Voltando para Hogwarts







_ Ron, Mione! - disse Harry.
_ Oi Harry, disseram os outros em uníssono.
_ Olá Harry querido! Como você está? – disse a Sta. Weasley apertando as bochechas de Harry.
_ Olá Sta. Weasley – respondeu tentando formar as palavras.
_ Vão, vão vocês todos! Rápido, rápido. O trem já está saindo! – disse a bruxa.

Os três correram para o trem e escolheram ema cabine. Estavam todos felizes por estarem juntos novamente. Por causa da perseguição que Dumbledore sofria e a volta Daquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, nenhum deles tinha voltado q ter nenhum contato com a ordem da Fênix ou entre si mesmos. Os Tios do Harry haviam ficado um pouco mais amedrontados com a presença do menino e passaram a falar certas coisas cochichando. Porém Harry Potter não conseguiu parar de pensar em Sirius. Não queria tocar no assunto com os amigos. Era como mexer em uma ferida que ainda estava aberta.

_ Harry... hum... nós não tínhamos tido nenhum contato até agora eeee... você sabe que por causa de tudo isso não foi possível te enviarmos cortas eee...
_ Eu sei _ disse o menino que já sabia o que Hermione queria e procurava um meio de sair daquela situação insuportável.
_ Bem...- continuou a garota – como... como você está?

Rony assistia aos dois com a respiração presa. Era muito delicado falar sobre tudo o que tinha acontecido. Era preciso muito cuidado.

_ Mione, eu não quero falar sobre isso - respondeu o garoto rispidamente.

Ficaram em profundo silêncio. O trem percorria seu caminho como de costume. Um temporal começou a se formar e quando desembarcaram para Hogwarts grossos pingos de chuva os atingiam.
Luna Lovegood estava parada sem se importar com a tempestade e olhava fixamente para frente de uma das carruagens. Harry também conseguia ver os cavalos esqueléticos. O que verdadeiramente não era um consolo para ele. Entraram todos em uma das cabines e esperaram para que fossem conduzidos para a cerimônia habitual de abertura.
Estava um clima de apreensão entre os alunos do colégio. Ninguém sabia, agora que
Dumbledore estava impedido de ser diretor, quem ocuparia seu lugar. Ninguém queria passar pelos maus bocados sofridos graças à última diretora novamente.
Cornélio Fudge começou a falar e pediu silêncio. Os alunos concentraram toda a atenção nele.
_ Caros alunos, boa noite. Vocês estão começando mais um ano de estudo nesse momento. Graças aos acontecimentos do último ano letivo, com a saída de dois diretores, eu lhes informo que passarei a ser sue diretor provisório.

Os estudantes se entreolharam. A última influência de Fudge no colégio, quando este colocou Umbridge como diretora, foi algo que os alunos temiam que se repetisse. Porém, apesar de todas as desconfianças, estes acompanharam as palmas que surgiam aos poucos.
Harry não suportou ouvir o discurso. Era por causa de Fudge que Dumbledore estava sendo perseguido e agora seria diretor provisório? Ele só queria comandar os alunos, controlá-los para que não tentassem formar algum tipo de grupo secreto novamente, mesmo que fosse contra as artes das trevas ou qualquer outra coisa.

_ Além disso - prosseguiu o novo diretor - a segurança do colégio será reforçada, graças aos últimos acontecimentos muito preocupantes ocorridos no ministério.
_ Fudge vai aumentar a segurança- sussurrou Hermione- para que não haja nenhum perigo de que Dumbledore volte.
_ Ou que conspirem contra ele- completou Harry- Nós já sabemos disso Mione.
_ Sim, nós já sabemos - continuou a garota- mas eu acredito que ele também tenha feito isso por causa de Você-Sabe-Quem. Fudge sabe que ele retornou, não há mais como negar - afirmou a garota – ainda mais com a fuga dos Comensais da Morte.
_ Eu acho que, aconteça o que acontecer, nós não seremos informados de qualquer perigo - disse Harry – ele ignorou tudo o que tinha acontecido e não vai seu agora que vai ter consciência do risco que estamos correndo. Não deixará ninguém saber de nada - concluiu.
_ Quer dizer que Você-Sabe-Quem pode estar em qualquer Hogwarts e eles não vão nos falar nada?- perguntou Rony aterrorizado.
_ Também não vai ser assim - tranqüilizou-o Hermione – se isso acontecer provavelmente ele deverá ter montado algum esquema de fuga, eu espero.
_ Poderia nos tirar daqui, mas faria de tudo para esconder a verdade.- afirmou Harry, o que fez Rony choramingar.

_ Silêncio, silêncio, por favor!- pediu Cornélio mais uma vez graças aos murmurinhos dos alunos.- E eu tenho o prazer de apresentar o novo professor de Defesa Contra se Artes das Trevas; Gregório Esmi!

Na mesa dos professores um homem alto e magro levantou-se. Parecia fazer par com a Prof. Trelawney: cabelo desgrenhado, óculos que aumentavam excessivamente seus olhos, e parecia estar extremamente confuso.
_ Mui-mui-muito prazer - disse gaguejando.
Junto com as palmas pequenas risadinhas romperam o silêncio do salão. “Ele é gago!”, comentavam os alunos sorrindo. O novo professor ficou visualmente desconcertado.
O banquete foi servido e deliciado pelos demais. O Ministro da Magia foi apressadamente para a mesa dos professores e começou a discutir nervosamente um assunto como que pedindo opinião dos presentes.
_ Idiota! – foi o único comentário de Harry para os amigos.

Quando já estavam todos satisfeitos e preparados para deixar o salão, o diretor pronunciou-se novamente:
_ Só um momento, por favor. – disse, fazendo com que todos se assentassem e piorando ainda mais o humor de Harry – Eu devo lhes dizer, dizer que...(vacilou ele)...há dementadores que circularão Hogwarts. – ele fez uma pausa e pôde-se ouvir vários murmúrios dos alunos – Eles não chegarão perto do castelo, mas, como vocês sabem, um dementador não é uma criatura de confiança e, portanto, fica estabelecido que é extremamente proibida a saída do castelo após o anoitecer! - concluiu com firmeza – Caso tenham algum problema avisem ao professor mais próximo! Não pensem, não imaginem, que podem afastar os dementadores ou mesmo lutar contra eles! Nas condições atuais isso é...é extremamente perigoso. - disse o diretor, finalizando em um sussurro quase inaudível -...Não se tem mais controle sobre eles!

Os alunos foram liberados e dirigiram-se para os dormitórios. Agora, mais do que nunca, eles trocavam comentários, estavam excitadíssimos. Harry, porém, estava mudo. Seu mau humor chegou a um ponto tal que até mesmo a voz de seus amigos o incomodava. Passou pela sala comunal e foi dormir imediatamente, enquanto a maioria das pessoas preferia ficar fofocando.
_ “São todos uns idiotas!” - pensou. Ultimamente não falava sobre nada com ninguém. Passou a ser um tanto frio até mesmo com Hermione e Rony. Estava extremamente angustiado e não tinha ninguém que entendesse o que ele estava passando, ninguém pelo menos com quem ele pudesse compartilhar o que sabia. A profecia, a morte de Sirius, tudo veio de uma só vez, e ele não podia suportar aquele peso sozinho, sempre ele carregando fardos cada vez maiores, piores, e sempre sozinho. Nem existia mais a presença de Dumbledore, não restava mais nada. E era sendo frio e se fechando para os outros que tentava conviver com tudo aquilo mesmo sabendo que uma hora ele definharia sobre o peso de sua própria consciência, teimando em pensar e repensar sua situação, aumentando sua tristeza dia após dia. E foi assim que se deitou e esperou pelo sono, o que já não era uma saída para o garoto, e sim o terror dos pesadelos.

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