Férias com os Weasleys

Férias com os Weasleys



II – Férias com os Weasleys



Harry estava há mais de duas semanas na toca. Perguntara novidades e ninguém lhe respondia. A Ordem estava em absoluto silêncio, além de Dumbledore não aparecer.

Ainda sentia muito pesado o fardo que era para ele o de ter de derrotar Voldemort para sempre, ser vítima ou assassíno; além de ultrapassar que enfrentar a morte daquele que lhe era querido, Sirius, o melhor amigo de seu pai. O seu pai... fora outra das revelações do ano passado. Ele, de quem sempre se orgulhara quando diziam que era parecido com este, fora um miudo do pior, lançando feitiços em tudo o que se opunha a ele e parecia querer chegar ao fim do sétimo ano tendo quebrado todas as regras da escola... e ainda se orgulhara disso! E ainda em relação aos sentimentos tinha mais um conflito: agora que Ginny Weasley o esquecera (assim pensava ele) ele estava caidinho por ela. O que lhe valia era que ele conseguia controlar mais ou menos os seus sentimentos.

Harry ainda não ganhara coragem para falar a Ginny, Neville, Luna, Ron e Hermione, que eram as cinco pessoas com quem Harry agora mais falava (conhecidos por alguns Slytherin como a ‘equipa minestarial’ que eles tinham torturar, pois mandaram os pais de muitos deles para Azkaban) sobre a profecia. A sua vida mudava completamente quando estava na Toca, ou mesmo em Hogwarts, com os seus melhores amigos, mesmo com Lord Voldemort à solta. Porém este ano Harry falava o menos possível e ficava no seu quarto agarrado aos livros. Ron e toda a sua família estranharam. Fred e George diziam a brincar que ele estava apaixonado, sendo imediatamente repreendidos por Molly, a matriarca da família Weasley. Até que Ron e Ginny entraram no quarto que agora Harry tinha só para ele, que resmungou:

- Estou a estudar não vêm? Peçam autorização quando quiserem entrar!

Ron retorquiu:

- Meu caro amigo, só te quero relembrar que estás na minha casa!

- Desculpa... exagerei – disse Harry passado algum tempo, caindo na realidade – O que querem?

- Saber o que se passa contigo! – exclamou Ginny, indignada pelo comportamento do amigo. Ginny ainda amava Harry, mas agora conseguia controlar-se mais.

- O que se passa comigo como? – fingiu Harry – Estou perfeitamente normal!

- Se isso fosse verdade eu amo o Crabbe – exclamou Ron, incrédulo ao ponto em que o amigo estava a chegar – Problemas com Voldemort? – Ron e todos os amigos de Harry agora diziam o nome depois de ele tanto insistir xom eles que era o melhor a ser feito, nuns concelhos que lhes havia passado no comboio de regresso a casa.

- Se vocês soubessem - desabafou Harry derrotado. – se vocês sonhassem sequer um bocado do que aqui vai...

- Só vamos saber se tu nos disseres, ok? – disse, já irritada, Ginny.

- Bem... eu sei que vocês vão ficar chocados, e peço-vos que não digam aos outros! – Começou Harry após muito tempo em que ele ficou a pensar se deveria contar ou não.

- Garantimos-te que não diremos a ninguém – prometeu Ron.

- Ok, então sentem-se se não ainda aleijam-se, se desmaiarem do susto... admito que quando me contaram eu estava possesso por isso não tive tempo para isso – e eles sentaram-se curiosos com o que lhes diria Harry dali para a frente. – Ora bem... lembram-se da profecia que Voldemort queria?

- Sim... mas não foi destruída? – lembrou Ron.

- Sim, mas ouve quem a tivesse ouvido antes e que me contou nas perfeitas condições...

- Dumbledore? – imterrompeu Ginny.

- Precisamente – confirmou Harry.

- E o que dizia? – perguntou muito curioso Ron.

- Bem... resumidamente é assim: ou eu mato Voldemort ou ele me mata e mais ninguém tem o poder de o destruir!

Ron e Ginny ficaram boquiabertos, calados, espantados... quem não ficaria? Ginny, que recuperou mais rápido do que Ron afirmou:

- Sabes que podes contar sempre connosco neh?

- Vocês são um espectáculo! - disse abraçando os dois (Ginny um bocado embarassados, mas enfim).

- E tu sabes que o vais vencer, não sabes? – perguntou Ron, com um tom de gozo.

- Claro! – ripostou Harry, entrando na brincadeira.

- Convencido! – disse Ginny já às gargalhadas.

- E tu, Ginny, a tua mãe deve estar muito orgulhosa! – exclamou Harry, que rapidamente se arrependeu de o ter perguntado pois notara que o ambiente ficou mais tenso.

- Yah, está insuportável! Ao menos não fui promovido a chefe de turma... e espero para o ano não ter nenhum cargo novo... – desabafou Ron.

- Em princípio não o terás! – respondeu Harry arrependendo-se logo de seguida.

- Porque é que dizes isso? – perguntou Ginny, achando isto estranho. Ela já achara esquesito que Harry soubesse que ela era prefeita.

- Her...nada. – disse, tentando corrigir o erro, Harry – Por enquanto estou proibido de dizer, desculpem!

- Ok, mais segredos! Não suporto isto mais! Adeus Harry, adeus Ginny!

- Ron... – Ron batera-lhes com a porta na cara. Harry virou-se para Ginny e desabafou – se isto é assim agora quero ver quando ele souber... a McGonagall proibiu-me de o mencionar, só que escapou-me. Só espero que ele não fique enciumado para o ano...

- Enciumado, Porquê? Não me digas que a Hermione vai ser Chefe dos Monitores e tu Chefe de Turma!

- Prometes que não dizes a ninguém?

- Garanto-te que não sai daqui... mas é verdade o que eu disse?

- Ao contrário, a McGonagall disse que se eu me portasse ‘dignamente’ este ano, para o ano podia ser Chefe dos Monitores.

- Só mesmo tu para nem sequer prefeito és, e és candidato a chefe dos monitores.

- Eu só não fui prefeito porque Dumbledor... O assunto morreu. Mas porque é que o Ron não cresce? Não se pode discordar em nada com ele que amua logo!

- Ele é o teu melhor amigo e morre de inveja de ti, porque tu és mesmo muito famoso e importante, ainda mais agora, enquanto ele vive rodeado de irmãos.

- Tal e qual o discurso da Hermione, no 4º ano... Esse pensamento é um pensamento à Slytherin... o Ron começa a assustar-me... ainda bem que tu também estás aqui, senão isto era um inferno! – disse Harry ficando meio envergonhado.

Ginny nem queria acreditar no que Harry lhe dissera. Ela ficara vermelha, e disse baixinho:

- Vou para o meu quarto, se precisares é só chamares! – e dito isto, fechou a porta do quarto temporário de Harry.



A vida de Harry na Toca depois daquele fatídico dia mudou. Ron continuava zangado com ele, ficava o dia todo no quarto, para não se cruzar com Harry. Harry e Ginny andavam sempre os dois e os gémeos até se metiam com eles dizendo que eles namoravam, e eles ficavam muito vermelhos, e irritados, com esse comentário. Mais ou menos a meio das férias, Molly (e a guarda da Ordem escondida), Harry, Ron e Ginny foram ao Beco Diangonal comprar as coisas.

- Vamos!- disse a Sra. Weasley enquanto eles iam até à lareira para irem à Diagonal - É assim, vamos todos juntos e de varinhas à mão, nunca se sabe. É melhor ir-mos prevenidos. O quem-nós-sabemos tem a maioria dos seguidores em Azkaban, mas ele é imprevisível. Harry e Ron, vocês vão primeiro!

Os dois rapazes, foram em direcção à lareira, e não se conseguia ver qual estava mais contrariado, quando lá chegaram gritaram os dois – Beco Diagonal! – e apareceram em frente à Flourish and Blotts, aparecendo logo de seguida Molly e Ginny, que foram cada uma para lado de um rapaz. Partiram em direcção ao Gringotts e, mais tarde quando Harry e Ginny iam a caminho da gelataria Florean Fortescue, Malfoy e os seus dois capangas apareceram.

- Olha quem são eles, os namoradinhos! – torçou Malfoy.

- Enganas-te Malfoy, mas e se fossemos, algum problema com isso? – inquiriu Harry, que não tava com a mínima paciencia para ouvir as bocas e as piadas de Draco.

- Ui, olha o mau humor, Potter, mas realmente quem é que andaria contigo, cicatriz?

- Quem eu quiser para mim, porquê? Eu ao menos não sou filho de um homem preso! – retorquiu Potter, esquecendo-se que Ginny estava ali. Esta por sua vez ficou triste mas conseguiu reprimir o sentimento, de maneira a que nenhum dos rapazes se tivesse aprecebido.

- Potter, esse assunto vai ficar resolvido em breve! Os Dementors não irão ser fiéis a Azkaban! O meu pai e os outros em breve estarão cá fora! E aí falaremos. – avançou Draco.

- À vontade não tenho medo de nenhum Lord Voldemort muito menos dos seus seguidores! – exclamou Harry.

- Bora malta, isto aqui tá contaminado de Gryffindor’s! – exclamou Malfoy com medo, arriscando-se a abrir mais uma vez a boca e levar de Harry. Ginny não estava melhor, estava exasperada, não suportava os Slytherins. E foram ter com os outros ao lado um do outro (só faltava a mãozinha dada! hehe).

- E aí, tudo bem? – perguntou Ginny a Ron quando se reencontraram.

- Mais ou menos. Sabem quem é que eu encontrei?

- Hermione? – arriscou Harry.

- Sim e ela já sabe de tudo, creio que me disse que uma tal de Ginny lhe tinha contado. – e virando-se para a irmã – para o que é que lhe disseste?

- Eu não tenho segredos com ela. E nenhum de vocês me deu indicações em contrário, por isso não se zanguem!

- Ela iria reparar de qualquer forma já que duvido que o Ron voltasse a ser meu amigo antes de Hogwarts, quer dizer: agora ainda tenho algumas esperanças, mas... – foi interrompido pela Sra. Weasley, que apareceu com os sacos de Ron. - Já está tudo?

- Sim! – responderam Harry e Ginny em coro.

Depois da ida ao Beco Diagonal, Harry ainda se fechava de vez em quando no quarto, embora com muito menos frequência, e justificava que tinha que se preparar a sério pois queria ser Auror. Verdade, verdade, Harry não precisava de estudar tudo porque o queria ser, embora as matérias, DCAT, Encantamentos, Herbologia, Transfiguração e Poções fossem, regra geral as mais puxadas. Mas nem todas para ele. Ele não precisava de estudar Encantamentos, muito menos DCAT, mas a Poções, quando tinha disposição para estudar, marrava noite e dia, este ano Snape não iria conseguir reclamar com ele.

Mas o melhor de tudo era poder voltar a praticar o Quidditch. Depois de Umbridge ter sido expulsa de Hogwarts que Harry tinha a sua Firebolt de volta. Quando Fred e George não estavam na loja, e se por acaso Bill e Charlie apareciam, o que já era um costume nas férias, organizavam uma partida de 3X3. A melhor combinação era sem dúvida Harry, Ginny e Charlie, porque eram três seekers muito bons que sabiam adaptarem-se muito bem a Chasers. Ele até discutiu com eles como é que eles achavam que a equipa de Quidditch deveria ficar:

- Bem como acho que o capitão também tem de jogar, vejamos - começou Fred já virado para a brincadeira, - seeker pode ser o Harry Potter, nem sei quem é esse mas ok, depois keeper, temos que ter alguém na equipa completamente anormal, por isso Ron Weasley, felizmente também não o conheço, beaters... ah sei lá pode ser algum novato... do 2º, 4º ou 5º, não me perguntem porquê mas acho que não vai ser ninguém do 3º... porque será? Para Chasers... bem uma pessoa que quer e deveria se candidatar é a Ginny Weasley, outra desconhecida, e mais alguém, que suspeito que seja de Gryffindor, e do 2º ano para cima!

- A Ginny queria ser Chaser? – perguntou admirado Harry.

- Queria e quero! Eu vou consegui-lo! Vou arrasar nas provas...

- Não que para o Harry não sejas já uma brasa, não é Harry?

- Vocês importam-se de se calar com essas palermices? – disse Harry fulo e da cor dos cabelos dos Weasleys.

- Claro, Sr. Harry James!

- Bem, Bem! Temos sarilhos!

- Ui! Fúria Potter. – retorquiu Fred – É melhor fugirmos, George!

- ‘Bora! – exclamou George às gargalhadas. Sairam os dois... Harry e Ginny voltaram os dois sozinhos para a Toca.

Hermione foi ter com eles quase no final das férias.

- Já estão melhores, ou continuam zangados??

- Eu sempre estive bem, já aqui o nosso amigo Ron é que teve um ataque de... será ciumes?

- Ciumes de quê?? De não me contares nada? Eu só estava preocupado contigo e tu mandas-me bocas...

- Aquilo não foi boca nenhuma, e já te disse que estou proíbido de falar nisso agora! A McGonagall impediu-me.

- Mas aposto que contaste à Ginny!

- Só por acaso nem contei. Por que é que não acreditas??

- Ron, se o Harry não nos disse é porque não pode mesmo não achas? – interviu Hermione.

- Nem por isso... ele também não contou a verdade sobre a profecia a ti, ao Neville e à Luna, e a nós já! E agora, vais continuar a defendê-lo??

- O ano passado eu não estava em condições de falar sobre isso. Contei-te a ti e à Ginny porque estive convosco primeiro e além disso tenciono contar-lhes no comboio de Hogwarts, quando tiverermos todos reunidos. Eu tenho os meus motivos... porque é que não compreendes?? Eu não te faço perguntas sobre a tua vida pessoal, tu contas-me se quiseres!

- Ron, eu nem sei o que está na profecia e isso cabe ao Harry decidir se e quando é que nos conta. E pensa, o Harry podia nem te ter contado agora e só contar quando fosse contar a todos, ou mesmo nem contar a ninguém, mas ele confiou em ti e na Ginny e contou-vos!

O silêncio reinou na sala. Ron pensou bem e chegou à conclusão que Hermione, a sua querida Hermione tinha mais uma vez razão.

- Harry... desculpa-me!

- Eu só queria que percebesses o meu ponto de vista, e espero que para o ano se aquilo de que eu não posso falar acontecer, tu não fiques como agora, e que te lembres que no quinto ano foi ao contrário. Não posso falar mais sobre isto por agora!

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