Veronique



Gostaria de dedicar esse capítulo à Carol, uma amiga minha muito queria que fez por mim o quase mesmo que esta personagem vai fazer pala Mione. Se quiserem me mandar um e-mail ou me adicionar no msn é só escrever para: paty underline selenita arroba hotmail ponto com

Divirtam-se!




4. Veronique



Depois de acordar de um sono revitalizante (também, com uma cama daquelas), Fui à cozinha cumprimentar meus pais notei que tinham saído e deixado um bilhete dizendo :



“Bom dia querida! Espero que tenha dormido bem. Infelizmente eu e seu pai não poderemos acompanhá-la no café da manhã, pois fomos informados que uma espécie de abertura da conferência estaria acontecendo às 09:00 hs e ela se estenderá até às 19:00 hs. Deixei meu cartão de crédito em cima da mesa caso queira passear, fazer compras ou algo do tipo. Espero que se divirta. Beijos, mamãe.”



Achei que seria uma boa idéia sair pra arejar a cabeça. Depois de fazer meu desjejum, tomei um banho e caminhei enrolada em um roupão até meu quarto. Depois de muito pensar sobre com qual roupa iria sair, decidi usar uma calça social preta, uma blusa branca de gola rolê e um casaco vermelho-escuro. Nos pés, uma bota de couro também preta. Prendi meu cabelo já que não conseguia pensar em nada melhor pra se fazer com ele, peguei minha bolsa, o cartão de crédito e comecei a minha “andança”.



Não é a primeira vez que eu venho em Paris Eu já tinha estado na França, o só que da outra vez eu estava acompanhada por um guia. Eu posso até ser estudiosa e sei ler um mapa até de olhos fechados, a não ser que o mesmo esteja encharcado por causa de um babaca que passou correndo de carro em cima de uma poça d’água justamente quando eu estava distraída traçando a minha rota no mapa.


- Droga, o que eu faço agora? Estou longe do hotel, numa cidade que mal conheço e que não falo o idioma local. – pensei já começando a me desesperar.

- Excuse moi . – disse uma garota de cabelos castanho-claros, olhos verdes e poucas sardas no rosto - Vous etês francese?

- O quê ?

- Como pensei. Você não é daqui. – disse a garota me olhando esquisito.

- Como você sabe ? Quem é você ? – perguntei receosa.

- Sei que você não é daqui porque está com um olhar perdido. E também o fato do mapa que você está segurando estar neste estado.

- E , tenho que admitir que você está certa. Estava pensando como faria pra voltar pra onde estou hospedada. Você é daqui ?

- Não, mas meus pais são e, portanto, conheço isso aqui como a palma da minha mão. Antes que eu me esqueça, sou Veronique Dumas.

- Hermione Granger, muito prazer. Sou britânica e não sei falar francês, ou seja, nem pedir informação eu consigo.

- Não precisa mais se preocupar. Eu posso te ajudar. Não tenho nada pra fazer mesmo...

- Sério ? Ah muito obrigada !

- Que isso ! Eu queria passear, mas não é nada agradável sair sozinha. E você parece ser uma pessoa legal.

- Brigada. Eh, você sabe onde é que eu posso comprar roupas por aqui ?

- Se eu sei ?! Os vendedores até me tratam como amiga de tanto que eu freqüento as lojas !

- Então quer dizer que eu pedi ajuda a pessoa certa.

- Não sei se eu sou essa “pessoa certa” , mas se o assunto é roupa, posso te garantir que posso te ajudar.

- Graças a Merlim! Ops... “que burrada” – tampei minha boca pedindo a quem quer que fosse que ela não tivesse notado.

- Sabia que já tinha te visto em algum lugar. Você não é trouxa! – disse ela com um enorme sorriso no rosto.

- Você também é bruxa? Mas isso é muita coincidência!

- Já ouvi uma frase que dizia que “coincidências não existem, apenas o inevitável” . Além do mais, eu a vi no jornal. Você é amiga de Harry Potter não é! – disse ela empolgada.

- Sim sou. – disse olhando pra outro lado. Aquela história com Harry ainda me incomodava.

- Que tal começarmos a andar? Temos muito o que fazer e mesmo que sejamos bruxas, não podemos fazer com que as compras se façam sozinhas. – ela pareceu ter notado o meu constrangimento e mudou definitivamente de assunto. – Você quer comprar roupas trouxas ou bruxas?

- Se possível, as duas.

- Certo, mesmo sendo bruxa, não consigo me livrar do vício de comprar roupas trouxas. São divinas!

- Você disse que não é francesa, mas que seus pais são. De onde você vem?

- Nasci nos E.U.A e sempre morei lá. Mas como tenho parentes aqui e também tenho uma casa, sempre venho pra cá nas férias.

- Deve ser muito bom poder estar quase sempre aqui, não é?

- É sempre bom mudar de ares, mas todas as vezes que venho pra cá acabo ficando sozinha...

- Bem, pelo menos desta vez você vai ter alguém pra te fazer companhia. – disse esboçando um sorriso e ela sorriu em resposta.

- Tem razão e é por isso que vou aproveitar o máximo possível. É sempre bom conhecer uma amiga, principalmente se ela também for bruxa.

- Em que escola você estuda?

- Estudo no Instituto de Feitiçaria Avalon. É uma escola realmente muito boa. Não me canso de aprender porque meus professores são muito divertidos, o que faz com que a aula não seja tão desgastante.

- Seus pais também são bruxos?

- Mais ou menos. Mamãe é bruxa e papai é trouxa. Nunca tinham se visto, já que minha mãe é americana. Conheceram-se aqui mesmo em um café. Tinham amigos em comum que os apresentaram e depois de algum tempo começaram a namorar. Minha mãe contou a ele que era bruxa, e como ele não se importou com isso eles decidiram se casar.

- Adoro esse tipo de história. Parecem fantasia mas podem se tornar reais, como no caso de seus pais.

- Também gosto muito e adoraria que isso acontecesse comigo. Sendo com um bruxo ou até mesmo um trouxa. Mas enquanto não acontece, vamos falar de você.

- Pode perguntar o que quiser.

- Sei pelas fotos nos jornais que você estuda em Hogwarts. Como é lá?

- É encantador. Tudo tem um ar místico. Lembro-me até hoje do dia em que fui selecionada. Estava com muito medo porque não conhecia ninguém e também tinha o fato de eu ser bruxa e os meus pais não.

- Você tinha medo do quê exatamente?

- Primeiro, de não me adaptar a esse novo mundo, e segundo da discriminação dos puro-sangue com relação aos nascidos trouxas.

- Ah... Falam que as turmas de Hogwarts são separadas por casas. O que são essas casas e qual o critério que vocês usam para selecionar as pessoas para entrar para a casa certa?

- As casas são uma espécie de “família” a qual pertencemos desde o 1º até o 7º ano. A seleção é feita da seguinte maneira: O Chapéu Seletor que é um chapéu de bruxo remendado que fala e sabe o que se passa na mente das pessoas. O Chapéu quando é colocado na cabeça das pessoas analisa a sua personalidade colocando-a na casa que tenha as suas características.

- Características? Como assim?

- Ao todo são quatro casas : Grifinória, Corvinal, Lufa-Lufa e Sonserina. Os nomes das casas homenageiam os quatro criadores de Hogwarts. Cada criador queria em sua casa um tipo de pessoa que tivesse tipos diferentes de características. Funciona assim: Na Grifinória, é preciso Ter coragem acima de tudo, na Corvinal, você tem que ser muito inteligente, na Sonserina precisa ser um sangue-puro e na Lufa-Lufa você entra se for um bruxo normal .

- Em que casa o Chapéu Seletor colocou você?

- Ele até pensou em me mandar pra Corvinal, mas acabou se decicindo pela Grifinória. Mas não é só isso que influencia. O Harry, por exemplo, iria para a Sonserina, mas ele pediu ao Chapéu Seletor pra ficar na Grifinória e ele o atendeu.

- Por que ele iria pra Sonserina? A mãe dele não era filha de trouxas?

- Sim, mas o Chapéu encontrou nele algumas coisas que se encaixariam com essa casa. Disse que ele seria brilhante se fosse pra lá, mas fez a vontade de Harry.

- Há quanto tempo vocês se conhecem?

- Há mais ou menos sete anos.

- Como se conheceram?

- Eu entrei no vagão em que Harry e Rony, nosso amigo, estavam quando estava ajudando um colega a procurar seu sapo de estimação .

- E aí vocês ficaram amigos.

- Na verdade, ele e Rony me detestaram porque eu era um pouquinho chata, mas aquilo era só pose, pra caso eu não fizesse amigos, todos me respeitassem.

- E como fizeram amizade se vocês não se falavam?

- Acredite se quiser, mas eu só fiquei amiga de Harry e Rony porque eles me salvaram de ser morta por um trasgo.

- Uau! Que jeito estranho de se ficar amigo de alguém!

- Sabe que eu também acho? Mas se Merlim quis assim...

- Notei que seus olhos brilham quando você fala dele. Você gosta dele não é?

- Tá tão na cara assim?

- É impossível não notar.

- Pois é, estou sim. Mas ele não gosta de mim, quer dizer, gosta só que como a sua melhor amiga. Na verdade, acho que ele nem reparou que sou uma garota.

- E por quê?

- Simples. Em Hogwarts sou a “ sabe-tudo Granger”. Disseram até que eu causo repulsa aos garotos da escola. Ultimamente, só tenho me preocupado com os estudos e com alguma forma de ajudar Harry a derrotar Voldemort, e assim, acabo esquecendo de mim. Mas acho que mesmo que eu me cuidasse, não ia adiantar muita coisa...

- Como não?! Você é linda!

- Hahaha! Essa foi boa! As palavras “Hermione” e “bonita” nunca ficam juntas.

- Só porque você não quer enxergar. Você tem o que eu chamo de “beleza inrustida”.

- Que raio é esse?

- Escute bem Mione, posso te chamar assim?

- Claro. Meus amigos me chamam assim, e agora você é um deles .

- Valeu. Então, continuando, Você tem rosto, corpo e cabelos bonitos, só que por não achar isso, você acaba não valorizando sua beleza, deixando que você e os outros a sua volta te achem feia. Se você estiver disposta a mudar esse seu visual , posso te levar a lugares para conhecer pessoas que te provem e digam com suas próprias bocas que você é linda.

- Duvido muito que o que você diz é verdade, mas já me sugeriram uma mudança antes e agora estou disposta a aceitá-la. – mesmo que eu ache que isso não vai adiantar em nada.

- É assim que se fala garota! Vou te levar aos melhores cabeleireiros, maquiadores e lojas tanto bruxos quanto trouxas que vão fazer com que todos os garotos, inclusive Harry Potter, caiam aos seus pés. Palavra de Nick Dumas!

- Sabe que eu tô começando a acreditar no que você fala? – mentira. Mas o que custa agradar uma pessoa que está com tanta vontade de te animar?

- É bom mesmo. Nunca deixei de cumprir minhas promessas e essa não será a primeira vez que vou falhar em uma.



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- Nick!

- Eléonor! Que saudades!

Fiquei olhando a Nick (ela falou que eu podia chamá-la assim) abraçar uma mulher alta de cabelos lisos e negros e de olhos orientais. Acho que ela era a estilista da loja trouxa que entramos.

- Eléonor, esta é Hermione Granger. Ela quer dar uma repaginada na vida dela e não há nada melhor do que fazer compras em Paris pra começar. E como sei que você é uma ótima estilista, gostaria que você a ajudasse a escolher roupas modernas que a deixem ainda mais bonitas. – a mulher em questão dava uma volta ao meu redoe me olhando com olhos avaliadores enquanto eu ficava cada vez mais sem-graça perante aos elogios de minha nova amiga. Terminada a avaliação, ela parou na minha frente e sorriu dizendo:

- Realmente ela é trés belle. Não vai ser nada difícil achar roupas que combinem com ela.

- As modelos sil vous plâit!

A seguir, vi várias modelos usando roupas esplêndidas e Eléonor me explicando cada detalhe delas. Ficava cada vez mais empolgada quando via aquelas roupas perfeitas e me imaginava usando-as. Depois de comprar uns 5 vestidos algumas saias e calças, começamos a caminhar para a segunda loja. Nick não parava de falar sobre a sua teoria de “beleza inrustida”.

- Viu! Não é paranóia minha. Aquela estilista está acostumada a lidar com mulheres de todos os tipos, mas ela não é falsa. Quando ela acha alguém feio, ela fala mesmo e não tá nem aí. As vezes, ela acaba até perdendo alguns clientes.

- Tá bom, mas isso não garante que todods os outros achem o mesmo.

- Vamos mudar de assunto, porque senão vamos acabar discutindo algo que não vai nos levar a lugar algum. Então, por quanto tempo você pretende ficar por aqui?

- Acho que irei no final deste mês .

- Então teremos tempo de sobra pra fazermos tudo o que for necessário para mudar o seu visual e aumentar a sua auto-estima.

- Uma coisa que eu notei: as atendentes daqui não deveriam falar com as clientes em francês?

- Sim.

- E por que ela conversou em inglês com você?

- Por que elas sabem que eu me sinto mais à vontade falando inglês.

- Ah tá. E nas outras lojas também é assim?

- Aham.

- Melhor pra mim que não tenho que fazer um contorcionismo cerebral pra entender o que elas falam.

- Não se preocupe, se alguém falar em francês conosco, vou traduzir pra que você possa entender. Mas como achei que você ia gostar de conversar normalmente com as pessoas, só vou levá-la a lugares em que pessoas que falam nossa língua freqüentem.

- Você é estupenda sabia?

- Que isso, eu faço o que posso. E você também não é nada mal.

- Não é por nada não, mas você não acha que vamos ficar cansadas de tanto carregar sacolas?

- Creio que sim, mas eu já pensei nisso. Perto da loja que vou te levar agora tem uma outra que aluga carrinhos. Assim fica bem mais fácil.



Chegamos na segunda loja alguns instantes depois de alugar os carrinhos, e mais uma vez fomos muito bem atendidas. Compramos camisetas, blusas e dois sobretudos, um preto e um vermelho-queimado.

Logo após fomos a uma loja de calçados . Comprei tantos sapatos (incluindo botas e tênis) que depois que cheguei em casa fiquei pensando pra quê tanto exagero. Mas tudo bem, afinal, não é sempre que se tem a chance de fazer compras na França. Já eram quatro da tarde quando resolvemos ir a um café pra descansarmos e comermos algo. Devo admitir que a comida daqui é maravilhosa. Sei que estou usando vários adjetivos ao conter a minha estada em Paris, mas fazer o quê se é verdade?




- Nossa! Não sabia que os croissant deste café eram tão bons!

- Eu estou te levando aos melhores lugares de Paris, não é de se espantar que esteja admirada. Eu, quando visitei a estes lugares na primeira vez, também fiquei boquiaberta.

- Mas vamos, me diga, Harry é tudo aquilo que dizem?

- Depende...O quê exatamente dizem?

- Dizem que ele é metido, que trata mal os repórteres, mas que tenta se fazer de coitadinho para estar sempre na mídia.

- Eu sei que você me conheceu há pouco, mas você acha sinceramente que eu seria amiga, ou pior, que me apaixonaria por alguém assim?

- Acho que não seria tão tola.

- Exato. Essas coisas que falam sobre Harry são todas mentiras. Harry não fala com os repórteres porque eles fazem perguntas indiscretas sobre o seu passado, que é uma coisa que ainda o machuca muito. Harry há pouco perdeu o seu último parente, e está tão ferido que acha que a morte desse ente querido foi culpa sua..

- Coitado...

- Harry é uma pessoa doce e gentil. As vezes, ele é um pouco arrogante, mas isso só prova que Harry não é o herói que todos querem que ele seja e sim um garoto normal que quer ter uma vida normal. Ele já está cansado de ser chamado de “o menino que sobreviveu”. Ele só que ser o Harry, o filho de James e Lily Potter. Só isso.

- Deve ser muito chato ter pessoas observando cada ato seu.

- Você não faz nem idéia. Harry sofre uma pressão terrível. A cada dia que passa, Voldemort se fortalece e se torna uma ameaça cada vez mais constante. Nem quando dorme Harry tem paz. E, pra piorar a situação, tem esses fotógrafos e repórteres em toda a parte pra publicar no jornal cada espirro que ele dá.

- Como ele lida com tudo isso?

- Harry se diverte jogando quadribol. É apanhador. Além dele adorar esse esporte, a mente dele se dispersa quando joga. Tanto que quando chegam os dias de jogo, acho que ele fica muito mais ansioso do que quando enfrenta os comensais.

- Você conhece mesmo ele não é?

- É normal já que sou a melhor amiga dele.

- Mas parece que você o conhece mais do que ele mesmo.

- Isso é verdade. Com o passar dos anos aprendi a ler cada pensamento que passa pela cabeça de dele. Depois que fui atacada por um comensal, Harry e Rony se aproximaram mais de mim. Hoje, sempre me contam o que os está afligindo, diferente dos últimos cinco anos.

- Hum. Acho que já está tarde para continuarmos a fazer compras. Que tal nos encontrarmos amanhã pra fazer as compras em Lion? Assim, você conhece a comunidade bruxa que tem lá, faz umas comprinhas e “dá um tapa” no visual.

- Amei a idéia! Mas onde e a que horas podemos nos encontrar?

- Onde você está hospedada?

- No International Lecture Hotel.

- Puxa! Sempre quis conhecer este lugar. Dizem que é um dos melhores hotéis da região.

- Então vamos fazer o seguinte: você passa pra me pegar às nove e eu te mostro as instalações do hotel.

- Ótimo.

- Você sabe onde eu posso pegar um táxi?

- Sim. Eu vou pegar junto com você já que seu hotel é perto da minha casa. Qualquer dia eu te levo lá pra conhecer minha família.

- Legal, gosto muito de conhecer gente nova.

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Já eram 17:35 hs quando cheguei em casa. Estava exausta de tanto andar. Mas tinha valido a pena. As roupas que eu tinha comprado eram maravilhosas. Não é a toa que falam que as roupas daqui são as melhores do mundo. Já tô vendo que vou ter que comprar outra mala pra colocar todas as roupas.

Engraçado... Quando achamos que mais nada vai nos surpreender, acabamos enganados. Nunca pensei que fosse contar quase toda a minha vida a uma pessoa que tinha acabado de conhecer. Mas a Nick me passou confiança e o que eu mais precisava naquela hora era uma amiga que me colocasse pra cima. E era exatamente isso que a Nick tinha feito hoje.

Quando descemos do táxi, ela me deixou na porta do hotel e marcou o numero da suíte para que ela pudesse ser anunciada. Disse que se tudo corresse como ela esperava, eu teria uma surpresa agradável que iria fazer com que eu me convencesse e sou bonita.

Duvido que isso irá acontecer, mas como eu não tenho coragem de desapontar minha amiga que está tão otimista vou fazer o que ela pedir. A verdade, é que eu já fui mesmo, sem falsa modéstia, muito bonita. Só que um pequeno probleminha fez com que eu quisesse ficar feia e eu acabei conseguindo. Por isso é que eu não creio que ela vá me fazer acreditar no contrário, porque eu já me convenci que sou feia e quando eu coloco uma coisa na cabeça não tem que possa tirar.

Mas mudando de assunto, não consigo esconder a minha ansiedade. Mal espero a hora de conhecer Lion. Falam que é uma cidade muito bonita e que possui uma das melhores e mais completas bibliotecas bruxas do mundo. Eu posso até tentar mudar a minha personalidade, mas uma coisa que nunca vou conseguir é parar de gostar de livros. Eu viajo pelo livro quando estou lendo e a idéia de saber mais sobre o universo bruxo me fascina. Mas o que mais espero ver são as lojas e os salões de cabeleireiros bruxos. Falam que são os melhores do mundo. Será que eles vão conseguir dar um jeito no meu cabelo?

Acho impossível, mas também achava impossível que bruxaria existisse e paguei com a língua.




Eram 18:15 hs quando meus pais chegaram. Eu curiosa, queria saber de todos os detalhes.

- Olá mamãe! Como foi a abertura?

- Totalmente fantástica. O salão era magnífico. Um renomado dentista francês chamado Jean Lautrec fez um discurso muito bonito falando da ética médica e de alguns outros assuntos que eu sei que você não gosta. Depois, um grupo de dança fez sua apresentação e nos serviram o almoço. Os cozinheiros faziam pratos leves com um gosto muito bom

- Haviam muitas pessoas lá?

- E como! Conhecemos dentistas de vários países. Foi realmente excitante.

- Imagino... É bom saber que estão se divertindo.

- E você minha filha, se divertiu muito hoje?

- Muito mamãe. Conheci uma garota bruxa americana que conhece bem este país, já que seus pais nasceram aqui.

- Que bom! Tinha medo que você saísse andando por aí sozinha .

- Pois não precisa se preocupar mais. Nick é uma garota adorável que conhece cada canto desta cidade e se dispôs a me ajudar com as compras.

- Fico mais aliviada em saber disso. E, diga me, como é essa tal de Nick?

- É uma garota muito bonita . É alta, magra , tem um corpo bonito, cabelos castanho-claros ondulados e olhos verde claros . Ah! E tem algumas sardas no rosto. Ela disse que em quase todas as férias ela vem pra cá, pois tem parentes que moram aqui. Só que a maioria das vezes ela fica sozinha, já que não conhece muita gente.

- Vejo que gostou muito dela. Fico contente em saber que conseguiu fazer amizade tão rápido. Gostaria de conhece-la.

- Ela vem aqui amanhã cedo. Se quiser, posso apresentá-las.

- Eu bem que queira, mas infelizmente eu e seu pai teremos que estar cedo na conferência. Amanhã começam as palestras e teremos que estar muito bem preparados para ouvir o que todos têm a dizer, já que seremos os últimos palestrantes devemos fechar a conferência com chave de ouro.

- Então, eu desejo-lhe boa sorte.

- Muito obrigada.



Estava começando a estranhar. Minha mãe não age assim normalmente. Está muito quieta, falando polidamente...

Como diz o ditado: “ Há algo de podre no reino da Dinamarca”. E eu estava prestes a descobrir o que cheirava tão mal.


- Mione querida eu queria te perguntar uma coisa...

- Diga.

- Você disse que conheceu uma amiga legal...

- E... – como eu sabia que vinha bomba por aí, ergui a sobrancelha em sinal de desconfiança.

- E eu queria saber se você conheceu mais alguém que esqueceu de mencionar.

- Você quer dizer um garoto.

- É exato. E então, conte-me!

- Não mãe. Não conheci ninguém.

- Pois devia. Você é uma garota muito bonita e está desperdiçando tempo e beleza com esse garoto de quem gosta.

- Pára mãe!

- Parar com o quê? É verdade!

- Pra uma mãe, todo o filho é bonito.

- Mas eu não estou puxando o seu saco e você sabe disso. Sabe que é bonita mas tem vergonha de se mostrar. Eu só queria entender por que você faz isso.

- Isso o quê?

- Fingir que é feia.

- Eu não faço isso.

- Faz sim!

- Mione, você é linda mas não sei por qual o motivo tenta esconder isso deixando o seu cabelo parecer um ninho de pássaros, usando roupas não adequadas pra uma garota da sua idade. Lembro-me bem que quando quisemos consertar seus dentes dianteiros você disse que não queria e que achava melhor eles ficarem como estavam .Mer responda, o que você ganha se fingindo de feia?! – pois é. Todas as vezes que eu tento conversar com a minha mãe dá nisso, a gente sempre acaba discutindo.

- Eu já te disse que eu não tô fingindo! Quer saber, essa conversa já me encheu. Vou dormir. – tentei escapar mas como vocês podem imaginar, não deu certo.

- Hermione Jane Granger não ouse passa por essa porta. A conversa ainda não acabou! – não tava agüentando mais. Não queria falar e ela continuava a me pressionar sem fazer idéia do quanto as lembranças ainda me deixavam mal.

- Por favor me conta o que tá acontecendo! – o problema não era o que estava acontecendo, e sim o que aconteceu a mais ou menos seis anos... Vi preocupação nos olhos de minha mãe. Sinceramente, preferia quando ela gritava comigo. Detesto fazer as pessoas se preocuparem comigo e vê-la daquele jeito eu acabei não agüentando. Tinha que contar. Sentei-me junto dela e, segurando sua mão, comecei a falar:

- mãe, lembra de quando eu tinha dez anos?

- E como não lembrar! Você era a garotinha mais lindinha que muitos já viram na vida. Quando ia com você na rua, todos me paravam pra me dar parabéns por ser mãe de uma criaturinha tão fofa. Lembro também que você tinha muitos amigos na escola, dois em especial: a Susy e o Richard. – A Susy era ruiva com cabelos lisos na altura do pescoço e olhos castanhos . Já o Richard, era loiriiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiinho... Com cabelos tão lisos que eu acho que se pousasse alguma mosca no cabelo dele em menos de três segundos ela tinha escorregado. Seus olhos eram de um azul tão suave que quando eu olhava pra ele tinha a sensação de que estava flutuando sobre o céu.

- Vocês eram inseparáveis . Pareciam até irmãos. Mas aí seu amigo teve que mudar de país por causa dos negócios do pai e deixou vocês duas sozinhas. E depois de algum tempo, você e a Susy se separaram por um motivo que eu desconheço até hoje.

- Era esse o problema. A Susy.

- Peraí . Me explica direito essa história porque agora eu fiquei curiosa.

- Mais ou menos dois meses depois que o Richie foi embora, a Susy começou a se comportar de forma diferente. Ela passou a me tratar com aspereza e não falava mais comigo. Eu até tentei entender o que tava acontecendo mas não conseguia descobrir qual a causa. E quando perguntei a ela o que houve, ela me disse que é porque eu era insuportável. Disse que nunca gostou de mim, mas andava comigo porque eu era bonitinha e era a preferida dos professores e também dos alunos. Ela falou que ser minha amiga dava a ela alguns privilégios. Aquelas pessoas que eu pensava serem minhas amigas sempre faziam favores à ela pra que ela me pedisse pra falar com os professores quando eles estavam encrencados. Me contou que eles só falavam comigo porque eu era popular , porque se eu não fosse, eles nunca iriam olhar pra minha cara.

- Deixa eu ver se entendi: Susy se aproximou de você porque precisava de favores e achou que, pelo fato dos professores gostarem de você poderia usá-la para o que fosse.

- Exato.

- Filha da mãe! Como ela pôde?! Aliás, como pode uma criança saber manipular os outros?

- Olha, como eu não sei. Mas ela me usou como cobaia e acabou dando certo.

- E como você reagiu a isso?

- Na hora eu só queria fugir dali . Saí correndo e chorando. Não acreditava que ela , minha melhor amiga , pudesse fazer esse tipo se coisa.

- Agora eu entendo porquê você não queria voltar pra escola!

- Aham. Eu fiquei traumatizada. Sabe como é, coisa de criança. Não falava mais com ninguém e fui me isolando aos poucos. Comecei a me descuidar cada vez mais e meu cabelo foi ficando como está. Com toda essa história, eu tinha perdido a vontade de me arrumar. Nem acreditei quando o ano acabou e eu estava livre daquelas pessoas falsas. Alguns dias depois, a carta de Hogwarts chegou e eu descobri que era uma bruxa. Iria começar uma vida nova, conviver com pessoas que nunca tinha visto na vida e, ainda por cima, muito longe de casa. Fiquei com tanto medo q aquilo tudo se repetisse, que inconscientemente utilizei minha magia para fazer meus dentes crescerem e, conseqüentemente ficar horripilante pra que ninguém me achasse bonita. E acabou dando certo até hoje . Eu pretendia não ficar amiga de ninguém, e achei melhor arrumar um passatempo pra quando eu estivesse fora do horário de aula. Decidi ler tudo o que tivesse a ver com o mundo bruxo, afinal, iria entrar em um mundo diferente e quanto mais eu soubesse, melhor eu me adaptaria.

- Tô entendendo. Você não queria sofrer, então quis se manter afastada. Mas ler o dia inteiro não ia adiantar não é?

- Não mesmo. As pessoas mais cedo ou mais tarde iam puxar assunto, então assumi uma postura rígida e muito chata para que as pessoas nem se quer pensassem em me dirigir a palavra.

- E deu certo?

- A princípio sim. Ninguém olhava na minha cara, e nem ao menos me falavam bom dia. Estava tudo exatamente como eu queria. Só que eu notei que um dia eu iria precisar de alguém, e que eu não poderia me isolar pra sempre do que estava acontecendo a minha volta. Só aí eu tomei conta do que estava acontecendo e fui ficando desesperada. Passaria sete longos anos naquele lugar sem ter alguém pra pedir conselhos, contar meus problemas...

- E aí você sentiu falta de calor humano e foi correndo atrás daquilo que você procurou evitar: um amigo.

- Sim, isso mesmo.

- Me conta como você conheceu Harry e Rony.

- Eu estava chorando em um banheiro desativado porque ouvi Rony falar mal de mim, e de repente ouvi um barulho de coisas quebrando. Já ia me levantar pra ver o que estava havendo lá fora, mas inesperadamente, a porta do box em que eu estava foi arrancada por um horrendo e gigantesco trasgo. Olhei pra ele e vi que o ódio estava estampado em seu rosto. Sentia a morte se aproximar de mim em passos largos e não consegui fazer outra coisa se não gritar de tanto pavor. O trasgo já estava levantando o pedaço de tora que estava em sua mão pra me matar. Nessas horas eu só pensei na maneira idiota que iria morrer: Hermione Granger, a sabe-tudo, seria morta por um trasgo feio e fedorento.

- Fechei meus olhos esperando o impacto e fiquei surpresa ao ouvir um grito que não era o meu. Abri um olho devagar pra saber o que acontecia à minha frente e fiquei pasma por ver Harry agarrado ao monstro e enfiando a varinha em uma das narinas do maldito. Aquele foi o primeiro ato heróico de Harry. – minha mãe me abraçou forte. Acho que sabia qual a causa deste abraço. Também ficaria com medo se minha filha estivesse perto da morte.

- Ah querida! Eu não sei o que eu faria se você tivesse morrido... você é o que eu mais amo na vida. Eu não suportaria ter que acordar todos os dias sem você pra discutir comigo...

- Não se preocupa mãe. Eu tô bem e pertinho de você.

- É tão bom ouvir isso!

- Brigada por me apoiar todo esse tempo...

- Não tem de quê. Agora, termina de me contar. Você fez alguma coisa pra ajudar?

- Eu até queria, mas entrei em estado de choque enquanto assistia a cena. Mas não pense que só o Harry foi o herói da história. Rony mesmo apavorado fez um feitiço de levitação e o trasgo bateu com a tora erguida em sua própria cabeça caindo desacordado. Fiquei tão agradecida que jurei a mim mesma que seria amiga deles sem me importar com o preço que teria que pagar.

- Uau! O que aconteceu depois?

- Os professores nos perguntaram o que estávamos fazendo ali, já que nos deram ordens para evacuar aquela área, e pra salvar a nossa pele, eu inventei uma mentirinha. Depois disso notamos que poderíamos nos dar muito bem se ficássemos juntos. E a partir daquele dia nos tornamos amigos.

- Nossa! Essa história foi simplesmente inacreditável. Mas ainda não consigo parar de pensar que poderia ter perdido você.

- Tá vendo porquê eu não queria falar? Sabia que você ia fazer drama.

- Eu não tô fazendo drama. Eu só queria que você me deixasse participar da sua vida .

- Eu sei. Não é que eu queira te deixar por fora, é que...

- ...Eu sou sua mãe e você tem vergonha de se abrir comigo não é?

- É.

- Tudo bem, eu entendo. Também era assim com a minha mãe. Mas quero que saiba que você não pode guardar todas as suas mágoas com você. Se você não conter o que está passando a alguém, vai se sentir cada vez pior.

- Eu sei...

- Mione, tem mais uma coisa que eu queria saber.

- E o que é?

- O Harry é uma pessoa adorável, que não iria querer te magoar não é?

- Sim.

- Você já se perguntou qual a razão do Harry não te ver como uma garota?

- Já. E cheguei à conclusão de que ele acha que eu só sirvo como amiga dele e nada mais que isso.

- Acertou. Mas ainda falta um pedaço. Ele não te vê como uma garota porque você também não se vê como uma.

- Agora eu não entendi.

- Normalmente, uma garota que tem a sua idade é muito vaidosa. Quer estar bem vestida, maquiada... E você não tem feito isso. Pelo o que você me falou, a menina de quem Harry gosta é muito bonita (N/A: por mais que eu a ache parecida com um picolé de chuchu, nesta fic ela esta linda tá?) e quer estar sempre bem arrumada.

- Verdade.

- Será que ele não gosta dela por que tem uma boa aparência?

- Acho que não. Harry não é do tipo de cara que gosta de alguém pela sua aparência.

- Ele pode até não ser, mas ele é um garoto, e desde que o mundo é mundo, os homens são estimulados pelo que vêem.

- ...

- Você deveria aproveitar que está em Paris com a Nick, que aparentemente está disposta a te ajudar e comprar umas roupas menos formais, maquiagem e dar um trato nessa coisa que você costuma chamar de cabelo.

- Também não precisa humilhar...

- E outra coisa. Quer um conselho? Esqueça Harry por um tempo e parta pra outra. Não jogue a sua juventude fora por alguém que não te quer. Se ele tiver de ser seu, cedo ou tarde isso vai acontecer. Enquanto isso, se divirta, e se preciso, prove pra quem quer que seja que você pode sim ter a sua porção de homens a seus pés! – minha mãe sorria enquanto dizia isso como se fosse uma caçadora atrás de uma presa.

- Hihihi, só você mesmo pra falar um negócio desses...

- E então, valeu a pena conversar com sua mãe?

- Se eu falasse que não eu estaria mentindo.

- Agora, vá dormir. Você precisa estar muito bem disposta pra arrasar alguns corações franceses amanhã.

- Boa noite e obrigada.

- Não tem de quê. Sempre que precisar é só me chamar.

Ela me deu um beijo na testa se despedindo de mim e fechou a porta. Troquei-me, me deitei na cama e fechei meus olhos tentando dormir na expectativa do dia seguinte.

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N/A2:.A Nick é um amorzinho não é?! Eu a amei assim que tive a idéia de criá-la. É o meu pequeno tesouro, minha filhinha! Pra vocês verem como a sua opinião conta e muito coloquei três capítulos de uma vez só... então pleeeeeeeeeeaseeeeeeee mandem-me comentários! Façam-me feliz por um instante sim?!

Sem mais puxação de saco da “minha cria” (Nick), coloco mais um pedacinho da fic.:



“Levantei-me, sacudi minhas roupas e finalmente olhei ao redor. Era lindo! E eu quase me sentia em casa. Tudo tinha um belo tom de dourado, não exagerado. Era como se o sol estivesse tocando o chão fazendo tudo ter um tom mágico. As lojas que eram formidáveis e as pessoas eram tantas que pareciam sair do nada.”



Beijão pra todas vocês e pra aqueles que talvez possam estar lendo e não mandam mensagens (buááááá).



.: Paty Selenita:.

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