhum dos três, nem daquela irmãzinha idiota do Weasley, a Gina. Eles saem de perto de mim quase sempre, principalmente quando vão falar algo importante. Eles nem parecem melhores amigos quando eu estou por perto! São muito formais – disse ela, preocupada. –Eu preciso que eles confiem em mim, rápido.
- Ah, Rid...
- Tracy! – corrigiu ela.
- Tracy. Você só está aqui há duas semanas. Precisa de mais tempo para que deixe de ser excluída das conversas importantes. Você tem muito tempo ainda, não se exaspere.
- É claro que eu não tenho muito tempo. Imagine! Já se passaram duas semanas. Daqui a pouco passa um mês, mais um pouquinho estamos no natal, mais algum tempo acabou o ano. Se ligue, Draco! Eu não posso perder mais nenhum minuto! Como quer que o plano continue desse jeito?
- Ah, são só duas semanas – disse ele, ficando nervoso sem alterar a voz.
- Quando a gente sair dessa aula você vai irritar o Potter. Mas é irritar mesmo, escutou bem? Nada de deixá-lo nervoso.
- Ah, meu Merlim! Tudo bem... E aí?
- Daí o Potter vai tentar fazer alguma coisa com você, afetá-lo. Não o deixe conseguir e se mantenha firme. Continue irritando ele cada vez mais, e sempre ganhando.
- Sim. Mas de que isso vai adiantar?
- Aí é que eu entro – falou Tracy, mexendo a sua poção. – Você vai me deixar derrotá-lo.
- Como assim? –interrompeu Draco, não gostando nem um pouquinho do “derrotá-lo”.
- Sei lá. Eu vou fazer alguma coisa, um feitiço talvez e transformar você numa lesma ou qualquer outra coisa repugnante. Só para o Potter confiar em mim, achar que eu sou muito amiga deles.
- Isso não vai adiantar. Até o Neville já defendeu o Potter e não conseguiu a confiança dele.
_Vai adiantar sim. Porque antes de eu interagir você vai ter praticamente matado os três. Potter, Weasley e Granger, quero dizer. Além do mais, eu vou estar me arriscando tentando fazer algo contra um sonserino perto das masmorras onde o Snape dá aulas logo depois de uma aula dele.
- Bom, faça o que você quiser. Mas não vai adiantar nada, pode ter certeza.
- Pode não adiantar agora, mas depois quando eu tiver dado outras demonstrações de lealdade, quem sabe? A única coisa que eu não posso fazer é ficar parada. Só isso.
- Só não me mata, ok? –disse Draco, debochando.
- Se me der vontade, você realmente não fará falta.
Draco resmungou e voltou sua atenção para a poção, que estava verde, em vez de marrom claro, como deveria e como estava a de Tracy.
Ao fim da aula, todos os alunos jogaram o que sobrou dos ingredientes na mochila e entregaram ao professor as amostras das poções. Nisso, todos se dirigiram para fora da sala.
- Potter! –gritou Malfoy no meio do corredor, com a cara mais debochada do mundo. – Você deve estar se achando o máximo, não é? Você finalmente conseguiu colocar a grande maioria dos Comensais da Morte em Azkaban, não foi?
- Estou me sentindo o máximo mesmo, Malfoy – respondeu Harry, firme. – Por quê? Está se sentindo muito triste estando privado do amor do seu papai?
-Você entende muito bem disso, Potter. Podemos dizer que nunca conheceu o pai – Draco fez uma expressão de tristeza no rosto. –Fazer o que, não é? Não se pode lutar com os mais fortes.
- Ao menos meu pai era honesto e não como o seu, Malfoy!
- De que adianta ser honesto se estar morto? Honestidade não compra a vida.
- Pena que a inteligência também não compre a liberdade – retrucou Harry.
- De quem você está falando mesmo, Harry? De Lúcio Malfoy? Ah, não... inteligência é uma palavra que não tem nada a ver com ele – disse Ron, mantendo-se calmo.
Draco sacou a varinha e apontou para Ron.
- Quanto mais tempo você ficar com a boca fechada, Weasley – falou Draco, como se o sobrenome de Ron lhe causasse nojo – mais chances terá de completar dezesseis anos.
Ron também sacou a varinha.
- Pensa que eu tenho medo de você, hein, Malfoy? Não, não tenho. E posso transformar você num molusco inútil agora mesmo, se quiser – falou ele em tom de proposta, erguendo as sobrancelhas.
- Parem, vocês dois! – gritou Farway, colocando-se no meio dos dois.
- Sai da frente, Farway. Deixa-me estraçalhar esse nojento do Malfoy! – disse Ron, sem tirar os olhos do outro.
- É melhor sair, a não ser que você queira receber o choque mortal dos feitiços que eu irei jogar nesse traidor do próprio sangue – retrucou Draco.
A porta da sala de Poções se abriu e Snape saiu de dentro dela no exato momento em que Ron e Malfoy trocaram feitiços. Todo o sexto ano da Grifinória que ainda estava ali caiu sobre Ron, e o da Sonserina sobre Draco.
Harry, ao ver o acontecido, mirou sua varinha para Draco que já estava se levantando. Quando ia lançar um feitiço foi atingido por outro.
- O que é que está acontecendo aqui? – gritou Snape e todo o corredor ficou em silêncio.
Exatamente nesse momento, Tracy tirou a varinha do bolso, apontou para o professor e gritou com sua voz mais imponente:
- Não se atreva a se meter! Esse assunto não diz respeito a você!
Snape petrificou. Ficou dividido entre punir um aluno que o desacatou na frente de colegas e em concordar com Riddle.
Quando Tracy percebeu o que havia feito e em que situação havia deixado Severo baixou a cabeça e a varinha imediatamente e murmurou:
- Desculpe, professor. Eu me exaltei.
Todos os olhares concentravam-se na cena. Apenas Hermione ajudava Harry a se levantar enquanto Ron, ainda sentado, observava toda a cena com os olhos arregalados.
- Detenção, Srta. Mignonette. Todas as noites dessa semana, as sete, em ponto. Aqui mesmo.
- Sim professor. Eu virei.
- E vocês? – indagou Snape, olhando para os alunos que ainda estavam parados. – O que estão fazendo aqui? Não deveriam estar no local de sua próxima aula? Vamos! Saiam, já!
N/A: Oi! Espero que vocês tenham gostado desse capítulo. Porque eu não gostei. O achei idiota, não tem nada realmente importante ou relevante para a história, só que eu precisava de algo assim para fazer a ligação entre os acontecimentos. Eu já tenho idéias para o próximo capítulo e espero começar a escrevê-lo logo, e não demorar quase dois meses para postar como esse. Agradecimento especial a Mia Moony, que deu a idéia da frase “O inimigo pode estar entre nós” nesse capítulo da fic. E comentem, por favor!
Liz Hollowe
Ah, mãe! Eu também tenho muito orgulho de você! Você fica feliz quando aparece bastante? Então eu vou colocar mais você nos capítulos. Nós somos duas modestas. Sem dúvida nenhuma. E nem de longe egocêntricas. Ah, sério mesmo que você achou esse capítulo um dos melhores? Eu estou meio insegura por escrever a parte deles em Hogwarts. Eu quero deixar as coisas o mais parecido o possível com a realidade, ou com o mundo da Rowling! Abraço!
Fernando Black
Ah, cara! Valeu pelo seu comentário, hein! Tipo, a sua fic está demais, a nova então, estou adorando! Continua logo, viu? Eu estou louca pra saber o que mais que a anjinha vai aprontar. Espero que você tenha gostado desse capítulo!
Jessica Gibb
Como você mesma disse e fez questão de comemorar, você é a que deixa os maiores comentários! É legal mesmo aparecer bastante na fic dos outros! Eu estou louca pra escrever aquela parte que você... aquela que eu te escrevi hoje. Do Malfoy, sabe? Ah, eu ainda não tenho a idéia do que estava escrito na carta muito formulada, entende? Só decidi que as pessoas só saberão mais no final da fic. Sobra mais tempo para eu pensar. Mas eu quero fazer algo realmente legal. Alguém aí está disposto a ajudar? Beijos, te adoro!
Fê_Riddle
Que bom que você está gostando da fic. Eu nem preciso dizer o que estou achando da sua, não é? Tipo, eu adoro espíritos e essas coisas. A sua fic trata desse assunto e dá medo, ainda. E é Ron e Mione, o que é muito importante! Tomara que você tenha gostado desse capítulo.
Lola Granger
Ah, muito obrigada por estar lendo a minha fic! Eu estou adorando a sua também. E eu não menosprezo a minha fic, apenas estou consciente de que têm outras que são muito melhores que a minha, e eu tento melhorar, sabe? Mas isso não é importante. Atualiza sua fic logo e deixa um comentário aqui pra mim dizendo o que achou desse cap, ok?
Lady Gray
Ah, que bom que você está lendo a minha fic! Eu já comentei lá na sua e disse o que estava achando. Fico tão feliz que você seja uma daquelas pessoas cheias de criatividade que podem postar os capítulos rápido.
Juliana Bennington Malfoy
Obrigada pelo seu comentário, adorei! Espero que você tenha gostado desse capítulo. Não esquece de comentar ele, não é? Eu quero muitas sugestões.
Pink_Potter
Ah, valeu mesmo por ter comentado nessa mera fic! Estou muito feliz por você ter gostado da idéia da Poção. Ei, eu não tinha pensado nisso! O irmão da Lia. Obrigada! Você me deu uma idéia!
Manu Riddle
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