Uma nova Amiga



Mais um dia ensolarado chegara, e Harry Potter ainda não havia se levantado da cama. Mas acordado ele estava... Na verdade quase não durmira; e nem haveria como. Ele sabia que no mundo dos bruxos muitos estavam se sentindo tão ansiosos quanto ele; afinal de contas Voldemort voltara, e isso agora não era segredo para ninguém. Após o Ministério descobrir no fim do último ano letivo que o bruxo realmente estava de volta, o Lord das Trevas agora reaparecia todos os dias na primeira página do Profeta Diário; cada vez envolvido em notícias mais trágicas: mortes, torturas de trouxas, maldades, desespero...

E Harry mais do que nunca sentia um aperto muito grande no coração. Seu padrinho morrera no mesmo dia em que Voldemort fora descoberto pelo Ministério. Cada vez que se lembrava de sua morte, sentia que perdia Sirius novamente... Para piorar a situação do garoto, Dumbledore lhe contara uma história que ele ainda desejava ser mentira. Mesmo que soubesse que não poderia não ser verdade; Dumbledore não mentiria.. Não inventara a história da profecia. Às vezes, ele é quem desejava que tudo não passasse de uma brincadeira. Como ele poderia um dia conseguir matar Voldemort? Era muito mais fácil o bruxo matá-lo antes que ele pudesse gritar por socorro.

E como sempre, essas férias de verão estavam sendo tão monotamente chatas quanto de costume. Mas Harry não deixava de pensar que poderia estar muito pior... No fim do seu 5º ano, Olho-Tonto Moody ameaçara o tio Válter, de modo que ele estava um pouco menos insuportável nessas férias. Deixara de gritar tanto, ao que Harry ficou grato; mas ainda continha aquela arrogância de sempre... Harry achou que já estava muito bem assim, e era melhor não começar a se queixar.

Finalmente se espreguiçou, e devagar, muito devagar, trocou de roupa.

Ao entrar na cozinha, encontrou Tio Válter sentando na mesa comendo um grande pedaço de seu sanduíche de verduras. Parecia estar muito consentrado no noticiário da tv. Duda não estava lá, e Tia Petúnia, com aquela sua cara de cavalo de sempre, olhava com petulância para Harry por cima do ombro do marido.

-Será que não lhe comprei um pente semana passada? - disse com a voz cortante

-Sei disso - respondeu Harry - mas não tenhu tido tempo pra pentear o cabelo..

-Ora, e porque não? - respondeu a tia num tom ríspido - O que você tanto faz naquele quarto, que não arranja nem sequer um tempo para pentear o cabelo?

Harry sentou-se na mesa e lançou um olhar mal-humorado tia:

-Porque afinal de contas está tão interessada em meu cabelo?

-Porque a namorada do Duda vem aqui hoje - disse a tia servindo a Harry um mínimo pedaço de bolo ao sobrinho - E não quero que fassa meu filho passar vergonha.

Harry olhou assustadopara a tia

-Que? O Duda tem uma namorada?

-Sim. - disse ela indiferente - Ela se mudou pra nossa rua a pouco tempo. E é uma garota muito bonita.

Ao dizer isso, a tia lançou-lhe um olhar faiscante, como se o desafiasse a rir. E foi só por causa disso que ele não riu. Estava louco pra ver que tipo de idiota namoraria o Duda. A não ser que fosse tão uma garota tão idiota quanto ele!

-Então, como estou?

Harry quase caiu da cadeira.

Duda entrou na cozinha, mais ridículo do que Harry já o vira. Usava um terno preto e uma gravata listrada; havia feito alguma coisa no cabelo, porque ele agora estava duro e crespo. Um exagero, na opinião de Harry, e ainda mais a essa hora da manhã.

-Dudiquinho, meu amor - Tia Petúnia correu até ele - Você está lindo!

-Esse é o meu filhão! - Tio Válter finalmente desgrudara a cara do jornal, e olhara para outro lado. Havia uma espécie de orgulho em sua voz.

Duda sentou-se na mesa, e encarou Harry com um olhar de superioridade:

-Você foi o único que não disse nada. Será que tem inveja?

Harry deixou escapar uma risadinha

-Inveja de que Duda?

-Eu tenho uma namorada. Você não tem. Eu visto roupas elegantes, e você não.

-Não conheço nenhum cara normal de 16 anos que use terno pela manhã. E se eu tivesse uma namorada, não diria a você, não é mesmo?

-Ele está só com ciúmes Dudinha - disse Tia Petúnia tentando alisar o cabelo do filho, mas só o que conseguiu foi passar mão em pedra.

Harry fez cara de descrensa pelo comentário da tia, mas resolveu não discutir.

-Então Válter? - Tia Petúnia, que havia desistido de passar a mão no cabelo empapado de gel do filho, dirigiu-se ao marido que olhava a tv com atenção - alguma notícia que preste?

-Oh, sim - disse ele com a boca cheia de comida - Estão aparecendo mortes estranhas por toda a parte. Os médicos não sabem explicar de que essas pessoas morreram. Talvez seja alguma epidemia de horror ou coisa do tipo; só não imagino do que possa se tratar...

O Tio parou de falar, e olhou com atenção para Harry:

-Isso não tem nada a ver com seu pessoalzinho, não é mesmo? - disse com a voz engorgolada de comida, e lançando um olhar cortante a Harry.

-Se estiver se referindo aos bruxos... - Tio Válter inchou sua carapuça vermelha. Não adimitia palavra "bruxos" em sua casa; mas desta vez pareceu se controlar - Pode ter certeza de que sim.

-Como disse? - Tia Petúnia levantara os olhos para o sobrinho - Está querendo dizer isso tudo pode ser efeito daquele Lord...

-Vol das quantas? - interrompeu Tio Válter olhando depressa de Harry para a esposa.

Harry suspirou antes de responder. Era realmente estranho estar tento aquele tipo de conversa pacífica sobre Lord Voldemort no meio de um café da manhã, com Duda vestindo um terno ao seu lado.

-É.

Tio Válter e tia Petúnia se entreolharam; tio Válter sem expressão, completamente tranquila; e Tia Petúnia com a boca entreaberta.

Mas tudo, e todas as expressões de horror foram interrompidas pelo som da campanhia.

Duda arregaçou os ombros cheio de si, e se levantou para atender a porta.

Tia Petúnia pareceu voltar a sua expressão normal, e olhou para Harry com repugnância:

-Suba já! Agora! Quero que vá pentear o cabelo!

Harry, sem fazer objeções, saiu da cozinha e subiu as escadas antes da tal garota entrar.

Mas, ao entrar no quarto, sentia que não estava a fim de pentear o cabelo, nem nada.. Ia escrever a Rony e Hemrione, era o melhor que poderia fazer.



Caros Rony e Hermione, (ele agora escrevia aos dois ao mesmo tempo, já que presumia que estivessem juntos na Ordem)



Resolví lhes escrever porque já faz dois dias que não dou notícias, não que eu tenha alguma coisa importante para falar, claro...

Hoje Duda está recebendo sua namorada lá embaixo. Tia Petúnia mandou que eu subisse para me pentear, mas acho que não estou a fim. Na verdade, estou bem curioso quanto ao tipo de garota que namoraria Duda... Deve ser tão idiota quanto ele.

Mas não farei comentários precipitados, afinal de contas, ainda não a ví. Embora, devo lhes dizer, não espero muita coisa.

Por aqui tudo continua na mesma. É bom saber que está tudo bem com vocês.

Como eu já tinha lhe mencionado em outra carta, Rony, eu já esperava que Fred e Jorge entrassem para a ordem; e não estou surpreso com a atitude deles de não contarem nada para vocês. Embora, a gente já tenha uma boa idéia do que pode estar acontecendo, graças ao Profeta Diário.

Ah, Mione! Avise ao Dumbledore que estou cumprindo direitinho às órdens dele de não sair de casa após o anoitecer. Ele vai gostar de saber que não me rebelei depois do que aconteceu no fim do último ano letivo...

Embora eu deva lhes dizer, nem de dia estou saindo muito.



Mandem abraços meus a Lupin, Tonks, e todos os outros.



Harry (me tirem logo daqui!!!)




É ficara bem boa... Não conseguira transpassar o que ele estava sentindo em relação à morte de Sirius, isso era o mais importante. Não queria preocupar os amigos, agora que todas aquelas mortes estavam aparecendo. Principalmente Hermione. Os pais dela eram trouxas, e com certeza um alvo muito maior...

E ele sabia que ela estava preocupada com isso, mesmo que não tivesse o mencionado em nenhuma das cartas que lhe mandara.

Seus pensamentos foram interrompidos, quando Edwiges voou até ele, oferecendo a perna para levar a carta.

-Leve até a Ordem, está bem? - Sussurrou o garoto

Como sempre a coruja piou baixinho, e partiu.

Curioso como Harry estava para ver a namorada de Duda, deu uma rápida penteada nos cabelos , mesmo que não adiantasse de nada, e saiu do quarto.

E Ainda em cima das escadas, já dava pra vê-la.

"Uau" Harry pensou sorrindo pra sí mesmo.

A tal garota parecia ter a idade dele. Tinha cabelos castanho escuros, muito brilhantes e sedosos, bem ondulados; e mesmo daquela distância, já conseguia ver seus olhos azuis, muito claros. Ela vestia uma calça jeans com detalhes escuros na perna, uma blusa rosinha claro.

Era linda.

E Harry ficou alí parado olhando pra ela.

-Aquele é o meu primo - Harry escutou a voz do primo chegar em seus ouvidos, e voltou a normalidade.

Viu a garota se virar para o lado, e sorrir para ele. Harry então, desceu o restos das escadas. Viu agora, que Duda se sentia um vedadeiro supetão dentro daquela roupa, à julgar pela sua expressão.

-Hum... Oi - disse Harry quando já estava bem na frente da garota.

Ela estendeu-lhe a mão ainda sorrindo.

-Prazer

Harry apertou-a devolvendo o sorriso. Agoria que a via de perto, percebia ainda mais sua beleza... "O Rony ia gostar dela" pensou para sí mesmo. O sorriso dela era realmente muito bonito, tinha um rostinho de boneca.

-Me chamo Jane K'artier, e você deve ser o Harry.

Ela ainda sorria, e Harry percebeu que ele ainda apertava sua mão, levando-a para cima a para baixo, abobalhado.

Soltou-a.

Ela então virou-se para Duda:

-Vejo você e seu primo amanhã então?

-Ah... - Duda olhou de Harry para Jane - Como assim? Meu primo tem de ir junto?

-E qual o problema? - a garota olhou rapidamente para Harry também - É uma festa para toda a vizinhaça. Ele também é meu convidado.

-Hum... Certo - Duda sacudiu os ombros tentando mostrar indiferença - Está combinado então.

Ela sorriu para eles, e foi embora pela porta.

Instantaneamente Duda se virou para Harry, e apontou um dedo ameaçador para ele:

-Jane vai dar uma festa amanhã na casa dela às 8 horas, e é melhor você nem pensar em ir!

Harry olhou-o de cima abaixo

-Você entendeu o que eu quis dizer quando falei que estava ridículo com essa roupa?

Duda mordeu o lábio

-Você não me disse isso - vociferou ele

-Não diretamente - respondeu Harry - eu devia saber que você é burro de mais para entender. Da próxima vez, use apenas uma camisa e calça jeans.

Harry então deu as costas ao primo, e subiu as escadas.

Então a tal namorada do Duda ia dar uma festa.. E chamara ele? É claro que ia! Não importava se Voldemort estava a solta por aí assassinando pessoas, nem importava que ele era só seguro dentro da própria casa, e nem que não podia sair dela após o anoitecer.

Problema de Dumbledore se achava que ele ia aguentar tudo isso por muito tempo. E problema dele se não mandara alguém buscá-lo antes dessa. Não ia perder a festa de jeito nenhum!

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