A questão não deveria ser amor
CAP.12 - A questão não deveria ser amor
Harry, já de bermuda, estava sentado a frente do balcão (enorme) da cozinha. Comendo ali, descobriu ter perdido o apetite.
-O que foi? – perguntou Hermione com a cabeça de lado. – Não está bom? – ela franziu a testa. – Eu salguei demais outra vez?
-Oh. Não, não se preocupe – ele deu um sorriso. – Está muito bom.
-Então?
-Eu não estou com muita fome, é só isso.
-Ah. Se é assim, não coma, pode fazer mal – advertiu já voltando-se novamente para o prato, diferente de Harry, Hermione sentia fome.
Harry assentiu e, levantando-se, pôs o prato na pia. – O que planeja fazer hoje? – Harry perguntou apoiando o cotovelo no balcão e a mão no rosto.
-Combinei de dar uma saída com a Gina, ela disse que estou muito apreensiva com o futuro resultada do meu exame - falou fazendo careta - porque?
-Nada, só curiosidade.
-E você?
-Rony, eu e o pessoal vamos jogar quadribol.
-“O pessoal”? – indagou com a sobrancelha erguida.
O homem deu uma risada. – Sim “o pessoal”. Você sabe... Dino, Simas, o pessoal do antigo time da grifinória, menos Gina. E mais algumas pessoas.
-hm. Boa sorte.
-Obrigado! – falou animadamente. – Um beijinho pra dar mais sorte! – disse virando a bochecha para ela. Hermione, por sua vez, estalou os lábios no rosto do amigo sem conter um sorriso. – Nem a Poção da Sorte poderia me dar tanta sorte – ele disse dando uma piscadela. – Vou lá Mione – falou, desta vez lhe dando um beijo no rosto. – Tenho que pegar o material.
-Traga o pomo pra... – ele já havia corrido. – mim.
***
-Onde está o Harry?
-Bom dia pra você também, Gina.
A ruiva ruborizou. – Bom dia, Mione.
Hermione deu um meio sorriso. Como se dissesse para a outra deixar pra lá. – Harry já foi. Combinou um jogo com “o pessoal” – falou encolhendo os ombros.
-Ah – pareceu decepcionada. – Vamos, então?
-Sim. Só espere um momento para que possa pegar minha bolsa – Hermione subiu as escadas apressadamente.
-Tá bom. Mas não demora!
“Porque Gina é assim? Tivera Harry nas mãos, não sabia disso, mas o tivera. Agora que ele já desencanou, resolveu acordar? Poderia disfarças um pouco mais”.
Num suspirou, Hermione organizou a bolsa e cuidou para que não esquecesse de nada.
“Gina gosta do Harry. Sim, está apaixonada não é?” ela mordeu o lábio inferior pensativa. “Do Harry” a mulher sentiu o corpo estremecer. “Essas coisas não deveriam acontecer, logo ele... O meu amigo” Mione fechou os olhos. Não, não era isso. O medo já a estava dominando... O sentimento de perda a acolhendo.
Apesar de seu anseio, Gina tinha o direito de se apaixonar por qualquer um. “Menos por ele... Ele é só... meu” pôs um pouco mais de perfume. “Harry não é uma propriedade” se repreendeu fechando os olhos com a mão.
Odiava se sentir assim, essa vulnerabilidade que em momentos inoportunos lhe vinha.
Todo o problema era conseguir que seu coração admitisse que Harry não era seu, que não passava e nunca passaria de um amigo. Era deixá-lo admitir que não queria mais esse amor unilateral para si... Mas, por mais que tentasse, seu coração se recusava e teimava e chorava e ainda assim estava cada vez mais duro na queda. Não aceitava desinstalá-lo, desinstalar o amor por Harry de dentro de si, para dar lugar a outro. A chave dele e seus segredos eram tão bem guardados que nem mesmo Hermione sabia como lhe abrir para outro alguém... E assim ela sofria, junto ao seu coração teimoso, que se contentava apenas com sorrisos e abraços e caricias inocentes que Harry lhe proporcionava e assim ele, seu coração, tornava a rir e a se encher de esperança...
-Hermione, vamos? – a voz de Gina soava impaciente do outro lado da porta. – Porque você trancou a porta? Está tudo bem com você? – indagou com ar preocupado.
A morena voltou do repentino devaneio, um tanto quanto desnorteada. – Já estou indo Gina, só não estou achando... Minha cateira.
-Desculpe a demora.
-Tudo bem...
-Agora podemos ir, ok?
Gina não respondeu foi logo se dirigindo à porta.
****
-Ao menos você veio!
-Por que não viria? – Harry perguntou sem entender.
-Semana passada você não veio.
-Por Merlim, Rony! Eu só não vim aquele dia.
-O que me espanta Harry, não vou você não vir para o jogo. Foi o que você fez naquele sábado lindo – Rony falou, fazendo Harry erguer uma das sobrancelhas. – Ficar estudando com a Mione!! – retrucou quase tão incrédulo quando no dia que soube que este não iria para estudar.
-Era uma prova importante para ela – Harry replicou seriamente. – Estudou e se esforçou muito. Se eu pude ajudá-la e puder, eu o farei.
-Por Merlim. Ainda mais poções! Você detesta poções.
Harry suspirou. – Rony – começou como se estivesse falando com uma criança. – Hermione me pediu ajuda, não pude me negar. Você sabe que ela precisa dessa nota para subir de cargo. E eu não odeio tanto assim poções...
-Claro – deu um risinho maldoso.
-Vamos jogar ou ficar aqui parados?! – indagou retirando do ombro sua vassoura e colocando as luvas.
-É pra já! Mas e então ela passou?
-O resultado só daqui um mês. No entanto, tenho certeza que sim – ele deu um sorriso grande e orgulhoso. – Você sabe como é a Mione.
Rony assentiu. – Jorge, seu doente!! – gritou esquecendo Harry por um segundo. - Não faça isso com a goles!
-Meça melhor suas palavras antes de pronunciá-las, Rony - Jorge deu uma piscadela para Harry. Com um silvo a goles estava indo à direção deles velozmente, Rony ficou atrás de Harry, este por sua vez desviou antes de a bola atingir em cheio sua cabeça. - Deixe de ser covarde Ron!
Rony fuzilou Jorge com o olhar enquanto os outros riam do malabarismo que Rony fazia para que a goles não o machucasse. – Pare com isso, Jorge! Pare Já com isso!
-Vamos lá, Jorge. Já chega – Angelina falou pacientemente.
-Só por que você pediu, doce Angelina – a mulher sorriu voltando a conversar com a amiga.
****
-Vamos lá Mione! Experimente esse vestido, por favor – Gina implorava. – É tão lindo... Tenho certeza que vai ficar bem em você. Vamos?
-Ah! Gina. Nós só já compramos tudo que deveríamos! – falou queixosa.
-Não seja tão metódica, Mione. Por favor!
Hermione suspirou. – Tudo bem – Gina sorriu feliz. A morena revirou os olhos. – Me dê ele.
-Aqui!
Hermione entrou no provador. Alguns minutos depois saiu.
Gina abriu ainda mais o sorriso.
-E então?
-Você está maravilhosa! – A morena corou fortemente.
Era um vestido negro, uns quatro dedos acima dos joelhos, as alças se prendiam no pescoço, com um decote entre os seios que ia até o umbigo. Colado até a cintura e depois mais “folgado” na região abaixo dela. Não se podia questionar que era um lindo vestido, mas também era um vestido que Hermione nunca imaginou usar.
-Realmente ficou muito bem na srta. – disse a vencedora com ar de boa entendedora. Hermione sabia, entretanto, que aquela mulher só queria vender. – Seria um erro não levá-lo.
-Ela vai levá-lo – Gina afirmou com toda convicção. Perto de impor uma ordem à amiga.
-Não. Não vou. Eu-
-Vai, vai sim – a ruiva abanou as mãos. – Não lhe dê ouvidos – Gina murmurou para a vendedora. Hermione olhou quase escandalizada para a amiga.
-Ginny!!
-Sei que você ainda vai me agradecer por isso. Agora vamos! Compre logo. Ou eu compro e invento uma data para lhe dar. - Hermione bufou.
-E então srta. deve fazer a nota? – perguntou hesitante. Hermione afirmou depois de alguns segundos olhando Gina. A mulher foi rapidamente, como se tivesse medo da morena mudar de idéia.
-Embrulhe pra presente! – Gina ainda falou. – O que acha de comprar um sapato? Pra combinar... E também uma bolsa, é muito necessário – disse com ênfase - E quem sabe um par de brincos ou um colar... - Hermione balançou a cabeça, desistindo de vez de Gina.
****
-Estou exausta – Hermione se atirou no sofá ao lado do amigo. – Acredita que Gina me fez rodar todo o shopping?
Harry sorriu levemente. – Ao menos você se divertiu?
-Sim. Muito até.
-E Gina conseguiu lhe tirar a tensão do exame, pelo que vejo.
-Oh. Sim. Conseguiu. E também me deixou com uma baita dor nas pernas e pescoço... – ela o olhou de lado, Harry apenas sorria. – E você. como foi seu dia?
-Muito bom. Menos cansativo que o seu, imagino.
-Você venceu? – Hermione só perguntar por perguntar mesmo, pois sabia que o amigo era um dos melhores apanhadores do mundo.
-Isso me faz lembrar – ele disse levando a mão ao bolso. – Que tenho uma coisa pra você.
-Pra mim?
-Abra as mãos – ela o fez. – feche quando eu mandar, está bem? – ela afirmou com a cabeça. – Ele pôs as mãos fechada com cuidado, que continham um objeto, sobre as mãos da mulher.
-O que é?
Ele sorriu soltando. – Feche-as com cuidado – ela obedeceu novamente. Harry pegou a varinha e tocou na mão de Hermione. – Certo, pode abrir.
Hermione abriu as mãos e lá havia um pomo de ouro, mas este não voou. A mulher imaginou que deveria ter sido o feitiço que Harry fizera enquanto estava em sua mão fechada. Ela o segurou e o observou melhor.“Merlim!” pensou. Hermione sorriu.
-É tão lindo Harry! – disse o abraçando, com cuidado para não quebrar o presente tão frágil.
No objeto havia uma dedicatória.
Para Mione, com muito carinho.
De Harry.
-Não podia deixar de trazer para você. Afinal, Havia me pedido.
-Você ouviu? – se afastou para olhá-lo.
-Eu sempre ouço – Hermione lhe deu mais um abraço, desta vez mais rápido.
-Você acha...- começou hesitante. – que eu tenho condições de passar na-
-Nem se dê ao trabalho de terminar a frase. É óbvio que sim, Hermione. Você se esforçou, tenho certeza que você foi a melhor, como sempre – ele acariciou seu queixo, Hermione se afastou por sentir como se Harry estivesse sendo fraternal... fraternal demais, isso a machucava.
-Obrigada.
-Não me agradeça. Tudo o que você tem, é, conquista e conquistará são méritos somente seus.
Hermione sentiu seu coração acelerar. Esse menino teimoso...
Ela não sabia o que dizer.
-Você me deixa sem palavras assim – falou olhando para baixo. – Mas ainda assim, não posso deixar de reconhecer que você me ajudou e me apoiou. Sempre serei grata a você.
-E eu a você – ele sorriu. – gostou do presente.
-Eu adorei – falou encontrando seus olhos.
-Isso é ótimo.
Sentada em sua cama, olhando seu presente. Hermione tentou imaginar se não amasse Harry. Se este fosse seu amigo, e só. Tudo seria mais fácil, seria mais calmo e... certo?
Ela não sabia se estaria tudo certo. Mas certamente ela estaria mais calmo, e tudo seria fácil.
Ela suspirou. O problema todo era estar apaixonada, e ponto.
Quem sabe onde estaria se não tivesse por Harry esse grande afeto? Hermione não sabia, e não fazia questão de saber.
Mas a questão é que é amor...
*******
(Continua)
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Hmmm... Espero comentários, por favor!
Beijos, desculpem algum erro e a demora!
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