Mais um verão na casa dos Durs
O dia que prometeria ser o mais quente de todo o verão ainda não havia nascido , toda pacata ruazinha de casas quadradas permanência no mais profundo silêncio, nem mesmo os gatos da velhota Sra. Floribella Figg estavam produzindo algum sinal de barulho. Harry estava dormindo o sono mais profundo de todo o seu verão , sem sonhos , sem cicatriz , sem os roncos particularmente sonoros de seu primo Duda.
O relógio marcava três horas mais tarde e Harry estava se despedindo da última sensação de sono, O garoto estava agora deitado de barriga para cima observando o teto em verniz roído pelas traças, apurando os ouvidos Harry poderia ouvir ainda algum vestígio de silêncio da noite, se não fosse o barulho de carros sendo ligados por vizinhos , iniciando mais uma vez suas rotinas diárias. Mas Harry ouviu outro barulho que com certeza não era de algum carro sendo ligado e sim o inconfundível barulho de seu primo Duda reclamando de mais uma refeição (que melhoraram muito nesses tempos, tia Petúnia abandonara a dieta de Duda fazia um verão, mas o filho parecia querer tirar bronca) o que lembrou a Harry que estava na hora de mais um Café com os Dursleys, essa idéia lhe tirava o apetite , não que fosse obrigado a comer junto com eles, poderia muito bem sobreviver com os doces que lhe restaram de seu aniversário... mas em sua opinião os Dursleys iriam achar estranho se o garoto nunca descesse para tomar café. Na maior das Hipóteses iriam festejar alguma esperança do garoto Ter morrido de fome com as ridículas 4 refeições diárias. Harry levantou-se penosamente de sua cama se arrastando a passos largos conseguiu abrir seu guarda roupa com um chute e pegou umas poucas de roupas sem ligar se combinava algo ou não, afinal nem uma de suas vestes lhe caiam como uma luva , o garoto já havia passado 16 anos com os tios e nesse tempo nunca soube o que é ganhar algumas roupas novas, enfim o garoto se vestiu , desceu as escadas de madeira coberta com assoalho como toda manhã...ao descer as escadas ele cruzou pela cozinha...ao passar pela sala de estar ele se deparou com os restos da mega festa de aniversario promovida por seus tios ao seu querido filho , o garoto não fora convidado (apesar de morar na mesma casa) como sempre aconteceu em todos os anos , e no final ele era a pessoa que acabava limpando tudo, depois da rápida observação Harry preferiu se dirigir a cozinha, a visão não era lá a mais convidativa...apesar de ser muito cedo Tio Válter já estava arrumado , Duda ao seu lado bufando de fome, Tia Petúnia já estava pronta ao lado do hack da cozinha , com sua frigideira a mão, a mulher crispou os lábios e quase que soletrou a Harry:
- Alimentamos você, cobrimos suas costas nuas e ingratas e como você nos agradece? Fazendo um bolo cair sobre a esposa de um grande negócio do seu tio, Inflando a irmã do seu tio , enchendo a casa de corujas e sem falar da nossa sala , impecável....mas de repente completamente destruída!!! Está na hora de você começar a nos agradecer...um bom jeito de começar isto é começando a prestar alguns serviços caseiros, comece cozinhando , você sabe do jeito do que Dudoca gosta de seus ovos!
Harry pensou sobre esta lição de moral que sua tia tinha lhe dado , Harry boa parte de sua vida fritando ovos e baycons para seu primo, o garoto agora se virou para o fogão enquanto ouvia Tio Válter resmungar sobre as notícias do jornal:
- Esses políticos não tem jeito...veja só , também não é a toa que a política está assim...afinal...até gente de sua laia suja garoto , esta a frente da política...
Harry fingiu não ouvir enquanto o tio continuava.
- Veja só o caderno de polícia...”Mortes em massa em Londres....” eu sempre falei para o nosso governo não apoiar os Estados Unidos...e veja só no que deu a brincadeira, bombas! Explosões em todos os lugares...
Tio Válter virou a página do jornal...e com uma exclamação de surpresa ele soltou um grito entusiasmado:
- VEJA ISSO MOLEQUE!!! ISSO DEVE TE INTERESSAR...É SOBRE A SUA...SUA...SUA GENTE.
Harry virou-se bruscamente, Tio Válter levantou o jornal acima da cabeça do garoto
- Está indo com muita sede ao pote.
- Me dá isso
- Bom...acho que não agora
- Me dá isso, estou pedindo
O jornal levitou das mãos de Válter até Harry...que começou a ler desesperadamente:
“Mortes na estradas
Ontem a noite nas proximidades de Barrett - C3, foram encontrados 13 corpos humanos juntos a um automóvel do ano de 1996, o guarda que achou os corpos chamou imediatamente o serviço de urgência do hospital mais próximo, um fato que desafiou os paramédicos foi de que todos os corpos estavam sem lesões ou marcas, outro fato estranho é que uma figura de um crânio entrelaçado com uma cobra pairava no céu acima do local do suposto atentado, essa situação é muito parecida com a do Fugitivo de um presídio de segurança máxima Sirius Black, que conseguiu matar 13 pessoas com uma única arma.”
Harry pareceu pasmo, o tio o olhava com um rosto púrpura , mas não era o que costumava mostrar quando estava zangado e sim com uma expressão de triunfo de na cara...
- Foi aquele seu padrinho de novo não? Essa sua gente, não vale o chão em que pisam....
O discurso de Tio Válter foi interrompido pelo barulho da campainha do telefone, Nunca o telefone tocou tão cedo. Tio Válter levantou-se da mesa e foi atender. Harry até tentou dar uma espichada para espiar mas sua tia o puxou de volta para servir Duda.
- Isso é tortura! - Duda derrubou o prato de ovo no chão. - Um ovo frito só? UM?
A dieta quase inacabada de Duda estivera atrapalhando até mesmo os estudos de Harry. Quantas vezes ele tinha que parar de escrever por causa dos escândalos absurdamente exagerados do primo? E Harry certamente estava sobrevivendo através dos docinhos e salgados que recebia dos amigos via coruja. Fora os bolos que ganhara de aniversário. Ele não iria suportar dois meses comendo folhas e batatas cruas, enquanto via Duda reclamar de seu único ovo frito.
Tio Válter voltou à cozinha depois de quase dez minutos, e sentou-se, encarando o sobrinho. Tinha uma expressão estranha no rosto; Harry não pôde distinguir do que se tratava. Depois de enfiar uma torrada na boca, ele finalmente fala:
- Sabe quem ligou agora, Harry?
- Não... - respondeu o garoto, desconfiando de quem era.
- Um tal de Granger... - ele sibilou. Seus bigodes levantaram, e suas sobrancelhas entortaram. - Me admira muito que alguém da sua laia, ainda tenha tamanha educação...
- E... - Harry engoliu seco. - .. o que o Sr. Granger queria?
Por um momento, Harry pensou que ia levar um baita sermão. Mas Válter respondeu calmamente, sem olhá-lo:
- Ele me pediu permissão para vir te buscar no domingo de manhã para passar as férias... com seu amiguinho... - ele respirou. - De carro.
Petúnia abriu a boca e logo a cobriu com as mãos. Duda permaneceu quieto, mas estava bastante acuado.
- E eu posso ir? - Harry perguntou, colocando os ovos fritos nos pratos.
- Eu dei permissão a ele com uma condição! - ele apontou o dedo indicador na cara do sobrinho. - Desde que sejam civilizados e não venham chamar a atenção dos outros vizinhos. Que ajam como gente... normal!
- Mas eles são troux... - Harry parou de falar. - ...quero dizer, normais...
- Foram educados no telefone. - comentava o tio Válter, enquanto passava os dedos em seus bigodes. - E espero que sejam mais ainda quando vierem buscá-lo!
Harry sorriu. Seu tio percebeu isso, e Duda fez uma cara feia para o pai. Petúnia continuava imóvel.
- Vá, saia da minha frente! - tio Válter resmungou para Harry. - Suba lá para seu quarto e não me perturbe até a manhã domingo!
Largando os pratos de ovos na mesa, Harry subiu as escadas tão rápido que em questão de segundos, já estava em seu quarto. Pegou alguns doces que estavam debaixo da tábua solta do assoalho e enfiou tudo na boca, com fome, e com uma imensa alegria de saber que estaria de volta à Toca, longe de seus tios.
A sexta-feira e o sábado passaram tão rápido que Harry mal pôde acreditar. Dentro de poucas horas, ele estaria longe dos Dursley, e iria passar o resto das férias na casa de seu amigo Rony, junto com Hermione. Suas malas já estavam feitas, e Edwiges também estava tranqüila, quieta em sua gaiola. Ele pegou seus livros e pergaminhos, e mais a sua Firebolt. Tinha preparado tudo e deixara a bagagem na sala de estar, perto da porta. Estava vestido com as roupas largas de Duda, e ficou esperando os Granger chegarem.
Logo, tio Válter e tia Petúnia também os aguardavam na sala. Duda estava acuado, atrás de seu pai, com medo do que estaria por vir. As nove em ponto, eles ouviram um carro parando na Rua dos Alfeneiros, em frente ao número 4 e, um minuto depois, a campainha tocar. Meio inseguro do que estaria por vir, Válter abre a porta e se surpreende com um homem alto, vestido com uma camisa de linho e uma calça branca. Naquele instante que Harry o viu, lembrou Hermione dizendo que seus pais eram dentistas. Mas em pleno domingo, com uniforme de trabalho?
- Bom dia, sr. Dursley! - ele estende a mão para cumprimentá-lo. Permaneceu assim, até que, com muito receio, o sr. Dursley estendeu a mão e o cumprimentou. - Eu sou o pai de Hermione, amiga de Harry. Vim buscá-lo, conforme o combinado. - e avistou Harry. - Olá, Harry! Suas malas estão prontas?
Harry acenou positivamente. O Sr. Granger pegou as malas pesadas e abriu o porta- malas do carro. Válter ficou aliviado ao ver que se tratava de um carro normal; era de cor prata e, a julgar pela marca, ficou bastante impressionado. Hermione acenava de dentro do carro para Harry. Sua mãe, uma mulher de cabelos claros e cacheados também sorriu para ele, enquanto levava a gaiola de Edwiges. Tia Petúnia rodeava com os olhos para todos os lados; não queria que ninguém visse o sobrinho carregando uma gaiola com uma coruja branca dentro.
- Peço desculpas, sr. Dursley, - o pai de Hermione voltava à porta, observado atentamente por Válter, sua mulher atrás dele e Duda, de longe, com as mãos no bumbum. - Eu vim com o uniforme de trabalho porque tenho uma consulta com um cliente daqui a pouco... Eu sei que é domingo, mas o rapaz insistiu que fosse atendê-lo hoje.
- Certo... - ele respondeu, incrédulo. - E... o que o senhor faz?
- Sou dentista! - e sorriu, mostrando seus dentes retos e brancos.
- Ora, vejam só... Achei que gente de seu tipo usasse a magia para consertar tudo... Até mesmo dentes! - debochou Válter.
Harry observou o tio e o encarou. O sr. Granger, no entanto, não pareceu ofendido. Ele sorriu novamente e respondeu:
- Gente do meu tipo? Oh, não, não pertencemos a famílias de bruxos. Apenas minha filha Hermione que freqüenta Hogwarts! - tio Válter agora parecia que ia explodir por ter que ouvir essa palavra: o nome da escola do sobrinho. - Somos trouxas, como vocês... Não é assim que os bruxos nos chamam? - Harry fez força e tentou rezar para que o pai de Hermione não falasse mais nada que tivesse relação à magia. Mas...
"Quando recebemos a carta, levamos um susto", continuou o sr. Granger. "Não sabíamos da existência desse mundo da magia. Mas quando minha filha começou a fazer as primeiras mágicas... Bem, foi duro nos acostumarmos. Bem, sabe, ela parece bastante feliz, e isso me deixa satisfeito. E quanto a vocês?"
De repente, Hermione, vestida com uma roupa de trouxa normal, uma blusinha e uma calça jeans, surge e puxa o pai para longe dos Dursley pelo braço. Meio sem entender, ele se afasta e acena um tchau para eles. Harry, que nem vira a amiga saindo do carro (ele estivera tapando os olhos com as mãos, evitando encarar os rostos de ódio dos tios), logo percebe que já está dentro do carro, ao lado de Hermione no banco de trás.
- Eu nem vi você sair do carro... - ele comentou, quando este já estava sendo ligado.
- Saí logo que percebi quando seu tio começou a ficar nervoso... - Hermione riu. E falou para o pai: - Pai, os tios de Harry não gostam nem um pouquinho quando falamos do mundo da magia... De Hogwarts e tudo mais...
Harry viu a expressão de consentimento do sr. Granger.
- Me desculpe, Harry... eu não sabia...
- Tudo bem... Não se preocupe.
- Hermione fala muito de você, Harry. Está gostando da escola?
- Bastante! - Harry sorriu, encabulado.
- Espero que vocês se divirtam no resto das férias, que passarão com seu amigo Rony. - a mãe de Hermione agora se pronunciava. - Nós levamos Hermione no ano passado até a casa dele, e achei que não seria problema se desse carona para você também, Harry!
- Er... obrigado. - Harry agradeceu.
O carro começava a andar, e Harry via a cara de nervoso do tio ficando para trás. Ele passou pela Rua dos Alfeneiros e Harry notou que a Sra. Figg, a quem sempre ficava na casa dela quando os tios saíam, estava do lado de fora, cuidando de um de seus gatos. Ela olhou para Harry e acenou. Ele sorriu de volta, embora quisesse ficar bem longe da casa dela também (a casa dela fedia a gato!).
Finalmente, ele virou-se para frente, e sentiu-se mais feliz. Em pouco tempo, estaria na casa de seus amigos de verdade: os Weasley.
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