O TEXUGO DOURADO
CAPÍTULO 8:
O TEXUGO DOURADO
- Molly, você escutou Olho Tonto. Os três estão bem e inteiros. Enfrentaram uma das comensais mais perigosas que se tem notícias e se saíram bem! Melhor do que nós o faríamos, talvez...
As únicas palavras que Gina registrou foram “ se saíram bem”, antes de se atirar sobre o pai, que estava sentado à mesa da cozinha, na sede da Ordem da Fênix.
- Moody esteve com eles? Onde estão? O que aconteceu?
- Calma menina! Devagar! Sente-se que contarei...
- Hei! Tem alguém em casa? Tem um guarda caças aqui na porta que está morrendo de fome!...
A voz conhecida e querida chegou alta até eles, seguida imediatamente dos berros do retrato da Sra. Black.
- ESCÓRIA IMUNDA! GIGANTES E TRAIDORES DO SANGUE! ESTÃO ENCARDINDO MINHA NOBRE CASA!
O Sr. Weasley levantou-se, sorrindo.
- É Hagrid! Vamos lá recebê-lo!
Enquanto o Sr. e Sra. Weasley tentavam conter a gritaria da mãe de Sirius, Gina corria até o grande amigo, abraçando-lhe a porção de cintura que conseguia. Hagrid riu para a garota, despenteando-lhe os cabelos ruivos.
- Mas é a pequena Gina! Como está, menina? Você cresceu...
Gina somente sacudiu os ombros, a voz embargada. A visão de Hagrid trouxera-lhe lembranças da escola, atiçando-lhe a saudade. Os pais se aproximaram, cumprimentando também o guarda caças.
- Tudo bem com você, Hagrid? – Pediu Arthur, enquanto ganhava um abraço que quase lhe trincou as costelas.
- Bem! Bem! Apesar de tudo... – Os olhinhos de besouro entristeceram momentaneamente, e Gina soube que ele pensava em Dumbledore – Olá, Molly!.. Mas, andou chorando, posso ver. O que houve? Quem?... – Agora era preocupação e medo que se via em seus olhos.
- Meus meninos, Hagrid!... Tantos perigos... Tão novos!
A Sra. Weasley, que tentara conter-se até ali, caiu no choro. Gina abraçou a mãe, tentando confortá-la, enquanto o pai falava a Hagrid:
- Vamos até a cozinha. Enquanto você come alguma coisa, vou contar as novidades sobre nossos três ausentes..
Gina acomodou a mãe à cabeceira da mesa, entregando-lhe um lenço, e foi esquentar o que sobrara do jantar para Hagrid. Manteve, porém, os ouvidos bem atentos à conversa. Arthur sentou-se em frente ao amigo, segurou uma das mãos da esposa entre as suas, e começou:
- Esta noite, a menos de duas horas, Harry entrou em contato com Olho Tonto e este foi encontrá-lo.
- Onde...?
- Moody não disse, e eu sei que não adianta perguntar. O fato é que Harry, Rony e Hermione, enfrentaram três comensais da morte e conseguiram prendê-los. Moody passou rapidamente por aqui para dar a notícia...- apontou para a lareira de tijolos escuros – ... logo depois de entregar os comensais aos aurores. Deve estar com o ministro agora, interrogando os três.
Hagrid coçou a barba emaranhada, surpreso. Gina, servindo a refeição para o amigo, assimilava as informações, tentando não demonstrar a excitação. Harry podia ter achado um dos Horcruxes! Os comensais que prendera talvez o estivessem guardando...Sentou-se ao lado do pai, quieta e atenta.
- Quem eles prenderam? – Questionou Hagrid.
- Bellatrix Lestrange, Hagrid! – A Sra. Weasley respondeu, com os olhos ainda mareados. – E mais dois. Por Merlin! Aquela mulher matou Sirius! Um bruxo poderoso, inteligente e ADULTO! E os três... – gesticulou com a mão, sem palavras, levando o lenço ao rosto novamente.
- Molly, eu sei que se preocupa com seu filho e com Harry, e Mione também! Mas eles estão fazendo o que Dumbledore queria que fizessem, e ele não os enviaria em uma missão, se pensasse que não dariam conta.
- Missão que ele queria que HARRY cumprisse! Ele é diferente! Tem poderes especiais! Ele é o Escolhido! MEU FILHO NÃO TINHA QUE TER IDO JUNTO!!!
- Você está sendo egoísta, Molly, e sabe disso. – Embora o tom estivesse baixo, Gina nunca ouvira o pai falar tão rigoroso. – Harry não está tentando salvar apenas a si próprio. Está tentando nos livrar a todos do perigo que é Voldemort! Nosso filho, ou qualquer um de nós se fosse o caso, tem a OBRIGAÇÃO de ajudar!
Molly Weasley pareceu murchar na cadeira. Olhou para o marido atônita, por alguns segundos, e então acalmou-se.
- Você tem razão! Desculpem-me! Não devo perder o controle assim...
Antes que alguém acrescentasse algo, a fumaça verde vinda da lareira anunciou a chegada de Olho Tonto Moody. Ele veio mancando, espanando as cinzas dos ombros, resmungando algo como “idiotas incompetentes”. Sentou-se pesadamente à mesa, e então reparou na presença de Hagrid.
- A serviço de Hogwarts, Hagrid?
- Sim. A profª. Minerva me pediu algumas coisas. Mesmo com a escola fechada, temos que mantê-la em ordem... Arthur estava me contando agora mesmo sobre Harry e ...
- Ah, claro! Aqueles meninos me surpreenderam hoje. Fizeram um bom serviço, realmente. Enquanto que os homens do ministro, não conseguem arrancar sequer uma informação dos presos...
- Como foi que Harry e os outros se encontraram com os comensais? – Gina perguntou, sem olhar diretamente para Moody. O olho azul elétrico fixou-se nela.
- Seu irmão e seus amigos são espertos. Acharam algo que estava bem escondido. - Diante do olhar afoito de Gina e confuso dos demais, Moody finalizou. - Não vou dizer mais nada. E então Hagrid, a viagem foi tranqüila?
- Abóboras gigantes! – Hagrid deu um tapa na própria testa, que teria sido capaz de derrubar um trasgo. – Esqueci Bicuço lá fora!
O Sr. Weasley convidou, divertido.
- Vamos lá! Vamos acomodar o bicho. Lá em cima, onde Sirius sempre o deixava...
Os dois saíram. Moody, depois de avisar que Lupin e Tonks ficariam fora por alguns dias e que Quim já saíra do Saint Mungus, partiu novamente para destino ignorado. Gina e a mãe ficaram sozinhas, em silêncio. A Sra. Weasley respirando fundo para controlar a emoção que ainda a sacudia e Gina agradecendo mentalmente a Merlin pela presença de Bicuço. Precisava achar Harry para contar o que Slughorn ensinara. E se ele realmente tivesse achado um dos Horcruxes, precisava achá-lo já! Dois amigos emplumados a ajudariam, se conseguisse convencê-los...
==*==
- Harry, faltam apenas algumas horas para o nascer do Sol. Com a luz do dia será mais fácil descer pelo poço. Espere por favor!
Se havia algo que Harry aprendera ao longo de seis anos de convivência, era a escutar a mente lógica de Hermione. Mas a escassez do tempo o fez dividir-se, indeciso.
- Você ouviu Moody, Voldemort pode mandar alguém atrás dela a qualquer momento... Ou vir pessoalmente.
- Não acredito que ele espere que Bellatrix volte tão logo. E ele não me parece o tipo protetor e preocupado também... – Rony argumentou, corando ao receber o sorriso agradecido de Hermione.
- O.k. Vamos esperar. – contra Ron e Mione juntos, sabia que não tinha chance. – Vou conversar um pouco com Bull...
Ron seguiu o amigo com os olhos, as sobrancelhas quase juntas em uma expressão de preocupação. Sentia-se incapaz de ajudá-lo no que viria, e isso revirava seu estômago. Hermione, porém, ocupava-se assistindo ao desfile de emoções no rosto do ruivo.
- Se existe alguém com chances, esse alguém é ele, Ron.
- Mas não existem garantias, existem?
- Não. Não existem. Mas Harry está mais bem preparado do que nunca, e tem a nós para ajudá-lo.
Ron murmurou, meio desconsolado.
- Tem a você, Hermione. Você é quem tem respostas e feitiços para tudo. Eu só acompanho...
- Ah, deixe de bobagens! Veja como agiram com os comensais hoje! Feitiços silenciosos bem conjurados, as idéias em sincronia...um trabalho de equipe perfeito! Se eu ajudo vocês, é só na teoria, até que aprendam a técnica da magia corretamente. Meus feitiços nunca foram ou serão tão potentes quanto os de vocês dois. São grandes bruxos, Rony, você e Harry.
Rony não era de aço. Depois do elogio, caminhou até Hermione e lhe deu um estalado beijo no rosto, abraçando-a . Não foi possível dizer quem dos dois ficou mais vermelho.
Bull estava sentado quieto, olhando a vila ao longe, o olhar perdido. Harry sentou-se a seu lado, tão calado quanto. Depois de alguns minutos, Bull voltou-se, dizendo com voz abafada.
- Seu pai teria um orgulho infinito, Harry. De você e dos amigos que fez na vida. Mas sua mãe me serviria como churrasco, se soubesse que o deixei descer lá!
- Tenho certeza que lhe agradeceriam, Bull, por toda a sua ajuda.
- Claro! Mas depois ela me esganaria...
Harry sorriu. E então a preocupação que materializou-se em sua mente desde a participação de Bull na prisão de Bellatrix, escapou em palavras da sua boca:
- Você não pode ficar aqui! Voldemort pode ficar sabendo que nos ajudou e vir atrás de vingança.
- Eu não tenho outro lugar. Aqui é minha casa.
- Então ficará uns tempos na minha. – Era a primeira vez que se referia assim à Grimmauld Place, mas afinal, a casa era sua realmente.
- Não acho que seja necessário...
- Bull, por favor! Meu pai me serviria como churrasco também, se o deixasse aqui, em perigo. É só até toda essa confusão se resolver. Se for para o bem, você volta para casa, se for para o mal... lá é um dos lugares mais seguros para se estar.
- O.k., então. Você já tem muitas preocupações nesse ombros magros, para eu ser mais uma...
- Hei, quem tem ombros magros aqui? – Harry retribuiu a brincadeira, aprumando-se e estufando o peito.
O silêncio voltou a reinar entre os quatro. A expectativa remoía as entranhas de Harry, que não conseguia desviar os olhos do círculo de tijolos vermelhos. Quando a primeira claridade tingiu o céu azul escuro, ele ficou em pé, e dirigiu-se ao poço. Os amigos seguiram-no, entendendo que não haveria mais espera. Harry puxou a varinha e apontou-a para o fundo.
- Lumus!
A luz forte iluminou a parede circular de tijolos e terra, e tudo o que se via era um pouco de água escura, a vários metros da superfície.
- Permaneçam iluminando para mim. Bull, me dê uma ajuda aqui...
Harry conjurou uma corda e amarrou-a na cintura, entregando a outra ponta a Bull. Sentou-se sobre os tijolos, passando as pernas para dentro do poço. Antes de começar a descida, olhou para os amigos, mas não encontrou palavras. Os dois sorriram para ele, tentando esconder o medo.
Respirando fundo, desceu, apoiando os pés e segurando-se nas reentrâncias do poço. Por duas vezes se soltou, mas Bull segurou-o . Na metade do caminho, começou a visualizar melhor os últimos metros que faltavam, e descobriu o que parecia ser uma falha na forma circular. Já no fundo, colocou os pés lentamente na água fria, testando a profundidade. Apenas suas canelas e pés ficaram submersos. Largando a parede, virou-se, varinha em punho, pronto para proteger-se dos prováveis feitiços. Nada aconteceu. Tirando a corda da cintura, olhou para os três em cima mais uma vez. Os rostos desfocados pareciam agora francamente aterrorizados. Iluminou com a varinha mais de perto a falha na parede. Parecia uma pequena porta circular, de ferro, estranhamente familiar para Harry. Encostou a varinha no centro da portinhola, murmurando:
- Dijjindo!
Nada. Repetiu o feitiço mais uma vez, mais alto, também sem sucesso. Buscou na mente outro.
- Reducto!
Nada outra vez. Tentou mais alguns feitiços e quando as opções já estavam terminando, foi que reconheceu a porta. Imediatamente a voz de Bellatrix soou em sua cabeça: “O sangue e o poder do Mestre”... Tinha que ser! Imaginando que a corda a seus pés era uma comprida serpente negra, disse com o som sibilante da língua das cobras:
- Abra!
Como acontecera uma vez, na entrada da Câmara Secreta, ouviu o som de várias trancas abrindo-se, e a porta lhe deu passagem. O túnel a frente era baixo, escuro e irregular, o chão com uma grossa camada de lama. Harry passou pela portinhola, e no primeiro passo, uma pequena luz vermelha, pouco mais que um rabisco na escuridão, atingiu-o, provocando um corte profundo que atravessou-lhe o peito. Surpreso, olhou para o próprio sangue colorindo suas roupas, enquanto a onda de dor o alcançava. Apontou rápido a varinha para si mesmo:
- Episkey!
Mal fechara o primeiro ferimento, outra luz misteriosa lhe atingiu, desta vez cortando um dos braços de fora a fora. Harry retrocedeu. Enquanto curava o braço, retornou ao poço.
- Rony!
- O que tem lá?... – A voz do amigo soava fantasmagórica devido ao eco.
- É um feitiço que atinge com cortes quem entra. Episkey consegue curar as feridas, mais não consigo conjurá-lo tanto e tão rápido e ainda procurar... Preciso de sua ajuda aqui embaixo!
O rosto de Rony sumiu por um momento, e logo a corda que descera com Harry, subiu rapidamente. Harry conseguia ouvir Rony falando muito rápido, a voz de Hermione, chorosa, e a de Bull, mais forte. Mas não conseguiu entender o que falavam. As longas pernas de Ron adentraram ao poço, e minutos depois, ele pousava os pés no fundo, ao lado de Harry. Olhou através da porta, para o túnel escuro, e depois para o sangue na roupa do amigo.
- O que eu faço?
Apesar da voz tremer um pouco, parecia determinado. Harry agradeceu mentalmente pela existência dos amigos, e explicou:
- Eu vou atravessar e você fica aqui, fechando cada corte que as luzes me fizerem, que conseguir enxergar. Com alguma sorte , o feitiço terminará junto com o túnel. Vou tentar ir o mais rápido possível...
- O.k.. Deixe comigo...
Colocou-se na entrada do túnel, a varinha em posição, murmurando algo que Harry achou ser uma prece e sinalizou para o amigo ir em frente. Agora era Harry que pedia ajuda a quem quer que regesse os destinos desse mundo. Respirou fundo e entrou novamente no corredor de terra. Um passo, novo corte. Harry ouviu Rony rugir “Episkey” atrás de si e a dor sumiu, sendo rapidamente substituída por outra. Assim foi por todos os metros do túnel, Harry sendo ferido pelas luzes vermelhas e os cortes sendo curados, por ele mesmo e por Rony, que agora berrava “Episkey” , decididamente raivoso, permeando o feitiço com "deixem ele em paz!"
Harry finalmente chegou ao que soube ser o porão da casa dos pais. Assim que colocou os pés no chão de pedra, as luzes pararam de atacá-lo. Olhou para si mesmo. O sangue cobria suas roupas e apesar dos cortes estarem fechados, a pele continuava dolorida. Estava começando a sentir tontura, provavelmente fruto da perda de sangue.
- Ron, as luzes pararam. Estou no porão da casa, vou procurar...
- Está bem! Mas grite de minuto em minuto para eu saber que está bem! Hermione! Ele chegou no porão e está inteiro, por enquanto!
Mesmo na situação que se encontrava, Harry teve que sorrir da frase do amigo. Virou-se então para a sala baixa e larga, a varinha no alto, iluminando um pouco a escuridão completa. Como se procura algo, quando não se tem a mínima idéia do que seja? Mas Voldemort pecara pelo excesso de confiança, percebeu logo depois. Sem imaginar que alguém conseguiria falar no idioma das cobras com a porta, ou passar pelo corredor cortante, ele simplesmente deixara, no centro do aposento, uma urna de pedra.. Na tampa, o desenho de uma serpente com olhos de esmeralda.
- Peguei você, Cara de cobra! – Harry sussurrou para si, e então mais alto. – Ron! Achei!
- Hermione! Bull! Ele achou!
Harry escutou a comemoração dos amigos, enquanto iniciava as tentativas para remover a tampa da caixa. Porém, nada que fizesse parecia ser capaz de abrir a urna. Sentia-se fraco, e estava congelando no porão gelado. Exasperado, começou a chutar a urna, xingando baixo. Rony escutou o ruído.
- Harry! Harry! Hermione, eu vou lá!
- Não! Não! – Apressou-se em explicar. - Eu estou bem, só não consigo abrir a maldita...
“Somente o sangue e poder do mestre...” – a voz de Bellatrix cantarolou nos seus ouvidos novamente, e ele soube o que fazer. Caminhou novamente até o túnel e avisou:
- Ron! Não faça nada dessa vez! Deixe ela me cortar!
- Mas o que?...
- Só deixe, o.k.? Sei o que estou fazendo!
Rony concordou, a contragosto. Harry esticou o braço para dentro do túnel, e imediatamente a luzinha dilacerou-o do pulso ao cotovelo. Voltou rápido para perto da urna, tentando estancar um pouco o fluxo de sangue. Ajoelhando, passou o braço ferido por toda a extensão da tampa, rezando para que a idéia desse certo.
- Ela vai reconhecer meu sangue! Ela vai reconhecer meu sangue....
Realmente, o feitiço funcionou, mesmo que não corretamente. A tampa moveu-se alguns centímetros para cima, e Harry não hesitou. Sua mão voou ligeira para dentro da urna, em direção ao brilho dourado visível pela fresta estreita. Assim que seus dedos tocaram o metal frio, agarrou-o como pôde, puxando para fora. Segundos depois, quase sobre sua mão ensangüentada, a tampa caiu novamente, com estrondo. Harry colocou o objeto, dentro das vestes e murmurou o feitiço para o braço parar de sangrar. A sala começara a girar em torno dele, e teve que sentar-se, nauseado. Depois de respirar fundo várias vezes, levantou-se, tentando chegar à boca do túnel.
- Harry! Fale comigo!
- Ron!... Terá que ser rápido...
- Estou pronto! – O ruivo disse, empunhando a varinha. Podia ver que Harry estava mal.
Juntando o que podia de forças, tentando clarear o raciocínio e tomando como direção a figura de Ron, parado na saída, Harry entrou no corredor escuro. As luzinhas o acharam rápido. Rony conjurava o feitiço sem parar, mas a cada dor, Harry diminuía a velocidade dos passos. Faltando um quarto da distância a ser percorrida, caiu. Ron correu em direção ao amigo, as luzinhas atingindo-o impiedosamente também. Mas com suas passadas largas chegou rápido até onde Harry jazia, conseguindo tirar o amigo do túnel antes de ser muito ferido.
Já no poço, depois de tratar de seus próprios cortes, ajudou Harry, que permanecia desacordado. A palidez contrastando violentamente com o sangue espalhado pelo rosto, mãos e roupas.
- Bull, vou amarrá-lo e você o puxa rápido para cima! Hermione! Tente ajudá-lo. Perdeu muito sangue!
Imediatamente a corda caiu a seu lado, e depois de amarrar o amigo, Rony assistiu-o subir, mais vagarosamente do que queria. Quando finalmente Bull o retirou do poço, visualizou-se ao lado de Mione, e aparatou. Ela estava agachada ao lado do corpo estendido de Harry, limpando o sangue e a lama de seu rosto, procurando algum corte que pudesse estar aberto ainda. Rony percebeu um brilho dourado nas vestes do amigo, e retirou o objeto.
Harry conseguira! Em sua mão, reluzindo placidamente o sol fraco da manhã, estava um dos tesouros que Tom Riddle roubara de Hepzibah Smith. Uma taça dourada, com a figura de um texugo em relevo. A taça de vinho preferida de Helga Hufflepuff, o quarto Horcrux de Lord Voldemort.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!