Jenifer o'Sullivan
Harry, como sempre que viajava por chaves de portais, sentiu um gancho o empurrando pelo umbigo, e sentiu um grande alívio vendo-se caído, segundos depois, na conhecida sala da Ordem.
Olhou a volta. Ela não mudara quase nada desde a última vez que estivera alí. Parecia um pouco mais aconchegante, é verdade. Já não estava tão sombria, nem suja; graças as incansáveis faxinas da Sr. Weasley.
Olhou então, mais adiante. A porta da cozinha estava entreaberta. Havia uma luz fraca saindo lá de dentro pela brecha da porta.
Harry foi até lá.
Estava quase vazia, exeto por moinho de panos no chão, que era Mundungo aparentemente tirando um cochilo. No entanto, os olhos de Harry não se demoraram nele; pousaram direto na mesa. Estava cheio de rolos de pergaminho, tinteiros abertos e penas espalhadas por toda sua extensão.
É claro, pensou Harry, o ataque a R. dos Alfeneiros pegou a Ordem de surpresa, provavelmente deviam estar no meio de uma reunião importante, quando tiveram de sair com urgência para lá...
Se aproximou então, e pegou um dos rolos de pergaminho, com o coração batendo forte. Sabia que não devia fazer isso, mas a curiosdade levou a melhor. Reconhecia aquela letra.. Pertencia ao se professor de poções.. Snape.. No entanto, antes que pudesse ler sequer uma palavra, um ruído as suas costas, lhe informara que alguém entrara na cozinha. Largando depressa o pergaminho, virou-se para ver quem entrara.
Era uma moça bonita, possuia cabelos loiros que lhe caiam graciosamente aos ombros. E tinha duas esmeraldas no lugar de olhos. Harry nunca a vira antes alí. Era bastante jovem, um pouco mais velha que Tonks, um pouco mais nova que Lupin.
-Você está bem, Harry? - possuía um tom de voz preocupado e ligeiramente apreensivo. Seus olhos se demoraram nos pergaminhos da mesa, e com um movimento rápido de varinha, ela os fez desaparecer.
-Hum.. estou.. - Harry franziu a testa - Mas.. Você.. Quem é?
Ela sorriu. Harry reparou, era um sorriso bonito, com dentes extremamente iguais e perfeitos.
-É verdade, não me apresentei. Sou nova na Ordem. Me chamo Jenifer O'Sullivan.
Ela estendeu a mão a Harry, que a apertou.
-É um prazer. Hum.. Quando foi mais ou menos que você chegou aqui?
-Final de Julho. Estava na Romênia visitando meus pais, então topei com o Carlinhos que me trouxe aqui.
-Você e Carlinhos eram amigos? - Perguntou Harry interessado
-Bom, nos conhecemos lá, e ficamos amigos lá.. O que foi uma conhecidência, porque ele conhecia vários amigos meus em Hogwarts.
-Alguém da Ordem?
-É. - ela sorriu. - Bom, foi ótimo conhecer você, Harry. Mas tenho que correr. O ministério já está por lá, e eu não quero perder o espetáculo. Só vim mesmo ver se você precisava de alguma coisa.. Por ordem de Dumbledore. Mas agora já vou.
-Espere! - chamou Harry - Será que você poderia verificar uma coisa pra mim? Procure por Jane K'artier.. veja se ela e minha família estão bem.
-Certo.
Jenifer voltou a sorrir, e foi embora.
Harry saiu da cozinha e subiu as escadas. Estava preocupadocom o que pudesse ter acontecido a Jane e a Duda. Será que ele conseguira sair de lá com segurança? Será que ela estava bem? Bom.. Se não tivesse saído da casa de seus tios, não teria lhe acontecido nada.. Mas qual seria sua reação ao saber que seus pais estavam mortos? Será que tinha outros parentes?
Abriu a porta de seu antigo quarto com um rangido. Um garoto alto e desengonçado de cabelos ruivos virou-se para ele com um largo sorriso. Rony parecia ter crescido, como sempre, ainda mais alguns centímetros durante as férias.
-Harry, cara.. - Rony apertou a mão de Harry, e com a outra deu-lhe palmadinhas nas costas - Como você tem estado?
-Bem.. Na medida do possível - Harry retribuiu o sorriso do amigo - E como vão as coisas por aqui? Onde tá a Mione?
Os dois se sentaram nas camas.
-Bom.. Você não vai acreditar quando eu lhe disser..
-O que foi? Aconteceu alguma coisa com ela?
Rony, Harry pode perceber agora, carregava no rosto uma expressão de extrema preocupação.
-Não com ela exatamente.. Mas com os pais dela..
Harry sentiu o estômago afundar. Não, isso não podria ter acontecido..
-Voldemort os pegou? - perguntou com apreensão
Depois de fazer uma careta, como sempre o fazia ao escutar aquele nome, Rony confirmou com a cabeça.
Harry enterrou o rosto nas mãos por um instante. Depois levantou o rosto e encarou Rony
-Caramba.. Eu não vou dizer que não imaginei que isso não fosse acontecer... Mas.. Quando foi isso?
-Ontem. Saiu no profeta o nome dos dois hoje de manhã.
-E ela, como está? - Harry, no geral, achou que era uma pergunta muito boba, ou talvez, óbvia demais. É claro que a amiga devia estar péssima.
-Ela não está nada bem. Chorou de se acabar, e está até agora trancada no quarto. Não comeu nada, e não deixa ninguém entrar. Se bem que e podia entrar se quisesse, já que passei no exame de aparatação..
Harry não se lembrava desse detalhe. Mas como ainda não tinha 17 anos, era melhor bater na porta mesmo..
-Eu vou até lá.
-Bom.. Boa sorte - Rony - Mas.. Harry, você sabe porque o pessoal lá embaixo saiu assim tão derrepente? Escutei uma barulheira danada, avistei Dumbledore por um momento, ele parecia preocupado.
-Hm.. Eu explico depois
E saiu pela porta pra ver a amiga
Em frente ao quarto dela e de Gina, Harry bateu na porta. Esperou alguns segundos e não houve resposta.
Bateu mais um pouco e disse em voz alta:
-Mione, abre a porta! Por favor, quero falar com você..
Passaram 5 segundos até escutar a chave girar sob a fechadura, e pouco depois a amiga aparecer de trás da porta. Ela aparentava estar mais bonito do que antes, apesar dos olhos inchados. Deixara os cabelos crescerem um pouco mais do que o natural, e não pareciam tão cheios como da última vez.
Harry contemplou a imagem de tristeza da amiga por um segundo, e logo depois lhe deu um abraço de solidariedade.
E ela voltou a chorar; Harry sentiu as lágrimas molharem sua camisa.
-Mione.. Não chora - disse ele baixinho ainda abraçando-a forte - Às vezes isso acontece, e a gente tem que seguir em frente, de cabeça erguida..
Hermione ergueu os olhos inchados pra ele e disse:
-Ah Harry.. Eu q-queria s-ser como v-você..
-Eu se você não desejaria isso.. - Harry achou que seria cruel de mais lembrar-lhe que até aquele momento não perdera apenas seus pais.
-É q-que você é tão f-forte..
Harry encaminhou-a para dentro do quarto, segurou seus ombros e olhou diretamente nos olhos dela
-Não Mione.. Eu não sou tão forte assim. Eu também choro por minhas perdas, e isso não quer dizer que eu seja covarde nem nada.. mas apenas indica que tanto eu como você, amamos. Apenas isso Mione..
Harry desejou não ter dito isso, porque ele soltou um lamento ainda maior..
-Ah Harry.. Eu n-não quer-ria tê-los p-perdidoo..
Harry continuou a abraçá-la forte por algum tempo.. Sentiu raiva de Voldemort por fazê-la sofrer assim.. No final, era tudo culpa de Voldemort..
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!