Capítulo 11
Autora: Rosana
Revisora: Marjarie
Capítulo 11
Ao chegarem à sala do Diretor Dumbledore, os alunos que haviam ficado dentro da Zonko’s logo foram liberados, restando apenas Harry, Cassie, Mione e Rony, que não ajudaram muito, pois não haviam visto ninguém. Logo que terminaram de explicar ao Diretor o que havia acontecido,Tonks bateu à porta entrando.
- Segui algumas pegadas mas elas desapareceram de repente, indicando que quem está por trás disso desaparatou.
- Quantas pessoas? – Dumbledore perguntou.
- No mínimo duas.
- Três. – uma voz disse da porta.
Lupin entrou na sala nesse momento.
- Segui um dos atacantes mas não deu para ver quem era, estava com uma capa e capuz escuro.
Os garotos se entreolharam, todos pensando a mesma coisa. Comensais da Morte.
- Eu não vi vocês na vila. – Mione disse olhando-os
- Não era para ter visto mesmo. – Lupin falou sorrindo.
- Estavam seguindo a gente? – Harry perguntou meio arisco.
Tonks e Lupin olharam para Dumbledore que acenou silencioso indicando que eles podiam sair.
O diretor olhou os garotos um a um. Parou em Harry, fitando-o atentamente.
- Acha mesmo que eu deixaria você sem proteção? Depois de tudo o que aconteceu no ano passado?
- Eu posso me cuidar sozinho. – falou mais agressivo do que pretendia, mas um toque em sua mão calou-o. Cassie segurou-a com força, sem fitá-lo.
Harry percebeu que havia se irritado por pouco. Sabia que era para sua proteção, mas não gostava de ficar por fora do que acontecia. Soltou um profundo suspiro.
- Desculpe. – disse depois de alguns segundos.
Dumbledore deu um sorrisinho maroto.
- Tenho um assunto para conversar com vocês. Sobre as Festas do Natal.
- Nós vamos passar em casa. – Rony disse.
- Acho que eu já posso sair, não é? Afinal vou ficar em Hogwarts. – Cassie disse olhando o professor.
- Como assim? Claro que não pode sair. Você vai também. – Rony disse à garota.
- Ah Rony, imagina, sua mãe me receber assim de repente.
- Minha mãe adora ter a casa cheia.
- Cassandra. – Dumbledore a chamou. – Você precisa ir a Londres, sua audiência para alteração do sobrenome, foi marcada.
- Sério? – Cassie perguntou ansiosa, apertando mais a mão de Harry sem perceber.
- Talvez fosse melhor mesmo que passasse o Natal na Toca. Arthur poderá ir com você até o Ministério.
- Eu não gostaria de me impor.
- Eu duvido que você faça isso. Além do mais há alguém na Toca que espera ver você. – Dumbledore disse em tom conspiratório.
Cassandra olhou o diretor sem saber a quem ele se referia, quando de repente ela entendeu. Deu um sorriso de pura animação.
- Então eu vou. Mas Rony... – falou virando-se para o garoto. – Mande uma coruja à sua mãe, não quero chegar de surpresa.
- Feito.
Harry olhou de Dumbledore para Cassandra. Quem estaria na Toca esperando a garota?
HPHPHP
Quando os quatro adolescentes entraram na sala comunal havia duas corujas esperando-os. Uma era Pichi com uma carta para Rony de sua mãe, e Edwina com uma carta para a surpresa Cassandra. Na verdade eram duas, uma da Sra. Weasley convidando-a para o Natal e a outra de uma pessoa que há muito ela não via.
- Sua mãe mandou uma carta convidando-me para o Natal Rony. – Cassie disse a ele. – Acho que o diretor já estava com tudo esquematizado. – falou sorrindo.
- E a outra? – Rony perguntou curioso o que Hermione e Harry não tiveram coragem de perguntar.
Cassandra deu aquele sorriso matreiro tão característico dela.
- É do seu irmão.
Três pares de olhos surpresos encararam a garota. Ela deu risada e explicou a eles que conhecera Carlinhos na Romênia.
- Eu não acredito que você não nos contou isso antes. – Rony falou surpreso.
- Não houve oportunidade. – ela falou em tom de desculpas, dando de ombros.
- Como você o conheceu? – Mione era a curiosa agora.
- Quando um filhote de dragão fugiu da área protegida e foi parar em Scarisoara. – Cassie deu risada lembrando-se do episódio. – Na verdade vocês o conhecem. Lembram do Norberto?
- Você tá brincando? – Rony estava espantado.
- Nossa, que coincidência. Engraçado como a vida se entrelaça não? – Mione falou pensativa.
Cassie encarou Harry que havia ficado estranhamente silencioso. Destino! O destino de novo entrelaçando as vidas de Cassie e Harry.
- Que foi? – ela perguntou ao garoto.
- Hã? Nada. – Harry falou saindo de seus pensamentos.
- Você estava muito quieto.
- Acho estranho você não ter comentado que conhecia o irmão do Rony. – ele falou como quem não quer nada.
Cassandra olhou-o de cenho franzido, querendo entender onde ele queria chegar com aquele comentário. Sorriu. Um sorriso cheio de significados.
- Tá com ciúmes?
- Quer parar com isso? – ele retrucou meio irritado.
- Você está com ciúmes. – ela confirmou dando risada. – Não se preocupe. Não gosto de homens mais velhos.
E com essa saiu do salão dirigindo-se ao dormitório.
- Você tá caidinho. – Rony provocou o amigo, ao que Hermione acenou concordando.
HPHPHP
O segundo jogo de quadribol seria contra a Sonserina. O time inteiro estava atento contra as armações de Malfoy, ainda não haviam esquecido do que ele aprontara com Cassandra no lago.
- Vocês querem parar com isso? – Cassie se irritou com Harry e Rony que a ladeavam antes de entrarem em campo. – O que vocês acham que poderão fazer na hora do jogo? Você estará no gol. – falou virando-se para Rony. – E você estará atrás do pomo. – olhou para Harry. – Eu terei que me virar sozinha.
- Você está com a sua varinha? – Harry perguntou nem fazendo conta das palavras dela.
- Treinou aquele feitiço de proteção? – foi a vez de Rony perguntar.
- Acho bom você ficar atenta mesmo. – Gina disse ao passar por eles.
- Não vai acontecer nada demais. Malfoy não terá coragem de usar algum feitiço durante o jogo, com todo os professores olhando. – Cassie falou tentando aparentar despreocupação.
Rony e Harry se entreolharam. Não concordavam com a garota, teriam que ficar de olho em Malfoy, ou melhor, no time todo.
- Eis o nosso segundo jogo. E o time da Grifinória vem com tudo. Espetacular esse time, vôos incríveis como nunca se viu. Harry nosso apanhador é o melhor dos melhores dos últimos 100 anos.
- Menos Sr. Creevey. – Professora McGonaggal pediu ao garoto.
- E Madame Hooch apita o início do jogo, vai começar! – Denis gritou inflamando a torcida inteira.
Draco olhou Cassandra com tanto ódio que ela teve um leve estremecimento. Mas o que fizera com esse garoto para ele ter tanta raiva assim? Não poderia ser somente por causa de algumas provocações, a menina pensava enquanto voava atrás de um dos artilheiros. Bom, na verdade, tinha que admitir que pegara pesado com ele em algumas vezes, como quando lhe dera um soco, pensou sorrindo marota. Um balaço passou voando por cima de sua cabeça, assustando-a.
- Presta atenção Cassandra. – Gina gritou.
- Tá. – melhor parar de pensar em Malfoy seboso, e começar a jogar.
Harry procurava o pomo freneticamente, tinha que achá-lo logo para esse jogo terminar o mais rápido possível. Estava com uma sensação de que algo aconteceria. A cada segundo de sua procura, seu olho batia em Cassandra, e voltava para Malfoy. Desse jeito não conseguiria achar a droga do pomo, pensou começando a se irritar. Ainda bem que pelo menos o apanhador da Sonserina estava longe de Cassandra, o que não poderia dizer de Crabbe e Goyle, os dois estavam empenhados em rebater balaços em direção à garota, mesmo quando ela não estava de posse da goles. Colin e Kirke estavam dando um duro danado.
- Grande gol de McDonald. – Denis gritou. – Essa garota foi realmente um achado da nossa capitã Weasley.
Cassie mal vira o gol, desviando-se de outro balaço, já tinha notado o capitão do time adversário ralhando com os batedores por não marcarem as outras artilheiras da Grifinória. Pelo visto eu sou o alvo da vez, Cassie pensou dando uma risadinha. Sorte que sua Firebolt não negava fogo, conseguira escapar de todos os balaços por enquanto.
Harry acima dos jogadores voava de um lado a outro do campo em busca do pomo de ouro, até que um pontinho brilhante piscou para ele à frente. Voou veloz em sua direção.
- Ele encontrou! – foi o grito de Dênis que chamou a atenção de todos para o alto do campo. - Harry voa impiedosamente em direção ao pomo, cortando as nuvens em um vôo veloz... seu cabelo balançando com a ferocidade do vento, seu rosto determinado banhado pelos raios solares. Isso é lindo. – gritava poeticamente o narrador.
Enquanto a atenção de todos se concentrava em Harry e no pomo, o jogo abaixo continuava. Cassie ergueu o olhar por um segundo, quando sentiu uma picada no pescoço. Bateu a mão, achando que pudesse ser um mosquito, mas pensou de novo ao ver a sua frente Goyle se afastando, olhando para trás com um sorriso sardônico.
Cassie ficou surpresa pelo enorme garoto ter se aproximado e ela ao menos ter percebido.
Os gritos da torcida disseram-lhe que Harry conseguira agarrar o pomo, ainda bem porque de repente, estava começando a ver tudo meio nebuloso. Agora tinha certeza de que não fora picada por mosquito coisa nenhuma. Goyle havia feito algo. Mas o quê?
Começou a descer com a vassoura, mas parecia se mover em câmara lenta. Ouviu alguém gritar seu nome, quis elevar o braço e dizer que tudo estava bem, mas nunca soube se conseguiu. Caiu no chão e tudo a sua volta escureceu.
HPHPHP
- Eu não entendo. Como essa garota pode ter consumido tão grande quantidade de veratrina?
- Ela não consumiu. – Harry gritou irritado com Madame Pomfrey.
- Estava no sangue dela Potter.
- Alguém fez isso. Cassie nunca tomaria nenhuma droga.
- Eu concordo. – Gina disse. – A Cassie é uma excelente jogadora, não precisaria tomar nenhuma droga, ainda mais uma que baixasse a pressão.
- Ela poderia estar nervosa com o jogo.
- De jeito nenhum. – Harry se inflamou de novo. – Ela estava tranqüila.
- Por causa da droga. – Snape disse entrando nesse momento na enfermaria.
- Ela não usa drogas. – Harry falou perigosamente baixo. Já era ruim o suficiente ouvir de Madame Pomfrey que Cassie injetara alguma droga em si mesma, de Snape então, tornou-se insuportável.
- Abra os olhos garoto. – Snape falou irônico. – Sua amiguinha anda mexendo com droga pesada.
Cassie de olhos fechados ouvia Madame Pomfrey e Snape falando de drogas, e Harry em sua defesa. Queria abrir os olhos e falar o que acontecera, mas estava difícil, até sua língua parecia estar cansada. Mas teria que se esforçar. Não podia deixá-los acreditando que tomava drogas. Logo ela, que odiava até cigarros.
- Hn... – resmungou e não saiu nada.
Pelo menos o resmungo parara com a gritaria.
- O quê? – Harry perguntou inclinando-se.
- Har...ry.
- Estou aqui. Que foi Cassie? Quem fez isso com você? – ele perguntou preocupado.
Ela só não sorriu porque seus lábios não se moveram.
- Pes... – tentou e só saiu a primeira sílaba.
- Pés? – Rony perguntou confuso.
Cassie deu um grunhido irritado.
- Co... – continuou, mas era difícil. – Ço. – suspirou de alívio.
Harry olhou os amigos. Entendera bem?
- Pescoço? – Rony traduziu.
- Acho que Cassandra quer que vocês olhem seu pescoço. – uma voz tranqüila disse da porta.
- Professor Dumbledore! – Madame Pomfrey exclamou.
Harry rapidamente fez o que o professor disse, afastando os longos cabelos dela, encontrou uma marca vermelha.
- Está vendo? – virou-se mostrando para a enfermeira. – Alguém injetou algo nela.
Madame Pomfrey abaixou-se examinando o lugar da ferida.
- Você tem razão. Mas quem faria uma coisa dessas?
Harry, Rony e Hermione trocaram um olhar entendido.
- Cassandra. – Dumbledore abaixou-se próximo à menina. – Você viu quem fez isso?
- Hum... – ela resmungou tentando acenar que sim.
- Pode me dar um nome?
Cassie parou tentando pensar por alguns segundos. Na verdade não tinha certeza do que acontecera, ou melhor, não vira se de fato Goyle injetara algo em seu pescoço, sua certeza vinha do fato de que ele passara próximo, sorrira de forma esquisita, era amigo de Malfoy, e Malfoy disse que se vingaria. Mas quantas vezes ele pretendia se vingar? Por Vlad, cansara só de pensar nisso. Melhor dormir um pouco.
- Acho que ela dormiu. – Dumbledore disse levantando-se.
- Quem garante que ela mesma não injetou a droga no pescoço? – Snape falou.
- Acredito que ela injetaria em um lugar mais escondido professor. – Hermione disse baixinho.
- Quem foi que perguntou algo a você, garota intrometida. – Snape rosnou.
- Hermione está certa. – Dumbledore disse olhando por cima de seus óculos, para Snape. – Não quero isso ventilado pela escola. Severus! Madame Pomfrey! – falou aos professores, incluindo os garotos em seu olhar, mas nem precisaria pedir a eles.
Snape saiu rodando suas vestes negras.
- Acho que Snape preferia que um dos nossos jogadores tivesse se drogado. – Rony disse. – Aí a Sonserina teria ganhado.
- Professor Snape. – Dumbledore o corrigiu. – Vamos deixar Cassandra descansar, depois ela nos contará o que de fato aconteceu.
Dumbledore e os garotos se dirigiram para a porta, mas Harry sentou-se em uma cadeira, próximo à cama de Cassie.
- Vou ficar. – falou sem olhar para os amigos.
- Harry... – Hermione começou.
- Deixa ele. – Rony pediu à amiga.
Dumbledore ficou alguns instantes olhando os dois, soltou um profundo suspiro e saiu fechando a porta.
Harry se sentia culpado. Se ele não tivesse desviado a atenção de todo mundo durante a captura do pomo nada disso teria acontecido. Droga! Ficara tão preocupado, com a possibilidade de Malfoy fazer algo contra Cassie, que nem se dera conta que o garoto tinha uma estratégia. De cabeça baixa, ficou ao lado de Cassie durante o que lhe pareceram horas.
- Harry! – Cassie sussurrou da cama.
Ele ergueu a cabeça num susto.
- Cassie! Você está bem? – perguntou ansioso.
- Sim. – a voz parecia estar mais forte dessa vez e a língua menos cansada. – O que houve?
- Você não se lembra?
- Quero dizer, o que houve com você.
- Comigo? Nada. – ele disse desviando a vista.
- Você não me engana.
- Diga você o que houve.
- Acho que foi o Goyle.
- Você viu o que ele fez?
- Não. Por isso que acho que foi ele. Estava perto de mim quando você capturou o pomo, eu desviei a vista por um segundo então senti a picada... – Cassie parou de falar o ver Harry baixar a cabeça. – Mas o que acontece com você?
- Foi minha culpa.
- O quê? De onde você tirou essa idéia? – Cassie perguntou irritada.
- Se eu não tivesse capturado o pomo, você não teria se distraído, e talvez alguém tivesse visto o que o Goyle fez. Eu estava com tanta pressa de pegar o pomo que nem imaginei...
- Pára com isso. Desde quando você deu prá ser mártir? Você e Rony cansaram de me dizer que algo ia acontecer, eu baixei a guarda. Queria tanto ver você capturando o pomo, que não resisti em olhar. – ela falou com um sorriso meio que fascinado na direção dele.
Harry encarou Cassie nos olhos e viu um brilho de admiração neles.
- Sério?
- Claro, ainda mais com seu cabelo balançando com a ferocidade do vento, seu rosto determinado banhado pelos raios solares. – ela não resistiu em fazer piada com o que tinha ouvido da narração de Dênis.
Harry caiu na risada.
- Você ouviu?
- Lógico. Ele te ama.
- Queria que outra pessoa me amasse. – ele falou tão de repente que assustou aos dois.
Ficaram se encarando. Ambos analisado o que Harry havia dito.
- Talvez ela o ame. – Cassie disse baixinho.
Harry ia dizer algo quando um estalo forte ao lado da cama assustou os dois.
- Dobby!
- Harry Potter! Dobby feliz em ver Harry Potter. – o pequeno elfo aproximou-se de Harry abraçando-o pelas pernas.
Cassie deu um sorriso ao ver a cena, não havia quem não gostasse de Harry. Isto é, tirando certos seres das trevas que dormiam nas masmorras, mais alguns comensais da morte, isso sem falar em Voldemort. Hum, pensando bem, havia muitas pessoas que não gostavam de Harry, ou melhor, que temiam o poderoso Harry Potter. Cassie divagava sorrindo tolamente, a tal droga deveria ser mais potente do que imaginara. Voltou a atenção para o elfo que falava agora com ela.
- Princesa Cassandra, Dobby feliz também por vê-la de novo.
- Deixa o princesa de lado Dobby. Tem notícias do Dudu? – ela perguntou a ele.
- Sim, sim. Dulas diz que castelo triste sem a princesinha, todos os elfos sentem falta das visitas na cozinha e das travessuras da menina.
- Também sinto falta do Dudu.
- Mas mestre de Dulas não anda bem, não anda mesmo.
- Ele está doente? – Cassie se interessou.
- Dulas diz que ele age estranhamente. Senhora não pára de chorar, e senhor não para de gritar com todos.
Cassie e Harry trocaram um olhar de pena pelos pobres elfos que sofriam as conseqüências das inconstâncias de seus donos.
- E você Dobby. Vai bem? – Harry perguntou.
- Ah Harry Potter é extremamente gentil em se interessar por Dobby. – o elfo tinha os olhos brilhantes ao fitar Harry. – Mas a cozinha já não é a mesma desde que aquele outro veio para cá.
- Que outro? – Harry perguntou.
- Monstro. – Dobby respondeu baixinho.
Harry segurou a respiração por alguns segundos, tinha esquecido da existência de Monstro. Cassie percebeu a alteração de expressão de Harry, em segundos a tranqüilidade deu lugar à fúria e ele se virou rapidamente seguindo para a porta.
- Harry! – Cassie chamou levantando-se rapidamente da cama. – Uou! – exclamou quando uma vertigem forte a derrubou de joelhos.
- Cassie! – Harry virou ao ouvi-la, aproximou-se rápido ajudando-a. – Você está bem?
- Tô. – falou piscando várias vezes para focalizar melhor. – Nossa, essa coisa derruba mesmo.
- Não deveria ter se levantado.
- Caramba Harry, você ia saindo daqui que nem um furacão. Com uma cara, de quem ia matar um. Queria que eu fizesse o quê?
- Desculpa. – ele pediu.
- Culpa de Dobby. – o elfo disse ao lado deles, os dois garotos olharam-no espantados, haviam até esquecido que ele ainda estava ali. – Se Dobby tivesse ficado quieto e não falado nada sobre... – tapou rapidamente a boca com a sua grande mão nodosa, jogou-se no chão rolando de lado para outro tentando se conter para não dizer o nome de Monstro, temendo outra reação furiosa de Harry.
- Esse Monstro... É ele? – Cassie perguntou.
Harry começou a andar de um lado para outro.
- Não consigo pensar nele e manter a calma. Havia me esquecido que Dumbledore o traria para Hogwarts. Aliás, ele é seu. – disse virando-se para Cassie.
- Meu? Como assim meu? Você é o herdeiro do Sirius.
- Não senhora, você que é. É uma Black.
- Ainda não sou.
- Mas será.
- Eu não o quero.
- Não podemos mandá-lo embora. Ele sabe muita coisa.
Dobby acompanhava a troca de palavras como se estivesse vendo uma partida de tênis.
- Ele é seu.
- Não Cassie, é sua responsabilidade.
- Sua.
- Se for minha acabo matando ele.
- E o que o faz pensar que eu o deixaria vivo? – Cassie retrucou agora já ficando brava.
- Você não o conhece. Não sabe o que ele fez, como ele fala do Sirius.
- E você quer me empurrar esse ser nefasto para cima de mim?
- Melhor com você, ficará mais seguro.
- Não quero.
- É sua responsabilidade como filha do Sirius.
- Não é não.
A discussão acabou acordando madame Pomfrey, que apareceu irritada.
- Mas o que é essa gritaria toda?
Os dois continuaram a falar ao mesmo tempo, nem dando atenção à mulher, com Dobby pedindo ora a um ora a outro que eles se acalmassem, até que o pequeno ser colocou ambas as mãos na cabeça. A coisa toda poderia ter ficado pior se Dumbledore não aparecesse nesse momento, ficou alguns segundos ouvindo, e entendeu o que estava acontecendo.
- Você vai ter que cuidar dele.
- De jeito nenhum. Se você não quer porque eu deveria querer? Cuida você dele.
- Cassie, Monstro é seu.
- Não é não.
- É sim.
Um assovio alto o suficiente para quebrar algumas janelas calou-os na mesma hora. Ambos viraram-se para dar de cara com o professor Dumbledore baixando um apito que ele conjurara. Viram Madame Pomfrey irritada por ter sido acordada com aquela gritaria e Dobby com os dedos nos ouvidos.
- A culpa é sua. – Cassie falou virando-se para Harry.
- Você começou dizendo que ele era meu.
- Mas ele é seu.
- CALADOS! – agora professor Dumbledore gritou, uma coisa totalmente atípica, e tão surpresos os garotos ficaram que silenciaram no mesmo momento. – Assim está melhor.
- Diretor, eu não consegui calá-los, pareciam duas matracas. – Madame Pomfrey disse.
- Está tudo bem. Eu cuido desses dois. – o diretor disse olhando-os severamente.
Cassie sentou-se na cama de pernas cruzadas enquanto Harry sentava ao seu lado. Dobby ainda mantinha os dedos nos ouvidos. – Aparentemente a senhorita está se sentindo melhor? – Dumbledore perguntou para Cassandra, que deu um sorrisinho sem graça. – Pode me contar agora o que aconteceu no jogo?
Cassandra repetiu o que dissera a Harry, e Dumbledore ficou satisfeito com a explicação, apesar de que não poderia acusar ninguém, já que ela não tinha certeza de que fora Goyle mesmo que injetara a droga.
- Agora quanto à discussão. Monstro fica na escola por enquanto. Está bem assim para vocês dois? – perguntou alternando o olhar entre os dois garotos, que acenaram concordando.
- Acha que é seguro? – Harry perguntou.
- Os outros elfos estão de olho nele. Não é mesmo Dobby? – Dumbledore perguntou ao pequeno elfo que balançou a cabeça concordando, com tanta velocidade que Cassie pensou que ela fosse saltar do pescoço. – Harry, acho que está na hora da sua aula. – continuou, virando-se para o garoto.
Harry olhou pela janela, somente nesse momento reparando que havia amanhecido.
- Eu vou também. – Cassie falou levantando-se, mas teve que se apoiar na cama para não cair novamente.
- Acredito que você tenha que ficar mais um pouco na enfermaria. – Dumbledore disse à menina, puxando uma cadeira para sentar-se ao lado da cama.
Harry fitou Cassie, ia dizer algo, quando desistiu, virou-se para a porta sem dizer mais nada.
- Ele é um turrão. – ela falou em tom de resmungo.
Dumbledore sorriu da cara emburrada de Cassandra.
- Você não fica atrás não é mesmo?
- O senhor acha? Caramba, eu me acho uma simpatia. Sou turrona mesmo? – ela perguntou espantada.
Dumbledore, para espanto de Cassie deu uma gostosa gargalhada, o que acabou fazendo-a rir também.
- Mas vamos agora falar de coisas sérias. – ele mudou o tom da conversa rapidamente. – Cassandra, não estou muito convencido de que o ataque em Hogsmead foi contra Harry.
- Não? – Cassie ficou surpresa com o que Dumbledore disse. – Está falando isso por causa do desaparecimento do professor Osbert não é? Acha que ele pode ter dado com a língua nos dentes. Sem querer é claro. – ela completou.
- Isso, e por causa de rumores sobre um novo plano de Voldemort.
- Rumores que Snape passou para o senhor? – ela perguntou irônica.
- Professor Snape, Cassandra. – Dumbledore a corrigiu, extremamente sério.
- Olha só professor, até entendo porque o senhor confia nele. Bom, na verdade eu não entendo. – ela se corrigiu. – Não sei de onde vem toda essa confiança no Snape. – ela ergueu o braço quando Dumbledore ia cortá-la novamente. – Professor Snape. – falou. - Nem quero saber os motivos pelos quais o senhor sempre fica do lado dele, eu vou ser honesta, ele não gosta dos Grifinórios, tem um ódio mortal do Harry pelo que passou na adolescência nas mãos do pai dele, e de quebra acabou me odiando pelos mesmos motivos. Para ele nem interessa que eu nunca tenha conhecido o Sirius. E para completar, eu também odeio ele. – ela falou tudo num fôlego só. – Eu sinto muito.
Dumbledore ergueu os olhos para cima fitando o teto da enfermaria por longos segundos.
- Mais alguma coisa? – ele perguntou de repente, fitando-a.
- Eu não confio nele.
- É um direito seu.
- Obrigada.
- Mesmo assim, gostaria que você ficasse atenta aos seus sonhos, qualquer coisa, qualquer detalhe, relate. Estamos entendidos? – Dumbledore disse ignorando propositalmente tudo que ela dissera a respeito de Severus Snape.
- Sim senhor.
Dumbledore levantou-se, mas voltou a olhá-la quando chegou na porta.
- E Cassandra. Visões também são um detalhe muito importante.
Cassie engoliu em seco, e acenou que sim. Caiu na cama soltando um profundo suspiro.
HPHPHP
Os garotos levantaram animados para a partida do Expresso de Hogwarts a caminho de casa para passarem o Natal, salvo algumas exceções.
Harry estava ainda emburrado pela discussão que tivera com Cassandra na enfermaria, ainda não conseguira falar com ela a sós. Além do que, deixaram um papo muito importante pela metade, ele pensava andando de um lado para o outro no hall do castelo. E de quebra não encontrara Malfoy para encher a cara dele de socos. Os pensamentos se intercalavam com o apertar das mãos em punhos. Nesse momento Cassie, Mione e Gina desciam as escadas escoltadas por Black, que entrara sorrateiro na escola, rosnava para qualquer um que pensasse em se aproximar da dona. Ele ficara muito protetor depois do último jogo de quadribol.
Cassandra encontrou o olhar de Harry, e percebeu na hora que ele estava impaciente. Os dois haviam discutido por causa de besteira e ainda não tinham se falado, para dizer a verdade ela evitara-o o máximo possível, para que ele esfriasse a cabeça, mas parecia não ter dado resultado. Mas tinha um excelente método para arrefecer a raiva dele. Dando um sorriso malicioso, ela desceu saltando os últimos degraus, e pulando em cima dele, enlaçou-o pelo pescoço dando-lhe um beijo estalado na boca.
- Bom dia Harry! – cumprimentou efusiva, para constrangimento de Harry que percebeu as risadinhas e gracinhas dos amigos que saíam. – Você está lindo com esse cabelo bagunçado. – ela falou desarranjando ainda mais os cabelos dele.
- Você faz isso de propósito né? – ele perguntou quando ela já o soltara.
- O quê? – ela perguntou inocente.
- Me fazer passar vergonha. – ele resmungou, mas um sorriso começava a se formar em seus lábios.
Cassie caiu na risada e saiu andando na frente dele, seguida de Black que deu um latido amistoso para Harry.
- Você precisa ser honesto. Ela sabe o que faz, e faz muito bem. – Rony disse ao amigo.
Harry concordou, soltando um suspiro que aos ouvidos de Rony foi de satisfação.
Parecia que a escola inteira esse ano havia decidido passar as festas de final de ano em casa.
- Caramba, nunca vi o trem tão cheio. – Rony disse sentando-se no banco da cabine.
- Realmente. – concordou Hermione deixando a cesta com Bichento no chão. Para incrível surpresa de todos, o gato e Black haviam de dado bem, quer dizer, se ignorar um ao outro era se dar bem.
Cassie encostou-se à janela deixando o olhar vagar pela paisagem, não dormira muito bem na noite passada. Black sentado no chão apoiava a cabeça no colo da dona, fazendo aquele ar de cachorro abandonado, a menina não agüentou muito e, dando risada, começou a afagá-lo atrás das orelhas, foi o suficiente para ele deitar no chão de patas para cima. Harry, Mione e Rony caíram na risada, vendo um cachorrão daqueles ficar todo dengoso por conta de um carinho.
- Eu tô ouvindo ele ronronar? – Rony perguntou espantado.
- Está. - Cassie confirmou. – Ele não é fofo?
Black latiu duas vezes como se concordasse. Cassandra endireitou-se no banco, mas Black tinha outra idéia, pulou em cima da dona, lambendo e babando na roupa dela.
- Pára Black, seu bagunceiro.
Não teve jeito ela acabou no chão junto com ele.
- Harry, me ajuda. – pediu ao garoto.
- Eu não, tá muito divertido ver você rolando no chão. – ele falou sem sequer mover um dedo.
- Te dou um prêmio se me ajudar. – ela disse olhando-o, sugestiva, não deixando dúvidas de que prêmio seria esse.
- OK. – Harry decidiu rapidinho, estendendo a mão alcançou a coleira de Black e com a outra levantou Cassandra.
- Olha só a minha roupa. – a garota falou batendo a mão na calça que ficara cheia de pêlos.
Nesse momento a porta da cabine foi aberta num repelão batendo com força. Todos ergueram a cabeça rapidamente, dando de cara com Malfoy e gangue.
Cassandra ainda não vira o seboso depois do jogo de quadribol.
- Vistoria. – ele falou de nariz empinado. – Fiquei sabendo que há contrabando de drogas no trem. – continuou dando risada.
Harry e Cassie se moveram tão rapidamente que Malfoy não teve a menor chance, os dois voaram no pescoço do garoto imprenssando-o na parede, Crabbe foi parado com duas varinhas apontadas diretamente para seu nariz, e Goyle retrocedeu até o corredor sendo acuado por Black que apoiou as duas patas em seus ombros com os dentes arreganhados.
- Socorro. – o garoto sussurrou assustado.
- Guarda, Black. – Cassie comandou sem tirar os olhos de Malfoy.
- Como você fez? – Harry perguntou apertando o pescoço do garoto.
- Fiz o quê? – ele retrucou altivo, mas um pouco mais pálido que o normal.
- Você sabe seboso. – Cassie falou irônica, a voz gelo puro.
- Eu não sei o que vocês estão falando. – Draco disse desviando os olhos.
- Tudo bem, então eu vou ordenar ao Black, para arrancar um pedaço do Goyle. O que você acha?
- Não. – Goyle disse baixinho afastando o máximo o seu pescoço curto da boca de Black. – Eu conto. – ele falou.
- Goyle. – Draco gritou em tom de aviso para o amigo.
- Fui eu. Com uma zarabatana. – Goyle continuou.
Harry e Cassie trocaram um olhar admirado.
- Nossa, eu nem acredito que vocês conseguiram pensar nessa idéia. – Hermione falou também admirada.
- Zarapatana? – Rony perguntou sem entender.
- Depois eu explico. – Mione falou soltando um suspiro exasperado.
- Motivo? – Cassie perguntou para Draco.
- Odiar você? – ele respondeu em tom irônico.
- É um bom motivo. – Cassie disse olhando Harry. – O que você acha de eu quebrar seu nariz de novo para ficarmos quites? – ela perguntou irônica.
- Pode deixar que eu faço isso. - Harry disse colocando ação em suas palavras.
Cassie deu um pulo para trás surpresa.
- Se eu ver você sequer olhando para a Cassandra, um soco será pouco. Já cansei das suas artimanhas para cima dela. Estamos entendidos?
Draco se ergueu com a mão no nariz que sangrava. Olhou para Harry com ódio, um ódio tão grande que seria impossível algum dia haver algo entre esses dois que não fosse desavenças. O garoto saiu sendo seguido por Crabbe.
- E eu? – Goyle perguntou ainda sendo seguro por Black.
- Aqui Black. – Cassie chamou. O cachorro obedeceu prontamente a ordem, parando ao lado da dona.
Os quatro amigos trocaram um olhar entre si.
- Sabem, eu não entendo porque o Malfoy continua vindo aqui na nossa cabine, ele nos odeia e nós o odiamos. – Rony disse balançando a cabeça com incompreensão.
- Vai ver ele gosta da Mione. – Cassie falou em tom de piada.
- O quê? – Rony perguntou espantado lançando um olhar para Hermione.
- Ela está brincando. – Mione disse sentando-se.
- Quanto a você. – Cassie disse virando-se para Harry. – Quando eu disse que daria um soco no Malfoy, eu estava brincando.
- Sério? – ele perguntou não acreditando muito nela.
Para surpresa de Harry, Cassie o pegou pelo colarinho da camisa, puxando-o para perto e lhe deu outro beijo na frente dos amigos, fazendo-o ficar vermelho, de novo.
- Mesmo assim, obrigada. – a menina falou bem pertinho da boca dele, aproveitou e deu outro beijo rápido. – E você garoto. – ela falou virando-se para Black. – Agiu muito bem. Bom cachorro. – disse afagando a cabeçorra do animal que até fechou os olhos de satisfação.
Harry fitou Cassie adorando o sorriso dela. Nesse momento teve certeza do que dissera a ela na enfermaria. Queria que ela o amasse, porque ele estava completamente apaixonado por ela.
Continua...
Veratrina:- tóxico que em doses elevadas, diminui abaixo do normal a pressão.
N.A.:
Oi gente! Tudo bem com vocês? Espero que sim. Esse capítulo demorou, mas tudo por conta da minha outra fic, agora que enfim eu a terminei, espero dar mais atenção para DE, vamos ver, já que para minha infelicidade eu comecei duas novas histórias. Por que eu faço isso???
Eu tinha esquecido que havia mais um jogo antes do Natal, me perdi toda nessa, espero que não tenha ficado estranho ou tudo acontecendo muito rápido.
A parte da Cassie de novo caindo da vassoura por obra indireta do Malfoy, não era para ser exatamente assim, mas no meio do caminho esse garoto resolveu ser mais ardiloso do que eu previra, e quando eu digo que meus personagens fazem o que querem, está aí a certeza..ahahah...
A narração poética de Denis, foi criação da Marjarie, ela me mandou um mail com aquelas palavras e eu amei, então ela liberou para eu usar. Valeu mana.
Outro soco no Draco, quem foi que mandou mail pedindo? Esse soco não estava programado, mas eu decidi usar a sugestão..valeu.
O Harry tá apaixonado..ai que lindo... Espero que vocês tenham gostado, e por favor se eu estiver me perdendo no meio da história, esquecendo algo, como o Bichento por exemplo, que não tinha aparecido ainda, lembrem-me, vocês que lêem são mais atentos que a gente que escreve. Conto com a ajuda de cada um.
Outra coisa pessoal, se alguém quiser me mandar mail, podem ficar a vontade. Não fiquem constrangidos, eu juro que não mordo, sou até bem simpática às vezes..ahahah...falando sério, eu gostaria que vocês não ficassem tímidos, se não me disserem do que estão gostando e do que estão odiando, eu não posso melhorar, então escrevam, OK?
Super beijos
Rô
Nota da Marjarie:-
Olá!
Esse cap foi um dos que despertaram minhas maiores loucuras na hora de mandar comentários pra Rô, sinceramente, não sei se não a deixei traumatizada hehehe
Mas está tudo de bom, né? O Harry está ainda mais fofo e maravilhoso, a baba escorreu solta por causa dele. A Cassie continua aquela figura que não vive sem aprontar XD e o Draco devia pensar seriamente em mudar o nome para Apanhaco, ele só serve de saco de pancada, para nosso total divertimento ^^
A participação do Dobby foi hilária... Black foi lindão (ai que vontade de ter um Black fofolete como esse)
Mas... (pausa dramática) tô preocupada!!! Esses comensais rondando... o Voldemort com uns planos estranhos. Sei não, algo sinistro ainda vai acontecer... e isso me deixa completamente curiosa!!!!
UUUUUUUAAAAAAAAAAHHHHHHH!!!
Ehem... melhor me controlar ^^
Bem, as partes românticas (e não foram poucas) estavam encantadoras *_* e o jogo? Super emocionante!!! E eu fiquei mais emocionada ainda por ter passado um pouco da minha veia poeticamente doida pelo Harry para o Denis hehehehe
Espero que tenham gostado de tudo e comentem, viu?
Beijinhos
Mar
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