Capitulo III- Explicações mági
Capitulo 3- Explicações mágicas
Depois que Dumbledore deixou a enfermaria, o lugar recaiu em silêncio. A tensão no ar era quase palpável, e Rony desejou que Harry mostrasse alguma reação. Isso só foi acontecer alguns minutos mais tarde.
-Eu sou... eu sou o que?-perguntou o menino, com a voz rouca, ainda encarando a porta por onde Dumbledore tinha saído, momentos antes.
-Um bruxo, Harry.-disse Hermione, trocando um olhar de apreensão com Rony.
Então, repentinamente, Harry pulou da cama, e virou-se para encarar Rony e Hermione de frente, já que os dois continuavam sentados na cama.
-Não posso ser um bruxo.-disse Harry, com certeza na voz.
-Por que não?-disse Hermione, carinhosamente.
-Porque... porque... porque não, oras!-exclamou Harry, virando o rosto, frustrado.
-Harry, você acredita em mim?-perguntou-lhe Rony, ajoelhando-se em frente ao garotinho.
Harry olhou hesitante para Rony, e então assentiu.
-Ótimo, então acredite em mim agora, quando eu digo que você é um bruxo.
Rony disse aquilo tão bruscamente, que assustou até a si mesmo. Ele não culpou Hermione, quando esta achou melhor intervir, ajoelhando-se ao lado dele.
-Harry.-disse ela, calmamente.-Você é sim um bruxo. Por que você acha que mentiríamos para você?
Harry vacilou ao responder:
-Não acho que vocês mentiriam para mim, é só que... eu não faço nenhuma dessas coisa de magia. Eu... eu não sei fazer as coisas flutuarem, como o Sr. Weasley.
Rony e Hermione sorriram compreensivos.
-Isso é porque você ainda não aprendeu.-explicou-lhe Hermione.-Quando você tiver idade o suficiente, vai aprender a fazer as pessoas flutuarem, e muito mais.
-Muito mais mesmo.-murmurou Rony, e fez uma careta ao sentir Hermione beliscando-lhe nas costas, em sinal de alerta.
Harry olhou de Hermione para Rony por alguns segundos, como se tentasse procurar sinais de mentira. Então, abaixou a cabeça, para tentar esconder o sorriso que começava a surgir em seu rosto.
-Então eu sou um bruxo?-disse Harry.
-Sim, só não aprendeu a fazer mágicas ainda.-falou Hermione, com suavidade.
Harry balançou os pés um pouco, e Rony esperou que ele dissesse alguma coisa, mas o pequeno permaneceu em silêncio.
Percebendo que sua conversa acabara, e sentindo um latejamento constante no joelho, Rony levantou-se e sentou-se de volta na cama. Algum tempo depois, Hermione imitou seu gesto, mas não antes sem oferecer ajuda á Harry, que adiantava-se para acomodar-se na cadeira acolchoada ao lado da cama. Mas Rony descobriu que o mini Harry tinha a mesma mania do Harry mais velho, de nunca pedir ajuda em nada.
Eles passaram um tempo quietos, em um silêncio confortável, e Rony estava formulando alguma coisa para dizer, quando...
BAM!
A porta da enfermaria escancarou-se, sobressaltado Harry, Rony e Hermione, e fazendo Madame Pomfrei soltar um "Deus!", de dentro de sua salinha. Gina entrou a enfermaria, batendo os pés furiosamente, enquanto seu rosto estava da cor dos cabelos, e contorcido em uma careta de raiva.
Dumbledore surgiu atras dela logo depois, não aparentando estar nem levemente preocupado com o comportamento da garota ruiva.
Gina avançou decidida até Harry, que arregalou os olhos, quando ela indagou rapidamente:
-Harry, você gosta de ficar comigo, não?
-S-sim...
-Vê?!-berrou Gina para Dumbledore, e Rony teria ido intervir, mas estava por demais assustado e confuso para isso.-Ele gosta de ficar comigo! Comigo! Então eu não vejo o porquê de você não me deixar cuidar dele!
-Srta. Weasley...
-Você pode não saber, diretor, mas eu era muito, muito, próxima do Harry!
-Srta. Weasley...
-Você não faz ideia do quanto isso tudo me assustou, então acho que tenho o direito de pelo menos cuidar dele!
-Srta. Weasley, por favor...
-Ele é meu namorado! Meu! Você não tem o direito de me proibir de cuidar dele!
-E certamente que não farei isso.-tranquilizou-a, Dumbledore, que não parecia nem ligeiramente aborrecido com a crise de berros de Gina.-A senhorita poderá continuar a vê-lo, é claro, mas por hora, a responsabilidade de cuida-lo está nas mãos do seu irmão, o Sr. Weasley, e da Srta. Granger.
Gina bufou, um pouco ressentida.
-Mas ele...
-Tenho certeza que o Sr. Potter-interrompeu Dumbledore.-, sentiria-se bastante chateado se a senhorita não passasse em seus N.O.M.s, para tomar conta dele.
Gina soltou um resmungo baixo, mas por fim, suspirou esfregando os olhos com as mãos, e disse, vencida:
-Está bem, então.
O diretor sorriu, ao mesmo tempo que Harry perguntava confuso:
-O que é que está acontecendo?
Todos olharam para ele.
-Nada com que precise se preocupar, Harry.-respondeu-lhe Gina, sorrindo forçadamente.
Harry assentiu, embora ainda parecesse um pouco desconfiado.
-Eu tenho uma reunião com os professores daqui a alguns minutos.-disse Dumbledore, consultando o grande relógio que ficava alojado na parede branca da enfermaria.-Por favor, peço que os quatro retornem para a torre da Grifinória, e digam que Harry vai ficar lá por um tempo. Podem aloja-lo na cama extra do dormitório masculino.
Dumbledore lançou um olhar penetrante a Rony, que entendeu subitamente que a suposta "cama extra", era a cama de Harry.
-É aqui que me despeço de vocês.-disse Dumbledore com um profundo suspiro, quando Madame Pomfrei (que provavelmente participaria da reunião), apareceu na porta de seu escritório, com os braços cruzados.-Boa noite á todos.
Murmurando boa noite, os quatro deixaram a enfermaria, envolvidos pelo silêncio. Os cochichos dos quadros seguiram-nos por quase todo o caminho até o quadro da Mulher Gorda, e Rony sentiu mais do que viu Harry aproximar-se mais dele a cada vez que um dos quadros comentava coisas como: "Aquele é Harry Potter?"
Quando a Mulher Gorda pediu-lhes a senha, soltou um soluço de surpresa ao encarar Harry, mas não disse mais nada, coisa que Rony agradeceu internamente.
-Salamandras marotas.-Hermione disse á ela, e Rony notou que sua voz estava bastante nervosa, mas o garoto não percebeu o porquê imediatamente.
Finalmente se tocou, que era porque seria muito desconfortável, quando cada cabeça restante do Salão Comunal da Grifinória, vira-se para analisar Harry. A única coisa que Rony podia fazer, era rezar para que estivesse tarde, e que nem tantos alunos estivessem presentes.
Quando os quatro Grifinorios entraram na sala, foi com alívio que Rony constatou, que a sala só continha os alunos do sexto ano e alguns poucos do sétimo. Deveria ser muito tarde para todos perderem a oportunidade de ver "o grande Harry Potter" como uma criança de seis anos.
Todas as cabeças no local viraram-se para encara-los, e Rony viu de soslaio Harry esconder-se atrás das vestes de Hermione.
-Eu vou levar Harry para a cama.-declarou Gina, com firmeza.-Vocês dois expliquem á esse pessoal o que está acontecendo.
Rony queria protestar, mas desistiu ao ver Harry dar um longo bocejo e esfregar os olhos por baixo dos óculos, em sinal de cansaço.
Observou Gina pega-lo no colo, e a medida que a cabeça de Harry tombou no ombro de sua irmã, conforme os dois subiam em direção ao dormitório masculino.
-O que aconteceu com ele?-perguntou Dino Tomas, assim que Gina desapareceu de vista.
Hermione sentou-se e, com uma paciência que Rony nunca teria, contou á todos a história inteira, desde o ataque de Comensais, até a conversa esclarecedora com Harry na enfermaria. Rony imaginou que Hermione só se dera ao trabalho de contar a longa história em detalhes, para que quando os alunos fossem espalhar a fofoca, espalhassem a versão verdadeira.
Quando a amiga terminou seu relato, Rony observou quando todos os Grifinorios ficaram em um silêncio chocado.
-Quanto tempo ele vai ficar assim?-Neville pronunciou-se, parecendo realmente preocupado.
-Não sabemos.-respondeu Rony.
-E o que vai acontecer com ele?-indagou Lilá, com a voz aguda.
-Nós- nós vamos cuidar dele.-respondeu Rony, com firmeza, e observou com desagrado os colegas de casa trocarem olhares nervosos.
-Você dois vão cuidar dele juntos?-perguntou Parvati, hesitante.
Hermione encarou-a.
-Sim.-respondeu a amiga com desconfiança.-Por que?
-Olha-começou Simas, ansioso.-, não é que não confiamos nas suas capacidades de babás, ou algo assim, é só que... bem, vocês dois discutem a beça...
-Põem a beça nisso.-disse Dino em um murmúrio, que Rony preferiu ignorar.
-E, bem, pensem por um instante: vocês vai cuidar do Harry juntos. E já que ele está como uma criança, é como se vocês dois estivessem criando um filho, e, honestamente, todos sabemos como isso vai terminar.
-Bom, eu não sei como isso vai terminar!-disse Hermione, afrontada.-Me diga, Simas, como isso vai terminar?
Simas vacilou antes de responder:
-Vocês vão acabar brigando por algum motivo besta, e o Harry não vai estar aí para reconciliar vocês.
Rony ficou carrancudo, e Hermione parecia profundamente ofendida.
-Nós não vamos brigar!-exclamou a garota, com a voz esganiçada.-Na verdade, vamos cuidar do Harry perfeitamente, seremos os pais que ele nunca teve!
E foi aí que Rony decidiu intrometer-se na conversa, achando que Hermione já estava extrapolando os limites. Os pais que Harry nunca tivera? Ela realmente dissera que ele, Ronald Weasley, poderia ser o pai que Harry nunca tivera?
-Beleza, beleza.-disse o garoto Weasley em voz alta, sentindo um pouco de irritação.-Olhe, Hermione. Eu sei que cuidaremos bem do Harry, e você sabe que cuidaremos bem do Harry. E para o seu governo, Simas-disse virando-se para o colega.-, nós não vamos brigar, nem uma vez. Porque, caso vocês não saibam, Harry é o nosso melhor amigo, e nós não vamos arrancar a cabeça dele, nem nada. Então parem de meter o nariz onde não foram chamados.-virando-se novamente para Hermione, acrescentou-E pode ir tirando essa ideia de "ser os pais que Harry nunca teve" da cabeça, ouviu?
E batendo-nos pés com força, Rony subiu irritado a escada para o dormitório masculino, quase derrubando Gina no processo. Ao chegarem no quarto, constatou que estava vazio, exceto por Harry, que estava encolhido embaixo de uma montanha de edredons que Gina com certeza havia colocado.
Silenciosamente, Rony trocou o pijama e jogou-se na própria cama, tentando processar o que havia acontecido naquele dia.
Eu acordei, tomei café, Harry começou a falar de dinossauros e me chamar de Ross, Harry foi para uma aula com Dumbledore, voltou como uma criança de seis anos, descobri que Gina namorava meu melhor amigo, e vou ter que ser babá de Harry Potter.
-Um dia perfeitamente normal.-resmungou Rony para si mesmo, socando os travesseiros, como um meio de extravasar a frustração.
Fazendo uma pequena nota mental de socar Harry por namorar sua irmã, assim que o amigo voltasse a sua idade normal, Rony acomodou-se melhor nos travesseiros, e caiu no sono quase imediatamente.
Comentários (4)
Continua
2017-08-10Amei a história e estou super curiosa com o que vem por aí!!!! Nunca tinha lido nada parecido, então parabéns pela criatividade :D Ansiosa pelo próximo capítulo
2017-08-08Amei a história e estou super curiosa com o que vem por aí!!!! Nunca tinha lido nada parecido, então parabéns pela criatividade :D Ansiosa pelo próximo capítulo
2017-08-08Oi, eu só queria agradecer a "Carolina Barcelos" pelo seu comentário! Eu entrei no seu perfil para ler suas fanfics, mas não tinha nenhuma, então... Eu vou continuar, é muito obrigada por comentar! Eu sei que eu devia ter agradecido no final do capitulo, mas eu esqueci, então achei mas fácil ir aqui mesmo!
2017-07-26