Reunião a Meia Noite
A revolta causada pelo último combate entre “Potter” e Mayfair era absurda. Minerva quando saiu de sua sala aquela hora estava exausta. Era o terceiro caso de alunos se enfrentando entre o café da manhã e almoço nos corredores, e se não tivesse chegado a tempo o outro teria usado uma maldição imperdoável. Tanto que quando entrou em seu escritório sentindo o rosto quente devido a sua fúria, parou, e respirou fundo duas vezes. Já tinha enfrentado vários problemas desde o dia anterior quando infelizmente Potter havia se ferido no duelo, na verdade Lupin na pele de Potter. Jamais concordaria com isso se a situação não fosse tão séria, sabia que se Carrow não visse Potter no castelo ou ele não comparecesse, o novo diretor removeria cada pedra do lugar a procura do garoto, sem mencionar que talvez submeteria todo o castelo a tortura até encontra-lo.
Levantou-se de sua cadeira e então, notou a caixa que pertencia a Bins, o professor a alguns meses havia falecido, e seus pertences como ele não precisaria e não tinha parentes vivos, tinha sido levado a sua sala para que ela desse um destino seguro. Olhou bem, parecia que havia alguma coisa diferente nele. Aproximou-se, e seus olhos perpassaram tudo o que havia na caixa. Se tinha algo em que ela confiava plenamente era em ter memória fotográfica, alguém tinha entrado em sua sala. Respirou fundo, e olhou em volta, meneou a varinha fazendo um feitiço que desfizesse qualquer outro posto em sua sala, mas parecia que estava tudo normal. Quem talvez estivesse ali simplesmente teria apenas ido investigar algo suspeito. Mas por via das dúvidas, esquadrinhou a sua sala milimetricamente. Nada parecia estar faltando a não ser alguns itens da caixa que pertencia ao professor Bins. Sabia sobre sua pesquisa, mas todos os itens que tinham haver com sua pesquisa tinham sido levados por Dumbledore, por que razão agora tinham ido revirar suas coisas?
Mais que depressa desceu até o terceiro andar e seguiu pelos corredores até a sala de Lorigan. Quando foi bater na sua porta ela escancarou-se, e dera de cara com Carrow. Seu olhar mortífero cruzou com os dela que apenas o encarou com a expressão mais suave e firme que conseguiu.
— Ainda bem que o encontrei senhor diretor... – disse ela como se tivesse ido exatamente a sua procura na sala de Lorigan - ... gostaria de informa-lo que alguém entrou em meu escritório e levou alguns pertences do professor Bins.
— E por que raios alguém ia mexer em objetos de alguém morto a meses? – respondeu ele com azedume.
— Esperaria que como diretor pudesse tomar atitudes contra esse tipo de comportamento. – respondeu Minerva com o mesmo tom em sua voz.
— Tenho coisas mais importantes a fazer nessa escola do que controlar alunos enxeridos... se não me engano, verificar como está o Sr. Potter e Sr. Lupin afinal devido sua interferência, devo informar ao Sr. Potter o resultado se sua disputa.
— Não tenha tanta pressa... como treinador de Potter... – disse Lorigan com as mãos postas atrás do corpo - ... já informei o resultado.
— E como poderia? – retorquiu Carrow estreitando os olhos - ... não me lembro de tê-lo visto durante todo o torneio.
— Não lembro de tê-lo visto também Sr. Diretor... – disse Minerva com firmeza mas com toda a delicadeza que sua educação permitia - ... no entanto, não duvido que estivesse presente afinal, como poderia um diretor não estar presente no principal evento da sua escola.
Minerva sorriu docemente, obviamente se controlava para não puxar sua varinha e encher a cara do novo diretor de algo terrivelmente doloroso.
— É claro... – disse ele ainda encarando os dois professores com certa desconfiança – Um evento como esse era necessário a minha presença.... agora...Com licença.
Com um girar de capa Carrow seguiu pelo corredor deixando Minerva na frente da porta do escritório do professor. Lorigan estava no meio da sala com os braços postos atrás das costas com uma fisionomia nada agradável.
— Com toda a certeza de que ele estava em qualquer lugar menos vendo o duelo... – disse ele por fim desfazendo a cara de “auror irredutível” que costumava fazer quando estava de frente a Carrow. – Acho que não veio aqui para dizer a ele sobre a invasão da sua sala...
— Na verdade... – respondeu ela entrando e fechando a porta enquanto Lorigan lançava um feitiço para que não pudessem ser ouvidos. - ... eu estava querendo saber se tinha tido sucesso.
— Sim... – disse ele e então observou que a professora dera um suspiro de alívio. - ... o garoto foi atrás do tio como eu suspeitei.
— E como ele está? – perguntou Minerva agora preocupada.
— Furioso... abalado... – respondeu ele indo até ela e pegando em sua mão - ... terrivelmente confuso.
— Era de se esperar não é? – disse ela por fim. – Os pais sendo procurados, a família toda praticamente dizimada. Normal alguém querer fazer justiça com as próprias mãos, afinal, foi por culpa de Will que os encontraram não me admira ele ter ido a caça.
— Ele me disse que estão formando uma resistência... – disse Lorigan agora andando até a janela - ... Charlus o mandou ficar de guarda dentro da escola.
— Eu concordo que os alunos tenham que saber se defender... – respondeu Minerva incerta – na atual conjuntura das circunstâncias. Mas a escola seria um lugar para manter-los seguros.
— É por esse motivo que irei treiná-los. – e então se voltou a ela que o encarava com um olhar preocupado o que o fez sorrir – Minerva, eu não vou mais me omitir... Não vou mais permitir a barbárie grátis e sem resposta. – Percebeu o espanto dela. – Um sábio general do oriente de nome Sun Tzu uma vez disse: Um hábil general jamais se encontrará reduzido a tais extremos. Ele conhece a arte de humilhar os seus inimigos sem travar batalhas, sem derramar uma gota de sangue, sem mesmo desembainhar a espada, consegue tomar todas as cidades inimigas e o objetivo de um general hábil é apoderar-se do reino inimigo quando este está intacto; assim as suas tropas não se esgotarão e o seu triunfo será completo. Esta é a arte da estratégia vitoriosa... – o rosto de Lorigan ficara sério e deu-lhe as costa indo até a janela de sua sala, olhou lá para fora e depois voltou-se para ela... e continuou - Lembra-te que defendes não interesses pessoais, mas os do teu país. As tuas virtudes e os teus vícios, as tuas qualidades e os teus defeitos influem no ânimo daqueles que representas. Os teus menores erros têm sempre conseqüências terríveis e geralmente, os grandes são irreparáveis. É difícil sustentar um reino que será levado à beira da ruína. Depois de destruí-lo, é impossível reerguê-lo. Tampouco se ressuscitam os mortos. Minha vida por muito tempo, durante minha carreira de auror foi pautada nesse lema, porém... – seu rosto estava irreconhecível, não aparentava o professor risonho, brincalhão e cheio de vida de meses a trás, voltara a ser o caçador que foi por anos durante sua guerra particular contra as trevas. – A guerra deve ser a última solução, e te digo o que mais poderemos fazer? Voldemort arrasou toda a esperança... Eu sei – disse antes que Minerva pudesse intervir, sua voz saiu fria nesse momento – Temos a resistência e Dumbledore ainda está por ai solto e vivo, mas Minerva a esperança da resistência, e você sabe melhor que eu, sempre esteve dentro das paredes desse castelo...
Lorigan então caminhou até ficar bem próximo a ela, olhou de cima para baixo em direção aos olhos da professora. Em sua mente as palavras que a muito tempo faziam parte de sua vida: “Quem perde seus bens, perde muito; quem perde um amigo perde muito mais, mas quem perde a coragem perde tudo.” Bruce perdera todos seus bens, muitos amigos e a família, mas ainda lhe restava a coragem.
— Vou treinar nossos “bons” alunos para se defenderem, vou protegê-los com unhas e garras... E aqueles que estiverem dispostos a se juntar a mim para formar um exército vou encorajar e vamos expulsar Carrow e todos que quiserem ficar do lado dele depois de enxotá-lo de Hogwarts. Nem que essa escola tenha que ficar sitiada contra o ministério e os comensais, só poderemos vencer essa guerra se as forças de Voldemort estiverem fora do controle desta escola! – A professora tinha a mais absoluta certeza de que ele estava certo, mas mesmo assim não podia deixar de temer não só por ele mas por todos os alunos que estariam dispostos a entrar nessa batalha. Nunca foi uma mulher de dar as costas aos problemas, sempre os encarou, e não seria agora que mudaria. Encontrou os olhos do professor e então sorriu, realmente estava certa quando escolhera ficar ao seu lado. Não o conhecia a tanto tempo quanto gostaria, mas já o conhecia o suficiente para o admirá-lo como pessoa. Respirou fundo e meneou a cabeça concordando. Era melhor ter alunos treinados sob supervisão do que atirando a esmo pelos corredores.
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— Eu já disse... – dizia Remus deitado em sua cama na Ala Hospitalar - ... eu estou bem.
— Bem acabado... – respondeu Sírius com um sorriso. Sarah e Olivia também estavam presentes ao redor da cama do monitor que embora tivesse o rosto intacto, mostrava alguns hematomas pelos braços. – Acho melhor você não andar mostrando o físico por ai Moony...
— Para quem estava com sarapintose... – agora era Olivia quem respondia - ... Realmente não vai poder mostrar esses hematomas.
— Falem baixo... – alertou Remus tentando levantar-se e fazendo uma careta. Olivia prontamente se aproximou para ajudá-lo.
— E você sossegue nessa cama... – respondeu Olivia séria o que fez com que tanto Sarah quanto Sírius trocassem olhares e tentassem controlar o riso. Talvez Remus ter se arriscado tanto, pudesse ter surtido efeito finalmente na relação entre Olivia e o monitor. O que queria dizer que eles deveriam dar um tempo e deixar Olivia tomar conta daquele lobo. - ... O que você passou lá não foi brincadeira...
— E alguma vez aqueles sonsos fazem algo que não é brincadeira? – murmurou Sírius a Sarah que concordou.
— Olivia tem razão Remus... – concordou Sarah e Olivia dera-lhe um sorriso - ... então aproveite essa sua “sarapintose” e descanse o quanto puder.
Quando Olivia foi levantar-se para acompanhar a amiga Remus segurou-lhe pela mão a impedindo de sair. Sarah apenas sorriu para ela enquanto virava-se para Sírius.
— Essa é nossa deixa para cair fora... – disse ela – Nos vemos depois Oli...
Sarah e Sírius já estavam saindo da enfermaria quando ambos deram de cara com James. O sorriso que estampava o rosto da garota sumiu no mesmo instante em que praticamente ficara frente à frente com o garoto. Podia ver que ele estava com um braço suspenso por uma faixa, havia alguns arranhões em seu rosto e mãos, só ela não sabia dizer se eram realmente frutos de alguma batalha, ou era apenas para enganar o novo diretor.
— Ahhhhh até que enfim a donzela decidiu aparecer... – ouviu Sírius dizer enquanto o mesmo cruzava os braços. Seus olhos encaravam os de James sem praticamente piscar.
— Vejo você depois Black... – disparou ela sem ao menos dar chance alguma para uma resposta. Com passos decididos ela saiu da enfermaria.
— Ela não vai me perdoar... – disse James encarando Sírius que apenas o encarou com os braços cruzados.
— Devia ter pensado nisso antes de fazer suas burradas... – respondeu o garoto dando uma olhada para Remus que conversava com Olivia enquanto ela segurava sua mão. - ... eu mesmo tenho vontade de destruir sua cara a socos!
— Eu sei... – respondeu James com um meio sorriso - ... mas o seu motivo é eu não ter te levado comigo...
— Bem... – disse Sirius que levou a mão ao queixo pensativo. - ... é.... esse é o principal... mas não pense que aquele ali vai aliviar sua barra... e eu nem ficaria na frente da Sra. Moony... essa sim tem dois BONS motivos pra te deixar aqui internado até se formar.
— Acho melhor voltar depois... – disse James se dando por vencido – Onde está Wormtail?
— Não o vejo desde o combate... – respondeu Sírius - ... conhece ele, deve estar subornando algum elfo para conseguir acesso a cozinha. - Os dois começaram a andar para fora da enfermaria.
— Parabéns pela vitória no duelo... – disse James novamente com um meio sorriso - ... Não que eu estivesse duvidando de sua capacidade...
— Você sempre duvida... – respondeu Sírius colocando as mãos nos bolsos enquanto acompanhava.
— Duvido quando o oponente sou eu... – disse James novamente com um meio sorriso o que fez com que Sírius parasse no meio do corredor e o encarasse. James então parou e o encarou de volta.
— Quanto tempo você vai ficar assim? – perguntou Sírius e James o encarou com duvida. – Deixa de ser palhaço... você me entendeu.
— O que você quer que eu faça? – James respondeu com outra pergunta.
— Ahhh qual é galhudo! Você fez burrada... – disse Sírius – Ok... você realmente fez... mas nem por isso precisa ficar fazendo esse lance “sem jeito” esperando levar algum esporro da gente... – então Sírius fez uma cara debochada - ... isso seria até prazeroso pra falar a verdade... – e então sorriu marotamente – Nahhhh acho que você deve ter levado esporro o suficiente dos seus pais e de quebra do Lolo... – disse ele se referindo a Lorigan e então andou até ficar cara à cara com o amigo – Mas tenha consciência de que se por algum motivo tiver de fazer outra maluquice dessas... nos deixe ajudá-lo.
Sírius viu o sorriso maroto e sincero do amigo brotar em seus lábios enquanto também afundava uma das mãos nos bolsos das calças e passou o braço pelo seu pescoço imitando um “mata-leão”.
— Agora... me deixe de fora da diversão de novo... e eu juro que troco seu shampoo por poção para remoção de pêlos! - concluiu Sírius gargalhando.
— Ae, Ae... – começou James tentando se desvencilhar de Sírius enquanto andavam. – Ainda sou o mesmo que pode azarar você enquanto dorme sabia?
— Você realmente está querendo comprar essa guerra galhudo? – disse Sírius em resposta.
Tanto James quanto Sírius começaram a gargalhar enquanto desciam as escadas rumo ao salão principal. Assim que chegaram, a mesa da Gryffindor começou a aplaudir. James apenas sorriu enquanto Sírius por sua vez fazia caras e bocas, até beijinhos às garotas ele mandava. James apenas meneou a cabeça enquanto andava até onde estavam Alice, Emmeline e Sarah. Estavam conversando baixo, e ele por sua vez esperou que Sírius se sentasse para então se sentar.
— É... pelo menos você ter perdido seu duelo serviu para me dar a chance de chutar um traseiro escamoso no fim das contas... – disse Sírius com um sorriso enquanto via Sarah levantando-se da mesa e se retirando do salão. O garoto olhou para as meninas que deram de ombros e então olhou para James que apenas encarava o prato em sua frente. – OOOOOKKKKKK, isso foi realmente desnecessário e complicado... – e começou a se servir. Aproveitando e colocando um pedaço de empadão no prato de Potter - ... você sabe que vai ter de falar com ela, mais cedo ou mais tarde...
— E dizer o quê exatamente? – perguntou James com azedume.
— Oras... o que alguém que realmente se arrepende de uma besteira diz... – respondeu Sírius. - O que no seu caso... – ele então olhou nos olhos do amigo com um sorriso - ... você pode perder sua dignidade... sem falar em alguma parte de extrema importância do seu corpo.
O que era possível notar o fato de que embora Sírius tivesse ganho o duelo ao qual ele havia participado. As atenções eram pelo fato de James não ter vencido Mayfair. Embora o “verdadeiro James” soubesse de que havia sido um festival de desvios as regras impostas pelo torneio, para os sonserinos isso parecia não ter o mínimo de importância. Mayfair embora tivesse levado uma bela surra, ainda assim seu Ego inflou de tal forma que mal cabia em si de tanta arrogância. James mesmo que estivesse sob aviso de não revidar, o garoto nunca foi um mestre na arte de engolir desaforos ainda mais agüentar isso sem dizer uma única palavra. Mas tinha se arriscado e MUITO por assim dizer e posto todos os seus amigos em risco sem pensar. Isso lhe rendera um belo puxão de orelhas assim que encontrara seus pais. Bem, seu pai até que entendera seus motivos, embora não tivesse aprovado o que ele tenha feito, não fora tão severo quanto ele esperava.
— Pelo que vejo... – ouviu uma voz atrás de si o fazendo voltar a realidade. – Está recuperado da derrota.
— Isso só mostra o quão fraco foi o seu poder contra mim... – disse James sem voltar seus olhos para Julien, que o garoto sabia estava de olho na sua nuca - ... perdeu a chance de me matar Jujuzinho...
— Eu não perdi a chance Potter... – disse Julien com seu ar arrogante - ... apenas adiei para um momento mais propício... – então se aproximou mais até que James sentisse sua presença próximo a suas costas - ...como por exemplo... quando não use um de seus fantoches para se passar por você...
— Jujuzinho... – respondeu James com um sorriso bebendo um gole de suco de abóbora e então se levantou para encará-lo – ... acho que as pedras que lancei contra você no torneio devem ter atingido fortemente sua cabeça... não preciso usar ninguém para duelar no meu lugar... posso derrotar uma cobra com a sola da minha bota e a varinha nas costas.
— Escuta aqui Potter... – disse Julien a meio palmo do rosto do capitão Gryffindor que o encarava com um sorrisinho maroto - ... eu tenho a mais absoluta certeza de que não era você naquele tablado...
— Ah é? – perguntou James debochado cruzando os braços.
— Eu tenho certeza... e vou provar... – respondeu Julien.
— Aham... – agora era Sírius - ... eu não sei porque você está tão convencido Jujuzito... você ganhou.. vai ter a honra de ter a insígnia da Gryffindor tatuada no seu traseiro no próximo duelo contra mim.
— Vai sonhando Black... – disse Julien com um brilho maligno no olhar - ... podem ter enrolado a McGonagall e o resto dos membros do ministério... mas não nosso diretor...
— Bem... eu não lembro de tê-lo visto durante o combate Juju... a não ser quando McGonagall interviu...– disse James com toda a confiança que conseguiu - ... você por acaso o viu?
— Pelo que vejo... – os garotos ouviram a voz de Carrow que aparecia do nada em meio aos alunos - ... está recuperado Sr. Potter.
— Novinho em folha... – disse James com um sorriso maroto.
— Espero que esteja ciente sobre o resultado de seu duelo Sr. Potter – disse Amycus – Creio que estivesse nervoso não? Pois seu duelo não foi exatamente o que eu esperei ver...
James pode notar um sorrisinho sádico no rosto pálido de Mayfair mas fingiu não ver. Sirius assim como ele fingira confusão.
— Obviamente não é diretor... – agora era a voz de Lorigan que retumbava pelo salão fazendo com que o sorriso de Carrow desaparecesse - ... Potter teve sua família praticamente dizimada por um ataque... naturalmente ele não estava em seu estado normal.
— Bem... – disse Carrow agora se recompondo e encarando o garoto - ... creio que seus pais assim como o senhor saiba que toda ação leva a uma conseqüência... seja ela boa... ou terrível...
— Obviamente Senhor .... – disse James com a maior naturalidade - ... e mais cedo ou mais tarde... elas aparecem... principalmente as terríveis...
Carrow estreitou os olhos para James por alguns segundos antes de se dirigir a Sírius.
— Espero que esteja preparado Sr. Black...
— Com toda certeza...Senhor – respondeu Sírius.
Amycus dera mais uma olhada nos garotos e então lançou um olhar par Lorigan, antes de chamar Julien para uma conversa.
— Ele suspeita... – disse James quando eles já estavam a uma distância segura.
— É claro que ele suspeita... – respondeu Sírius e então baixando o tom de voz para que só ele e Lorigan ouvissem - ... Por mais que Lupin seja bom, ele não é tão imprevisível quanto você ou eu...
— Isso me leva ao motivo de vir até aqui... – disse Lorigan voltando sua atenção aos dois disfarçadamente falando baixo - ... quero que convoquem todos os alunos de confiança que conseguirem... tomem cuidado pois estaremos sendo vigiados, eu principalmente...
— E onde iremos nos reunir? – perguntou Sírius.
— Mandarei um aviso pelo seu gato Potter... – disse ele – ... assim que encontrar um lugar onde possamos treinar sem sermos observados... – então ele olhou novamente em volta e viu Lucius Malfoy lançando olhares para eles descaradamente. - ... o que repito, vai ser realmente difícil.
— Daremos um jeito... – disse James decidido - ... primeiro deixaremos a AG de sobre aviso...
— Depois pensaremos em um local para que possamos treinar... – disse Sírius.
— Está bem então... – disse Lorigan em um tom mais alto - ... não pense que irei facilitar para você Sr. Black.
— Não esperaria menos professor... – respondeu Sírius acenando para o professor que deixava o salão.
James sabia que se já estava difícil antes se manter longe dos olhos e ouvidos suspeitos, agora seria ainda mais complicado com Amycus em seu pescoço. Tinham de pensar, ainda mais cuidadosamente todos os seus passos a partir de agora.
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— Por quanto tempo mais você vai ficar ignorando a existência do Potter? – perguntava Emme a Sarah enquanto voltavam da torre norte naquele meio dia. Evitava ao máximo encontrá-lo, e embora já tivesse se passado mais ou menos uma semana desde o duelo entre Mayfair e James, os ânimos ainda estavam piores. Ainda mais com Mayfair espalhando a “dúvida” sobre James ser realmente “James” – Não falta muito para o último jogo da temporada e você sendo uma das nossas principais artilheiras, ficar de bico com o Capitão pode desequilibrar todo o time!
— Tenha a santa paciência de Morgana... – murmurou Olivia e então parou encarando a jovem de cabelos dourados e olhos extremamente azuis. - ... Será que você só pensa nisso? Sarah tem os motivos dela para ignorar aquele imbecil, e cá entre nós eu mesmo arrancaria cada um daqueles fios de cabelo dele com a pinça pelo que ele fez...
— E o que ele “fez” exatamente? – perguntou Emmeline o que fez com que Sarah ficasse em estado de pânico, afinal, ninguém além dela, Olivia, Alice e os marotos por assim dizer sabiam do “falso Potter” no duelo contra Mayfair.
— Bem... – tentou remediar Olivia se dando conta do que “quase” tinha acabado de dizer.
— Não importa! – respondeu Sarah rapidamente – Estou cansada de tudo nesse castelo girar em torno dele. É óbvio que ele acabaria surtando mais cedo ou mais tarde. E se for pelo bem do time e você parar de se preocupar, eu saio do time está feliz agora?
Sarah por mais que fosse “bem educada” por assim dizer nunca tinha sido tão ríspida com Emme antes, está certo que ainda não tinha como evitar estar de mal humor, mas geralmente não saía por ai apontando a varinha e atirando em qualquer um. Ok, ela tinha um gênio terrivelmente difícil e a mania de atirar primeiro e perguntar depois, mas não com seus amigos.
— Ei... calma ai leoa... – disse Emme um tanto quanto sem jeito - ... só acho que esse climão todo podia ser diminuído com uma simples conversa.
Emme então continuou andando sem olhar para trás o que fez com que Sarah se sentisse terrivelmente desolada. Deixou-se cair sobre um banco enquanto a mochila caia aos seus pés.
— Ela não deixa de ter razão... – disse Sarah agora encarando Olivia - ... ok que James pisou na bola...
— Ele não “SÓ” pisou na bola Sah... ele nos abandonou... Deixou praticamente todos nós nas mãos daquele comensal... e pelo quê? Por uma vingança... – era visível que Olivia não o perdoaria tão cedo. – Compreendo... o tio maluco dele entregou a família toda e praticamente só ele e os pais sobraram nessa história...
— Eu... – começou Sarah enquanto Olivia sentava-se ao seu lado - ... até entendo como ele deve estar se sentindo... o ódio pelos culpados... e a vontade de estuporar cada um deles...
— Mas isso não justifica... – disse Olivia a encarando - ... você passou por tudo isso também... e não saiu bancando a bruxa desvairada mundo a fora!
— É minha amiga... mas vontade eu tive... – respondeu Sarah com um suspiro - ... e as vezes ainda tenho...
— Ainda bem que encontrei vocês... - ouviram uma vozinha conhecida e ambas viram uma Alice meio esbaforida acompanhada de Frank. Elas a encararam já pensando que algo muito sério estaria prestes a acontecer.
— Não as assuste meu pudim... – disse Frank com um sorriso sapeca nos lábios enquanto Alice ficava com o rosto ruborizado, ele se aproximou mais das duas garotas - ... o professor Lorigan marcou uma pequena reuniãozinha com a gente naquela sala vazia próximo a escadaria do Emerico, o Gago.
— Reunião? – disseram as duas ao mesmo tempo.
— Sim, somente o pessoal da AG... – disse ele ainda mais baixo. - ... ele disse para usarmos caminhos diferentes para chegar a sala.
— Não tem problema... – disse Sarah - ... conheço um atalho...
Durante toda aquela manhã, Sarah ficou pensando em como poderia encarar James por no mínimo duas horas. Evitar um encontro até mesmo na sala comunal era fácil mas em uma sala de aula já era outra história. Mas uma hora ou outra isso iria acabar acontecendo então, durante todo o trajeto até a torre da Gryffindor, Sarah tentou se manter calma e não sofrer por antecipação. Respirou fundo após sair do banho, vestiu uma roupa confortável e aproveitou que não teriam aula no período da tarde para passar na biblioteca com Alice e Olivia e retirar alguns livros.
— Não sei por que você está preocupada com isso... – dizia Alice enquanto percorriam o corredor do terceiro andar.
— Se por acaso alguém nos perguntar... – disse Sarah mostrando os dois livros extremamente grossos que carregava em seus braços - ... estamos estudando para os NIENS.
— O novo diretor não vai poder contestar quanto a isso... – disse Olivia com um sorrisinho enquanto equilibrava mais três livros em seus braços.
— Venham, conheço um atalho... – disse Sarah liderando o grupo até o final do terceiro andar próximo a uma pequena armadura. Sarah tinha certeza de que pertencera a algum elfo doméstico mas Olivia estava certa de que pertencia a algum parente distante do professor Flitwick. Aproximaram-se devagar, tomando todo o cuidado para que ninguém notasse suas verdadeiras intenções. Visto que o corredor parecia deserto, Sarah usou o seu pé direito para empurrar o pequeno tijolo ao lado da estatua e um estalido na parede oposta pode ser ouvido.
— Vamos rápido... – disse a garota para as outras duas. Se lembrava corretamente, aquela passagem subiria por uma escada em caracol até o corredor das escadas de acesso a torre de Astronomia. Tomaram todo o cuidado que conseguiam para que ninguém da turma de corvinais que descia as escadas da torre notasse algo suspeito e fingindo que verificavam alguma anotação no livro se aproximaram do quadro de Emerico o Gago. Com o toque da varinha, as garotas viram o retrato girar lentamente para a esquerda e uma maçaneta aparecer, logo se precipitaram para dentro rapidamente com o coração aos saltos.
— Pra quê tantos livros? – ouviu a voz de Remus e então sorriu.
— Remus... – disse ela com um sorriso - ... quando foi que saiu da enfermaria?
— A algumas horas... – disse ele dando um abraço na garota o que Sarah pode notar que Olivia desviara os olhos o que fez com que ela se afastasse do garoto rapidinho - ... Humm, não me responderam... por que os livros?
— Achei que seria menos suspeito três alunas estudando para o Niens... – disse Sarah e Remus sorriu.
— Disso você tem razão... isso me lembra que tenho que colocar meus estudos em dia... – disse ele com um sorriso e então voltou-se a Olivia – Oli, preciso falar com você...
Sarah viu Olivia lhe entregar os 3 livros e correr para junto do garoto. Com um pouco de dificuldade colocara os livros sobre uma mesa ao lado bem na hora que James e Sírius entraram na sala juntamente com o professor Lorigan. Tentou ao máximo fingir-se distraída empilhando os livros quando ouviu seu nome.
— Como vai Srta Perks?
— Olá professor... – disse ela de sobressalto.
— Não lembro de ter pedido algum material extra... – observou ele.
— Apenas um disfarce... – respondeu Alice com um sorriso - ... é mais fácil dizer que estávamos voltando da biblioteca...
— Leitura interessante... – agora o professor olhava cada um dos livros atentamente e com um certo cuidado - ... pelo visto teremos três nobres aurores... – então sorriu para as garotas e voltou sua atenção para o resto da sala - ... o que nos leva ao motivo de estarmos reunidos aqui...
Sarah respirou fundo por alguns segundos, tinha certeza de que tanto seus amigos quanto os marotos podiam sentir a tensão por assim dizer de ter ela e James no mesmo espaço. Algo que ela vinha tentando evitar a todo custo.
— Bem ... – disse o professor que agora estava no meio do círculo formado por seus alunos. Sarah erguera a cabeça para ver quem mais estava, e estranhou novamente a monitora não estar presente. O círculo se resumia basicamente aos mesmos de sempre. Sirius, Remus, James e Peter, que parecia um tanto cansado. Alice, Frank, Emmeline, Olivia e Sarah. Sim, era um grupo pequeno no momento mas nada os impedia de aumentá-lo assim que tivessem uma chance. Nesse momento enquanto o professor falava foi que notou James a encarando. Quando o garoto percebeu desviou os olhos o que ela fez também.
— Ok professor... – disse Frank com um certo temor na voz - ... sabemos que as coisas estão terríveis... e o que exatamente poderemos fazer? Vi hoje cedo dois alunos do primeiro ano sendo cobaias de Mayfair e o nosso ilustríssimo diretor o ensinando como devia torturar com mais eficiência.
Sarah pode ver as feições de Lorigan praticamente endurecerem ao ouvir o relato de Frank.
— É por esse e outros motivos que estou aqui... – disse Lorigan encarando um a um que estava presente - ... os tempos estão difíceis... e tendem a piorar cada vez mais. Sei de seu talento, e de suas intenções diante a toda a injustiça e sujeira que o Ministério vem varrendo para baixo do tapete. – Novamente ele olhou para cada um dos rostos presentes - ... não vou repetir todo o discurso que estão carecas de saber... Amycus é um Comensal da Morte... colocado aqui estrategicamente para impedir que Dumbledore, eu, ou a resistência forme um exército.
— Como se isso fosse nos impedir... – comentou Sírius dando um sorriso maroto o que fez com que até mesmo Sarah sorrisse.
— Exato Sr. Black... – completou Lorigan - ... meu intuito aqui não é ministrar aulas, e sim, tornar vocês capazes de ensinar... – todos os olharam com certa curiosidade e ele então sorriu - ... vocês não ouviram mal... Amycus espera que eu esteja formando um exercito... bem... o que não deixa de ser verdade... MAS... ele espera que eu faça isso abertamente... espera me pegar fazendo isso e aí sim me mandar para Azkaban...
— E em grupos pequenos... – disse James com um sorriso malicioso - ... temos a desculpa de estarmos estudando para o NIEMs...
— Esse é o plano Sr. Potter... – respondeu Lorigan abrindo ainda mais o sorriso - ... confesso que... vai ser difícil reunir todos como estão reunidos agora... tenho uma pedra enorme no meu sapato chamado Argo Filch que vive na surdina com seus olhos e ouvidos espreitando e me seguindo como uma sombra...
— Bom... nada que uma xícara morde o nariz ou freesbie dentado não possa dar um jeito nele... – disse Frank coçando o queixo pensativo.
— Se precisar de algum material... – disse Sírius malicioso -... consigo um contrabando da Zonkos rapidinho...
— Ok professor, acho que podemos fazer isso... – começou Remus - então... por onde começamos?
Lorigan então respirou fundo e assim como em suas aulas, começou a demonstrar feitiços básicos desde simples feitiços de desarmamento como também feitiços de proteção. Sarah pode respirar aliviada afinal, não foi preciso fazer pares para os exercícios, o que seria realmente constrangedor ter de duelar com Emme depois do que havia acontecido, mesmo depois dela ter pedido desculpas. Embora Emme estivesse agindo normalmente, bem, Sarah é que não estava confortável com a situação. Após alguns minutos lançando os feitiços básicos, Lorigan finalmente ficou diante deles outra vez.
— Fico feliz de ver o empenho de vocês... – disse ele com um sorriso sincero - ... agora, sei que é extremamente difícil... embora saiba que alguns de vocês possa executar esse feitiço com precisão, o Feitiço do Patrono (Expecto Patronum) é o mais famoso e um dos encantos defensivos mais poderoso conhecido. Já que evoca uma força de energia positiva parcialmente tangível conhecido como um Patrono ou guardião espírito.
Sarah já havia conseguido executá-lo uma vez, em seus NOMs, isso por sorte lhe rendeu pontos extras. Mas não sabia se conseguiria novamente executar tal feitiço estando sua mente uma bagunça desenfreada.
— Engana-se quem pense que esse feitiço sirva apenas para espantar dementadores... – continuou Lorigan – Tudo bem... É a proteção primária contra dementadores. A partir xilogravuras e pergaminhos antigos, que o Feitiço do Patrono tem sido usado desde os tempos antigos. Portanto, não se sabe quem o criou ou quando foi feito pela primeira vez. O feitiço também tem uma longa associação com aqueles que lutam por causas nobres e aqueles capazes de produzir Patronos corporais – então Lorigan olhou com um sorriso para os alunos - ... são muitas vezes eleito para um alto cargo na Suprema Corte dos Bruxos e do Ministério da Magia.
Isso realmente causou alguns “ohhh” por parte dos alunos, obviamente tanto os marotos quanto o professor apenas sorriram. Sarah no entanto sentiu foi um estranho movimento involuntário em seu estomago.
— A grande maioria dos bruxos e bruxas- continuou ele - são incapazes de produzir qualquer forma de Patrono, e para criar mesmo um intangível é geralmente considerado uma marca da habilidade mágica superior. – Lorigan caminhava entre os alunos – É meus caros... O Feitiço do Patrono é amplamente considerado como magia avançada, além do nível NIEM. É muito complexo e muitos bruxos e bruxas qualificados têm problemas com ele. – Novamente o professor subiu ao pequeno patamar onde ficava o quadro negro e apoiou-se na mesa - Um Patrono evocado com sucesso pode assumir duas formas: não-corporal ou corporal, e ambos os tipos variam muito tanto em aparência quanto em força. Um patrono incorpóreo é aquele que não se assemelha a qualquer criatura viva e tem algumas características distintas, eles se assemelham a uma explosão de vapor ou fumaça sem qualquer forma claramente definida a partir da ponta da varinha. Enquanto eles podem ser parcialmente eficazes em impedir dementadores (mas não repeli-los), Patronos incorpóreos não são patronos "de pleno direito", e são considerados como uma versão mais primitiva ou mais fraca do verdadeiro feitiço. – ele novamente passou os olhos pelos seus alunos e sorriu – O que não é o caso de alguns aqui pelo que eu sei... Um patrono corpóreo no entanto...é aquele que está completamente formado, tendo a forma de uma animal branco brilhante e translúcido. As formas de animais variam de pessoa para pessoa e refletem a personalidade de cada indivíduo. As formas, no entanto, estão sujeitas a alterações, se o lançador passa por um abalo emocional de algum tipo. Baseado no fato de que Patronos são evocados por recordar memórias felizes, é lógico que um patrono pode mudar sua forma depois de alguém se apaixonar e as memórias utilizadas para evocar o patrono mudam. – Lorigan olhou novamente para cada um dos rostos a sua frente e sorriu – Sr. Potter... poderia fazer a gentileza...
— Com certeza.... – disse James com o seu costumeiro sorriso maroto – Expecto Patronum!
Um cervo prateado se formou deixando um rastro brilhante, galopou pelo ar, mas obviamente Sarah já sabia exatamente como seria, já havia visto isso zilhões de vezes quando James ou algum dos marotos decidia se mostrar para alguém. No entanto isso queria dizer que cada um deles teria de conjurar o seu. Bem, o dela sempre teve a forma de um cavalo... Lembrava-se disso pois era apaixonada por eles embora nunca tivesse conseguido montar em um.
— Estão vendo? – disse Lorigan agora chamando sua atenção - ...sei que muitos aqui são capazes de aprende-lo e executá-lo com precisão apenas pensem em algo realmente feliz.
Os alunos se espalharam pela sala para começar a praticar. Sarah viu Olivia mais adiante com Remus e bem, obviamente não quis interromper os dois. Sabia que a amiga não tinha conseguido vez alguma produzir um patrono então, que ela tivesse um professor que a motivasse. Optou por ficar diante a janela olhar para o lado de fora e esquecer o que havia ao seu redor talvez ajudasse.
— Expecto Patronum! – disse ela fazendo um floreio com a varinha. Esta apenas deu um lampejo de luz mas não produzira nada. A garota respirou fundo mais uma vez, qual era a dificuldade? Ela já tinha executado o feitiço uma vez. Fechou os olhos, tentando manter a concentração, os abriu, e novamente executou o feitiço – EXPECTO PATRONUM! – disse ela com mais ênfase e entonação mas além de um fio de prata que mais parecia uma fumaça de um cigarro trouxa saiu de sua varinha. – Ok Sarah... você sabe o que tem que fazer... e como fazer... – murmurou ela consigo mesma.
— Busquem uma lembrança feliz... - ouviu a voz de Lorigan e sabia que isso tinha haver com ela ainda não ter conseguido nem um mero lampejo. Sarah evitou olhar ao redor, sabia que haviam olhos em sua nuca e também sabia que lançaria uma azaração caso encarasse a pessoa.
— Vamos lá Sarah... – disse ela para si fechando os olhos e respirando fundo. Tentava a todo custo procurar uma lembrança feliz. Ela tinha várias, como a primeira vez que seu avô a levou para um vôo no campo de quadribol. A sensação do vento batendo no seu rosto... o sorriso largo dele quando a viu montada no que ele mais amava na vida. Mas essa lembrança embora fosse um momento feliz surtira o efeito contrário. A garota sentiu um aperto horrível em seu coração, a tristeza tomou conta da sua mente pois sabia que não veria mais aquele sorriso. Sentiu uma lagrima escorrer pelo seu rosto e abriu os olhos meneando a cabeça. – o que é que há com você... lembranças felizes é o que não falta na sua vida... – novamente murmurou para si mesma e fixou os olhos no lado de fora da janela. Era possível ver o lago, fora ali que tivera a primeira conversa franca com James. Quando sem querer percebeu o quanto estava enganada ao seu respeito. Obviamente isso a remeteu novamente a torre de astronomia. As palavras duras que ainda conseguia ouvir e então ele saindo porta a fora a deixando sozinha. Novamente seu coração pareceu que iria despedaçar e tinha certeza de que iria desmoronar ali mesmo. Sentiu o toque em seu ombro e abriu os olhos assustada e pode ver seu professor a encarando com certa preocupação. Rapidamente levou a mão ao rosto pois sentira-o úmido e tentou se recompor.
— Está bem Srta Perks? – ouviu a voz preocupada de seu professor e então apenas tentou forçar um sorriso sem muito sucesso.
— Me desculpe professor... – tentou dizer ela mas sentiu a voz um pouco embargada e tentou inutilmente livrar-se daquele nó na garganta. - ... mas acho que não tenho lembranças felizes no momento... então... se me der licença...
— Claro... – respondeu ele carinhosamente lhe sorrindo - ... pode ir.
Sarah mais que depressa agradeceu seu professor, abaixou a cabeça e sem pensar duas vezes desapareceu porta afora da sala sem ao menos olhar para traz.
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O tempo não pára, a vida não pára. A luta contra o mal, menos ainda. Por incrível que pudesse parecer, isso ajudaria, de uma forma inesperada. Sem as tarefas da Diretoria, Dumbledore teria muito mais tempo e liberdade para cuidar de todo o resto que cá entre nós exigia-lhe a máxima atenção. Havia muito o que fazer. Assim, quando voltasse aos seus afazeres, já teriam alguma vantagem sobre o inimigo. Era o que esperava... E, sim, ele sabia que iria voltar. Não porque acreditava que Voldemort estaria destruído até lá. Ou que Amycus fosse pedir para sair. Ou ainda que os moradores de Hogwarts ou o Conselho conseguissem remover o Comensal da Morte. Não. Simplesmente pelo fato de que Carrow não tinha poder, pulso ou experiência para conduzir uma escola. Ela entraria em caos. E o caos nunca é bom; não para aquele que está no comando. Só para quem o provoca. E cá entre nós, ele sabia exatamente quem poderia organizar esse caos.
Dumbledore esperava, sinceramente, que a escola se mantivesse num mínimo de normalidade. Prejudicar ou contaminar as novas gerações com esse período sombrio e desprezível era um prejuízo que não gostava nem de pensar. Não havia sentido em salvar o presente se o futuro já estivesse comprometido. Contudo, acreditava nos estudantes que possuía - ou pelo menos na maioria deles. Sabia que eles estariam unidos por laços mais fortes do que qualquer Comensal poderia entender ou quebrar. Eram laços eternos. De sentimentos. De amor. Porque só, apenas e unicamente, isto salva. Só o amor leva para frente. Os outros regridem em sua própria essência, ao deixarem-se levar por sentimentos mundanos. Assim, otimista e determinado, foi em frente. Investigou, procurou, pesquisou. Precisou interrogar uns aqui, outros ali. Conseguiu notícias interessantes, soube de fatos importantes e conquistou aliados fundamentais. Aliados estes, que fariam uma grande diferença na hora da batalha que ele, como um grande mago e guerreiro mágico, já conseguia sentir o cheiro... e isso não tinha nada haver com o tamanho do seu nariz.
Não tinha parada fixa, sua estadia - quer dizer, sua viagem nômade - estava sendo proveitosa. Não havia conforto, mas também não havia perigo. Porque, apenas, ninguém conseguiria alcançá-lo se ele não quisesse, era uma de suas mais preciosas qualidades. Então não fazia diferença quando alguém o via. Eram, também, lugares diferentes, pessoas diferentes, universos opostos. Um garotinho, inclusive, encontrara-o caminhando por um parquinho deserto e, muito gentilmente, tentara arrancar-lhe uma das estrelas de sua capa arroxeada. Só que eram desenhos - adoravelmente brilhantes, mas, ainda assim, desenhos - e, a menos que o menininho ruivo possuísse algum objeto cortante, não havia como extrair. Sorrindo para a criança, Dumbledore conjurou uma estrelinha idêntica, fofa e leve, de um tamanho suficientemente grande para impedir que ele a ingerisse. Quando, então, a mãe surgira, uma rajada de vento, acompanhada de um ''pop'', indicou ao pequenino que o ''papai noel'' se fora.
Dia memorável aquele, o qual ele sempre recordaria nos momentos de dificuldades. É bom ter recordações doces e que nos dão esperança de que há nesse mundo algo que vale a pena ser salvo. Esse dia também fora especial, não por investigações e novas descobertas, mas por aquele singelo encontro. Os olhinhos acobreados do garotinho eram uma fonte de esperança constante. Uma certeza - ainda maior - de que aquele era o caminho certo, não importando quantas pedras haviam no caminho, ou a quantas esfinges teria de responder para prosseguir. Se o mal vencesse, aquelas almas tão doces e ingênuas e toda a humanidade verdadeiramente pura iria deixar de existir. E o mundo perderia o sentido. Então, a luta continuava. A esperança persistia.
Não, ele não esquecera de seus amigos e colegas, e principalmente de seus preciosos alunos. Mandara uma ou duas cartas para Minerva, através de Fawkes, perguntando sobre a Escola. E, como previra, estava um caos. Duelos, revoltas, indisciplina. Ela respondia, também, sempre com algumas perguntas. A grande maioria delas, lamentavelmente, ficava sem resposta. Não podia dar-lhe certeza de alguma coisa se nem ele ao menos tinha certeza alguma.
E assim, os dias foram avançando. O sol e a lua se revezando no firmamento, indicando que o tempo estava passando, que o futuro se tornava presente e que um novo futuro se apresentava. Havia algo de novo, realmente, desta vez. Assim como se comunicara esporadicamente com Minerva, fizera com outras pessoas, incluindo Alastor Moody. E, então, numa das últimas vezes, o auror respondera de forma... peculiar. Algo terrivelmente intrigante. Nesta tarde, pisando tranquilamente na neve alvíssima que cobria magestosamente cada pedaço de cada ruazinha de Hogsmeade, estava Albus Dumbledore. Tudo relativamente deserto. Ninguém se arriscava em tempos difíceis, a colocar o nariz para fora.
Aberforth, por exemplo, viajara para a Irlanda, segundo algumas informações. E seu bar, para lamento de seus freqüentadores sórdidos, estava temporariamente fechado. Hmm... e se um irmão desavisado aparecesse para uma visita? Seria algo muito ruim? Aparentemente não - se isso tivesse alguma relevância. Observando Hogwarts ao longe, imponente, maravilhosa em sua rusticidade e magnitude, Dumbledore percorreu os poucos passos que o separavam do Cabeça de Javali. Arrombou habilmente a porta e adentrou o lugar, fechando-o em seguida. Fez dois dos lençóis brancos flutuarem, dobrarem-se e aprumarem-se num cantinho, tendo agora a adega e uma mesa disponíveis. Caçou, por entre as mais estranhas bebidas, uma garrada de hidromel e conjurou um copo. Largou as moedas correspondentes ao valor no balcão, com uma risadinha divertida, e sentou-se numa das cadeiras que separara. Assim, agora só podia esperar. E torcer para que as notícias fossem satisfatórias.
Não demorou muito e ouvira um pequeno ruído do lado de fora. Sim era arriscado novamente um encontro ali. Charlus Potter já fora “pego” em uma emboscada naquele lugar, e também não trazia boas recordações. Mas fosse como fosse, aquele era o lugar mais seguro. Afinal, cada um acredita no que lhe convém por esse motivo, espalhar rumores de que ele estivesse na Asia recrutando bruxos e os Potter nos Estados Unidos, fazia com que o lugar realmente ficasse sem guardas ministeriais. Bebericou um gole do seu caneco e então com a varinha fizera um movimento abrindo a porta.
— Olá, Charlus! Dorea! - aproximou-se para cumprimentá-los. Não se espantava ao ver a aparência física de Potter. Uma rápida troca de olhares lhe dizia o que ele fizera e o quanto isso lhe custara. Nunca duvidou da coragem, da perseverança e determinação de Charlus, mas nunca lhe pediria algo como aquilo ainda que soasse necessário. Ninguém é obrigado a abdicar de sua própria vida pelo bem maior. E fora a duras penas que o próprio Dumbledore aprendera isso. - Perguntar que bons ventos me trazem seria tanto impróprio como sem sentido, então talvez eu devesse deixar as frases de efeito de lado e perguntar-lhes diretamente. Como vão? Com o que podemos trabalhar por agora? Agir é o que nos resta, meus caros.- Era verdade. Agir, colocar as idéias em prática, sair da retaguarda e partir para a guerra, literalmente, era a única coisa que restava.
— Como vai Albus... – disse o bruxo estendendo a mão para cumprimentá-lo –... estranhei o local, afinal não me pareceu um pouco sensato... mas se pensarmos bem... eles jamais procurariam embaixo do próprio nariz...– disse sorrindo - Alastor tem informações sobre suas buscas no exterior que somadas com algumas que ainda pude colher e alguns encontros que fiz ainda nessa manhã poderão nos dar uma base para o contra ataque. E sim meu amigo está na hora de agir...
A alguns quilômetros de distância dali, um trovão do lado de fora cortou o céu e a julgar pelas núvens mostravam que uma tempestade estava chegando, Moody já estava fora a muito tempo percorrendo os caminhos que ele tinha certeza o levaria a esclarecer pelo menos uma das mortes que tanto marcaram sua vida. Sair de Londres e do Ministério sem levantar suspeitas, bem, não fora tão difícil pois tinha certeza de que o chefe do Dep. dos Aurores estava dando Graças a Merlin por ele não prejudicar ou sair metendo o nariz um tanto torto nas coisas deles. Não havia muitos dias seus ouvidos ficaram sabendo do afastamento de Dumbledore, teria de andar rápido se quisesse de algum jeito resolver tudo e ficar de olhos abertos. O Ministério agora devia estar nas mãos da "Irmã Carrow", com Amycus no comando de Hogwarts tinha suas dúvidas o quanto os outros professores conseguiriam segurá-lo e ele tinha certeza de que se pudesse, aquela cobra venenosa tentaria colocar as presas no menino Potter para forçar o pai a sair das sombras.
"Mas vai levar um feitiço no focinho antes que isso aconteça..." - pensava ele enquanto zanzava pelas ruelas escuras. Tinha de achar um lugar bastante escondido se quisesse usar uma chave de Portal. Viagens longas não podiam ser feitas assim, por alguma lei desesperada e idiota do Ministério haviam proibido viagens internacionais. Alastor Moody não era simplesmente "Olho-tonto-Moody" por acaso. O Ministério não tinha poderes onde ele estava agora, havia sim uma lei que proibia as pessoas de saírem da Inglaterra em chaves de Portal, mas não tinha documento algum ali e duvidava que haviam no Ministério dizendo que ninguém poderia entrar.
Embrenhara-se na escuridão da ruazinha e olhara para o céu, uma luz cortara a escuridão anunciando que a tempestade estava mais próxima do que ele percebera. Mais cinco minutos se passaram entre ele pegar a varinha, enfeitiçar a pequena pedra e então tocá-la desaparecendo em seguida. Quando sentiu finalmente seus pés tocarem o chão estava em algo macio. Moody olhara para o chão e sentira o baque forte enquanto seus pés afundavam numa poça de lama.
— Mas que ma.... - iria esbravejar mas engoliu as palavras. Não estava na hora de ficar esbravejando por que molhara os pés. Ok, estava um tanto frio mas mesmo assim tinha coisas mais importantes a fazer. Olhara minuciosamente a rua praticamente vazia antes de entrar no terreno onde sabia que estava camuflado o bar de Albelforth em Hogsmeade não era um local seguro. Aliás, nenhum lugar era seguro ultimamente. Se bem conhecia Dumbledore, devia estar lá e ele, assim como qualquer outro podia se dar ao luxo de ir até lá, afinal, havia chegado de viagem, queria beber um pouco e assim, disfarçando ao máximo andou arrastando sua perna pelo caminho. O único problema era que havia um aviso enorme dizendo "Fechado".
Claro que se não soubesse quem estaria lhe esperando ele fingiria desagrado, mas não havia ninguém por ali. Nem precisou usar a varinha, quando pensou em levantar a mão e ir até a maçaneta ela simplesmente virou abrindo a porta e lhe dando passagem. Andou calmamente pelo salão e entrou em uma porta onde dizia "Privado" de lá foi fácil seguir pelo corredor estreito e sair nos fundos onde vislumbrou a entrada real do pub. Sabia o endereço então veria de qualquer modo. Seguiu a passos largos até a sala onde estavam Dumbledore, Charlus e Dorea. Depois de cumprimentá-los dirigiu-se a Dumbledore.
— Como vão? Como foi de viajem Dumbledore... mas seja para onde quer que tenha ido... aposto que não desentupiu o nariz como eu... - e indicou o nariz com a ponta do dedo enquanto cumprimentava Dumbledore e a porta era magicamente fechada e lacrada outra vez. - Não sei se o que tenho a dizer a você velho amigo e a vocês, é exatamente o que querem ouvir mas os passos que segui me levaram exatamente ao caminho que Charlus percorreu a algum tempo e que nos trouxe aquele velho mapa.
— Certamente Voldemort ainda não chegou ou pôde chegar a Avalon, pois para invadir aquela ilha e sair de lá com todos os segredos de Merlin... – um sorriso sarcástico apareceu no rosto de Charlus - Tom vai precisar de todos seus lacaios e metade do ministério da magia para derrotar e parar toda a magia branca e as guardiãs daquela ilhota – Sorriu para Lana, dando-lhe uma piscadela.
Dumbledore sorriu ao ouvir o comentário afinal se lembrava com certeza afinal, estava de posse do pedaço de pergaminho. Era um mapa contendo uma língua estranha e que Charlus havia tomado de um comensal da morte quando cruzara com ele. O mapa se sabia pouco a não ser que falava algo sobre a Ilha das Maçãs, a muito tempo considerada um Mito e uma lenda até mesmo pelos bruxos.
— Sei que me ausentar foi imprudente, mas não podia deixar de seguir o faro e o meu instinto depois que os Perks sumiram. – continuou Moody e então encarou-os presentes - O filho deles, o Auror estava na caça de alguns bruxos das trevas quando foi morto misteriosamente. Eu reli os relatórios, ele estava preocupado porque havia um certo interesse por parte de bruxos das trevas, sobre Avalon. - Moody dera um gole na bebida que magicamente apareceu a sua frente e então continuou - ... Bem, não posso afirmar nada com certeza... mas Steven Perks estava investigando sobre a Ilha de Avalon. Achei alguns registros e informantes que o ajudaram, me parece que estavam atrás da tal lenda sobre a "moradia de Merlin". Só havia um único que encontrei vivo e este me disse que alguém estava atrás do garoto. Pouco tempo depois soube que ele havia morrido mas se quer saber minha opinião... - dera novamente um gole - ... Perks deve ter achado o que aqueles cabeças ocas de Voldemort queriam e o que fez? Escondeu... ocultou tão bem que morreu por causa disso. – Pode ver Dumbledore juntar os dedos das mãos enquanto cerrava os olhos lhe encarando e o semblante de Charlus e Dorea de preocupação - O sumiço dos Perks não foi um simples tornado, estive lá.... Reconheço o trabalho de bruxo das trevas quando vejo um... tenho certeza de que qualquer um ligado aos Perks corre grande risco... e também agora sabemos o motivo de Voldemort querer tanto seus informantes dentro de Hogwarts. – Novamente bebericou sua bebida - A filha dele está na escola... Duvido que ele tenha deixado com ela algo que a colocaria em risco... mas, você melhor do que eu sabe que para Amycus isso pouco importa...- Moody terminara de beber em um só gole. Talvez Steven Perks estivesse tentando proteger a família. Olhou para Charlus e Dorea enquanto seu olho mágico vistoriava o local. – Fiquei sabendo da proeza do jovem Potter... e também vi que a filha de Perks pertence ao time de quadribol... havia uma foto dela com o time na casa destruída... talvez ele a conheça... - Moody pode ver que Dorea trocara olhares com Charlus. Mas não entendeu a princípio o que tinha levado a isso.
— James não só a conhece como tem uma relação muito especial com ela... e isso só nos mostra o quanto perigo ela está correndo... – disse Charlus e Dorea segurou em sua mão enquanto ele estava parado diante a mesa - ...Quando traduzimos e decodificamos toda a magia presente naquele mapa de Morgana chegamos à conclusão que ele sozinho de nada valeria para abrir as brumas para Avalon... acreditamos – disse Charlus olhando para Dumbledore, pois a maior parte dessas conclusões eram do bruxo – Que existe um tipo de chave que associada, e somente assim, com o mapa, poderia abrir a passagem mágica para chegar a ilha da Maça… - o bruxo então olhou para todos ali e sentou-se ao lado de Dorea na pequena mesa ao lado de Dumbledore - Hoje pela manhã encontrei com Lorigan na floresta de Hogwarts, eu sei que essas atitudes são imprudentes, mas precisava colher informações sobre a escola... – olhou para Dumbledore diretamente com seus enigmáticos olhos verdes – Precisamos nos concentrar em retomar a escola, isso é essencial para derrubarmos Voldemort... E só com o poder daquela escola é que poderemos retomar o ministério. – olhou agora para Alastor, sabia que como auror lhe apoiaria - Lorigan me relatou que o caos começa a perturbar o comensal, que Carrow começa a perder o controle sobre os alunos e que mesmo a casa de Slytherin já não o apóia por completo... – Soubera que por conta de seu despreparo, Carrow começava a perder a credibilidade e apoio dos alunos - porém Carrow lidera as punições com Cruciatus e isso está indignando muitos alunos que começam a questionar seus métodos na diretoria... – olhou novamente para Dumbledore – Eu sei que não deveríamos encorajar os jovens a lutar em uma guerra de adultos, mas quem ira lutar por eles? Sim, nós lutaremos, mas um ataque direto a escola poderá nos causar mais perdas do que ganhos... Precisamos que a rebelião comece dentro da escola pelos próprios alunos, assim os professores irão ajudar e nós juntos com a legião de bruxos do exterior que Albus conseguiu recrutar invadiríamos Hogwarts expulsaríamos todos os seguidores de Voldemort de lá e faríamos do castelo uma fortaleza para retomar o Ministério... – O bruxo então respirou profundamente mais uma vez - Mas existem mais segredos que o castelo e sua gigantesca biblioteca podem ajudar a resolver, e como precisamos chegar antes que Voldemort a peça chave para Avalon, ter a escola sobre nossa proteção é essencial para impedir o avanço dele. Precisamos proteger Sarah Perks, pois se ela realmente for à última Perks viva logo irão persegui-la. - Charlus levantou-se de sopetão da cadeira, caminhou para longe da mesa e olhou para algum ponto da sala e voltou-se para os amigos. - Steven Perks era um bom auror e como tal acredito que tenha mantido esse segredo a salvo, porém não o teria feito sumir ou se perder. Afinal como um auror ele provavelmente tinha consciência que tal artefato poderia por um fim nesta guerra, chegar a Avalon e saber de antemão os segredos do laboratório de Merlin e das sacerdotisas pode ser um trunfo tanto para as trevas quanto para nós. Bom, eu acredito que Perks designou um guardião ou uma forma que as pessoas certas chegassem a por as mãos nesse artefato. – então olhou para o o auror a sua frente - Alastor talvez através de James poderíamos achar uma forma de interrogar a filha de Steven, afinal a garota pode talvez mesmo sem saber ter uma pista do paradeiro deste artefato. E de posse dele deveríamos destruí-lo ou invés de ir para a Ilha da Maça, essa ilha já é uma lenda até no mundo bruxo e eu acho que assim deveria continuar a ser...
Lana Potter que até então não se pronunciara apenas encarou o marido. Todos sabiam de sua linhagem, e do quanto as sacerdotisas membros de sua família basicamente foram corrompidas, mas as histórias ainda eram contadas para as mais jovens. Ela assim como qualquer outra descendente de Avalon tinha certas afinidades que realmente eram raras. E seu dom de ver o que ainda não havia acontecido, embora estivesse sem prática, parecia ter se tornado algo muito freqüente. Fora assim que soubera sobre o que o filho tinha aprontado na escola. Fora assim que também conhecera o quanto ele tinha aberto seu coração a jovem a qual se referiam. Precisava fazer alguma coisa, conhecia bem o filho para saber que ele não pouparia esforços para protegê-la. – James já a protege mesmo sem saber sobre o perigo que ela corre... – disse por fim em meio a um suspiro - Quanto a ilha das maçãs...O pouco que sei, ou que me foi mostrado é que Merlin era o único homem permitido ir e vir daquele lugar... – Olhou então para Dumbledore que sorriu - ... Somente uma mulher pode conseguir driblar algum método de proteção, e mesmo assim pode lhe custar muito caro tal aventura... não sei se dariam ou conseguiriam tomar algo das sacerdotisas... são donas de inúmeros poderes e... bem... o segredo não seria tão bem guardado quanto lá... – então olhou para Charlus sentindo um aperto em seu coração - ... James e seus amigos são espertos e talentosos... mas não sei se conseguiram descobrir mais do que já sabemos sem que Carrow e seus capangas percebam...
Dumbledore que até então apenas ouvira os relatos levantou-se calmamente, andou até o pequeno bar encarando a escuridão por alguns segundos, pode-se ouvir o tilintar das gotas de água caírem do lado de fora. Uma chuva forte começava a castigar as janelas o que por um lado serviria para camuflar aquela reunião. Seus pensamentos corriam rapidamente por sua mente e então virou-se de repente com um sorriso nos lábios.
— Mesmo que a jovem Srta. Perks não saiba de coisa alguma.... – disse ele encarando os amigos - ... provavelmente se tornará alvo... sendo por pertencer aos Perks... ou por ser mestiça...- então viu os presentes trocarem olhares e então sorriu.
— Dumbledore... – começou Moody - ... os Perks estão desaparecidos vários dias... muito me admira que o Ministério ainda não tenha mandado algum orfanato ou algo do tipo entrar em contato com a menina...
— Bom meu caro... – disse Dumbledore com um sorriso ainda maior- se não mandaram ainda é por que não conhecem esse segundo “fato” sobre a ilha das maçãs...
— E não sabendo sobre o segundo artefato... – disse Charlus com um pequeno sorriso - ... a garota está a salvo...
— Mas por quanto tempo? – perguntou Dorea preocupada – Não podemos deixar que ela corra o risco de ser pega... Só Merlin sabe o que Carrow fará se desconfiar que ela...
— Creio que exista algo que possamos fazer... – disse Dumbledore - ... e acho que Minerva não irá se opor, aliás... – então sorriu ainda mais alisando a longa barba prateada - ... ela com certeza irá aceitar a idéia de muito bom grado.
Fosse o que fosse que Dumbledore estava pensando, deveria com toda certeza ser algo muito engenhoso. Tanto Moody, quanto os Potter sabiam que aquela expressão de satisfação, daria a eles algum tempo para se reestruturarem e formarem uma resistência mais forte e sólida. A partir de agora, seu futuro estaria nas mãos dos jovens de Hogwarts.
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