O passado pelo escuro
Capítulo três: O passado pelo escuro.
Sirius e Remo foram chegando a Hogwarts. Quando eles lá chegaram, encontraram Dumbledore e alguns professores felizes de os encontrar. E, é claro, Severo Snape, com a cara mais azeda jamais presenciada em seu rosto. Parecia estar chateado com algo. Talvez porque Remo e Sirius não haviam caído de cima do hipogrifo...
Remo e Sirius sorriam como crianças. Depois de cumprimentar todos e de serem cumprimentados, Dumbledore os levou para dentro, e Snape sumiu nos corredores escuros.
Pouco a pouco os professores foram saindo da sala. Em certo momento de inquietude, Sirius se virou para Dumbledore e perguntou com uma certa agonia:
-Me desculpe perguntar, professor, mas onde está o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas? Eu ainda não vi nenhuma cara nova...
-Severo foi chamá-la.
-Chama-la? É uma mulher? Você decidiu mudar a ordem natural das coisas de Hogwarts? – Sirius perguntou divertido.
- Sim, é uma mulher, Sirius... E é muito competente, eu diria...
-Obrigada, Dumbledore!- uma voz tão doce quanto a de um anjo ecoou pelo salão.
-Ah, sim, aqui está nossa professora, Sirius! Essa é Marianne Ocean. Venha aqui, Mary, conheça o ex-foragido de Azkaban, Sirius Black! - um brilho ofuscante tomou conta dos olhos de Dumbledore.
-Muito prazer, senhor Black! Posso te chamar de Sirius? - um sorriso maroto entregou beleza para os lábios dela, que logo foram entregues aos lábios de Sirius. Os dois se beijaram com fulgor, uma força que se expandia no ar, que os fazia perder o fôlego, mais nada os impediria de continuar assim, matando a saudade de dezesseis anos sem se ver, separados por celas e regras estritamente impostas. Nada... Até que eles quase desmaiaram e foram obrigados a dar impulsos contrários, se contraindo de tal forma a deixar marcas no ar... Mas tal marcas foram apagadas por doces palavras:
-Meu amor... - Sirius sussurrou com a voz ligeiramente doce ao pé do ouvido dela, lhe causando leves arrepios por todo o corpo.
-Olá... Sabe... Eu estou tão feliz de estar te vendo e... Eu estou tão feliz...Tão feliz... - uma lágrima nasceu nos cantos dos olhos dela, e lhe percorreu toda a face, morrendo em seus lábios. Seus olhos aguados se encontraram com os de Sirius, e os dois tiveram que fazer muita força para não cair com o baque de se encontrar novamente. Aquilo fora o que eles mais haviam sonhado em todos os tempos... Em todas as eras... Em todos as idades.
-Queria ser uma lágrima, para em teus olhos nascer, correr em tua face e em tua boca morrer...
Ela simplesmente ficou sem voz. Aquilo fora a coisa mais linda que ela jamais ouvira... Tão doce, tão delicado... Parecia que ele havia passado sua vida para lhe escrever aquele pequeno verso. Ela estava sem ar.
Mas não era só ela que estava sem fala, sem ar, sem... Sentimentos. Esse era também o resumo de Remo. Ele estava desabando. Estava se destruindo. Estava se destroçando. Era a morte que o seguia. Como é que ele poderia viver amando alguém como ela? Ela era o impossível. Ela era Marianne.
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Depois de muitas juras de amor, de muitos beijos, de muitos sussurros, que conseguiram deixar um velho desinibido mais do que corado, eles se soltaram novamente, com alguma dificuldade.
E foi então que Marianne percebeu a presença de algumas pessoas destemidas naquela sala, como Dumbledore e... Remo Lupin.
Como consegui esquecer de dar um olá para o Remo? Ele é o meu melhor amigo! Bem... Ele deve entender que o Sirius e o meu namorado, e... Merda... PARE COM AS DESCULPAS ESFARRAPADAS, MARIANNE! VOCÊ AS UTILIZOU DURANTE QUASE QUINZE ANOS, E OLHE SÓ ONDE ESTÁ!
Ela pensava enquanto andava em passos incertos até o amigo, que lhe encarava sorrindo de leve.
-Oi, Remo - sua voz demonstrava um certo constrangimento.
-Oi, Mary. Tudo bem com você?
-T-tudo... Então... E com você? Está tudo bem, também?
-Não. Eu estou morrendo de cansaço. Acho que eu vou descansar. Dumbledore, você poderia me informar onde vou ficar? Quero dizer, onde é meu quarto.
-Hagrid, você poderia levar Remo para seu quarto? É bem rápido. É o quarto livre próximo à sala de troféus...
-Claro, Alvo! Venha, Remo! Me siga!!!
Remo seguiu Hagrid em silêncio, como uma alma penada, que está a pagar seus maiores pecados. O ar em volta dele era carregado, mas mesmo assim ele se manteria de pé até chegar em seu quarto.
-Então, Remo, onde é que você tem vivido nesses últimos tempos?
-Em vários lugares.
-Como...?- perguntou em busca de uma continuação.
-Londres, em um apartamento fedorento.
-Ah... Então tá – tentou sorrir, mas descobriu-se incapaz daquilo - Bem... é logo ali... Deixe-me só achar a chave.
-Claro, mas tente ser rápido, eu estou realmente cansado...
-Não quer que eu chame a Poppy?
-Quem?
-A Madame Pomfrey.
-Não, obrigado, Hagrid.
-Bem, está aberto. Pode pegar a chave.
-Obrigado.
-E... A primeira reunião será amanhã às dez.
-Obrigado.
-Tchau... - Hagrid começou a caminhar para longe de Remo, o deixando só no quarto.
-Acho que vou tentar descansar um pouco... Só uma coisa, antes... – Para não perder o costume pensou, e saiu de perto da cama que ele estivera amaciando e se deixou levar até uma parede que estava em branco - O que escrever? Acho que...- ele pegou a varinha em suas mãos e a mexeu formando palavras na parede. Leves rabiscos para cá, leves rabiscos para lá, e em alguns segundos frases se concretizavam nela em uma letra floreada e miúda.
“O amor é o sentimento dos imperfeitos, posto que a função do amor é levar o ser humano à perfeição.” (Aristóteles)
Finalmente Remo se deitou e fechou seus olhos com força. Lágrimas escorreram deles, e alagaram o seu coração. Mas ele foi compensado por rápido sono, que o deixou levemente desperto ao amanhecer, quando acordou pensando nela.
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-Sirius, acabei de ficar preocupada com Remo - suspirou Marianne com tristeza, sua voz ficando embargada com lágrimas contidas, e um leve barulho de alarme a soar em sua mente, lhe deixando ainda pior.
-Relaxa, meu amor... Ontem terminou a semana de Lua Cheia... Sabe, ele está realmente cansado... E dolorido... Mas muitooo mesmoooooo... - ele concluiu com voz simpática, salpicando um beijo nos lábios dela - Então... Minha boa samaritana, que tal nos preocuparmos com dezesseis anos sem vermos a cara um do outro? - antes que ela pudesse responder, ele a levou escadaria acima até a sala de troféus, até que achou que não sabia mais o caminho, deixando que ela o guiasse para o interior dela, assim como foi a noite inteira.
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“-Nossaaa!!!! Esse passeio foi curtíssimo, Alan! Vamos, vamos voltar para Hogsmeade!!!
-Não sei, Ash! Isso me parece um tantinho imprudente...- a voz rouca de Alan cortou a névoa e chegou aos ouvidos de Ashley como um sinal de alerta e preocupação.
-Essa noite está tão linda! Vamos voltar e namorar um pouco... Vem, vamos lá!! Os comensais da má sorte nem sabem desse nosso passeiosinho, tão curtinho que ele foi!
-Melhor deixar eles não sabendo!!!
-Mas... Eu te dou um beijo se você vier!
-Isso é meio...
-Dois! Eu te dou dois beijinhos se você vier! Ou você prefere que eu fique lá sozinha admirando a lua... De repente um maníaco chega e...
-Tá bom, você conseguiu! Eu vou com você...
-Então vem! - ela pegou o braço dele com força e o puxou pelo curto caminho que deveriam percorrer até uma pracinha escura, onde a lua era vista com todo o seu esplendor e beleza. Ela se sentou no banco que se continha defronte à lua e a ficou observando, encostada em Alan.- Não é linda?
-Com toda a certeza que se pode ter... Pena que você não vai poder a observar por muito mais tempo... - uma voz guinchosa e tosca tomou o lugar da doce roucura de Alan.
-Rabicho??!!! O que você está fazendo aqui? E... Do que você está falando?
-Comensais da Má Sorte? Como você ousa... Bem, eu estou aqui para falar sobre uma certeza cega, que é tão cega a ponto de ficar invisível aos seus olhos!
-Como? Você sabe que eu não sou boa com essas coisas de adivinhar... Logo você que vivia grudado em mim não sabe disso? Eu me surpreendo de eu mesma saber, então...- e Ashley sorriu para seu amigo.
-Na verdade eu vim aqui para falar sobre isso. Essa força que me fazia ficar “grudado”’ em você.
-O quê...?
-Eu te amava. Mas o amor é para os fracos e imperfeitos. E eu não sou nenhum dos dois. NÃO AGORA QUE EU TENHO O PODER DO MEU LADO!!!!
-Rabicho... Você está louco?
-Louco pelo poder e pelo meu mestre...
-Como é que é? Esse seu amigo gosta de você? E você... - a voz de Alan foi abafada por seu próprio grito. Rabicho havia o colocado sobre a maldição Crucio.
-RABICHO! PARE, JÁ!!!!!!!!!!!!!!!
-Por que motivos eu deveria? Ele só me fez sofrer, mas não chegou aos pés do que você me fez!! - com toda a raiva que poderia ter, Rabicho se virou e jogou um feitiço sobre ela. Era também o Crucio. Todos os seus medos contidos em um único feitiço... Todas as dores que ela poderia sentir... Sua pele sendo tirada e costurada novamente sobre a sua pele, seu corpo se queimando, as facas lhe cortando em milhares de pedaços, o medo a assolando como nunca.... E de repente... A paz.
-Agora uma leve mostra da dor que eu senti está depositada em você. Pena que não vá ter o prazer de desfrutar dessa lembrança por muito tempo...
-Rabicho... - ela chorava enquanto olhava para amigo, e sua voz continha toda a dor que ela sentira, com apenas uma palavra. Sentia medo do melhor amigo, e não sabia explicar o porquê dele Ter traído a todos de maneira tão brusca e estúpida, e por razões tão... Bobas.
-Bem... Eu acho que te desperdiçar a essa altura do campeonato é algo realmente desapontador... Por que não ter você e saciar o meu desejo de criança? Dizem que isso faz bem para o ego... Imperio!
Ela sentiu-se vagamente feliz, quando ele disse aquela palavra, apesar de já não estar escutando direito. Seus medos pareceram não Ter mais princípios em sua cabeça, e então resolveu deixa-los de lado. As preocupações do cotidiano foram embora, assim como a presença de quem quer mais que estivesse ali... Ela era a felicidade plena, e se sentia leve como o vento. Na verdade ela se sentiu sendo carregada pelo vento quando ouviu a voz de Rabicho lhe dizendo para ser dele. Era algo tão bom... Mas de um momento para outro ela ouviu a voz distante de Alan, quebrando a força da voz de Rabicho.
-Ela não vai fazer isso, seu rato de uma figa!!!! Nem pense em fazer isso com ela!.... Não! Ash, me escuta! Não se entregue a esse feitiço idiota!!!! ASHLEY!
-Cale a boca, ser nojento! - Ela sentiu todos os conflitos e as preocupações se assolarem novamente em sua cabeça causando um tão grande peso que a levou ao chão. Ela percebeu que não mais vestia sua blusa, e que estava caída perto dos dois homens - Avada Kedavra!
Um corpo caiu inerte no chão. Aquele corpo não mais falaria. Aquele corpo não mais poderia amar. Aquele corpo não tinha mais alma. Aquele corpo não mais respirava. Aquele corpo estava morto. O corpo de Ashley...
-Não!!!! Ashley! Era para... eu ter morrido! Por quê? Por quê?! Por que você entrou na minha frente???? – Alan segurava a mão de Ashley com força, enquanto a balançava e seu rosto era banhado pelas lágrimas - SEU MALDITO MISERÁVEL!!!!!!!! VOCÊ A MATOU!
-Sua... Sua... – Rabicho ignorava completamente a raiva de Alan - Era ele que deveria ter morrido! Agora nem mais vou poder me apoderar de você... Idiota! Avada Kedavra! - num espasmo de raiva, Rabicho lançou mais um feitiço mortal, o qual acertou em cheio Alan, que caiu morto ao lado de Ashley.
-As mãos dos dois estava entrelaçada, unida. Espero que a alma dos dois esteja assim, e que a varinha de seu assassino esteja almadiçoada para sempre! - a voz do professor Flitwick ecoou em sua mente como o vento ecoa entre as pedras de uma gruta. Então sua irmã estava mesmo morta... Como é que ela poderia saber quem era o assassino dela? Ela poderia não o conhecer, mas quem quer que fosse ela iria andar os quatro cantos do mundo atrás dele, e o iria achar e mandá-lo para Azkaban pelo resto de sua mísera vida.
-Bem... Espero que você fique bem, querida!
-IMPOSSÍVEL!!!!!!!!!!!!!!!!! Minha irmã... está... mor... morta....”
Marianne acordou.
Se eu tiver mais um sonho desses, eu vou me matar! Ficar sonhando com os piores momentos de toda a minha vida somados com os da minha irmã... Só poderia ser comigo mesmo e...
Sirius! Afinal não fora mais um sonho... Ele estava deitado ao seu lado... Dormia como um bebê...
Que graça... Acho que vou pegar algo para comermos... Talvez pensar um pouco nesse sonho... Me parece que foi o momento de mais coragem de toda a vida daquele rato imundo...
Ela se levantou com calma e foi até seu armário. Pegou o primeiro pijama – assim como primeiro robe – que encontrou e os vestiu. Depois de se vestir, ela desceu até o lugar em que ela lembrava ser a cozinha. Mas lá havia um quadro. O que é que ela deveria fazer? Ela não lembrava mais... Acho que fazer cócegas na maçã? Não... Era na pêra... Isso.
Ela elevou rapidamente seu dedo e, antes que pudesse fazer qualquer coisa, o quadro se abriu, deixando um elfo doméstico aparecer atrás dele.
-Aii!!! - ela gritou com a voz assustada e depois, com um tom mais bravo, indagou - Você não olha por onde anda?? Esperava para bater em mim?? – o ser a encarou com brilhantes olhos azuis aguados, os lábios tremendo - Olha, esquece... Queria comida. A cozinha ainda é aqui?
-Sim senhora, minha senhora! O que deseja? Qualquer coisa para que perdoe o erro desse elfo embestado - o elfo doméstico começou a bater a sua cabeça no quadro com enorme violência, assustando ela. - Me desculpe!!!! Dobby irá fazer qualquer coisa que a senhora, minha senhora, quiser! Se a senhora, minha senhora, quiser Dobby ensopado, o Dobby vai entender, senhora, minha senhora! Faça o que quiser com o pobre Dobby!! Dobby mau!!!!
-Não! Pare com isso.. Dobby?
-Sim senhora, minha senhora!!!
-Eu não vou querer Dobby como prato principal! Eu só queria um pouco de chá e de torradas com geléia! Nada mais!
-A senhora, minha senhora é muito bondosa! Dobby vai fazer bolo, chá, torradas, geléia, e tudo mais que a senhora, minha senhora, quiser e puder levar... Não! Dobby vai levar para a senhora, minha senhora! Dobby vai levar para onde a senhora quiser! Se quiser que Dobby leva até a China para o senhor de lá, Dobby leva...
-Nãoo!!!!! Eu só quero chá com torradas e geléia! E nada mais! Só quero... – ia se negar a fazer aquilo. O pobre elfo já devia Ter trabalho o bastante... Mas.. Ele parecia tão disposto... - Só quero que você leve até o meu quarto se quiser!
-Dobby leva! Dobby faz tudo o que a bondosa senhora, minha senhora, quiser! Tudo!
-Eu só quero o que eu pedi, Dobby! Mais nada, certo?
-Sim senhora... Dobby vai fazer o que a senhora, minha bondosa senhora, pediu... - falando isso, Dobby entrou na cozinha com um enorme sorriso nos quase labios e começou a correr de um lado para o outro. Em contados dois minutos ele caminhou de volta na direção dela com uma enorme bandeja cheia de todos os quitutes que ele conseguiu preparar.
Os dois foram caminhando pelos corredores escuros até chegarem no quarto dela. Ela entrou e se assegurou de que Sirius ainda dormia.
-Entre - ela sussurrou com os lábios encrespados seriamente como se dissessem para ela não tentar falar nada com “senhora, minha senhora” enquanto estivessem ali dentro. Os dois caminharam até a escrivaninha vazia dela, e o elfo colocou a bandeja sobre ela. Ele deu um leve sorriso para ela, fingindo que não havia visto Sirius deitado em sua cama. Depois disso ele a deixou a sós no quarto.
Ai... E agora... O que é que eu vou fazer quanto a esses sonhos energúmenos? Acho que... Meu Deus! Por que é que eu tenho eles? Isso está começando a me assustar... Sabe... Eu já sei sobre essa de que o Rabicho é o culpado da morte da minha irmã, mas eu não presenciei a cena... Isso é assustador!
Ela tremeu.
Ai... Olha o Sirius... Sorte dele não ter esses sonhos...
Mas ele tem piores!!!!!
Uma voz oca e sem sentimentos soou na cabeça dela. Parecia que era sua... Sua própria consciência?
Alôô... Quem fala aí é a minha consciência? Pois se for, estou com umas leves dúvidas para tirar...
Sua cabeça ficou em silêncio.
Puxa... Eu tô delirando... Acho que é melhor acordar o Sirius... Ele precisa se alimentar! Ele não come há tanto tempo quanto eu, e tem mais fome do que eu... E eu tô morta de fome!!!!!!!!
Ela saiu do lugar em que estava, ao lado da porta, e foi até sua cama. Inconscientemente ela tocou o rosto dele com toda a leveza possível. Ele era tão lindo... E como...
Olha... Tá acordando e eu nem tive que fazer nada para isso! Que bonitinho... Deve ter sentido a fominha chegar...
-Bom dia, Senhor Soneca! Como se sente? Descansado? Espero que sim...- ela deu um leve beijo nos lábios dele e o viu acordar de vez - Então... Não está com fome? Eu fui buscar isso para nós... – com rapidez inestimável ela foi e pegou a bandeja com o café da manhã para eles.
-Nossaaaaa... Você deve ter ido até a cozinha... Conheceu o Dobby?
-É... Talvez sim... Ele é um elfo egocêntrico com medo de tudo que suas frases favoritas são: “Senhora, minha senhora” e “Senhor, meu senhor”? Pois se for ele, eu o conheci.
-É, você realmente conheceu o Dobby... Bem... Mas eu acho que a nossa melhor escolha agora seria colocar uma roupa em mim e depois nós tomarmos café. Quem sabe uma camisola não caia bem em minha cinturinha?
-Sirius... De jeito nenhum você consegue parar de falar asneiras, não é?
-É o que mais me parece!! Bem... Mas eu vou tomar café desse jeito? Nuzinho de uma perna só???
-Não, com duas pernas e uma roupa decente!
-Eu achei que uma roupa decente estaria dentro do meu conceito. - ele vestia uma calcinha vermelho vivo e uma camiseta com os escritos: “’EU ADORO SAILOR MOON” em grandes letras roxas e rosas - Não na base do ridículo!
-Ei!!!!! Isso não é na base do ridículo!! Eu adoro Saillor Moon desde que elas foram inventadas!!!! E você tem que aprender a conviver com isso!
-Humpf! Só espero que o Dobby não entre aqui, agora, e me veja com essa roupa lindaaaa, e vá contar para o Harry...
-Como?
-Senhora, minha senhora, Dobby aqui para trazer mais chá quente e... Senhor Black, meu senhor!!!!
-Falou e disse, Sirius! Bocudo!!!! - ela sussurrou em tom provocador para ele - Sabe, você deveria ser o professor de Adivinhação, não a Sibila Abelhuda... - mais uma piadinha com a cara dele não faria mal a ninguém. - Bem... Dobby! O que está fazendo aqui?
-Senhora, minha senhora, desculpe o Dobby! Dobby invadiu a privacidade da Senhora e do Senhor, meus senhores! Dobby fingir que não viu nada, senhora, minha senhora! Dobby não viu nada, senhora, mi...
-Calma!!! Dobby, se você fingir que não viu nada não vai ter problemas! Só tenha calma...
-Dobby ter calma! - o elfo falou enquanto dava fortes porradas de sua cabeça contra a parede, e deixando cair todas as coisas que trazia em sua pequena bandeja...
-CALMA!!!!!!!!!!!!!!! Se você continuar a bater a sua cabeça na parede, eu vou ser obrigada a falar com Dumbledore!
-Não! Por favor, senhora, minha senhora, Dobby fazer tudo o que a senhora, minha senhora quiser! - Dobby parecia desesperado.
-Calma. Você vai relaxar e ficar bem calmo... Isso. Agora pode ir, Dobby.
Dobby começou a caminhar lentamente para longe, resmungando baixinho pedidos de desculpas para “os senhores”.
-Querido, você está realmente lindo! Mas... Acho que esse seu bocão só pode ser enfatizado se nós passarmos um lindo batom cor de cereja!
-Quieta! Você me fez vestir essa coisa que chama de roupa, e ainda fica me chamando de bocão. Assim eu vou ficar de mal!
-Se você ficar de mal, eu peço desculpas! - com calma ela chegou perto dele e lhe deu um beijo estalado.
-Hum... Bem, aí eu te perdôo...
-Então, tá. Mas agora eu vou ter que interromper esse nosso lindo momento para poder fazer as MINHAS tarefas.
-Que tarefas?
-Bem... Eu tenho que planejar as minhas aulas! Eu não sou uma desocupada como você!
-Eu sou tão desocupado quanto você.
-Então o que vai fazer hoje?
-Vou te ajudar a planejar as aulas!
-Gracinha... Espero que realmente ajude, e que não me atrapalhe!!!
-Como se eu fosse fazer isso algum dia!
-Humhum.. Finjo que acredito, viu!
-Você está me chamando de mentiroso?
-Tô, e com quase todas as letras!
-Nossa, que meda!
-Nossa, que piadas mais infames!!!!
-É melhor você ir trabalhar, e me deixar ficar vagabundeando...
-Então tá, fique com o seu maravilhosooo trabalhooooo... Quer saber, eu vou me trocar. - dizendo isso ela entrou no seu closet e começou a escolher uma roupa.
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Harry se viu entrando no aposento onde se encontravam todos os Wesley, Hermione e mais algumas pessoas. Estava tudo bastante silencioso. Até os gêmeos estavam sem fazer suas eventuais gracinhas. Parecia que a única pessoa realmente feliz ali era Gina, que ainda o puxava para a mesa. Mas era um silêncio arrasador. Parecia que alguém havia morrido. E talvez houvesse.
-O que houve...? - ele soltou com a voz alarmada pelo não comum silêncio.
-Nada, querido... Venha, sente-se aqui - falou gentilmente a Senhora Wesley com um meio sorriso forçado para ele.
-Como nada, mamãe?! Eu ainda não vi nada na sopa do Percy! - exclamou Gina com a mesma aflição de Harry. Parecia que seu sorriso havia se dissipado - E isso é algo muuitooooo difícil de ocorrer! – Bem, talvez não. Harry estava enganado. Ela ainda sorria.
-Bem... Querida, esqueça, sim? Então... Sentem-se. O jantar está esfriando...
-Mãe! Ele está enfeitiçado. O jantar não vai esfriar... - falou Rony com a voz entristecida.
-Tá bom, o que vocês estão tentando esconder de mim dessa vez? Eu só sei que ainda vou descobrir, qualquer que seja a forma. - falou Harry apressadamente, quase que atropelando as palavras. Ele já estava cansado de sempre esconderem as coisas dele. E não queria ficar ali, sem entender o porquê de todos estarem tão para baixo. E o ruim é que não era só com os Wesleys. Também tinha todo as pessoas que se encontrava no bar agora. Todos pareciam estar tristes e completamente assustados.
-Bem... Então é melhor você se sentar e escutar, querido - a voz da Senhora Wesley soava muito triste - Agora... Arthur, você pode falar? - a voz dela parecia estar acabando, e ela se levantou da mesa e foi em direção da escada depois de dizer aquilo ao marido.
-Hã... Ok. Olha, Harry, Hogsmeade foi atacada. Por Comensais da Morte.
-...
-Eu sei que é difícil de se entender. Todos nós que cremos em Dumbledore, acreditávamos que Ele iria esperar mais um tempo antes de atacar. Foi um grande choque quando os Comensais apareceram lá em Hogsmeade e atacaram algumas pessoas. Uma delas morreu. Uma mulher grávida...
-Como...? - sussurrou Harry impotente. Ele ainda se culpava pela morte de Cedrico, e muito mais por Voldemort ter ressurgido. Aquilo só podia ser uma brincadeira bem armada de Fred e Jorge, para o assustar... Só podia... Eles sabiam que ele se sentiria culpado e muito mal por mais uma pessoa que havia morrido por causa do Voldemort. O Voldemort que ele fizera ressurgir...
-Olha, eu sei que você está se sentindo culpado, Harry, mas não precisa!! Não é a sua culpa Ele ter ressurgido!!!! Ele acharia algum meio de voltar à vida com ou sem você. Uma hora ele ia ressurgir... - a voz de Hermione também foi ficando falha. Era a primeira vez que ele a via assim, estava mortalmente branca, com os olhos um pouco vermelhos. Nem na Câmara Secreta, nem com Fofo, nem com nada Harry a vira tão mal. Parecia que ela estava absorvendo toda a dor à sua volta.
-Tudo bem. Calma, Mione. Tudo vai terminar bem enquanto estivermos em Hogwarts. - essa era a Gina, um bocado assustada, mas ainda assim se mostrando bastante madura – E, Harry, não se sinta mal. Hermione te razão. Ele iria voltar de qualquer maneira, mais cedo ou mais tarde. Agora o que nós podemos fazer é cooperar. Nada mais. O passado não importa mais... Acho que é melhor comermos bem, se quisermos ter força amanhã para ir para Hogwarts e ficar em segurança.
-É, queridinhos. É melhor vocês comerem logo e terminarem de jantar. Logo vocês terão muitas coisas boas e gostosas para fazer, como se preocupar com o NOM’s. - falou a Senhora Wesley, assim que estava de volta, com os olhos meio inchados.
Todos ficaram em silêncio, mas comeram rápido, subiram correndo as escadas, ainda em silêncio, e terminaram de arrumar seus pertences.
Harry ficou pensando durante um longo tempo antes de adormecer em como deveria ser a mulher que os Comensais haviam assassinado. Será que era legal? Seria bonita? Ou seria alguém como a Gina? Gina... Depois de sussurrar essa palavra ao vazio, ele dormiu.
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“-Harry, vem! Querido, o Harry está dando...
-Seus primeiros passos?? Mas já? E quando se menos espera eles somem de casa!!!
-Trágico... Ele só está... Upa!!!!! Ei, bebê!! Não é pra cair... Vamos, vem pra mamãe!!
-E pro papai!! - Tiago olhou de esguelha para Lílian e percebeu um enorme sorriso em seu rosto. Ele e Deus sabiam o quanto ela havia ansiado pelos primeiros passos de Harry...
-E aí????? Tudo bem, Pontas? Lily?
-Sirius!!!!!!!!!!! Harry está dando os primeiros passos! Vem ver!!
-Finalmente o meu afilhado está andando?! Bem, eu já estava achando que ele era aloprado...
-Ai, Sirius! Que maldade para com o Harry! Pare de falar dele assim, meu amor!!!! Você pode deixar a criança com um trauma para o resto da vida!
-Marianne, não pode mais mandar em mim! E além do mais nós estamos brigados!
-Verdade? Eu achei que nós tínhamos voltado há uma semana...
-Não! Nós acabamos de brigar! Tô de mal!!!
-Olha... Me desculpe interromper os dois pombinhos no meio de uma briga, mas é que o HARRY ESTÁ ANDANDO!!!!!!!!!!!!!!!
-Aii! Me desculpe, Tiago! Foi sem querer! É que esse brutamontes brigão arranjou briga no caminho e me deixou um pouco mal-humorada e... Peraí!!!!! Você está me dizendo que o meu Harryquinho está andando??
-Bem... De certa forma sim.... Quer dizer, ele está tentando...
-ANDOU!!!!!!!! Ah!!!!!! Isso é tão legal! O Harry está andando! Ele veio até mim sem cair!
-Nossa, isso é tãooooo legal e emocionante! Meu filhinho está andando! E meu nome é Lílian Potter! E meu filhinho está andando! Ai!!!!!- falou Sirius com a voz fina numa trágica imitação de Lílian.
-Sirius, cala a sua boca, que hoje nada pode estragar o meu humor! - falou Lílian alegre, pegando Harry no colo e lhe fazendo carinho enquanto caminhava até a porta.
-Acho que logo a Ash e o Remo vão chegar...
-Espero... Se eles demorarem muito eu vou ter que ir até onde quer que eles estejam e vou ter que os puxar pelas orelhas quer eles estejam na cama ou não.
-Ah... Se você continuar assim, Sirius, não vai conseguir nada na sua amável vida...
-Ah... Você me dá um medo com suas ameaças mesquinhas, Marianne!
-E você me enche o saco com as suas tiradas sem graça...”
-Harry...
“-Nossa! Agora vai me encarar?!”
-Harry!
“-Alôôô! Quem você acha que é para falar comigo assim?”
-HARRY!
-Hã?? Meu Deus, que horas são??????
-Calma! São duas e meia da madrugada! E eu só queria te avisar que a Hermione está nos esperando na sala, para conversarmos não sei o quê...
-Ah tá... Deixa só eu pegar um robe que eu vou lá!
-E... Vê se não dorme... Seus sonhos me pareciam muito bons... Se voltar a dormir tem o perigo de não querer mais acordar...
-Tá bom, Rony... Eu já vou!
Harry foi até o seu malão e o remexeu um pouco à procura de um robe. Ele encontrou um velho, azul, mas que servia. Ele o vestiu e saiu ao encontro dos dois amigos, na sala do Caldeirão Furado. Ele achava que eles iriam falar daquilo que ele não queria falar: A morte da mulher no povoado de Hogsmeade.
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N.A.: Kkkkkk... Falei que ia sair melhor! Com o tempo a gente aprende a escrever... kkkk... Bem, até que eu gosto mais desse capítulo... Mas se alguém tiver alguma sugestão do que eu posso fazer para melhora-lo, é apenas falar que escuto muito bem! E, aliás, valeu à Fernanda que esteve me apoiando o tempo todo!!! Quinder, eu te amooooo!!! Kkkk... Deixem reviews e façam um ficwriter feliz!!!!! ^-^’
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