Feitiço Sem-Nome
Não tardou muito, Dumbledore e Minerva chegaram correndo ao Salão e viram a pior cena em anos de escola.
Melissa estava de pé esticada com diversos fios translúcidos, que cruzavam seu corpo. Ela estava com os pés contraídos, quase ajoelhados, seus olhos estavam se fechando... Provavelmente de dor.
Havia muito sangue em volta, mas o pior ainda estaria por vir... Havia algo escrito no chão, com letras garrafais marcada a sangue.
O retorno foi triunfal, o pior está por vir.
E no corpo de Melissa tinha a marca de Voldemort, a garota estava totalmente hipnotizada, nem sequer demonstrava dor com aquilo. Apenas seu rosto estava aterrorizado, uma feição que Harry nunca queria ter visto.
Dumbledore tentou se aproximar da garota, mas como um fantoche os braços dela voltaram ao normal, parecia que ela estava sendo controlada por alguém com os fios.
-O que é isso? – Exclamou Hermione, horrorizada. – O que fizeram com ela?!
-Mione, pra trás! – Alertou Fred, ele entrara na frente da amiga, lhe puxando para trás. – Isso pode ser... Perigoso...
Lentamente, Melissa começara a se recompor. A marca de Voldemort brilhou em seu braço.
-Tsc, tsc, tsc – Disse Melissa – Muito lento Dumbledore, muito lento... Nem sequer notou que eu estava usando sua aluna querida, aliás, nem sequer notou o do grande retorno.
Alguns alunos ficaram horrorizados com a cena. Harry olhou para Hermione e ela retribuiu com um olhar preocupado... Seria mesmo...
Dumbledore apenas franziu suas sobrancelhas e encarou Melissa como se estivesse encarando Tom Riddle, encarava a um ex-aluno.
-Harry, quero dizer, é ele, Você-Sabe-Quem. – Sussurrou Hermione, muito preocupada. – mas o que ele quer com Mel?
-Melhor – Disse Rony quase num murmúrio – Será que é ele mesmo?
-Não faço idéia, mas se for o Voldemort, então ele quer me tirar a única pessoa que me sobrou, não posso permitir. – Murmurou Harry irritado.
-Não... Tem algo mais envolvido nisso... – Murmurou Hermione pensativa
-Minha querida, você está bem? – Perguntou Minerva se aproximando dela.
A garota se virou numa velocidade absurda e acertara um golpe em Minerva que caiu no chão, pasma. Parecia que os fios que envolviam Melissa eram controlados por alguém na escola... Mas quem poderia fazer tamanha barbaridade?
Melissa arrumou o cabelo e olhou com desprezo para Minerva.
-Melhore suas maneiras, velha idiota! Eu não sou mulher e muito menos pertenço á este corpo inútil e fraco.
-O que!? – Dumbledore se irritou e segurou o braço de Melissa – É você então?
As alunas que estavam ali, desmaiaram ao ver a cena, mas Harry permaneceu firme, ele sabia que algo muito estranho estava ocorrendo, e que não estava envolvendo Melissa diretamente... Havia algo que estava envolvendo algum aluno.
Snape entrou correndo no Salão e também ficou horrorizado com a cena. Pela primeira vez na vida, Harry pôde ver o professor surpreso com algo.
-O que está havendo aqui? – Perguntou ele, com uma cara de horror.
-Professor – Disse Minerva se erguendo – É ele, Você-Sabe-Quem. – Terminou a frase num sussurro
-O que? – Snape ficou mais branco – Não pode ser! Pensei que esta escola estivesse muito bem guardada.
Melissa se afastou de Dumbledore, sua voz mudou ligeiramente de tom, para um mais grosso.
-O que me traz aqui é apenas um teste, queria ver se conseguia penetrar no corpo de um aluno sem perceber, claro eu deveria deixá-la o mais depressiva possível, a morte de seus pais foi apenas uma brincadeira para mim. Agora que sei que posso fazer isso, será divertido brincar com vidas humanas. – Disse olhando para Harry. – Imagine, brincando com dezenas de alunos? Não seria muito divertido!
-Pare com isso! – Gritou Harry, irado. – Por que está fazendo isso com ela? Não entende que se for você, Voldemort, não adianta tentar me infligir danos usando meus amigos?
Mais pessoas ficaram abaladas ao ouvirem Harry dizer o nome do Lord das Trevas.
-Eu disse – Respondeu a voz trêmula de Melissa – Foi apenas um teste, pena que o frágil corpo desta garota mal suportou a pressão de ser controlado, veja quanto sangue... Tsc, tsc...
Sem Harry notar, ele estava segurando o braço de Melissa, Dumbledore nada podia fazer a não ser olhar. Snape tentara afastar Harry de Melissa, mas o rapaz estava nervoso demais para ser controlado.
-Harry – Disse Hermione quase num choro – Não faça isso, mesmo sendo este ser, Melissa ainda está aí! Não pode ser Você-Sabe-Quem!
Harry se sentiu mal e saiu aos poucos de perto. Ele estava nervoso, parecia que era Voldemort que estava ali...
Mas Voldemort não era daquele jeito, ele era mais cruel, mas irônico... Aquele ser deu um riso histérico. Snape não podendo ver aquilo apontou sua varinha para ela.
-Pare aí mesmo menina! – Disse ele em tom ameaçador – Serei obrigado a usar um feitiço que te deixará desacordada por meses.
-Severo Snape? Acabado como sempre... – Melissa retirou a varinha de suas roupas. – Acha que pode me vencer? Eu posso estar neste corpo nojento, mas continuo sendo poderoso, ou melhor dizendo, posso enfrentar um idiota acabado como você.
Snape ficou branco. Harry retirou a varinha das suas vestes e apontou para Melissa.
-Não me faça usá-la, se o Professor Snape não a usa, eu uso!
-Você? Usar uma varinha contra mim? Lembre-se que estou usando o corpo de uma pessoa que você conhece Potter!
Harry teve a leve sensação de reconhecer aquela voz e o jeito que ela falava com ele, então veio a sua cabeça algo terrível. Imagens terríveis de pessoas sendo mortas por fios invisíveis, pessoas gritando de dor... E então... Harry sentiu sua cicatriz arder.
Melissa ergueu sua própria varinha contra Harry que estava caído de joelhos no chão, levando a mão na cicatriz.
-É seu fim fedelho desprezível! – Alertou Melissa dando um sorriso quase que inexpressivo – Avada...
-MELISSA! – Gritou Hermione levando as mãos na boca. Rony abraçou Hermione tentando não olhar a cena.
-AHH! – Harry gritou, com a dor brutal que sua cicatriz causava.
O ser parou de se mover, ninguém sabia muito bem o que estava acontecendo, Harry ficou pasmo com a cena, parecia que aquele ser que possuía Melissa lutava para se mover.
Melissa começara a tremer a mão que segurava a varinha, mas sua feição parecia ser de desaprovação.
-Não vou deixar... – Disse a voz de Melissa – Que você... USE MEU CORPO!
Dumbledore se surpreendeu e segurou Melissa com força, Snape o ajudou.
-O que? Mas como? Ela ainda pode falar? – perguntou a voz mais fina se olhando.
-Eu não sou... Fraca... – Melissa jogou sua varinha longe – Minha família... Não! Eu não vou ser possuída por alguém que minha família odeia! Por alguém que minha família jurou jamais seguir!
Melissa deu um grito de dor e caiu no chão, os fios que envolviam seu corpo desapareceram. Sangue escorreu dos pequenos buracos por onde os fios haviam percorrido, a estudante havia perdido as forças.
Harry se aproximara dela.
-Você está bem? – perguntou ele, preocupado.
-Sim... – Respondeu a garota.
Dumbledore se aproximou da moça, enquanto Snape e Minerva fitavam o local cheio de sangue e coletavam algumas coisas.
-Querida, você realmente levou a promessa de sua família a sério... Estou feliz por você – Disse Dumbledore dando um sorriso.
Harry se abraçou a Melissa, a garota deitou sua cabeça no pescoço de Harry e fechou seus olhos, ela dera um sorriso cansado.
-Professor... Eu... – Melissa estava muito cansada – Eu... Só fiz o que meus pais pediram...
-Tudo bem, eu sei disso – Dumbledore sorriu – Vamos, Harry ajudará você á ir para a enfermaria...
Harry a pegou no colo e se ergueu, lançou um olhar para Dumbledore.
-Ela vai pra a enfermaria. – Disse Dumbledore. – Leve-a Harry, sim?
-Pode deixar Professor. – Harry seguiu para a enfermaria junto de Rony que o ajudava a carregar Melissa.
Enquanto isso, os demais professores acabavam de chegar para ver o que havia ocorrido.
-Os demais alunos, pra cama já! – Disse Minerva em tom autoritário. Após o local ser praticamente evacuado, ela se voltara para o Diretor. – Professor, será que Voldemort vai voltar á manipular Hart?
-Não posso lhe responder Minerva... Mas o certo é que aqui Melissa corre perigo, assim que chegar o natal ela deverá ir para a Ordem imediatamente e ficar sob os cuidados de Lupin e os pais de Ronald Weasley. – Explicou Dumbledore – Creio que Melissa está tendo a mesma história que Harry, mas ao contrário dele, a garota tem tios que ama.
-Senhor? – Disse Minerva curiosa.
-Nada, vamos para a enfermaria ver como ela está. – Comentou Dumbledore.
-Sim, mas antes tenho que verificar se mais algum aluno foi atacado. – Disse McGonagall.
Quando todos os alunos já estavam em seus quartos, a escola ganhara um silêncio terrível. Ninguém gostaria de estar andando nos corredores àquela hora.
Hermione ficou quieta por um tempo na sala comunal tentando entender o ocorrido.
-Tem que ter uma ligação... – Murmurou Hermione séria – Esse feitiço deixou a Melissa com uma cara de pavor assim como... Não pode ser! – Hermione se ergueu de repente do sofá – assim como as mortes que estavam aparecendo na TV!
Com pressa, ela saiu do Salão e correu para a enfermaria com um grande sorriso. Ser CDF, ás vezes tinha suas vantagens.
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