Expecto Patronum
— Não podemos de espécie alguma ir até um jogo de quadribol, ainda mais com a Slytherin sem nossas varinhas! – dizia Sírius extremamente irritado na sala de Lorigan Bruce logo após o fatídico momento do almoço.
— Devia ter pensado nisso antes de sair atirando feitiços contra as serpentes Sr. Black! – ralhou o professor que pensava de todas as formas como reaver as varinhas de seus mais preciosos alunos. Estava mais do que na cara de que essa confusão em meio ao salão principal tinha algum motivo, o qual na verdade ele ainda não tinha idéia, mas boa coisa com certeza não era.
— Foram eles que começaram! – repetiu Sírius ainda revoltado andando de um lado para o outro.
— Deixa de ser besta Sírius... – começou Remus - ... se vocês dois tivessem deixado as coisas nas mãos das meninas, resolveríamos isso no campo...
— Não Remus... – agora era James quem tomava a palavra - ... Malfoy já tinha tudo arquitetado em sua mente... atacar a Sah na minha frente... e pior...
— ME ATACARAM PELAS COSTAS! – bradou Sírius novamente. – Ou você se esqueceu?
— CHEGA! – disse o professor pondo um fim na história – Estão carecas de saber que Carrow só espera um mínimo deslize para mandar vocês para uma reuniãozinha particular com ele e seu kit de tortura... – O professor então saiu de trás de sua mesa e foi até o quarteto que estava sentado nas poltronas a sua frente - ... sei que o que acontece aqui é injusto... também tenho vontade de bancar Merton o Maluco mas não... – Batera com demasia na mesa – Não estão me ouvindo, a Ordem precisa de nós aqui dentro! Pensei Potter que o que seu pai havia dito a você...
— Eu sei o que meu pai disse... – ralhou James agora em pé encarando o professor - ... e exatamente por esse motivo, eu não usei minha varinha contra aquele imbecil do Malfoy.
— E não adiantou muito ou adiantou? – disse Sírius agora em tom de alarme – Precisamos de nossas varinhas... ou seremos praticamente massacrados!
— Não está depositando muita fé em seus companheiros Black... – respondeu o professor. - A professora Minerva foi tentar falar com o nosso ilustre diretor. Pedi a ela que tivesse cuidado pois ele não vai abrir mão de seu trunfo tão cedo.
Um barulho na porta fez com que ele com um movimento a destrancasse. A professora, e vice diretora adentrou na sala com o costumeiro ar irrepreensível.
— Estávamos falando de você agora mesmo Minerva... – disse Lorigan a encarando sério.
— Espero que eles tenham bons motivos para puxar a varinha contra os seus colegas mesmo sabendo das conseqüências... ou não? – perguntou ela séria encarando os quatro marotos. James no entanto não abaixara seus olhos. E ela notou – Sr. Potter...
— Eu não preciso ouvir mais nenhum sermão... – respondeu ele com azedume.
— Mostre respeito garoto! – ralhou Lorigan mas Minerva apenas lhe deu um aceno com a mão.
— Não estou se quer pensando em lhe dar algum... – respondeu ela - ... mas quero que se lembre de uma coisa... se está vivo e não sofre nenhum tipo de punição por seus costumeiros sumiços da escola, isso se deve aos seus amigos... – viu o garoto a encarar abrindo a boca mas ela o interrompeu - ... pense em como foi nobre do Sr. Lupin em se passar por você para evitar que toda a sua casa sofresse por conseqüências de seus atos, e deixá-los com as conseqüências se arriscando é um modo estupidamente egoísta de agradecer – então ela tirou duas varinhas de dentro de suas mangas e entregou-as aos garotos.
— Nossas varinhas? – perguntou Sírius.
— Com os cumprimentos da Srta Perks e Pirraça... – disse ela séria e firme - ... não preciso dizer para tomarem cuidado não só em campo... – e olhou para Remus e Peter - ... mas também nas arquibancadas...
— Vamos ficar de olho Professora McGonagall – disse Remus e Peter também confirmou.
— Estaremos TODOS... – concluiu Lorigan - ... agora creio que devam voltar a torre da Gryffindor e se preparar para o jogo e por favor... Mantenham essas varinhas longe de encrencas...
— Não posso prometer nada... – disse James com um sorriso maroto enquanto liderava o grupo rumo aos corredores. Tinham exatamente uma hora para enfim conseguir reunir a AG antes de irem para o combate. Sim, qualquer desafio contra as cobras era considerado um combate. Agora mais do que nunca. Estavam na metade do caminho quando encontraram flutuando sobre suas cabeças Pirraça.
— E aí bobalhão? – disse ele encarando os garotos com um sorriso maníaco nos lábios – Espero que não perca a sua varinha outra vez...
— Muito obrigado... – respondeu Sírius desconfiado - ... a professora Minerva me disse que você ajudou a Perks a conseguir...
— Não posso revelar meus cúmplices... – disse ele agora em um tom nada profissional - ... mas diga a ela que irei cumprir com o que eu me comprometi mas ela também tem de cumprir sua parte! E TENHO DITO!
— Não se preocupe... – disse James - de um maroto para outro... um Leão nunca quebra uma promessa.
Pirraça encarou eles com um sorriso ainda maior, empertigara-se todo puxando os suspensórios transparentes que seguravam sua calça azul berrante e subiu lentamente mas antes que eles desaparecessem pelo corredor, atravessou a cabeça pelo teto parecendo um lustre bizarro pendendo acima de suas cabeças.
— E não pensem que fiz o que fiz porque foi ela quem me mandou.... – disse ele – Eu faço o que quero, quando quero... e a hora que eu quero... por isso, se ouvirem nosso ilustre diretor aos berros essa noite... podem continuar com seus afazeres...
Dizendo isso, ele novamente fora desaparecendo lentamente teto acima.
— O que ele quis dizer exatamente... – perguntou Peter mas os garotos já percorriam o pequeno corredor. Pegaram um atalho que levava ao corredor paralelo ao retrato da mulher gorda e assim que passaram por ele encontraram o time praticamente reunido na sala.
James encarou todos ali, um a um de seus colegas e amigos. Viu também Lily, a monitora a qual a dias não via, e quando a via, estava em companhia de uma cobra ainda mais perigosa.
— Não quero passar sermão... – disse ele então percebeu o olhar de Sarah se estreitar quando lhe encarou. - ... Se vocês se lembram do que eu disse no nosso último jogo contra aqueles vermes... pois eu mantenho o que foi dito. Não dêem motivo para Amycus Carrow, prender suas varinhas...– se calou por alguns segundos e depois ficou a olhar diretamente para Sarah que lhe correspondeu o olhar – Quero que joguem limpo, e se feitiços começarem a voar, quero que voltem ao chão. Isso não é um pedido... é uma ordem! – disse com firmeza - e aos que permanecerem nas arquibancadas... protejam os que estiverem lá no alto.... tenho a mais absoluta certeza de que aquelas cobras planejam alguma coisa... e quero cobertura... – dessa vez seus olhos partiram para a monitora que estava ao lado de Peter.
— Não se preocupe, Potter! Não farei nenhuma bobagem, se é isso que está pensando agora... A segurança dos nossos amigos está em primeiro lugar...
— É o que eu sinceramente espero Evans... – respondeu ele. Ele queria mesmo acreditar que podia confiar na monitora. Bem ele até que confiava mas não em seu “melhor amigo”.
O céu estava encoberto, mostrava que teriam um péssimo tempo para um jogo de quadribol e era possível ver os raios caindo à distância. Um vento gélido cortava o rosto do grupo de leões quando estes saíram do castelo e percorreram todo o trajeto até o campo de quadribol. Olivia estava tão convicta de que acertaria o balaço na cabeça de Mayfair nas arquibancadas que Sarah teve de pedir a Remus que tirasse essa idéia da cabeça da garota.
— Ahhh qual é Sah... – ouvia a garota atrás dela enquanto prendia seu cabelo em uma trança. - ... vai dizer que você não quer enfiar aquele focinho da Bellatrix e afundar ele no chão?
— Querer.... – respondeu a garota fechando o armário e encarando a amiga - ... eu quero e você sabe muito bem... mas fazer isso... você sabe que não podemos... pelo menos não por enquanto.
— Bem... – agora era Sírius quem se escorava no armário ao seu lado com o mesmo sorrisinho maroto e conquistador de sempre - ... se ela cair da vassoura por conta do vento... ninguém pode colocar a culpa em você... e a propósito... estou muito curioso para saber como você conseguiu um favor do pirraça?
— Sarah e ele são muito chegados... – comentou Olivia dando uma gargalhada e indo em direção a Emmeline e Alice.
Sarah pode ver Sírius cruzando os braços e lhe encarando com os olhos cerrados. Era óbvio que estava esperando uma resposta.
— Ok... eu só pedi a ele... – respondeu ela agora apoiando o pé sobre o banco e ajeitando sua tornozeleira.
— E desde quando ele faz um favor a alguém... – respondeu ele.
— Bem Sr. Black... – disse ela agora o encarando - ... Você só tem que pedir com jeitinho... Pirraça ama o Caos propriamente dito, a única coisa que precisei fazer foi dizer pra ele que o melhor jeito de espalhar o “caos” era mostrando para o nosso diretor que ele.. Pirraça é quem mandava na ordem da escola... e não o Carrow...
— Ora, ora... ora.... – começou Sírius e então deu uma gostosa gargalhada como um latido de cachorro - ... você é bem astuta quando quer Srta. Perks...
— Só achei uma boa oportunidade... – respondeu ela dando de ombros - ... além disso, Amycus tem meio que usado um feitiço estranho para conter os fantasmas... – então pode notar que o garoto pareceu ficar mais atento - ... não sei dizer o que ele está tentando fazer... mas o fantasma da Corvinal está furioso com ele... então foi fácil dizer ao Pirraça que se ele conseguisse as varinhas de volta... a Dama Cinzenta lhe ajudaria a por o caos na sala do diretor.
Sírius então abriu os braços e a abraçou. Sarah fora pega de surpresa o que ocasionou em ficar praticamente estática entre os braços do garoto que lhe apertava e sacudia gargalhando. Então ele a soltou ainda sorrindo para ela.
— Eu já disse que Te amo? – disparou ele fazendo com que quem estivesse por perto encarasse os dois.
— A mim especificamente... – disse ela gargalhando – não... mas conheço várias para quem você diz isso pelo menos umas 10 vezes por dia...
— Mas para você eu estou falando sério... – respondeu ele mais baixo e mais próximo do ouvido dela. Afastou seu rosto e então lhe dera uma piscadela marota. - ... o que me leva a outra pergunta.... – Sarah então o encarou - ... o que tanto aquele corvo do Cooper fica ciscando para cima de você?
— Crise de ciúmes por tabela Black? – perguntou Sarah pegando sua vassoura. E ele então deu de ombros.
— Apenas curioso... – respondeu ele dando um beijo estalado em sua bochecha - ... você é como se fosse o galhudo... é da família... tenho que proteger...
Isso fez com que pela primeira vez ela realmente sorrisse. Realmente Sírius era TOTALMENTE o oposto da família Black, e era realmente encantador quando queria ser.
— Tome cuidado... – disse ele segurando seus ombros e ela sabia que o assunto era sério - ... não vou ter como controlar um certo capitão se acontecer algo com você...
— Dá um tempo Black... – respondeu ela frustrada - ... se ele quer tanto me proteger porque não me petrifica e coloca numa redoma de vidro? Assim vai ter uma imagem intacta o resto da vida.
— Não seja uma menina malvada... – disse ele com sorrisinho maroto - ... não que eu não goste de um pouco de rebeldia... e você fique extremamente atraente... - Sarah então ameaçou dar-lhe uns cascudos – OK... OK...
A garota meio que o fez correr ao mesmo tempo que James Potter chamava seus jogadores para irem para o campo. Como sempre toda a escola estava no estádio de quadribol. Isso queria dizer que vários olhares estariam voltados a eles incluindo mais discípulos de Carrow.
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Enquanto os times tinham suas devidas apresentações. Remus, Peter e Lily iam em direção as arquibancadas. Obviamente os alunos estavam separados por casas afinal, o diretor não queria que mais inconvenientes acontecessem, principalmente diante do o corpo docente.
— Porque estou com um péssimo pressentimento... – comentou Lily enquanto sentava-se ao lado de Peter.
— E quando é que um jogo entre Slytherin e Gryffindor não acaba em pancadaria? – disse Peter.
— É meu caro... – concluiu Remus passando os olhos pelas arquibancadas - ... mas nenhum jogo foi em uma época tão injusta e perigosa... – seus olhos esquadrinhavam cada centímetro das arquibancadas – fiquem de olhos bem abertos... – disse ele.
— Como vai Lupin... – ouviu a voz atrás de si e então se virou de repente - ... eiiiii calma ai... apenas quis lhe cumprimentar...
— Olá Cooper... – respondeu Remus um tanto incerto. Era um dos gêmeos então era difícil saber qual deles.
— Derick... – disse o rapaz com seus olhos azuis brilhantes - ... eu sei, somos idênticos...
— Desculpe... – respondeu Remus um tanto envergonhado - ... é que geralmente você está com seu irmão... e separados é difícil saber quem é quem...
— Não se desculpe... – disse ele rindo - ... já estou acostumado em ter uma cópia minha perambulando por ai... aliás, queria saber de você uma coisa...
— Olha Derick... – novamente Remus ficou um tanto quanto receoso, não era do seu feitio parecer grosseiro, mas tinha uma missão e não podia distrair-se. - ... se não se importa preciso ficar de olhos abertos...
— É exatamente sobre isso que eu queria falar com você... – disse o garoto empurrando o outro que estava sentado ao lado de Remus e sentando-se no lugar – Foi mal ae Norton... – e então se aproximou mais - ... sei que vocês já estão em alerta mas ouvi algo muito suspeito enquanto vinha para cá.
— Desembucha logo Cooper... – agora era Peter quem estava curioso enquanto ouvia-se o narrador dizendo que a Gryffindor saia na frente com um gol de Emmeline.
— Ouvi por acaso Takahashi conversando com Ardant, aquela nojentinha loirinha que parece uma boneca de porcelana... – divagou o garoto e então Lily estalara o dedo na frente de seu rosto para ele voltar a falar – Ah, sim... desculpe... enfim, ele pedia para ela e suas amigas manterem os olhares dos monitores ocupados...
— Querem desviar nossa atenção para que possam usar as varinhas... – disse Lily e então Remus confirmou com a cabeça enquanto o locutor informava dez pontos para a Slytherin.
— Por isso... – continuou o garoto - ... decidi procurar vocês e dizer que se quiserem... posso dar um jeito de “burlar” esse plano. – então ele indicou com os olhos - ... estão vendo... em todos os lados tem alguma cobra enfiada prontinha para começar a agir... e eu como bom capitão de quadribol... – agora ele dera o sorrisinho - ... coloquei estrategicamente um dos meus de sobre aviso, a qualquer movimento deles...
— E o que quer que a gente faça exatamente... – perguntou Remus encarando o garoto.
— Na verdade nada... – respondeu ele - ... só queria que soubessem que estão seguros para manter os que estão lá em cima seguros...
— Pensei que não gostava do Potter... – perguntou Peter e tomou uma cotovelada de Lily.
— E realmente não vou com a cara dele... – disse Derick com um sorriso - ... sabe... coisa de homem além disso ele e Black sabem se defender... mas tenho amigas lá em cima... é por elas que eu realmente tenho medo.
— Pode deixar... – disse Remus com um sorriso estendendo sua mão ao garoto no exato momento em que Slytherin marcava novamente ficando vinte pontos a dez contra a casa dos leões. – faça sua parte... que faremos a nossa.
O garoto então sorriu novamente, levantou-se e voltou novamente para o seu lugar.
— Onde você vai? – Perguntou Remus a Lily que também havia se levantado.
— Tenho uma coisa para fazer... – disse ela – não se preocupe, vou ficar de olho. – e desapareceu entre os torcedores.
— O que é que essa garota está tramando? – perguntou Peter mas Remus apenas deu de ombros, fosse o que fosse ele confiava que ela faria a coisa certa. O garoto olhou para cima na hora em que era anunciado o empate por conta do time da Gryffindor. Torcia para que o pomo fosse encontrado logo, tinha os pelos da nuca eriçados e sempre que isso acontecia boa coisa não era.
— Se está tão preocupado... – disse Peter olhando para o garoto – Use o pingente....
— Mas é obvio.... – respondeu o monitor dando um tapa na própria testa, tinha replicado um pingente que James dera a ele, cada membro que o tivesse receberia uma mensagem de voz, se sentisse o colar esquentar no peito, e o tocasse, ouviria o recado. Tinha de admitir que aquilo funcionava até que muito bem, embora no feitiço original, somente James poderia alterar o pingente original para que os outros fossem informados. Remus no entanto modificou-o, o tornando um meio de “comunicação” discreto para que eles pudessem se enviar mensagens de modo seguro. Isso lhe rendeu várias noites em claro diga-se de passagem mas valeu a pena.
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O jogo parecia estar correndo bem, Slytherin estava na frente agora por pouco mais de 20 pontos. O que deixavam todos os alunos muito exaltados.
— VAI LÁ LEÕES.... – gritavam dois alunos com o rosto pintado de vermelho e dourado - ... MANDA ESSAS COBRAS PARA AS MASMORRAS!!!
Em meio a tantos gritos e insultos partindo de várias partes do campo. As atenções estavam totalmente voltadas para o alto. A tempestade que outrora parecia distante, agora começava a tomar forma. Nuvens escuras pairando sobre o céu, enquanto rajadas de vento faziam as bandeiras e flâmulas retorcerem com estalidos. Uma figura escorregava pelas escadas que levavam ao nível inferior das arquibancadas onde um jovem casal parecia entretido entre beijos e carinhos.
— Tem certeza de que não vão nos ver? – dizia a pobre garota lufana que parecia preocupada.
— É claro que não... – respondia o garoto que trazia nas costas a bandeira da Gryffindor. - ... estão todos preocupados com esse jogo estúpido entre as cobras e leões... – dera um beijo estalado no rosto da garota - ... além disso, falei com o Jorkins... se perguntarem por nós, ela dirá que estamos fotografando o jogo para o informativo...
“Hummm.... quer dizer que temos um corvinho pegando uma texuga....” – pensou enquanto apenas os observava por detrás de uma das enormes vigas de sustentação. O barulho ensurdecedor que vinha das arquibancadas acima ocultava qualquer outro som que fosse feito, tanto que se não fosse por seu ouvido afiado, não conseguiria entender o que eles conversavam. Mais uma sessão de beijos e amassos e agora ele fizera uma careta. Como alguém conseguia se dispor a algo do gênero... e ainda mais com uma sangue ruim???
Dessa vez optou por não usar seus costumeiros disfarces, afinal, quem suspeitaria dele? Era só mais um no meio daqueles idiotas. Sim ele tinha objetivos, e tudo que vinha fazendo e passando... bem, seria recompensado no fim... o próprio Lord das Trevas tinha lhe dito isso quando entregara o item que havia conseguido da sala de Minerva McGonagall.
— Eeeeeeeeeeeehhhhhhhhh mais 10 pontos para os leões... – anunciava o locutor. O jogo parecia acirrado mas ele tinha outros objetivos, quanto mais trouxas ele azarasse... mais seu lord ficaria satisfeito.
— Está perdendo um grande jogo! – ouviu um grupo passando ao seu lado e apenas sorriu. Ser a “carta na manga” do lord com certeza lhe colocava em um patamar mais alto. Mas ter de limpar a sujeira dos discípulos imprestáveis dele, somente porque eram filhos de seus maiores colaboradores estava lhe deixando de péssimo humor. Tudo bem que estava agindo como uma “espécie de faxineiro” mas seu vasto conhecimento das artes das trevas, foi o que praticamente o destacou diante do mestre.
— Vassouras sempre me dão enjôo... – respondeu para o grupo animado que ia em direção as escadas para as arquibancadas. Era sim arriscado, mas ele podia dar conta. Com toda certeza. Mais uma vez ouvira o casal com risinhos ridículos e não conseguiu controlar seu humor. — *Lingua Cinccino!
Não ele não podia fazer algum feitiço mais ousado, mesmo com toda a vontade e competência para isso. Quando o garoto começou a gaguejar como se estivesse com a língua inchada, a texuga o levou para longe dali. Era a chance que precisava para poder ir adiante com seu plano. Tomando todo o cuidado que conseguiu, foi até a um grupo de árvores apontando a varinha para o céu mirando o centro do campo, lançou o feitiço.
— Solidatur Pluviam!*— Imediatamente as nuvens negras que tinham se formado com a chuva começaram a escurecer ainda mais. Não precisava se preocupar pois o feitiço não era visível, e quem questionaria um mal tempo? Com essas normas patéticas estava mais difícil sair e extravasar suas frustrações contra os nascidos trouxas. Mas não tinha outra opção. Fizera o que lhe fora ordenado. Ajudara Carrow I a enxotar o velho gagá que comandava a escola. Embora tentasse com todas as forças tentar se livrar também dos que o apoiavam, ainda não tinha conseguido êxito. Minerva e Lorigan, que eram os próximos nomes eram extremamente cuidadosos e se não bastasse, ainda não deixavam pontas soltas para um possível afastamento obrigatório. Olhou para o céu quando este ribombou um relâmpago que pareceu fazer o chão tremer e sorriu, tudo estava se encaminhando como tinha de ser. Um grito foi ouvido no meio bombardeio que começava a cair do céu, e ele mais que depressa e com toda sua perspicácia, voltou as arquibancadas. Precisava manter as aparências acima de qualquer suspeita.
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— Como assim? – perguntava Sarah agora encarando Sírius enquanto Carter mais uma vez ia em direção ao Gol para cobrar uma penalidade. Já tinham se passado mais de 30 minutos de jogo, e embora fosse feito praticamente gols a todo momento, Gryffindor estava perdendo de dez pontos.
— Concentre-se em marcar Gols que eu vou te manter em cima da vassoura... – disse Sírius - ... Já sabíamos que essas cobras não iam jogar limpo...
— Eu posso cuidar de mim mesma Black... – respondeu a garota rispidamente - ... tente manter o Potter protegido... aquela cabeça de vento é quem tem que ficar a salvo e pegar o pomo!
A garota inclinou a vassoura em direção ao chão na hora em que ouviu o apito do Juiz e partiu com tudo para pegar a Goles que fora lançada ao ar para retomar o jogo. A chuva obviamente castigava seu rosto e embora estivesse com protetor nos olhos ainda assim a visibilidade era ruim. Precisava pelo menos empatar, olhou para Emmeline que desviava agora de um balaço lançado por Bellatrix e mais que depressa vinha em sua direção, era hora de fazer a jogada ensaiada. Bem, ela pelo menos já tinha visto uma vez essa manobra e esperava sim conseguir fazer. Não era fácil e extremamente perigosa, mas era a única chance que tinham. Olhou para Emme e arremessou a Goles e ambas alternando passes até se aproximar do gol em frente a Lastrange. Parou por um segundo lançou a bola para o alto, desmontou da vassoura e atingiu a goles rapidamente e com toda a força que conseguiu enquanto esta caía.
— EHHHHHHH MAIS 10 PONTOS PARA OS LEÕES....- ouvia a voz do locutor que por conta da chuva e trovões parecia estar a quilômetros de distância. – COM CERTEZA PERKS TERÁ UM FUTURO BRILHANTE NO QUADRIBOL... É A PRIMEIRA VEZ QUE VEJO ALGUÉM TER CORAGEM PARA FAZER A PANCADA DE FINBOURGH AQUI...
Um trovão ensurdecedor foi ouvido e uma comoção no meio da arquibancada Lufana. Distraiu-se tentando ver o que tinha acontecido e então sentiu algo maciço atingir-lhe a mão. Demorou um pouco para notar que estava começando a chover granizo e isso decididamente não era bom. Lampejos começaram a surgir de alguma parte da arquibancada dos leões.
— Mas o que é que está acontecendo? – perguntou ela para Alice que estava parada quase na metade do campo.
— James disse que iriam tentar nos distrair... – respondeu ela - ... Remus o avisou...
Nesse instante vira Bellatrix com algo nas mãos que não tinha nada haver com o bastão de quadribol. Ela voava com a varinha em punho mirando James que parecia ver o pomo e era seguido de perto por Ripper.
— Ahhhh não vai não ... – disse ela inclinando o corpo contra o cabo da vassoura e indo como uma bala na direção da sonserina que fazia o movimento para concretizar o feitiço. Sarah passou tão repentinamente e tão próximo a ela que a desequilibrou a fazendo perder o foco.
— SUA MESTIÇA IMUNDA! – ouviu Bellatrix gritar mas não ligou, praticamente ouvia isso desde que ingressara em Hogwarts. Teria respondido a altura se não sentisse um feitiço passar zumbindo por seu ouvido direito. Olhou para trás e viu a própria capitã Slytherin com a varinha em punho lançando feitiços contra ela.
— O QUE FOI QUE DEU NESSA MALUCA? – disse ela enquanto novamente inclinava o corpo contra o cabo de sua vassoura ziguezagueando tentando não ser vítima de alguns dos feitiços da slytherin desmiolada. Podia ouvir a gargalhada medonha de Bellatrix enquanto voava, não viu mais o que se passava ao redor apenas tentava voar sem rumo ou direção fixa. E fora exatamente quando dera um rasante ao chão que levara uma trombada tão forte que a fez voar rumo ao chão e sair quicando sobre a areia agora empapada de água e gelo. Sentiu uma dor forte e aguda em seu braço que agora parecia estar em uma posição estranha. Pela dor que sentia, certeza de que havia quebrado algum osso. Bellatrix estava um pouco mais longe que ela, pensou em levantar-se para um acerto de contas mas nesse instante a professora Minerva aparecia com a varinha em punho conjurando uma espécie de tenda para protegê-los do gelo que caia. De uma hora para outra as gotas de chuva solidificadas agora pareciam pequenas bolas do tamanho de fazendo com que todos descessem.
— Você está bem? Seu tombo foi feio... – ouvia a voz de Olivia e fizera uma careta.
— SUA IMBECIL! PODIA TER NOS MATADO! – agora era a voz de Bellatrix que retumbava a poucos metros dela.
— EU? BATEU COM A CABEÇA POR ACASO? – respondeu Sarah esquecendo praticamente da dor lancinante em seu braço e encarando a sonserina - FOI VOCÊ QUEM ATRAVESSOU MEU CAMINHO! QUERIA O QUÊ? ME MATAR?
— SENHORITAS! – agora era Carrow quem aparecia. Olhou de uma a outra com um pequeno sorriso ao olhar para Bellatrix – QUE DEMONSTRAÇÃO ERRONEA DE PILOTAGEM DE VASSOURA.... – falava alto para que pudessem ouvir devido aos raios. Nem as gotas congeladas da chuva em granizo faziam acalmar o quanto a jovem leoa estava se sentindo.
— FOI CULPA DELA DIRETOR... - disparou Bellatrix fazendo uma voz chorosa e massageando sua mão. – ELA TENTOU ME DERRUBAR DA VASSOURA...
— ORA SUA...- começou Sarah mas Minerva se interpôs entre ela o diretor.
— Devo considerar de que com essa visibilidade limitada... – começou a professora- ... ambas não viram uma a outra... foi apenas um acidente.
— UM ACIDENTE? – perguntou Sarah incrédula mas recebera um olhar mortífero de Minerva e então encolheu-se, embora sentisse uma vontade enorme de acertar até mesmo a professora.
— SIM Srta.... – ralhou a professora – Acidente... – então olhou para trás de Sarah e a equipe toda da Gryffindor estava ali. – E acredito que já que pegou o pomo Sr. Potter. Essa maluquice toda possa enfim ser terminada...
James mostrara o pomo dourado na palma de sua mão. A bolinha dourada voara por alguns segundos e ele tornou a pega-la. Bellatrix arregalou os olhos como não acreditando no que via. Sarah por sua vez não estava duvidando da capacidade de James, muito pelo contrário, ele era muito bom no que fazia, mas...
— Devo concluir de que o time da Gryffindor saiu vitorioso – disse Amycus fingindo um falso sorriso – Todos de volta ao castelo, em breve será servido o jantar e como todos sabem não será permitido alunos pelos corredores... – ele fizera uma reverencia – Minerva... poderia conduzir seus campeões de volta ao seu salão comunal... Conduzirei o time da Srta. Black de volta as masmorras.
— Venha Srta. Perks... – disse a professora agora lhe encarando – precisa ir a ala hospitalar concertar esse braço.
— Eu vou com ela... – disse Olivia prontamente.
— O resto do time... me sigam até a sala comunal... – disse ela em alto e bom som. Somente quando estavam saindo do campo foi que Sarah conseguiu se dar conta do tamanho do estrago causado pela chuva de pedras. Haviam algumas do tamanho de um punho fechado, ficava imaginando se aquilo teria acertado alguém. Contudo a dor que estava sentindo em seu braço era absurdamente insuportável. Choraria sim, se tivesse lágrimas ainda para isso. Tinha certeza de que já havia gastado todo seu “estoque” nos últimos dias e bem, também tentara a todo custo executar o feitiço do patrono. Lembrava-se exatamente do que precisava fazer, e forçou-se incansavelmente a achar alguma lembrança que lhe fizesse se sentir feliz. Depois de mais ou menos três horas, finalmente algo saiu de sua varinha...
— Está doendo muito?... – disse Olivia a fazendo voltar a realidade. A essa altura já estavam próxima a entrada do castelo.
— Só estou me fazendo de forte... – respondeu a garota e então Olivia que carregava as duas vassouras parou e lhe encarou - ... aquela filhote de basilisco... – Sarah então a olhou e ela se aproximou - ... você não viu... mas alguém azarou uma corvinal e tentaram jogar a culpa no Remus... por sorte, ele tinha saído de lá minutos antes para avisar o Sírius de que os capangas do Malfoy estavam armando algo contra nós... – ela então continuou andando - ... Assim que houve aquele grito vindo das arquibancadas começou a cair pedras de gelo, Remus informou James que tratou logo de ir atrás do pomo mas Ripper aquele bastardo desgraçado jogou sujo e usou a varinha contra a Emme que desviou do balaço dele...
— E como está a Emme? – perguntou ela preocupada.
— Está bem... Ripper é tão mal mirando um balaço quanto é mal mirando um feitiço... – respondeu a garota abrindo a porta da enfermaria - ... depois disso a coisa saiu do controle. Era feitiços dentro e fora do campo, nas arquibancadas...
— Olá Srta... – ouviram a voz da enfermeira e Olivia parou de falar - ... acidente em campo hein?
— Na verdade foi mais “atropelamento”... – disse Olivia dando um suspiro - ... mas a Senhora já deve ter sido informada...
— Sim... – disse ela colocando Sarah sentada na cama e pedindo para tirar a blusa para que pudesse arrumar o seu braço - ... fora que a Srta Perks vem mais aqui do que qualquer outro aluno dessa escola...
— Acredite... – respondeu Sarah - ... geralmente não é porque eu gostaria...
— Eu sei... – respondeu a enfermeira dando uma examinada no braço da garota - ... Hummm caiu com o corpo em cima suponho... – a garota afirmou com cabeça.
— Pela pancada que você levou... e a altura que você caiu... – disse Olivia – podia ter sido seu pescoço.
— Não exagera Oli... – tentou dizer Sarah mas ao movimentar o braço sentiu doer e fizera uma careta.
— Bem... – disse ela pegando a varinha e fazendo um movimento ascendente - ... o feitiço vai restaurar seu braço, mas terá que tomar algumas poções para potencializar. Não quero ver você em uma vassoura por no mínimo uns 15 dias...
— Tudo bem... – respondeu Sarah sentindo o braço esquentar. A luz vermelha parecia fogo. Não que estivesse queimando, longe disso, mas era um calor até então suportável. Em poucos minutos Sarah saiu da enfermaria com Olivia. Os corredores pareciam estar um tanto desertos, provavelmente estavam todos no salão principal jantando. Sarah e Olivia foram direto para o dormitório das garotas. Suas roupas estavam encharcadas e mesmo com o feitiço, seu braço ainda estava dolorido. Demorou um pouco mais que Olivia no banho e quando desceu. Encontrou um bilhete da amiga lhe informando para ir ver a professora McGonagall em sua sala antes de descer para o jantar. Fizera uma careta, tinha a mais absoluta certeza de que estaria encrencada. Durante todo o trajeto tentou pensar em alguma desculpa plausível, mas tinha certeza de que nada que dissesse lhe tiraria de uma reprimenda. Bateu na porta do escritório da professora e então a porta se abriu.
— Entre Srta Perks... – disse ela e a garota entrou - ... feche a porta por favor...
Sarah pode ver então que sua professora não estava sozinha. Lorigan Bruce, seu professor de DCAT estava na sala com ela e postado ao seu lado. Minerva então indicou a poltrona no centro da sala e sentou-se na poltrona ao lado da garota enquanto o professor apenas a observava.
— Como está seu braço? – disse ela delicadamente, totalmente diferente da professora que estivera com ela momentos antes no campo de quadribol.
— Melhor... – respondeu ela com um suspiro - ... só preciso não fazer esforço por duas semanas ...
— Que bom... – disse ela docemente. Sarah então viu uma certa troca de olhares entre ela e o professor e sentiu um frio na espinha. - ... olha professora Minerva... eu sei que não tenho sido uma pessoa fácil ultimamente...
— Do que está falando exatamente Srta. Perks? – interrompeu-a a professora com um sorriso e Sarah perdera o raciocínio por enquanto.
— Bem... – começou ela - ... tenho me metido em mais encrencas do que realmente eu gostaria... tenho perdido a calma mais freqüentemente... e...
— Alguém na sua situação... – começou a professora em um tom baixo e calmo - ... passando pelo que a Srta está passando...muito me espanta não ter mandado alguém para o St. Mungus...
Sarah então conseguira respirar aliviada pelo menos por alguns segundos. Mas então, se não era por conta do seu temperamento e das encrencas... qual era o motivo de ter sido chamada? Deve ter expressado isso em seu rosto pois a professora logo continuou.
— O que nos leva ao motivo de eu ter lhe chamado... por favor Lorigan... – ela apontou para a mesa e ele lhe e alcançou um pergaminho. E então sua professora sorriu novamente - ... sei que não é fácil falar sobre seus avós, e... – ela então olhou para Lorigan que apenas sorriu - ... recebi esse comunicado do Ministério da Magia...
— É sobre algum orfanato não é? – perguntou a garota com um tom de desanimo. Sabia que mais cedo ou mais tarde eles acabariam abandonando as buscas por seus avós.
— Não exatamente... – respondeu a professora - ... sabe o quanto conhecia e gostava dos seus avós, e bem... eles deixaram esse documento me nomeando como sua responsável legal.
— O quê? – Disse Sarah empertigando-se na cadeira e olhando de sua professora ao professor surpresa e ao mesmo tempo curiosa.
— Isso que a Srta. Ouviu... – repetiu o professor com um doce sorriso. Algo que Sarah raramente estava acostumada a ver. - ... o que você precisa saber por hora... é que agora todas as suas atitudes vão refletir em sua professora... sabemos como está sendo difícil para você... tudo o que vem passando está afetando não só fisicamente como também na sua magia... – a garota olhou um tanto curiosa para o professor e então Minerva continuou.
— O professor Lorigan me disse que não foi capaz de conjurar um patrono em sua aula... – e então ela a encarou preocupada - ... disse que não tinha nenhuma lembrança feliz...
— Bem... – começou ela mas não sabia exatamente o que explicar. Estava realmente em frangalhos por dentro. Haviam cicatrizes das quais não conseguia curar.
— Me lembro bem de você conjurar um patrono corpóreo em minha aula Sarah... – disse Lorigan.
— Sim... mas... – respondeu ela.
— Um cavalo... se bem me lembro... – disse ele novamente. Estava cansada de tudo, já não sabia se tinha forçar para agüentar um interrogatório desse nível. Tudo bem, agora tudo o que dizia respeito a ela, também dizia respeito a Minerva McGonagall, e teria de se reportar a ela de agora em diante. Mas não era só isso. Podia estar zangada com James, magoada com ele, mas ainda sabia que boa parte dos motivos de não conseguir pensar direito, também se devia a isso.
— Algo me diz que talvez... – disse a professora e Sarah sentiu um nó na garganta ficar ainda mais forte. - ... não seja somente por conta do desaparecimento dos seus avós... creio que um certo rapaz também tenha certa parcela... – novamente a troca de olhares entre seus professores e isso a deixou terrivelmente frustrada - ... gosta tanto dele assim?
Sara então se levantou da poltrona e fechou os olhos por alguns segundos, o real problema dela não conjurar um patrono na verdade não era exatamente por não ter lembranças felizes.
— Expecto Patronum! – disse ela com a varinha em punho. Um fio prateado saiu da ponta da sua varinha. Mas ao contrário do belo alazão que estava acostumada a conjurar, em seu lugar, agora um cervo altivo e galante andava pela sala. Fingiu não ver novamente a troca de olhares entre seus professores e pior ainda, o jeito com que Minerva a olhou de volta. – Eu sei... isso é patético.
— Não minha querida... – disse ela se levantando e ficando na frente da garota - ... isso só mostra que é uma bruxa realmente talentosa e fiel aos seus sentimentos. Por mais dura e severa que seja a sua situação. E se pensa que isso pode demonstrar alguma fraqueza... bem, você está aqui não é? Firme e forte, como uma Gryffindor deve ser.
Sarah pensou em agradecer as palavras, e bem, tinha de confessar que ter Minerva McGonagall como sua tutora legal não seria nada fácil. Mas pelo menos não estaria “perdida” em algum canto quando finalmente se formasse. Quando saiu enfim da sala de sua professora, se sentia um tanto quanto mais animada. Seu braço já não lhe doia tanto, parecia que pelo menos boa parte do peso de seus ombros havia diminuído. Decidiu voltar para a torre da Gryffindor não estava com fome, mas se a caso sentisse, bem, podia assaltar o estoque de Alice. Estava passando pela entrada no retrato quando dera de cara com James.
— Posso falar com você? – perguntou ele. Sarah não queria, realmente mas havia dito a si mesma que era mais forte. Tinha de aprender a enfrentá-lo e era isso que faria.
— Tudo bem... – disse ela sem desviar o olhar. Quando entrara em Hogwarts seu primeiro pensamento era se tornar uma ótima bruxa, conquistar o que seu pai havia conquistado e descobrir o que havia o levado a morte. Todos incluindo seu avô afirmava veementemente que ele morrera em serviço ao Ministério, mas com 10 anos ela ouvira uma conversa dele com Moody dizendo que tinha absoluta certeza de que não era só por isso. Quando perguntava a eles a esse respeito, geralmente ouvia as mesmas respostas. "Não é da sua conta mocinha, é nova demais pra tratar desses assuntos". Mas e agora? Era adulta o bastante? Muitas vezes achava que sim, mas ultimamente tendo de medir tudo o que fazia e ainda por cima ter consciência de que estava realmente sozinha. Bem, pelo menos não iria incomodar sua professora com isso. Estava decidida a não pensar mais em futuro algum, mas aquela obstinação que antes movia seu desejo de ser auror havia praticamente se extinguido e sim, dado lugar ao sentimento de vingança. Sabia que sua criação não lhe permitia tal incentivo para tomar uma decisão mas não tinha mais volta. Algo dentro dela não a fazia esquecer, havia perdido tudo por culpa dos bruxos das trevas e nem que precisasse a vida toda, aprenderia a lidar com eles nem que pra isso...
— Não foi nada grave eu espero... – ouviu-o dizer e então apenas respirou fundo e desviou o olhar.
— Só um braço quebrado... – respondeu ela. Nem mesmo desviando o olhar conseguiu evitar que James a fizesse encará-lo. Delicadamente tocou seu rosto o fazendo olhar diretamente em seus olhos. - Hogwarts não é mais a mesma... e querendo ou não, vamos ter de sobreviver a ela.... – disse finalmente. Não soube explicar direito mas o coração apertara nessa hora, queria ter forças para desviar mas, com isso ela já não poderia contar. Passaram-se alguns segundos até que de repente desviara os olhos outra vez. Estava cansada, decididamente cansada. Então ouvira a voz de James outra vez.
— É mais ou menos sobre isso que quero conversar com você... Estamos perdendo a guerra, olhe isso é evidente. – disse ele
— Eu sei... - começou dizer ela mas sem esperar James pegou em sua mão e a levou para fora da sala comunal, era óbvio que o assunto não devia ser tratado ali, mas onde poderiam se "esconder"? Era passada da hora do jantar, Já deviam estar voltando para as salas comunais.
"E desde quando você está preocupada com detenções..." - pensou ela, mas na realidade não era exatamente medo. A varinha muito bem presa nas vestes deixou-se ser guiada pelo garoto. Rapidamente. A escuridão do castelo já começava a tomá-lo, o toque de recolher estava praticamente faltando apenas alguns minutos. Nunca havia notado como aquelas paredes podiam causar-lhe arrepios. Era como se uma sombra enormes começasse a se esgueirar soturnas pelas fissuras da parede de pedra. Apertara involuntariamente a mão de James enquanto ouvia-o novamente.
— Sah as coisas estão mudando rapidamente...- disse ele e viu-se puxada para atrás de uma tapeçaria percorrendo-a por uma leve subida indo parar no sétimo andar. - Não temos muito tempo, meu anjo não sei quanto tempo mais estarei seguro aqui...
Sarah não disse uma única palavra, todo esse tempo era óbvio que havia mais coisas acontecendo. O ministério estava fazendo tantas coisas tão absurdas que ela já tinha notado certas observações dos próprios alunos, contudo, também havia visto o que acontecia com tais alunos. James então parou de falar. Era praticamente audível a respiração do “intruso", James apontou a varinha para onde surgira uma possível encrenca e Sarah não teve muito tempo pra pensar. Olhou em volta com o coração aos saltos, e vira uma porta a dois passos de distância. Não lembrava-se de vê-la ali antes mas, ia ter de servir, de uma vez puxara James para dentro e então escorou-se fechando a porta a trancando logo em seguida pedindo a Merlin que seja lá quem fosse não os tivesse ouvido.:
— Lumus! – ouviu-o dizer e averiguar onde é que estavam – Não me lembro de ter visto essa sala antes...
— E desde quando uma sala nova ou velha tem importância... – respondeu ela sarcástica respirando rapidamente devido ao "quase susto" e dando um passo batendo com tudo em alguma coisa - ... Ok, ok.... já entendi... mas podia pelo menos acender as luzes não?
Enquanto massageava o joelho dolorido, um a um dos archotes nas paredes começaram a ascender. Revelando uma sala tão aconchegante quanto a sala comunal. Exceto por alguns acessórios a mais como livros e adornos mais sofisticados. Curiosos ambos por alguns minutos esqueceram-se do motivo de estarem escondendo-se e então enquanto examinava o cônsole sobre a lareira sentiu a aproximação de James em suas costas.
— Sah como eu ia dizendo antes de nossa descoberta... A qualquer momento posso virar alvo para chegarem a meu pai e isso é questão de tempo.
Dessa vez virou-se para o garoto, mas ele foi quem optara em olhar em volta para depois sentar-se. Sarah o acompanhou com os olhos e cruzara os braços sem dizer absolutamente nada.
— Anos atrás eu queria ser um piloto profissional de quadribol, depois quando o caos e Voldemort começaram agir decidi seguir carreira ia me tornar Auror...
"Qualquer semelhança é mera coicidência Sarah..." – pensou ela, sabia exatamente o que estava passando e do que seriam capaz de fazer os comensais, para obter o que era lhes ordenado. Continuou encarando até que este terminasse.
— Hoje acho que não terei muito tempo para aprender uma profissão. Minha família foi destruída e minha liberdade está sendo estinta... vou ser um rebelde vou lutar na resistência essa será minha profissão. Vou lutar pelo que amo e nada mais...
— E o que você ama exatamente James? - disparou contra o garoto embora fosse sem pensar. - Suas palavras são lindas mas... é obvio que seria a primeira alternativa de Voldemort para chegar a resistência. O único "porém"... é que eles não podem fazer isso dentro do castelo sem que outro pai, ou mãe, ou professor como Minerva ou Lorigan interfiram... por mais que Amycus tente manter a "escola em ordem", muitos já estão vendo o que o ministério virou um local de malucos... - disse séria agora andando até a janela e olhando para fora - Eu sempre lhe disse que eu lutaria pelos que amo, e que eu mesma não mediria esforços para ... - o escuro do lado de fora só fazia refletir a imagem da lareira crepitando do lado oposto da sala. A lembrança de seus avós e eles não terem a chance de ter um enterro descente ainda a machucava assim como todas as outras conseqüentes de seu relacionamento com ele - ... sua familia não é a única que sofre... muitas familias de bruxos terão o mesmo destino caso se imponham a vontade do Ministério, meus avós são prova mais que concreta... - abraçara-se então ao próprio corpo - meu primeiro pensamento desde que entrei em Hogwarts era me tornar uma auror, descobrir o motivo do meu pai ter sido morto, assim como você eu tinha planos... - dera um suspiro e um sorriso do qual sabia não era verdadeiro - ... Perdi tudo o que era valioso para mim, por isso... sei exatamente o que está passando e... não tenho porque impedir ou dizer-lhe alguma outra coisa para interferir em seus planos... Hogwarts é meu lar agora, meus amigos, a minha única familia... - então se virou novamente para encará-lo - ... enquanto ainda houver bruxos dentro dessas paredes, que acreditarem que possam fazer alguma diferença... duvido que idiota algum poderá vencer a isso... principalmente Voldemort... - Abaixara os olhos e voltara a observar a escuridão do lado de fora da janela. Estava exausta de tanto sofrimento e dor, estava cansada de se sentir sozinha. Não tinha mais nada a perder, tudo o que realmente lhe importava, foi tirado um à um estava cansada disso. Suas lembranças lhe enviaram para que houve na torre de astronomia ainda sintia como se levasse uma facada em meu peito. Dramática? Bem, talvez... mas mas o que esperar de uma garota de 17 anos? Maturidade? Vinha sendo madura o suficiente desde 9 anos quando perdeu os pais. Tinha plena consciência do que lhe esperava quando aceitou levar a sério o que seu coração dizia, mas se soubesse que lhe machucaria ou doeria tanto, agora já chegara ao ponto de ficar em dúvida se faria tudo de novo.
Sempre soube que James Potter fazia coleção de nomes na sua estante de troféus, jurou a si mesma que não seria mais uma, mas no fim... Dizer e mostrar o que realmente sentia não era uma opção naquela época, tanto que lutou com todas as forças para não dizer que o amava pois sabia que isso sim o afastaria de vez. Mas não seguiu seus instintos e depois de terminar, acreditava que poderia ser como antes. Outra vez estava enganada, vê-lo posando pra fotos com a torcida imbecilizada foi como se como um baque lhe trouxesse a realidade. "Não significava nada, pelo menos não mais do que aquelas garotas..." fora esse meu primeiro pensamento. Não adiantava Sírius ou Remus dizer ou tentar lhe convencer do contrário, ações valiam mais do que palavras e se era assim que devia ser, era melhor evitar ao máximo um encontro. Estava indo bem até Carrow assumir a vaga de diretor e trazer o inferno com ele. Até pensou que estava finalmente preparada mas já não estava certa disso, embora tentasse não deixar transparecer, estava ficando muito boa em disfarçar. Alice e Olivia diziam-lhe que estava parecendo uma boneca de coração de gelo quando agia assim.
No campo até podia agir normalmente, talvez a adrenalina a energia que emanava de um jogo de quadribol, ou por estar junto com os amigos talvez a presença de Potter a atingisse menos, mas não tinha mais ninguém ali além deles. Era a primeira vez que ficavam sozinhos, por Merlin como era difícil!!! Mas não podia segurar mais o que estava entalado em sua garganta, embora não tivesse muita certeza de suas palavras, deixou claro que não se oporia a qualquer decisão que ele tivesse de tomar, que duvidava que os professores também ficariam calados diante o que estava acontecendo. Pelo menos era o que ela esperava que acontecesse. James sorriu descrente e depois levantou os olhos, ela por sua vez, desviou-os novamente para a janela onde era o único lugar "seguro"por enquanto.
— Amo minha casa e seus membros... Amo minha família, ou o que sobrou dela... Amo minha liberdade e não abro mão dela... Amo você, amo Sirius, Remus e Peter... Amo Alice, Lilly, Marlene, Franck... Amo meus amigos Sah... Não acredito que os professores poderão fazer muita coisa com Amycus Carrow aqui, ele está acima de um diretor... Esse comensal da morte é chefe do departamento de execução das leis da magia, Sarah quem se oporia a ele? Uma ordem dele faz qualquer bruxo ir direto para Azkaban ou viver na clandestinidade....que professor ou familiares dos alunos se colocaria contra ele, pelo filho de um bruxo procurado por Magia Negra se o próprio Dumbledore deixou Hogwarts fugindo?
Sarah queria poder acreditar que Dumbledore não estava fugindo, mas... tinha de concordar, mesmo não querendo, de que ele estava certo nesse ponto. Pela janela o viu se levantar e dar alguns passos ao se virar encontrara seus olhos mais uma vez. O efeito que isso lhe causava era devastador.
— Logo será maior de idade e levaremos você para um local seguro, pois se os desaparecimentos de seus avós realmente estiverem ligados aos comensais você precisará de proteção também.
— Não me trate como uma donzela Potter... sabe o quanto detesto quando fazem isso... - disse desviando o olhar e andando na direção da porta mas parecendo ignorar esse comentário James continuou.
— Quando terminamos tive vários motivos para fazer isso e deixar de te amar foi o único que não existia.
A garota parou a alguns passos para alcançar a porta.
— Eu sei que... – ele então retomou sua fala pausadamente - ... que talvez você já nem me ame mais... - Sarah então se virou. Ele estava de costas parecia não querer lhe encarar ou, talvez não conseguisse. Então ele virou-se e seus olhos se encontraram mais uma vez - Foi por medo de não poder ouvir mais sua voz, não poder tocar sua pele, não ver seu sorriso que tive que me afastar...
Tentou respirar mas era dificil, falar alguma coisa praticamente impossível. Sentia uma vontade enorme de ir de encontro a ele e encher-lhe de cascudos. Mas ao mesmo tempo, estava apaixonada por ele e saber que o que ele sentia por ela não tinha se extinguido... bem... isso acalmava um pouco as coisas. Não conseguia dizer uma única palavra. Com o coração aos saltos e a respiração ofegante então fez a única coisa que conseguiu.
— Expecto Patronum! – disse ela com a varinha em punho e um enorme e elegante cervo de prata saltou praticamente de sua varinha ficando entre ela e o garoto. Pode ver através do cervo prateado a expressão de surpresa em seus olhos. – Acho que isso responde a sua afirmação anterior não é? – Com um movimento da varinha o cervo galopou pela sala e então desapareceu. Ele então a encarou. Sarah não soube dizer o que se passava por sua cabeça. Mas tinha certeza de que ele sabia exatamente o que havia acontecido. Conhecendo sobre magia, como ela tinha certeza de que ele conhecia, sabia exatamente o motivo de seu patrono ter mudado de forma. - Eu jamais finji que você não existia... ou se quer apaguei daqui... – colocou sua mão esquerda no lado esquerdo do peito - ... o que sinto por você. Mas não fui eu quem colocou essa muralha entre nós apenas fiz o que você mesmo deixou claro que devia fazer... "me manter longe"... mantenho tudo que disse naquele dia. Minhas chances de proteção sem você são as mesmas... – dera dois passos, não queria passar uma reprimenda no garoto, afinal, quem era ela para fazer isso?
— Gostaria que pudesse ser diferente – disse ele finalmente, seu olhar perdido em algum ponto da sala – Nunca deixei de te amar e não quero deixar...mas no momento não posso ... – então voltara a encarar a garota – mas não quero que nossa amizade morra como vem acontecendo...
— Não fui eu quem abandonou os amigos atrás de vingança... – disparou ela. Sim, tinha sido extremamente cruel dizer isso a ele. – Remus realmente podia ter morrido se não fosse McGonagall interferir...
— Não pedi para que se arriscassem por mim... – agora era ele quem parecia estar sendo cruel.
— Não... você não pediu... – disse ela não acreditando no que ouvia - ... mas sabia que com seu sumiço toda a Gryffindor sofreria nas mãos de Carrow por que estariam protegendo James Potter. MESMO VOCÊ NÃO PEDINDO!
Isso pareceu pelo que a garota notou ter surtido algum efeito sobre o garoto. Ela então respirou fundo tentando controlar-se, as vezes tinha vontade era de meter a mão na fuça de Potter quando ele bancava a criança mimada.
— Somos a única esperança da resistência aqui dentro... – disse ela o encarando. Sua voz saíra normalmente como se estivesse falando com Olivia embora tivesse uma entonação mais séria do que pretendia. - ... jurei no túmulo de meus pais que jamais deixaria alguém que amo morrer e pretendo cumprir essa promessa... amo você James Potter, e querendo você ou não já sou parte dessa batalha... – então dera mais dois passos encarando o garoto nos olhos - ... sou fiel a Dumbledore e a Ordem.. mas e você? - A determinação com que dissera a última frase, e a força com que passava em seus olhos era inquestionável.
— Você não entenderia... – disse ele baixo, Sarah podia notar que estava segurando toda a raiva que ele conseguia - ... Eles destruíram todo o legado de minha família...
— Eu não entenderia? - perguntou ela sarcástica achando graça no que ele acabava de dizer – Tem certeza? - Então respirou fundo, fechou os olhos por alguns instantes e então o encarou - Sim, eu entendo muito bem como se sente caso não tenha percebido, sou a única que sobrou dos Perks! – Ele então a encarou. – Então não venha fazer o papel do rebelde incompreendido, eu sei exatamente como se sente. Eu mais do que ninguém sabe!.
Sarah dera-lhe as costas pronta para sair pela porta. O toque de recolher estava começando a soar e tinha de se apressar se quisesse estar na sala comunal antes que os lacaios de Carrow começassem sua caçada. Mas James segurou sua mão e a puxou contra ele tão rápido que não teve muito tempo para reagir. Na verdade nem tivera tempo para pensar. Sentira o rosto do garoto afundar em seu ombro. Seu perfume preencheu seus sentidos a deixando um pouco atordoada. Sentiu-o a apertar contra o corpo e ficara estática.
— Me perdoe... – sussurrou ele em seu ouvido. Um arrepio tomou conta de seu corpo. Seus braços foram se levantando entre os braços do garoto e por fim o abraçou. Sentiu então, que precisava tanto desse abraço quanto ele.
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