Primeira semana, primeira dete
*Electra*
Ao chegar no Salão Principal sentei ao lado dos meus amigos da Grifinória, Tiago estava me olhando do outro lado da mesa.
-... E na próxima semana- ia dizendo a Prof.ª McGonagall-, haverá os testes para os que quiserem entrar no time de Quadribol, cada equipe terá um horário diferente, e o horário estará no painel de sua respectiva casa. Agora que os avisos acabaram, podem se servir.
- o que era?- perguntou Lena, ao meu lado.
- ele quer ajuda- disse- vou ver ele mais tarde.
Al abriu a boca para falar alguma coisa, mas fechou de novo quando seu irmão se sentou entre a gente.
- vão fazer o teste?- perguntou.
- claro- respondeu Al- batedor.
- e você, Electra?
- vou, mas não sei qual posição- respondi.
- hm, então é só uma desculpa para ficar mais perto de mim, não?- deu um sorriso travesso- muito esperta.
- nem louca!- me afastei um pouco- É só que eu nunca joguei, ent...
- como assim você nunca jogou?- interrompeu Tiago.
- minha mãe nunca me permitiu ter uma vassoura, obvio que eu pegava uma emprestada escondida, mas nunca pude jogar, ela descobria bem rápido, por causa dos meus malditos vizinhos.
- e vai tentar entrar mesmo assim?- perguntou Al
- se eu não tentar- disse- nunca vou jogar. Fora que sei o suficiente.
- você está certa- Tiago concordou- bem, tenho algumas coisinhas para fazer- um brilho malicioso surgiu em seus olhos- Argo e Amos vão adorar minha surpresa. MUAHAHAHAHAHHA. Tchau gente
- okaay... - estranho- Argo e Amos são aqueles com cara de condenado, não?
- esses mesmos- confirmou Al- são os zeladores, o mais caduco é o Argo, Tiago disse que ele já vai sair. Ele está aqui a mais de 50 anos, é um aborto, então quer nos atrapalhar no que puder. O outro é mais novo, é como um aprendiz do Filch, também é um aborto.
Comemos o que conseguimos por para dentro e fomos para a Torre da Grifinória. Lena foi com as outras primeiranistas para o dormitório, iam decorar os dormitórios.
- você não vai?- perguntou Mira, uma garota loira com olhos castanho-claros- você poderia fazer alguns feitiços legais e úteis, já que tão boa.
- eu posso ajudar um pouco mais tarde, mas agora prometi ajudar outra pessoa- disse
- ta bom, ate mais tarde.
Eram 19h40min quando estava atravessando o quadro e alguém me parou. Ah, quem seria, né?Se não fosse ele tava errado.
- aonde vai, Black?- perguntou Tiago.
- ajudar um amigo- respondi ríspida.
- Blood?
- como você...?
- vi que vocês chegaram mais tarde no jantar- respondeu- você não pode sair.
- você acha?- atravessei o quadro, ele veio atrás.
- Black, não estou falando porque ele é sonserino- disse- é que não pode sair neste horário. Não hoje pelo menos.
- por quê?
- porque Filch vai ver você- respondeu- e vai achar que estava aprontando
- ainda não lhe dei motivo para achar isso- disse
- mas esse horário é para estar na Torre. Fora qu...
- EI! Vocês dois!- chamou alguém-. Grifinorianos, hein? Clássico!- Filch caminhava em nossa direção- Foram vocês que fizeram aquela bagunça no terceiro andar, estou certo. Vamos, o Prof.º Strilbold vai adorar puni-los.
- mas não fizem...- tentei falar
- detenção, provavelmente, e se eu tiver sorte, expulsão- me interrompeu-. Black, hein? Típico. Vamos, anda!
Descemos para as masmorras, Filch nos guiou por um corredor que eu ainda não tinha ido. Paramos em frente a uma porta, Argo bateu toc toc. A porta se abriu e entramos.
- ora, ora- disse um homem negro com um sorriso maléfico- grifinorianos, de novo. Diga Argo, o que fizeram esses vândalos agora?
- estavam fora de sua Casa- começou- e estou certo que foram eles que fizeram aquela bagunça no 3º andar.
- bem, bem. Aquilo não é um comportamento digno desta honorável escola, ficaram de detenção nos sábados, começaram daqui duas semanas. Filch determinará o que farão. Agora, espero que fiquem em sua Casa, obedientes e sem reclamações.
- mas...
- sem reclamações, Srta. Black. Saiam
Subimos para o 7º andar de novo, eu e Tiago íamos logo atrás de Filch.
- quem diabos esse cara pensa que é? Ele nem ouviu a gente, idiota. - sussurrei para Tiago
- estou ouvindo alguma coisa, Black?- perguntou Filch.
- se você for surdo provavelmente não- respondi e ele se virou
- pois eu não sou surdo- disse ameaçadoramente.
- não parece, já que não ouviu uma palavra que eu disse.
- eu não quero ouvir suas desculpinhas garota- respondeu, sua voz era carregada de ódio- muito menos suas reclamações.
- basta voltar a se fazer de surdo- Tiago ria enquanto olhava de Filch para mim.
- Black, já cansei- seu tom de desprezo se acentuou- você terá...
- ééé- se interpôs Tiago- Filch, esqueci de avisar, mas ouvi Pirraça dizendo que você teria uma surpresa no quinto andar- sua face expressava solidariedade e compaixão-, talvez ainda dê tempo de você impedi-lo
- maldições!- exclamou- por que não disse antes moleque- se virou e saiu exasperado
Peguei minha varinha, Desequilibrum, falei baixinho, Filch tropeçou no próprio tornozelo e caiu. Levantou-se e continuou seu caminho xingando. Tiago e eu fomos rindo até a Torre da Grifinória.
- entãão- começou quando sentamos na poltrona em frente a lareira da Sala Comunal- eu avisei- parecia a primeira vez que ele dizia aquilo- é a primeira vez que pude dizer isso- sabia.
- aquele idiota nem quis ouvir- me inflamei- nem ao menos uma palavra.
- pois é- sorriu- é a primeira detenção que passo sem Felipe ser culpado também
- é a minha primeira detenção.
- é sua primeira semana na escola- jogou na minha cara- mas não fique triste ou irritada. Assim são os melhores.
- eu não estou irritada por ter pegado uma detenção- disse-, estou irritada porque não foi culpa minha. Essa detenção era para ser por outra coisa. Que desperdício!- Tiago riu- Mas vou fazer essa detenção valer. Esse idiota me paga.
- quero só ver.
- quem é o outro idiota? Strilbold?
- é o diretor da Sonserina. Professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.
- okay, vou ver o que faço com ele. Mas tenho que fazer alguma coisa agora- é, é o momento, não tenho nada a perder- perfeito. Bem, vou indo, Potter. Tchau.
Subi as escadas pulando dois degraus por vez. Eram 20h30min, entrei no dormitório do primeiro ano e vi as meninas do outro lado tentando mudar a cor da parede, elas estavam indo bem mal, eu poderia mudar bem rápido, mas elas me veriam e iam querer que as ajudasse mais. Depois talvez. Lena tentou mudar para rosa e acabou pintando de verde musgo.
- ai, melhor esperar a Electra, meninas- disse Mira- ela vem daqui a pouco- peguei minha mochila e sai antes que elas se virassem.
- até que enfim- Tiago ainda estava na Sala quando desci- o que é isso?
- o que você esta fazendo aqui?
- esperando para ver o que vamos fazer- respondeu
- não quero sua ajuda, obrigada
- não seja orgulhosa, vamos, pense, vai ser divertido- sorriu travesso. Okay, vai ser mais rápido, Filch não teria tempo de nos ver pensei, ele tem experiência-. Pronto?
- okay. Está com sua varinha?
- mas é claro.
- sabe onde Filch fica?
- claro- ele puxou alguma coisa do bolso.
- que é isso?- perguntei
- capa da invisibilidade- respondeu e nos cobriu-. Vamos, paixão?
- vamos.
.....................................................................................
*Tiago *
Electra estava se mostrando cada vez mais interessante e incrível. Em três dias ela já mudara varias vezes na minha cabeça, acho que minha visão está cada vez mais próxima da realidade. No primeiro dia parecia simplesmente uma garota bonita e inteligente, agora, além disso, é um prodígio, impulsiva, intensa e corajosa. Era nisso que eu pensava enquanto íamos para o escritório/casa de Filch, cobertos pela capa que “emprestei” do meu pai. Ela estava tão próxima que eu podia sentir o cheiro de florais que ela exalava.
- chegamos- disse quando paramos na frente de uma porta velha de madeira- está trancada, ele provavelmente está vendo a bagunça que Pirraça supostamente fez- disse sorrindo.
- certo, vamos entrar- ela olhou para trás- mas antes vamos ver se não tem ninguém- ela puxou a varinha- homen...
- me permita, paixão- interrompi- Homenum Revelio- nada.
- okay- apontou a varinha para a porta- Alohomora- murmurou e a porta se abriu e entramos.
- o que temos para hoje?- perguntei.
- bombas de bosta- respondeu com um sorriso travesso- e... - tirou alguns itens da mochila- algumas gemialidades Weasley.
- perfeito- dei uma risada- abaffiato.
Instalamos alguns dos itens da loja do tio Fred e por último jogamos as bombas de bosta. Nos cobri com a capa e saímos. Electra fechou a porta.
- colloportus- murmurou-. Sem ajuda esse Trasgo não entra. Vou adorar vê-lo amanhã – seus olhos brilhavam maliciosamente-. Vamos.
Seguimos em silêncio até a Torre da Grifinória. A Mulher Gorda ficou irritada com o horário e ameaçou nos deixar para fora da próxima vez.
- por Merlin, 9h40min- se assustou- demorou, hein?
- vai valer a pena- sorri- amanhã teremos um Filch cor de cenoura.
- uma cenoura velha, mofada e fedida- riu-se -. Bem, melhor ir dormir.
- até amanhã, minha estrela- sorri.
- ainda não te suporto, Potter- disse ela, contradizendo o brilho em seus olhos. Ela subiu os degraus do dormitório e, um pouco mais tarde, fiz o mesmo.
.............................................................................................
Acordei com Felipe tentando afinar sua voz em uma música romântica. Vou ser sincero, ele parecia uma galinha sendo estrangulada.
- ah, qual é, cara?- reclamei e joguei meu travesseiro nele- Fecha essa boca.
- Uiii- disse Felipe afeminado-. Levaanta, trasgo babão.
- tá, tá- sentei na cama- que horas são?
- faltam 20 minutos para o café da manhã- respondeu. Credo. Dormi demais. -. Já que você ainda tem que se arrumar eu vou na frente. Tô com tanta fome que poderia comer um grifo. - saiu correndo.
Coloquei a calça e a camiseta, sempre odiei aquela gravata, por isso não a deixava certa. Coloquei o manto e o chapéu. Peguei meus livros e descemos para tomar café.
Vi Alvo sentado numa poltrona lá embaixo. Estava lendo a nova edição do Profeta Diário e parecia intrigado.
- que aconteceu?- perguntei.
- estão falando que papai quer roubar o cargo de Primeiro Ministro- disse mostrando a revista.
Nela estava escrito “Harry Potter diz que pretende ser Primeiro Ministro”. Embaixo havia uma enorme foto do meu pai sorrindo e acenando com minha mãe ao lado e Lily no colo. Pulei algumas paginas. Como imaginei. Sempre, sempre pensei irritado, por que diabos não podem deixar ele em paz? A publicação era uma entrevista com meu pai, como sempre eles distorceram suas palavras para parecer algo digno de fofoca.
- você sabe que ele não quer o cargo- falei- nunca quis. Eles só cortaram algumas partes pra ser interessante.
- é, tem razão.
- onde estão as garotas?- perguntei, porque geralmente estavam ali a essa hora.
- ao que parece, estilizando o quarto- respondeu indiferente- Electra tinha prometido que ia ajudar, então está enrolada lá.
- vai esperar as madames?- perguntei.
- não- respondeu-, melhor não- se levantou e saímos.
Fui boa parte do caminho empurrando e brincado com ele, quando chegamos lá fui sentar com meus amigos e ele com os dele.
As primeiranistas chegaram meia hora depois, todas cercavam e elogiavam Electra que se limitava a agradecer e suspirar. Ela e Helena se sentaram com Al, quase na minha frente.
- que você fez agora?- Al perguntou.
- você não vai acreditar- disse Lena animada- El...
- decorei o quarto- respondeu Electra, que não demonstrava nem um tiquinho da animação da amiga.
- foi incrível!- retomou Lena- as meninas brigavam porque não estavam de acordo com nenhuma cor. Electra resolveu
- ah, é?- Al se divertia com a irritação e o tom da amiga- qual?
- branco- disse Electra, seca.
- uau! Foi uma decisão muito difícil- zombou Al- Mas é importante- seus olhos brilhavam divertidos enquanto tentava manter-se sério.
- claro- Electra revirou os olhos.
- ta, concordo que não fosse tãããão importante- começou Lena-, mas aquela decoração tava horrível.
- que seja.
- Alunos- a diretora McGonagall pronunciou-, ontem tivemos um incidente com um de nossos funcionários. Argo venha aqui, por favor- Filch, versão cenoura, foi ao lado da diretora, que, com a proximidade não pode evitar tampar o nariz-. Alguém invadiu a sala dele e colocou vários itens da loja de gemialidades Weasley, o resultado foi extremamente desagradável como podemos ver. Espero que o responsável se apresente para uma punição mais leve. Se ele ou ela não se apresentar e for descoberto, a punição será, com certeza, dobrada- concluiu-. Podem continuar seu café.
Filch passou pela nossa mesa, de perto estava ainda mais ridículo. O cabelo estava arrepiado, sua pela estava alaranjada e faltavam alguns tufos de cabelo na parte de trás de sua cabeça, sem contar o fedor que exalava. Comecei a rir baixinho, olhei para Electra, ela gargalhava e quando Filch a olhou disfarçou com uma tosse e olhou para o outro lado.
- ei, cara- Felipe estralou os dedos na minha frente-. Acorda Potter.
- que é?
- por Merlin!- levantou os braços- Finalmente!
- que foi?
- vamos. A aula vai começar.
- tá.
A aula era de Historia da Magia, com o prof.º Binns, ele era um fantasma extremamente chato e sua voz era monótona, embora eu odiasse a matéria e sempre ficasse conversando no fundo, sempre tirava as melhores notas.
O próximo horário era livre, então fomos para o jardim e nos sentamos em frente ao lago. Tudo estava parado, odiava aquilo. Então um garoto albino com cara de rato surgiu, Marcos Smith, justamente quem eu precisava para animar meu dia.
- olha só, se não é o ratinho- provoquei, ele realmente me irritava, com sua arrogância e desprezo com os nascidos trouxas e sua hipocrisia-, o que foi Smith? Vem cá.
- não me provoque Potter- rosnou- não estou a fim de ser seu alvo de piadinhas hoje
- pois isso não depende de você- disse Felipe ao meu lado.
- depende- sacou sua varinha- estupefaça.
- desmaius- disse ao mesmo tempo. Isso não iria impedir o feitiço de me atingir, mas pelo menos o meu ia ser mais forte e eu não cairia sozinho.
- impedimenta- alguém gritou, atingindo o feitiço exatamente no ponto em que os nossos se cruzariam, foi calculado e forte o suficiente para parar os dois feitiços lançados e nos empurrar para trás. McGonagall! Nãão, mais uma detenção, não- qual o problema de vocês?- não era a voz da diretora... Era a voz da Electra. Pior ainda.
Electra foi até Smith e o ajudou a levantar, nem tinha visto que ele caíra. Ela pegou sua varinha no chão e a devolveu. Quando me olhou, pude ver a decepção em seus olhos, em seguida se virou e se juntou as amigas, que voltavam para o castelo.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!