Felix Felices
A primeira aula de Harry na manhã seguinte era Herbologia. Ele não pode falar com Rony e Hermione sobre sua aula com Dumbledore no café da manhã por medo de ser ouvido, mas ele contou para eles enquanto eles passavam pelo jardim para ir para as estufas. O vento forte do fim de semana havia parado; a mistura estranha estava de volta e eles levaram um pouco mais de tempo que o normal para achar a estufa certa.
"Nossa, bem assustador, a criança Você-Sabe-Quem," disse Ron em voz baixa, enquanto eles se posicionavam em torno do tronco retorcido de Snargaluffs que formavam o projeto desse semestre, e começavam a colocar suas luvas de proteção. “Mas eu ainda não entendo para que Dumbledore está te mostrando tudo isso. Quer dizer, é muito interessante e tal, mas qual o objetivo?”
"Não sei," disse Harry, colocando sua proteção de gengivas. "Mas ele sempre diz que é muito importante e vai me ajudar a sobreviver."
"Eu acho fascinante," disse Hermione com determinação. "Faz muita lógica saber o quanto você puder sobre Voldemort. De que outro modo você vi descobrir as suas fraquezas?"
"Então, como foi a festinha de Slughorn?" Harry perguntou cerradamente pelo protetor de gengiva.
"Oh, foi até legal, sério," disse Hermione, agora colocando os óculos de proteção. "Quer dizer, ele se liga demais a ser famoso às vezes, e ele simplesmente bajula o McLaggen porque ele tem muitos contatos, mas ele nos deu comida muito boa e nos apresentou para Gwenog Jones."
"Gwenog Jones?" disse Ron, seus olhos se enchendo debaixo dos óculos. "A Gwenog Jones? Capitã dos Holyhead Harpies?"
"Isso mesmo," disse Hermione. "Pessoalmente, eu a achei muito cheia de si mesma, mas-”.
"Muita conversa por aqui!" disse a animada Professora Sprout, acabando com a confusão e parecendo zangada. "Vocês estão ficando para trás, todos já começaram, e Neville já conseguiu a sua primeira vagem!"
Eles olharam em volta; bem convencidos, lá estava Neville com o lábio sangrando e alguns arranhados em seu rosto, mas agarrado a um objeto verde e feio que pulsava, aproximadamente do tamanho de uma toranja.
"Okay, Professora, vamos começar agora!" disse Ron, falando baixo, assim que ela se virou, “nós devíamos ter usado o Muffliato, Harry”.
"Não, não devíamos!" disse Hermione de uma vez, soando, como sempre, totalmente contra o pensamento do Príncipe Mestiço e dos seus ensinamentos, “Ah, vamos lá... É melhor começarmos…”.
Ela deu aos outros dois um olhar apreensivo; todos inspiraram profundamente e se viraram para os troncos nodosos na frente deles.
Ela criou vida de uma vez só; cabos de videira longos, pontudos e espinhosos voaram do topo e saíram ricocheteando pelo ar. Uma se entrelaçou no cabelo de Hermione, e Ron acabou com ela com uma tesoura de podar; Harry obteve sucesso em prender um par de vagens e os amarrar juntos; um buraco aberto naquele emaranhado de tentáculos; Hermione enfiou seu braço nesse buraco, que fechou como uma armadilha sobre seu cotovelo; Harry e Ron puxaram e socaram as videiras, forçando o buraco a se abrir novamente, e Hermione tirou seu braço, apertando em suas mãos uma vagem igual à de Neville. De uma vez, as videiras espinhosas voltaram para dentro, e o tronco fico ali parado parecendo um inocente pedaço de madeira morta.
"Sabe, eu acho que não querer ter desses no meu jardim quando eu tiver o meu próprio lugar,” disse Ron, puxando seus óculos de proteção para sua testa e limpando o suor de seu rosto.
"Me passe uma tigela," disse Hermione, segurando a vagem pulsante em seus braços; Harry a entregou a tigela e ela jogou a vagem nela com certo ar de desgosto.
"Não seja medrosa, puxe-os para fora, eles são melhores quando estão frescos!” chamou a Professora Sprout.
"De qualquer forma," disse Hermione, continuando a sua conversa interrompida como se nenhum pedaço de madeira tivesse acabo de atá-los, “Slughorn vai dar uma festa de Natal, Harry, e não tem como você fugir dele porque ele me pediu para verificar suas tardes livres, para ele ter certeza de fazer a festa em uma noite que você possa comparecer”.
Harry gemeu. Enquanto isso, Rony, que tentava estourar a vagem na tigela com as duas mãos, espremendo o máximo que podia, disse com raiva, "E essa é outra festa só para os favoritos do Slughorn, não é?" "Somente para o Clube do Slug, sim," Hermione respondeu.
A vagem escapou por entre os dedos de Rony e bateu no vidro da estufa, passando por trás da cabeça da Professora Sprout e derrubando seu chapéu velho e remendado. Harry foi recapturá-la; e quando ele voltou, Hermione dizia, "Olhe, eu não inventei o nome 'Clube do Slug'-".
"'Clube do Slug, '" repetiu Rony com uma voz de zombaria típica de Malfoy. "É patético. Bem, eu espero que você aproveite a sua festa. Por que você não tenta ir com McLaggen, aí Slughorn poderia fazer de vocês o Rei e a Rainha do Slug-?"
"É permitido levar convidados", disse Hermione, que, por alguma razão, ficara vermelha, brilhante e ardente, "e eu ia pedir para que você fosse, mas se é tão patético quanto você pensa não o aborrecerei!”.
Harry desejou que a vagem tivesse voado mais longe, para que agora ele não estivesse sentado ali com os dois. Sem ser notado por nenhum dos dois, ele se virou para a tigela e tentou abrir a vagem do jeito mais barulhento e energético que ele conseguia imaginar, mas mesmo assim ele ainda podia ouvir cada palavra da conversa deles.
"Você ia me chamar?" perguntou Rony, com uma voz completamente diferente.
"Sim," disse Hermione com raiva. "Mas você obviamente prefere que eu vá com McLaggen...”.
Houve uma pausa, enquanto Harry continuava tentando abrir a vagem com uma espátula.
"Não, eu não prefiro" Rony disse, em uma voz muito baixa. Harry perdeu a vagem, bateu a tigela e ela se quebrou.
"Reparo," ele disse rápido, juntando os pedaços com sua varinha, e a tigela ficou inteira novamente. O estrondo, porém, pareceu ter lembrado Rony e Hermione da presença dele. Hermione parecia agitada e imediatamente começou a folhear exageradamente a sua cópia de 'Árvores Carnívoras do Mundo' para descobrir o modo correto de fazer suco de vagem de Snargaluff; Rony, por outro lado, parecia constrangido, mas também bastante satisfeito.
"Veja isso, Harry", Hermione disse. "Diz que é necessário perfurá-los com algo afiado..." Harry passou a ela a vagem na tigela; ele e Ron colocaram sobre os olhos os óculos de proteção e viraram-se, mais uma vez, para o tronco.
“Ele realmente se surpreendeu”, pensou Harry, enquanto lutava contra um ramo espinhoso com a intenção de estrangulá-lo; ele já tivera um pressentimento que isso pudesse acontecer mais cedo ou mais tarde. Mas Harry não estava certo de como se sentia sobre o assunto... Ele e Cho ficavam agora envergonhados quando trocavam olhares ou conversavam sozinhos; o que aconteceria se Ron e Hermione começassem a sair juntos? Será que a amizade do trio sobreviveria a isso?
Harry lembrou-se das semanas no terceiro ano em que eles não estavam se falando; ele não gostara nada de tentar aproximar os dois novamente. E então, o que aconteceria se isso os separasse? E se ambos se tornassem igual Gui e Fleur e ele se sentisse dolorosamente envergonhado por estar na presença deles, de modo que tivesse que se afastar?
"Legal!", gritou Ron, puxando uma segunda vagem do tronco exatamente como Hermione fizera para pegar o primeiro, de forma que a tigela se enchera de vagens parecendo lombrigas verdes se contorcendo.
O resto da aula passou sem comentários sobre a festa de Slughorn. Embora Harry observasse os dois amigos mais atentamente durante os próximos dias, Rony e Hermione não pareceram diferentes, a não ser pelo fato de estarem um pouco mais educados um com o outro do que o normal. Harry supôs que teria de esperar para ver o que aconteceria sob influência da cerveja amanteigada no quarto vagamente iluminado de Slughorn na noite da festa. Todavia, enquanto isso, ele tinha preocupações mais urgentes. Katie Bell ainda estava no Hospital St. Mungus sem previsão de alta, o que significava que o promissor time da Grifinória, tão cuidadosamente treinado por Harry, era um time desfalcado.
Ele não substituiu Katie, na esperança de que ela voltasse, mas a primeira partida deles contra a Sonserina estava se aproximando e ele teve de aceitar, finalmente, que ela não voltaria a tempo de jogar. Harry não pensou que poderia fazer outro teste com todos observando. Com um sentimento depressivo de que ele tinha pouco a fazer com Quadribol, encurralou Dino Thomas após a aula de Transfiguração um dia. A maioria da classe já tinha saído, embora diversos pássaros amarelos zumbissem em torno da sala, todas criações de Hermione; ninguém tinha conseguido conjurar mais que uma pena no ar fino. "Você ainda se interessa em ser artilheiro?".
"O que? Claro, naturalmente!" Dino disse excitado. Harry viu Simas Finnegan guardar seus livros na mochila, olhando desagradavelmente para eles. Uma das razões porque Harry preferia não ter que pedir a Dino para jogar era que ele conhecia Simas e Harry não gostaria que ele jogasse. Por outro lado, teve que fazer o que era melhor para a equipe, e Dino esteve na dianteira de Simas nos pênaltis.
"Bem então, você está dentro," disse Harry. "Treino hoje à noite, sete horas."
"Certo," disse Dino. "Beleza, Harry! Nossa, eu não posso esperar para contar para Gina!" Correndo para fora da sala, deixando Harry e Simas sozinhos, um momento incômodo que não melhorou quando um dos pássaros caiu na cabeça de Simas.
Simas não era a única pessoa que não gostou da escolha do substituto de Katie. Havia um murmúrio no salão comunal sobre o fato que Harry tinha escolhido agora dois de seus companheiros de quarto para a equipe. Porque Harry tinha resistido a alguns cochichos muito mais maldosos do que este em sua carreira da escola, não foi incomodado particularmente, mas de qualquer forma, a pressão estava aumentando para que eles tivessem uma vitória no campeonato logo no encontro contra Sonserina. Se a Grifinória ganhasse, Harry soube que a casa inteira se esqueceria de que o tinham criticado e iriam jurar que sempre souberam que era um grande capitão. Se perdessem...
“Bem,” Harry pensou vagamente, ele tinha resistido ainda a umas fofocas mais maldosas... Harry não teve nenhuma razão para lamentar sua escolha uma vez que viu Dino à noite; ele jogou muito bem com Gina e Demelza. Os batedores, Peakes e Coote, começavam a ficar melhor a cada hora. O único problema era Rony. Harry sabia, ao longo do ano, que Ron era um jogador inconsistente que sofria dos nervos e de uma falta da confiança, e infelizmente, isso apareceu no jogo da abertura da estação que trouxe para fora todas suas velhas inseguranças. Após deixar passar uma dúzia de gols, a maioria deles marcados por Gina, sua técnica tornou-se mais selvagem e mais selvagem, até que finalmente acertou o nariz de Demelza.
“Foi um acidente, sinto muito, Demelza, realmente sinto!" Ron desceu zigue-zagueando atrás dela para o chão, gotejando o sangue em toda parte. "Eu apenas -"
"Se apavorou". Disse Gina irritadamente, pousando ao lado de Demelza e examinando sua boca. "Você é burro, Ron, olha o estado dela!"
"Eu posso arrumar isso," disse Harry, pousando ao lado das duas meninas, apontando sua varinha para a boca de Demelza, e dizendo ‘Episkey’. "E Gina, não chame Rony de burro, você não é o capitão desta equipe -"
"Bem, você me pareceu um pouco ocupado para chamar Rony de burro e eu pensei quem alguém deveria -"
Harry forçou-se a não rir. "No ar, todos...”.
No geral, esse foi um dos piores treinos que eles haviam tido no semestre, embora Harry não sentisse que a honestidade era a melhor política quando eles estavam tão perto do jogo. "Trabalho bom, todos. Eu acho que nós vamos esmagar a Sonserina" disse incentivando-os, e os artilheiros e os batedores deixaram o vestiário razoavelmente felizes consigo mesmos.
"Eu joguei como um saco de esterco de dragão," disse Rony em uma voz roca quando a porta tinha balançado e fechado atrás de Gina.
"Não... Você não jogou," disse Harry firmemente. "Você é o melhor goleiro que eu testei, seu único problema é que você fica nervoso." Ele prosseguiu um implacável fluxo de incentivo todo o caminho de volta para o castelo, e quando eles alcançaram o segundo andar, Rony estava olhando mais alegre. Quando Harry empurrou a tapeçaria para fazer seu usual caminho mais curto para a Torre da Grifinória, entretanto, encontraram-se olhando para Dino e Gina, que estavam travados em um abraço apertado e beijando-se ferozmente como se estivessem colados. Era como se algo grande e escamoso estourasse no estômago de Harry, agarrando-se em seus interiores: o sangue quente pareceu inundar seu cérebro, de modo que todo o pensamento fosse extinto, substituído por um impulso selvagem de transformar Dino em uma geléia. Lutando com esta loucura repentina, ouviu a voz de Rony como se viesse de muito longe.
"Olá!"
Dino e Gina se distanciaram e olharam ao redor.
"Que?" Gina disse.
"Eu não quero encontrar minha própria irmã beijando pessoas em público!"
"Este era um corredor deserto até você chegar!" Gina disse. Dino estava olhando constrangido. Deu a Harry um sorriso forçado que Harry não retornou, porque o monstro recém-nascido dentro dele estava rugindo para a demissão imediata de Dino da equipe.
"Você vai!" Gina disse. "Eu quero dar uma palavrinha com meu caro irmão!". Dino saiu, olhando como se não fosse bom sair de cena.
"Certo," disse Gina, lançando seu cabelo vermelho longo fora de sua cara e fitando Ron, "Vamos conversar direito uma vez por todas. Não é da sua conta se eu saio ou o que eu faço com eles, Ron -"
"É sim!" Ron disse, soando irritado. "Você pensa que eu não ouço os outros falando da minha irmã"?
"Que?" Gina gritou, tirando sua varinha. "O que, exatamente?"
"Não é nada, Gina -" disse Harry automaticamente, embora o monstro rugisse sua aprovação às palavras de Ron.
"É sim!" disse, alargando-se em cima de Harry. "Apenas porque você nunca beijou nenhuma garota em sua vida, apenas porque o melhor beijo que você recebeu foi de nossa Tia Muriel-”.
"Cala a boca!" Ron gritou, seu rosto mudando do normal para o vermelho rapidamente. "Não... Não calo!" Gina gritou, ao lado dele. "Eu o vejo com a Fleur, esperando ela beijá-lo no rosto cada vez que você a vê, você é patético! Se você saísse e começasse a namorar um pouco como eu, você não se ocuparia tanto em me vigiar!"
Ron tinha retirado sua varinha também; Harry se postou rapidamente entre eles. "Você não sabe o que está falando!" Ron rugiu, tentando acertar Gina atrás de Harry, que estava agora na frente dela com seus braços abertos.
"Apenas porque eu não o faço em público-!" Gina deu uma grande gargalhada, tentando empurrar Harry para longe. "Você tem beijado Píchi, tem? Ou talvez tenha beijado num retrato de Tia Muriel?"
“Você-“, um raio de luz alaranjada voou sob o braço esquerdo de Harry e não acertou Gina por centímetros; Harry empurrou Rony de encontro à parede.
"Não seja estúpida-“
“Harry beijou Cho Chang!" Gina gritou, soando atordoada. "E Hermione beijou Victor Krum, você é o que age como se fosse algo para se repugnar, Rony, e isso é porque você tem tanta experiência quanto uma garotinha de doze anos!" E com esta frase, se afastou.
Harry olhou rapidamente para Rony; seu o olhar era assassino. Ambos permaneceram lá, respirando pesadamente, até a Sra. Norris, gata de Filch, aparecer em um canto, quebrando a tensão.
"Vamos," disse Harry, porque o som dos pés de Filch alcançou suas orelhas. Apressaram-se escadas acima e ao longo de um corredor do sétimo andar.
"Ha!" Ron grunhiu para que uma aluna pequena saltasse para o lado e deixasse cair um frasco de ovas de sapo. Harry ouviu de longe o som de quebrar o vidro; sentiu-se desorientado, atordoado; como se tivesse sido golpeado. “É só porque é irmã de Rony, ele pensou. Você apenas não gostou de vê-la beijando alguém porque é irmã de Rony...” Mas escondida em sua mente veio uma imagem daquele mesmo corredor deserto com ele beijando Gina ao invés de Dino... O mostro em seu estômago ronronou... Mas então viu que se Rony os visse e apontasse sua varinha para Harry, eles talvez deixassem de ser amigos... "Eu achava que você era meu amigo"...
"Você pensa que Hermione ficou com Krum?”
"Krum?" Ron parou abruptamente, porque se aproximaram da Mulher Gorda. Harry se sentiu culpado e trancou sua imaginação para um corredor deserto onde não haveria Rony, em que ele e Gina estavam completamente sozinhos...
"Que?" disse confuso. "Oh... é..." A resposta honesta era "sim", mas não quis dá-la. Entretanto, Ron pareceu se satisfazer a resposta do olhar de Harry. "Massa de Grãos," disse friamente à Mulher Gorda, entraram através do buraco do retrato para a Sala Comunal. Nenhuns deles mencionou Gina ou Hermione outra vez; se deitaram na cama em silêncio, cada um absorto em seus próprios pensamentos.
Harry permaneceu acordado por muito tempo, olhando acima no dossel de sua cama e tentando convencer-se que seus sentimentos por Gina eram inteiramente de amizade. Eles tinham vivido como irmão e irmã todo o verão, jogando Quadribol, irritando o Rony e rindo sobre Fleur. Ele conhecia Gina há anos agora... Era natural se sentir protetor... Natural que queira olhar para ela... Que queira bater no membro do time que a beijava... Não... Teria que se controlar... Rony deu um ronco alto. “É a irmã do Rony”, Harry disse a si mesmo firmemente. Irmã de Rony. Ele não arriscaria sua amizade com Rony por coisa alguma. Procurou se deitar de uma forma mais confortável e esperou o sono vir, tentando ao máximo impedir que seus pensamentos fossem para perto de Gina.
Harry acordou na manhã seguinte sentindo-se entorpecido e aturdido por uma série dos sonhos em que Rony o perseguia com um bastão de Quadribol, mas pelo meio-dia ele trocou o Rony de seus sonhos pelo Rony de verdade, que estava mal humorado não somente por causa de Gina e seu namorado, mas também indiferente e confuso em relação à Hermione. Além do mais, Rony pareceu ter-se tornado, de noite, tão sensível e pronto para chicotear como um Explosivin.
Harry gastou o dia tentando manter a paz entre Rony e Hermione sem nenhum sucesso; finalmente, Hermione partiu para a cama no andar de cima, e Ron foi para os dormitórios após se irritar com os diversos alunos do primeiro ano que ficavam parando para olhá-lo. Ao desânimo de Harry, o novo perfil agressivo de Ron não se desgastou. Isso coincidiu com um mergulho mais profundo e uniforme em suas habilidades, que o fizeram ainda mais agressivo, de modo que durante a prática final de Quadribol antes do jogo de sábado, ele não pegou um único gol que os artilheiros marcaram, mas gritou para todos, deixando Demelza Robins aos prantos. "Você some e me deixa sozinho!" Peakes gritou, a uma altura de aproximadamente dois terços da de Rony, carregando um bastão pesado. "Chega!" Harry gritou, pois tinha visto Gina girando no sentido de Ron e, recordando sua reputação como jogadora do Bastão-Bogey, correu para intervir antes que as coisas saíssem do controle.
"Peakes, vá e pegue os Balaços. Demelza, você jogou realmente bem hoje, Rony...” Esperou até que o restante da equipe estivesse fora do alcance antes de dizer, "Você é meu melhor goleiro, mas se continuar a tratar mal o time, eu estou pensando em tirá-lo da equipe." Harry pensou por um momento que Rony iria bater nele, mas então algo muito pior aconteceu: Rony pareceu desistir de toda de todo o trabalho e disse, "Eu desisto. Eu sou patético".
"Você não é patético, e você não está vai desistir!" Harry disse ferozmente, segurando Ron pela parte da frente de suas vestes. "Você pode segurar qualquer gol quando está confiante, são as suas emoções que você tem que controlar".
"Você acha que tenho problema mental. É, talvez eu seja um demente!”
Eles se encararam por um momento, então Ron agitou sua cabeça cansadamente. "Eu sei que você não tem tempo para encontrar um outro goleiro, ma eu irei jogar amanhã. Mas se nós perdemos, e nós vamos perder, eu estarei fora da equipe." Nada que Harry disse fez alguma diferença. Ele tentou de todas as maneiras aumentar a confiança de Rony durante o jantar, mas ele estava muito ocupado sendo sarcástico e rude com Hermione para notar.
Harry persistiu da mesma maneira na sala comunal, mas a afirmação dele que o time inteiro ficaria devastado se Rony saísse foi minada, um pouco, pelo fato do resto do time estar sentando em um canto distante, murmurando claramente contra Rony e lhe lançando olhares atravessados.
Finalmente, Harry tentou ficar bravo novamente na esperança de provocar em Rony um desafio, esperando que fosse uma atitude salvadora, mas esta estratégia não pareceu funcionar mais que o encorajamento; Rony foi para cama tão abatido e desesperado como sempre. Harry permaneceu acordado durante um longo tempo na escuridão. Ele não queria perder a partida de estréia; não só por ser a primeira dele como Capitão, mas porque ele estava determinado a derrotar Draco Malfoy no quadribol, já que ele ainda não pôde provar suas suspeitas sobre ele.
Se Ron jogasse como ele tinha feito nos últimos treinos, as chances deles de ganharem eram muito poucas... Se houvesse algo que ele pudesse fazer para Ron se concentrar... Fazer com que ele jogasse com o melhor de sua forma... Algo que assegurasse que Rony teria um dia realmente bom... E a resposta chegou a Harry em um golpe súbito e glorioso de inspiração.
O café da manhã estava mais movimentado que o normal na manhã seguinte; os Sonserinos assobiavam e gritavam ruidosamente enquanto cada membro do time da Grifinória entrava no Salão Principal. Harry olhou para o teto e viu um céu azul claro, pálido: um bom presságio.
A mesa de Grifinória, uma massa sólida de vermelho e dourado, se alegrou quando Harry e Rony se aproximaram. Harry sorriu e acenou; Rony deu um sorriso fraco e balançou a cabeça.
"Se anime, Ron!" chamou Lilá. "Eu sei que você será brilhante"! Rony a ignorou
"Chá"? Harry lhe perguntou. "Café? Suco de abóbora?"
"Qualquer coisa,” Ron disse sem entusiasmo, dando uma mordida mal-humorada na torrada. Alguns minutos depois, Hermione, que tinha ficado tão cansada do recente comportamento desagradável de Rony que não tinha vindo para o café da manhã com eles, parou ao seu deles na mesa.
"Como vocês estão se sentindo"? Ela perguntou, os olhos fixos na nuca de Rony.
"Bem", Harry disse enquanto se concentrava em dar a Rony um copo de suco de abóbora. "Aqui está, Rony. Beba." Ron tinha levado copo aos lábios dele quando Hermione disse nitidamente. "Não beba isso, Ron"!
Harry e Ron olharam para ela "Por que não"? Disse Rony. Hermione agora estava encarando Harry como se ela não pudesse acreditar nos próprios olhos.
"Você colocou algo naquela bebida".
"Desculpe"? Disse Harry.
"Você me ouviu. Eu vi. Você colocou algo na bebida de Rony. Você ainda está com a garrafa na sua mão direita!"
“Eu não sei do que você está falando," Harry disse, guardando a pequena garrafa rapidamente no bolso.
"Rony, eu te aconselho, não beba isto"! Hermione disse novamente, mas Rony apanhou o copo, tomou um gole e disse, "Pare de mandar em mim, Hermione". Ela o olhou escandalizada. Se abaixando de forma que só Harry poderia ouvir, ela disse, "Você poderia ser expulso por isso. Eu nunca creditaria isso a você, Harry!"
“Olhe quem está falando," ele sussurrou de volta. "Tem confundido alguém ultimamente"? Ela foi para longe deles na mesa. Harry a viu ir sem pesar.
Hermione nunca, realmente, tinha compreendido o quão sério um jogo de Quadribol era. Então, ele deu uma olhada para Rony que estava estalando os lábios. "Quase na hora” disse jovialmente.
A grama gelada amassou sob os pés deles quando foram para o campo. "Que sorte. O clima estar bom, né"? Harry perguntou para Ron. "Sim," Rony disse, pálido e com uma aparência doentia. Gina e Demelza já estavam com seus uniformes de Quadribol e esperando no vestiário.
"Condições ideais", disse Gina, ignorando Rony. “E adivinha? Vaisey, aquele artilheiro da Sonserina, - ele levou um balaço na cabeça ontem durante o treino e está muito dolorido para poder jogar! E o melhor é que Malfoy está doente também!"
“O que"? Disse Harry, girando para a encarar. "Ele está doente? O que há de errado com ele?"
“Não faço idéia, mas é ótimo para nós", disse Gina alegre. "Harper está jogando no lugar dele; ele está no mesmo ano que eu e é um idiota". Harry sorriu vagamente, mas quando ele puxou as vestes escarlates dele, sua mente estava bem longe do quadribol. Malfoy uma vez disse que não poderia jogar devido a um ferimento, mas naquela ocasião tinha tido certeza que a partida inteira foi marcada para uma data mais que conveniente para a Sonserina. Por que agora ele estava satisfeito em ser substituído? Ele estava realmente doente, ou ele estava fingindo?
"Suspeito, não é?" ele disse a Rony. "Malfoy não jogar?"
“Sorte, eu chamo isto," Rony disse, parecendo ligeiramente mais animado. "E com Vaisey fora também, ele é o melhor artilheiro do time deles, eu não imaginei - hei"! Ele disse, de repente, e parou a meio caminho de colocar as luvas de goleiro e encarar Harry.
"O que?"
“Eu... você...". Rony tinha perdido a voz, parecia assustado e excitado. "Minha bebida... Meu suco de abóbora... Você não colocou...?" Harry ergueu as sobrancelhas dele, mas não disse nada, exceto, "Nós estaremos começando em, aproximadamente, cinco minutos, é melhor você calçar suas botas".
Eles caminharam para fora sob o barulho de rugidos tumultuosos e vaias. Um lado do estádio era totalmente vermelho e dourado; o outro, um mar de verde e prateado. Muitos alunos da Lufa-Lufa e da Corvinal tinham ido ver a partida também. Entre todos gritando e batendo palmas, o rugido do famoso chapéu de leão de Luna Lovegood podia ser ouvido distintamente. Harry alcançou Madame Hooch, a árbitra que estava pronta para lançaras bolas da caixa.
"Capitães dêem um aperto de mão," ela disse e Harry teve sua mão esmagada pelo novo Capitão da Sonserina, Urquhart. "Montem em suas vassouras. Quando eu apitar... Três... Dois... Um..." O apito soou, Harry e os outros impulsionaram no solo duro e congelado e eles voaram. Harry planou ao redor do perímetro do campo, olhando a procura do pomo de ouro e mantendo um olho em Harper, que estava zigue-zagueando logo abaixo dele. Então, uma voz diferente da do comentarista habitual, começou. "Bem, lá vão eles e eu acho que nós todos fomos surpreendidos ao ver o time que Potter reuniu este ano. Muitos pensaram, devido ao desempenho horroroso de Ronald Weasley como goleiro ano passado, que ele seria retirado do time, mas claro que uma amizade pessoal íntima com o Capitão ajuda..." Estas palavras foram saudadas com zombarias e aplausos no fim pelos sonserinos. Harry deu uma volta com sua vassoura para olhar para o pódio do comentarista. Um visitante loiro aguado com um nariz virado para cima estava lá, falando no megafone mágico que tinha uma vez sido de Lino Jordan; Harry o reconheceu, Zacharias Smith, um jogador de Lufa-Lufa de quem ele desgostava. "Oh, e aqui vem a primeira tentativa da Sonserina de fazer um gol, é Urquhartque que lidera o lance e-" O estômago de Harry revirou. "-Weasley defendeu, bem, algumas vezes a pessoa tem sorte, eu suponho...”.
"Pode ter certeza, Smith, ele tem," Harry murmurou, sorrindo, mergulhando entre os artilheiros procurando em volta por alguma aparição do pomo de ouro. Com uma hora do jogo, Grifinória estava na frente com sessenta pontos a zero, Rony tinha feito algumas defesas verdadeiramente espetaculares, algumas com a ponta das luvas dele, e Gina tinha marcado quatro dos seis gols da Grifinória. Zacharias tinha parado de dizer em voz alta que o dois Weasley’s só estavam no time porque Harry gostava deles, e começou a falar de Peakes e Coote. "Bem, Coote não é realmente a escolha habitual para um batedor," Zacharias disse orgulhoso, "Eles normalmente são mais musculosos-"
"Rebata um balaço nele"! Harry disse para Coote quando ele passou zunindo, mas Coote sorriu amplamente e escolheu apontar o próximo balaço para Harper, que estava passando por Harry na direção oposta. Harry ficou feliz ao ouvir o barulho que significava que o balaço tinha encontrado seu alvo. Parecia que a Grifinória não faria nada errado. Eles marcaram de novo e de novo, e de novo e de novo, ao fim de outro lance, Rony defendeu os gols com aparente facilidade. Ele estava realmente sorrindo gora, e quando a multidão saudou uma defesa particularmente boa, o bom e velho "Weasley é Nosso Rei" soou, e Rony tentou gritar do alto.
"Ele acha que hoje ele é alguém especial, não é?" disse uma voz maliciosa, e Harry quase caiu da vassoura quando Harper colidiu dura e deliberadamente com ele. "Seu traidor do próprio sangue..." Madame Hooch estava virada e, embora os torcedores da Grinfória gritassem de raiva, até que ela desse uma olhada, Harper já estava longe.
Com o ombro doendo, Harry voou atrás dele, determinado a acertá-lo por atrás... "E eu acho que Harper da Sonserina viu o pomo"! Disse Zacharias Smith pelo seu megafone. "Sim, ele viu algo que Potter não viu, certamente!” Smith realmente era um idiota, pensou Harry, ele não os tinha visto colidir? Mas no momento seguinte, o estômago dele despencou – Smith tinha razão e Harry estava errado: Harper não estava voando para cima ao acaso, ele tinha visto o que Harry não viu: O pomo estava acelerando no alto sobre eles, refletindo contra o céu azul claro. Harry acelerou; o vento assobiando nas suas orelhas de forma que isso abafou todo o som dos comentários de Smith ou a multidão, mas Harper ainda estava à frente dele, e a Grifinória estava só cem pontos na frente; se Harper chegasse lá primeiro a Grifinória perderia... E agora Harper estava próximo disto, a mão dele estendida...
"Oi, Harper"! Harry gritou em desespero. "Quanto Malfoy pagou para você vir em vez dele?” Ele não soube o que o fazer dizer isso, mas Harper reduziu; ele apalpou o pomo e o deixou deslizar pelos dedos. Harry se esticou para a minúscula e trêmula bola e a pegou.
"Sim"! Harry gritou. Dando voltas, ele retornou ao solo, o pomo seguro alto na mão dele. Quando a multidão percebeu o que tinha acontecido, deram um grito tão alto que foi quase impossível ouvir o apito final.
"Gina, aonde você vai?" gritou Harry, que tinha pousado no meio do campo para encontrar com o resto do time, mas Gina voou para além deles até que, com um estrondo alto, ela colidiu com o pódio de comentaristas. A multidão gritou e riu, o time de Grinfória aterrissou ao lado dos destroços de madeira debaixo do qual Zacharias estava se mexendo,: Harry ouviu Gina dizendo a uma Professora McGonagall enfurecida, “Esqueci de frear, Professora, desculpe".
Rindo, Harry se livrou do resto do time e abraçou Gina, mas a largou bem depressa. Evitando o olhar dela, ele cumprimentou Ron com tapinhas nas costas, toda a inimizade esquecida, o time da Grinfória andando lado a lado e acenando para os torcedores. A atmosfera no vestiário era incrível. "Festa no Salão Comunal!", disse Simas. Dino gritou exuberante. "Venha, Gina, Demelza!" Ron e Harry foram os últimos a deixar o vestiário. Eles estavam saindo quando Hermione entrou. Ela estava torcendo o cachecol da Grinfória nas mãos e parecia chateada, mas determinada. "Eu quero dar uma palavra com você, Harry". Ela respirou fundo. "Você não deveria ter feito isto. Você ouviu Slughorn, é ilegal".
"O que você vai você fazer? Nos entregar?" exigiu Rony. "Do é que é você dois estão falando afinal?" perguntou Harry, se virando para retirar o uniforme de modo que nenhum dos dois o visse sorrindo.
"Você sabe perfeitamente bem sobre o que nós estamos falando!" disse Hermione estridentemente. "Você colocou a poção da sorte no suco de Ron no café da manhã! Felix Felicis!"
“Não, eu não coloquei", Harry disse, virando para ficar de frente para eles.
"Sim, você colocou Harry, e é por isso que tudo deu certo, faltaram jogadores da Sonserina e Ron defendeu tudo!"
“Eu não coloquei!” disse Harry sorrindo amplamente. Ele enfiou a mão dentro do bolso de jaqueta e tirou a garrafa minúscula que Hermione tinha visto na mão dele de manhã. Estava cheia da poção dourada e a cortiça ainda estava lacrada firmemente com cera. “Eu queria que Ron pensasse que eu tinha feito isto, assim eu fingi quando eu soube que você estava olhando". Ele olhou Rony. “Você defendeu tudo porque você se sentia afortunado. Você fez tudo por você". Ele guardou a poção novamente.
"Realmente, não havia nada no suco de abóbora?" Rony disse, surpreendido. "Mas o bom tempo... E Vaisey não poder jogar... Honestamente, eu não tomei nada da poção da sorte?" Harry balançou a cabeça, negando. Ron abriu a boca por um momento, então virou para Hermione e imitou a voz dela.
"’Você colocou Felix Felicis esta manhã no suco de Rony e é por isso ele defendeu tudo!’ Veja! Eu posso defender gols sem ajuda, Hermione!"
“Eu nunca disse que você não podia Rony, você também pensou que ele tinha colocado a poção!” Mas Rony já tinha aberto a porta e saído com a vassoura em cima do ombro dele.
"Er," Harry disse no súbito silêncio; ele não esperava que o plano dele terminasse assim, "Vamos para a festa, então?”.
“Vai você!" disse Hermione, pestanejando por entre lágrimas. "Eu estou cansada do Rony, no momento, eu não sei o que é que eu fiz...” E ela também saiu tempestuosamente para fora do vestiário. Harry caminhou lentamente através dos terrenos do castelo pela multidão, muitos dos quais gritaram parabéns a ele, mas ele sentia uma grande sensação de vazio; ele estava seguro que se Rony ganhasse a partida, ele e Hermione seriam novamente amigos. Ele não viu como poderia explicar a Hermione que o que ela tinha feito para ofender Rony, possivelmente era o beijo em Victor Krum, mesmo que a ofensa tenha acontecido há tanto tempo. Harry não viu Hermione na festa de comemoração da Grinfória que estava no auge quando ele chegou. Alegrias renovadas e palmas saudaram o aparecimento dele, ele foi logo cercado por uma turma de pessoas que o felicitavam. Apesar de evitar os irmãos Creevey que quiseram uma análise da partida minuto a minuto e um grupo grande de meninas que o cercaram e riam dos comentários mais estúpidos dele e piscavam, passou algum tempo antes que ele pudesse tentar achar Rony.
Afinal, ele se desembaraçou de Romilda Vance que estava dando indiretas que gostaria de ir a festa de Natal de Slughorn com ele. Quando ele estava indo para a mesa de bebidas, ele se dirigiu diretamente para Gina que estava com Arnold, o Anão Felpudo, no ombro dela e Bichento miando esperançosamente aos seus pés. "Procurando Rony?” ela perguntou e sorriu maliciosamente. "Ele está ali, o hipócrita imundo.”
Harry olhou para canto no qual ela estava indicando. Lá, para completa visão da sala comunal, Rony estava abraçado tão próximo a Lilá Brown que era difícil saber que mão era de quem. "Parece que ele está comendo o rosto dela, não é?” disse Gina sem emoção. "Mas eu imagino que ele deva conseguir melhorar a técnica de alguma maneira. Ótimo jogo, Harry". Ela bateu levemente no braço dele; Harry sentiu o estômago afundando, entretanto, ela caminhou para se servir de mais cerveja amanteigada. Bichento trotou atrás dela, os olhos amarelos dele fixos em Arnold. Harry foi para longe de Rony que não viu que ele estava perto, ao mesmo tempo em que o buraco do retrato estava se fechando.
Com uma sensação de pesar, ele pensou ter visto uma juba de cabelo castanho antes que quadro se fechasse. Ele foi adiante, evitando Romilda Vance novamente e empurrou o retrato da Mulher Gorda. O corredor do lado de fora parecia vazio. "Hermione?” Ele a achou na primeira sala de aula destrancada que ele tentou. Ela estava sentada na escrivaninha do professor, sozinha com exceção de um círculo pequeno de pássaros amarelos que cantavam em volta da cabeça dela que ela tinha claramente acabado de conjurar. Harry não pôde deixar de admirar o trabalho do feitiço dela. "Oh, oi, Harry," ela disse em uma voz frágil. "Eu só estava praticando".
"Sim... Eles são - er - realmente bons...” disse Harry. Ele não tinha nenhuma idéia do que dizer a ela. Ele estava desejando saber se havia alguma chance dela não ter notado Rony e ter deixado a sala somente porque a festa estava um pouco desordeira, quando ela disse, em um voz incomum, "Rony parece estar desfrutando das comemorações".
"Er... Ele estava"? Disse Harry.
"Não finja que você não o viu", Hermione disse. "Ele não estava escondendo exatamente, não é -?"
A porta atrás deles se abriu com estrondo. Para o horror de Harry, Rony entrou rindo, puxando Lilá pela mão.
“Oh," ele disse e estreitando os olhas à vista de Harry e Hermione. "Ops"! Disse Lilá e se retirou da sala dando risada. A porta se fechou com um estrondo atrás dela. Houve um horrível, denso e constrangedor silêncio. Hermione estava encarando Ron que se recusou a olhar, mas disse com uma mistura estranha de desafio e falta de jeito, "Oi, Harry! Queria saber onde você estava!"
Hermione saiu de trás da escrivaninha. Os pequenos pássaros dourados continuavam cantando em círculos ao redor da cabeça dela de forma que ela se parecia um modelo estranho e plumoso do sistema solar. "Você não deveria deixar Lilá esperando," ela disse em voz em voz baixa. "Ela vai querer saber onde você foi".
Ela caminhou lentamente até a porta. Harry olhou de para Rony, que estava aliviado que nada pior tivesse acontecido.
"Oppugno!" Veio um grito agudo da porta. Harry girou para ver Hermione que apontava a varinha dela para Ron, a expressão selvagem: os pequenos pássaros estavam se acelerando como balas douradas gordas na direção de Rony, que gemeu e cobriu o rosto com as mãos, mas os pássaros atacaram, bicaram e arranharam cada pedaço de carne que eles acharam.
"Gerremoffme!" ele gritou, mas com um último olhar de ódio vingativo, Hermione abriu porta furiosamente e desapareceu por ela. Harry pensou ter ouvido um soluço antes de a porta bater.
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