A Revelação



-Eu espero que tudo que ocorreu hoje à tarde não tenha passado de uma encenação. - continuava o garoto.
-Creio que não. Por quê? Vai dar outro ataque agora? Por que se for é melhor nem começar.
-Escuta, Nicole. Eu preciso falar com você. É muito importante. Você sabe que se não fosse eu nem me daria ao trabalho. - Nicole tinha que admitir que ele estava certo, então ficou preocupada, então foi se sentando em uma poltrona ao lado dele. - É que... É...
-Fala logo, garoto!
-Você não pode namorar com o Potter...
-Vai começar tudo de novo, é isso?
-Dá pra deixar eu terminar de falar?
-Tudo bem, então. Fala. É por que ele é meio trouxa, é isso? Ou é raiva pessoal, mesmo?
-Deixa eu terminar! Não é o caso de ser o Potter.
-É o que então?
-Não está claro pra você ainda, Nicole? Você tinha que namorar comigo. Eu te amo, Nicole. Te amo desde que a gente topou no Beco Diagonal. O seu cabelo ao vento me deixou louco. - Draco estava cada vez desesperado, mas se controlava por causa das pessoas em volta. Nicole estava sem palavras.
-Draco, eu... Eu não esperava... Eu não fazia idéia. Eu sinto muito, mesmo, mas agora...
-Agora é tarde pra recomeçar. Você ama o Potter e eu não tenho chance... Mas tudo bem. A vida continua. Mudando de assunto, você vai jantar?
-Não. Eu vou ficar aqui mesmo Eu vou descansar. O dia foi muito cansativo.
“É claro que foi”, pensou Draco.
-Tchau!

* * * *

-Olha o Draco. Agora ele está muito mais corajoso com os amiguinhos dele. - “Se ele soubesse a raiva que eu sinto dele, ele tomaria cuidado com o que diz”, pensou Draco.
-Sério? Pois você não. Aliás, eu tenho um pequeno desafio pra você, Potter. - Draco falava e a raiva ia tomando conta do seu corpo - Hoje, meia-noite, Duelo de Bruxos, sala dos troféus, que está sempre vazia. - vendo a expressão no rosto de potter, Draco dá um risinho superior - O que foi? O grande Harry Potter nunca ouviu falar em Duelo de Bruxos?
-Lógico que já! - Agora, Ron se manifestava - Eu vou ser o padrinho dele. Quem vai ser o seu? - Draco vira-se para Crabbe e Goyle, que estavam na mesa da Sonserina.
-Crabbe.
-Então até a noite, Malfoy.
-Prepare-se para o pior, Potter. - Draco saiu. Não tinha a intenção de ir. Tinha armado para Potter ser pego e ele ser expulso e obrigado a terminar o namoro com Nicole.

* * * *

Draco estava andando pelos corredores, quando uma garota o puxou.
-Desencosta, sangue-ruim!
-Escuta, Malfoy, eu sei que você não está interessado só na amizade da Fahaj. Eu imaginei que você pudesse se aliar a mim no plano de separar ela do Harry.
-Você já pensou em alguma coisa?
-Você acha que eu penso em tudo?
-Então pra que você me chamou, sua idiota? Como você quer que eu me junte a você, o que só aconteceria em últimas circunstâncias, se você nem pensou em alguma coisa?
-Escuta, Malfoy, também não é fácil para mim, ter que conversar com você. Imagina me aliar a você. Eu achei que você talvez tivesse alguma coisa que pudesse separar o Harry e aquelazinha...
-Olha o jeito que você fala da Nicole, sua sangue-ruim idiota e imprestável! Se você não tivesse sido tão idiota de acompanhar o Potter no “duelo”, talvez...
-Talvez o Harry teria sido expulso e só você teria sido beneficiado.
-Bem, pelo menos eu, ou melhor, um de nós, sairia ganhando. - Draco terminou a frase e deu um risinho sarcástico.
-Espera um pouco. Eu acho que eu tenho uma solução.

* * * *

Era de manhã e Draco havia acabado de entrar no Salão Principal para o café da manhã. Tinha um sorriso triunfal no rosto.
-Que cara é essa, Draco?
-Nada, só acordei de bom-humor.
Enquanto Draco senta-se ao lado de Nicole (do lado oposto ao de Pansy), Buffy, a coruja de Nicole, e mais umas cinco corujas deixam um embrulho de tamanho considerável na frente da garota. Aparentemente, o mesmo acontece na mesa da Grifinória. Nicole ia abrir, mas uma coruja bicou a mão dela e esticou uma perna, mostrando-lhe duas cartas. Uma era de seus pais, que Nicole nem se importou em traduzir o que dizia para os amigos, mas a outra (uma carta negra, com um desenho que Nicole tapou antes que alguém pudesse ver), ela fez questão de guardar no bolso antes de alguém perguntar alguma coisa. A carta de seus pais dizia o seguinte:
“Querida Nicole,
Estamos orgulhosos por você entrar no time de quadribol da sua casa, assim como sua irmã fez. Mas, falando em casa, Sonserina era a última casa que nós esperávamos que você fosse, mas tudo bem. Boa sorte no jogo e mande lembranças ao seu tio. Adoramos saber que temos um genro e, principalmente, sendo quem é.
Beijos,
Sua mãe e seu pai.

PS: O pacote contém a sua Nimbus 2000.”

-Nicole, quem é seu tio? - perguntou Draco, interessado.
-Agora não dá. Peraí que eu já volto - Nicole saiu e foi ler a outra carta.
-Não sei pra que tanto mistério. - disse Pansy - Parece que não confia em nós ou sei lá. - Em poucos instantes, Nicole voltava com o rosto pálido. - O que houve, Nicky?
-Não foi nada. - disse ela, guardando novamente a carta no bolso. Apesar de sua resposta, Nicole murmurava algo como: - isso não pode continuar. Eu tenho que resolver isto. - voltando a falar normalmente, Nicole disse que iria ao Corujal e ao estádio que Quadribol.
-Mas você nem comeu direito, Nicole.
-Eu estou bem, Pansy. Me deixa em paz! - Nicole pegou o pacote, ainda fechado e saiu, mas não foi direto ao Corujal. Desceu até as masmorras e foi para o Salão Comunal. Entrou no dormitório, pegou uma pena e um pergaminho e começou a escrever.

“Eu sei que não posso esconder nada do Senhor, portanto serei breve, clara e direta. Eu queria que o Senhor parasse de me pedir essas coisas. Eu me atiro de joelhos aos seus pés para implorar vosso perdão, mas eu realmente estou impossibilitada de realizar esta tarefa, assim como meu tio. A professora McGonacall não sai da minha cola. Só podia ser a responsável pela Grifinória. Outro pedido que eu gostaria de fazer é que o Senhor tome cuidado com as corujas, pois elas podem ser interceptadas a qualquer momento. Mudando de assunto, eu gostaria de agradecer pelos parabéns. Como boa sonserina que sou, eu consegui tudo o que queria, que é participar do time de Quadribol e ser vossa fiel serva. Ass.: Nicole Fajah.”

Ela pegou a vassoura e só não correu até o Corujal, porque McGonacall a parou no meio do caminho. Parece que ela não larga do pé de Nicole.
-Aonde a senhorita pensa que vai com essa pressa toda? E pra que essa vassoura?
-Vou ao Corujal e depois vou ao campo de quadribol, para o teste para o time de quadribol da minha casa.
-A senhorita não sabe que alunos do 1º ano não podem participar dos treinos?
-A senhora não sabe que não é só a Grifinória que tem um excelente jogador de Quadribol do primeiro ano e que se tornou uma exceção?
-Eu quero ver a permissão de Dumbledore. - disse com desdém. Algo em Nicole a incomodava. Nicole pegou um dos papéis que estavam no seu bolso, mas pegou a carta que acabara de receber. Enfiou rápido no bolso e pegou a de Dumbledore.
-Está aqui.
-E aquela outra carta? Não tente esconder. Eu vi muito bem a imagem a imagem que tinha nela.
-Não era nada.
-Então por que a escondeu tão rápido?
-Não está ouvindo o que ela está falando, Minerva? Ela disse que não é nada.
-Mas, Severo...
-A partir daqui, eu converso com ela, Minerva. - McGonacall saiu e Snape se voltou para falar com Nicole. - Nicole, desculpa o jeito que eu falei com você na minha sala, aquele dia.
-Tudo bem, tio...
-Já te disse para não me chamar de tio aqui.
-Tudo bem, aqui você não passa de um professor para mim.
-E é bom que continue assim. Mudando de assunto, você recebeu a resposta daquela carta que disse que me mandou nas férias?
-Acabei de receber e estava levando a resposta. - ela mostrou a carta (original) para Snape. Ele leu e entregou a ela.
-Então isso é o que está acontecendo? Ele está ameaçando a você e a mim?
-É isso mesmo. - Nicole consultou o relógio e disse que precisava ir.
“Então Snape é o tio dela?”, pensava Draco, que tinha ouvido a conversa entre eles. “Talvez ele possa me ajudar em alguns assuntos. Afinal, ele é meu padrinho” Draco foi atrás do mestre de Poções.
-Professor Snape, eu posso falar com o senhor?
-Você ouviu a conversa, não ouviu, Draco?
-Como sonserino, eu uso de qualquer meio para alcançar os fins que eu quero. E um deles, eu posso explicar em um lugar mais reservado.
-Vamos para minha sala, então. - ele se virou e Draco o seguiu. Ao chegar na porta, Snape se virou para Draco, com uma ponta de arrependimento. Não podia revelar para ele o segredo de Nicole sem antes ter a permissão dela, mas já havia se comprometido com Draco. - Então, Draco, o que você quer saber?
-O senhor é mesmo o tio dela?
-Não. O pai dela foi criado comigo, mas ela me trata como se eu fosse tio dela de verdade. Inclusive, a vaga dela foi garantida por mim.
-E o que você acha do namoro entre a sua “sobrinha” e o seu afilhado.
-Não estou entendendo, Draco.
-Eu, seu afilhado!
-Mas... Ela não está namorando o Potter?
-Infelizmente, sim. Não me lembre disso. Mas deu pra perceber que a notícia se espalhou rápido.
-Draco. Eu realmente não estou te entendendo. Seja mais específico.
-Eu seria capaz de mover montanhas por essa garota.
-Acho que estou entendendo agora, Draco. Você quer minha ajuda para isso?
-Lógico. Eu odiaria vê-la com um Potter sendo que você gosta dela tanto assim. Desde que você nasceu, nunca te vi assim. Mas... Era só isso?
-Era sim. Por quê?
-Por nada.

* * * *

Enquanto isso, Nicole chega correndo até o estádio.
-Desculpe o atraso, Flint, mas eu tive que passar no Corujal.
-Tudo bem. Pelo menos você veio. - disse. Não estava acreditando no potencial da garota. - Mas vamos lá. Primeiro eu quero ver você voando, normalmente. Nada de especial... Consegue? - Nicole nem respondeu. Montou na vassoura e saiu voando. Flint ficou impressionado com o jeito de ela voar, desde quando ela decolou até quando aterrissou. - Madame Hooch estava falando sério quando disse que você era boa.
-É, mas na verdade eu queria ser apanhadora. Jogar como o Krum.
-Você pode esperar até o ano que vem, afinal, Higgs já está no sétimo ano.
-Não, não, muito obrigada.
-Então, vamos continuar. Agora eu quero que você faça alguns movimentos com o bastão enquanto estiver voando. Depois eu solto um balaço...
-Beleza.
Nicole levantou vôo novamente e começou a rebater o ar. Estava se sentindo uma idiota, mas fez. Como havia dito, alguns minutos depois, Flint soltou um balaço. Houveram alguns momentos em que o balaço quase a acertou, mas ela sempre conseguia se desviar ou rebatê-lo a tempo.
-Ei, Nicky! - Nicole ouviu Harry a chamando, mas não podia se distrair. - Ei, Nicky, tá ouvindo?
-Deixe ela em paz, Potter - draco também havia ido assistir ao teste de Nicole - Não consegue ver que ela precisa se concentrar? Ah! Me desculpe. Eu havia me esquecido que quem vive como trouxa não pode ter nenhuma base em Quadribol.
-Puxa, Malfoy, estranho você falar isso, por que ou você está enganado ou jogar quadribol não é tão difícil assim, afinal, não foi você que conseguiu ser apanhador da sua casa no primeiro ano, ou foi?
-Será que vocês não podem ficar sem brigar por pelo menos 5 minutos? - Nicole havia terminado o teste.
-Não! - disseram os garotos em uníssono.
-Mudando de assunto - disse Harry - você conseguiu? - Nicole abriu um sorriso e respondeu:
-É claro! Você ainda duvidava?
Os garotos a abraçaram, parabenizando-a. Depois de um tempo, Draco a soltou, mas Harry continuou abraçado a ela. Draco rezou para que isso não acontecesse, mas era inevitável. Harry a beijou. Nicole olhou para Draco e viu a tristeza e a angústia no fundo dos olhos dele, mesmo com o rosto esnobe e orgulhoso de sempre.
-Bem, acho que eu estou atrapalhando, não é? Então é melhor eu ir. - disse Draco, interrompendo o beijo, de propósito. Ele ia saindo, mas Nicole o puxou de volta.
-Que é isso, Draco? - Draco preferia que ela não fizesse aquilo. Sentir o toque dela sem poder tê-la era demais.
-Você faz isso de propósito, não é, Fahaj? - Draco se soltou. O único pensamento que vinha a sua cabeça era de que ela fazia isso para torturá-lo. - Você adora ver meu sofrimento, não é?
-Draco... - Nicole não tinha palavras. Sabia que Draco não podia continuar ali. Era humano. Também amava. Mas esse não era o sentimento que estava presente no rosto do loiro quando ele deu meia volta e saiu do campo.
-Do que ele estava falando, Nicky?
-Nada, Harry, nada. É... Harry, você se importa se eu não vir assistir o seu teste hoje à noite?
-Tudo bem. Mas parece que você não está bem.
-Eu vou ficar bem. Eu prometo. Só estou um pouco cansada.
-Não quer descansar nos meus braços? - Os dois riram.
-É sério, amor. Eu quero deitar.
-Tudo bem, mas deixa eu aproveitar só mais um tempinho com você. - Harry disse isso e deu um beijo em Nicole.

* * * *

“Será que eu não consigo chegar a um lugar e viver normalmente, sem causar problemas? Pelo menos uma vez eu queria isso.” Nicole refletia sobre o acontecido no dia e na sua vida, desde que havia esbarrado em Draco no Beco Diagonal. “Ele parecia ser tão arrogante, mas mesmo assim tão... Tão... Tão diferente... Mas agora chega. Não adianta ficar pensando na vida se não pode resolvê-la.” Ela se levantou e foi para o Salão Comunal. Ao chegar lá, haviam vários alunos reunidos em volta do quadro de avisos. Nicole foi lá ver o que havia.
“Caros alunos,
O professor Dumbledore convida todos os alunos para comparecerem à nossa festa de dia das Bruxas. Porém, este ano, faremos de um jeito diferente. Vocês receberão as informações hoje, durante o jantar. Para isso, todos os alunos que quiserem participar da festa terão que comparecer ao referido jantar.
Atenciosamente,
Professora Minerva McGonacall
Diretora substituta”

-Ótimo! Agora eu vou ter que sair daqui.
-O que foi, Nicky? Por que você não quer sair?
-Ah, Pansy. Não é nada.
-Não tem uma desculpa melhor, Nicole?
-Não, Draco, não tem, não, por quê?
-Por nada. Eu só perguntei. Talvez o Potter saiba...
-Ele sabe, sim, Draco! Vai lá! Pergunta pra ele! Vai!
-Nicole, não enche!
A esse ponto, todos já olhavam para eles e Nicole preferiu não dar uma resposta. Foi se sentar em uma poltrona perto da lareira, para assistir à dança das chamas, até que perceber um garoto com os cabelos extremamente loiros se aproximando e sentando-se ao seu lado.
-Me desculpe por eu ter agido com você daquele jeito, Draco. Eu não tinha a intenção.
-É claro que não. - Draco evitava olhar para o rosto da garota, fingindo que não se importava, mas na verdade, ele se importava. E muito. Mas não queria, aliás, não podia vê-la com lágrimas nos olhos e saber que tudo era culpa sua.
-Draco, eu estou pedindo desculpas. Aceitar ou não é com você, mas não fica com sarcasmo não, tá bom? - Nicole percebeu que ia aumentando o tom da voz novamente e tentou se acalmar. - Desculpa. Eu não sei o que está acontecendo comigo.
-É, Nicole. O namorico com o Potter está te fazendo muito bem.
-Tchau, Draco. Desisto de conversar com você. - Nicole saiu, mas Draco a puxou. Na hora em que as mãos se tocaram, um arrepio lhes subia à espinha e ela se soltou rapidamente.
-Foi mal. Tá feliz agora? Você sabe o porquê das minhas ações.
-Vejo você no jantar, Draco. - Nicole saiu sem olhar para trás. Draco não tinha mais desculpas para puxá-la de volta, então tudo que lhe restou foi pensar no plano da sangue-ruim. “Em pouco tempo você será minha, Nicole. Minha e de mais ninguém.”

* * * *

-Como será que vai ser o dia das Bruxas? - Pansy perguntava à Nicole. Diferentemente dos outros, Pansy tratava Nicole da mesma forma de antes dela começar o namoro com Potter.
-Não sei. Mas espero que seja alguma coisa divertida. - Nicole mal acabara de falara e Dumbledore chegava e começava a dar os avisos sobre a festa.
-Como vocês já sabem, todo o ano, dia 31 de outubro, se comemora o Dia das Bruxas, tanto no mundo bruxo, como no mundo trouxa. Porém, este ano, os professores decidiram que seria mais divertido fazermos um Baile de Dia dos Trouxas. - O Salão encheu-se com as palmas dos alunos, mas Dumbledore fez um sinal para que parassem. - Bem, o traje é, obviamente, uma roupa trouxa festiva. Vocês devem estar se perguntando: e quem não tem roupas trouxas? Pois bem. No início do ano letivo, quando foi tida a idéia, foram enviadas várias corujas para os seus pais, ou responsáveis, para que assinassem uma permissão para uma vista em Hogsmeage, onde há uma filial da loja de Madame Malkin, que estará vendendo roupas especialmente projetadas para esta festa. Infelizmente, os alunos que não estiverem com os referidos trajes, não poderão participar. - Nicole olhou para Harry. Mesmo que, por um milagre, os tios dele o deixassem ir a Hogsmeage, eles não conseguiriam prender a carta no pé da coruja. - Sem mais nenhum aviso, acho que podemos iniciar o nosso maravilhoso jantar. - Dumbledore se sentou e os pratos se encheram de comida. A partir daí, todos os alunos começaram a conversar.
-Já não era sem tempo. Eu estou com uma fome. - disse Pansy.
-Pois eu não. - disse Nicole, revirando a comida no prato.
-Você tem que comer. Você passou o dia inteiro presa no dormitório, não almoçou nem comeu nada.
-O que houve, Nicole?
-Nada, Draco.
-A culpa é minha... - disse ele, quando Pansy não prestava mais atenção ao que eles estavam falando.
-Não foi nada, Draco.
-Você está assim desde a discussão de hoje.
-Não foi nada, mesmo. - Depois do jantar ela foi correndo falar com o Harry. - E então? Conseguiu a vaga?
-Consegui.
-Parabéns. - Um minuto de silêncio se seguiu até que Nicole o quebrou. - Sabe, Harry... Eu estava pensando... Seus tios provavelmente não deixaram você ir a Hogsmeage. E se deixaram, provavelmente não conseguiram mandar a coruja de volta. - Harry começou a rir. - O que foi? Falei alguma coisa engraçada?
-Quase isso. Eu to imaginando meus tios tentando prender uma carta no pé de uma coruja. Viu... Mas de qualquer maneira, eu tenho uma roupa trouxa para eu ir para o Baile.
-Então você vai participar?
-Vou. Eu só não vou gostar de ficar amanhã, o dia todo, longe de você. Tipo hoje, sabe? Você fugindo de mim...
-Eu não estava fugindo de você. Eu te expliquei que eu precisava descansar um pouco.
-Eu não sei o que em você me deixa mais encantado. Os olhos, o seu sotaque ou a facilidade de enganar as pessoas.
-Valeu... Eu aqui falando sério e você vem falando isso...
-Tem razão. Erro meu. Tudo em você me encanta.
-Vai lá... Quem vê vai achar que você tem uma queda por sonserinas.
-Não, só por uma sonserina. - ele ia beijá-la, mas foi interrompido.
-Harry, você não... - o amigo ruivo dele tinha vindo chamá-lo - Acho que to atrapalhando... Só pra te avisar que o Percy entrou em desespero quando não te viu e me fez voltar pra te procurar, mas já achei. Você é a Nicole, certo?
-Certo. E você é o Ron, acertei?
-Acertou.
-Harry, eu acho melhor você ir... Eu também já vou descendo.
-Então tchau. - Nicole dá um beijo e, Harry e vai embora.

* * * *

Draco chegou ao Salão Comunal um pouco depois dos outros. Todos já haviam se dirigido para os seus dormitórios e ele aproveitou o vazio da Sala para pensar na conversa que acabara de ter com a sangue-ruim. “O Baile vai ser uma ótima oportunidade para colocarmos nosso plano em prática”, pensava ele enquanto conjurava uma poltrona para perto de si. “Acho que não”, respondia ele ”A Nicole vai se sentir humilhada na frente de todo a escola”, dizia ele, mas a garota conseguiu fazê-lo mudar de idéia. “Se você quiser esperar por mais tempo pela sua queridinha tudo bem, Malfoy, só que eu não vou esperar pelo Harry”. Ela disse isso e foi embora. Agora, Draco estava sentado em frente à lareira pensando a que ponto tinha chego. “Me relacionar com a Granger, francamente. Só espero que valha a pena porque o que mais quero ter a Nicole perto de mim”
-Sem sono, Draco?
-Não, Nicole. E você? - disse ele, fingindo um desdém.
-Tinha ficado para trás e na hora que voltei tive que tomar cuidado com o Filch e com a Nor-r-ra. - Nicole e Draco estavam muito cansados. Nicole subiu logo, mas Draco ficou pensando em como o dia dos “trouxas” seria formidável.

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