OneShot
Gente, eu adoro histórias sobre pessoas lendo os livros de Harry Potter, sério. Já li em todas as línguas que eu sei traduzir, mas quase não encontro nenhuma que esteja terminada. Eu pensei em começar uma, mas eu definitivamente não quero ser uma das autoras que abandonam a fanfic, então aqui vai essa pequenininha só com o Epílogo.
Espero que gostem!!
Talvez em breve apareça uma mais longa....kkkk
Capítulo I - OneShot
A casa parecia abandonada. A presença do elfo doméstico andando de um lado ao outro aos resmungos não mudava muito essa visão, na verdade quase a complementava. O lugar era fantasmagórico e os esforços que tinham sido feitos nos últimos tempos para torna-lo habitável pareciam ter sido em vão.
O silencio foi rompido com o som de diversas trancas se abrindo e a cabeleira ruiva foi a primeira a ser vista. A ordem da fênix retornara da missão de levar suas crianças para o tão esperado primeiro dia de aula na escola de magia e bruxaria de Hogwarts.
Molly Weasley passou pelo corredor reclamando como o cheiro do lugar parecia ainda não ter melhorado e se tornou mais incisiva quando viu o cachorro negro passar por entre suas pernas em direção a sala e se transformar naquele homem tão acabado pelo tempo.
- Irresponsável. E se alguém o tiver reconhecido. – Murmurava para quem quisesse ouvir, mas o homem se dirigiu a cozinha sem se dar ao trabalho de rebater.
Quando adentrou o aposento notou na mesa algo que definitivamente não estava lá quando saíram. Chamou os companheiros, cauteloso, sabendo que não deveria mexer naquilo ainda mais que estava sem uma varinha.
- O que é isso? – Remus Lupin perguntou se empertigando pela porta.
- Uma caixa. – O primeiro homem, Sirius Black, respondeu. – O que tem dentro é a questão. – franziu a testa em direção ao amigo.
- São papeis. – Alastor Moody respondeu, os dois olhos fixos na caixa. – Não tem nada demais abri-la, mas o fato de ter entrado nessa casa enquanto estávamos fora é um problema.
- Somente os membros podem entrar. Dumbledore não contaria o segredo a ninguém em quem não confiasse. – Arthur Weasley disse parado ao lado da mulher. – Talvez tenha sido Estúrgio que trouxe? –Perguntou, mesmo que considerasse a ideia improvável.
- Se for o caso que tivesse esperado para se reportar a mim. – Moody rosnou.
Em seguida pegou a caixa, diante dos olhares atentos de todos, e a abriu. Retirou um amontoado pequeno de papeis, talvez três ou quatro folhas? O último item era um envelope, uma carta com o carimbo do brasão de Hogwarts a selando. Havia sido Dumbledore? De qualquer forma era uma caixa grande para tão pouca coisa. Conferiu-a por inteiro umas duas vezes antes de constatar por fim que era somente aquilo.
- Leia a carta primeiro Olho-Tonto. – Tonks disse com a curiosidade palpável na voz.
- Não me de ordens criança. – Moody resmungou, mas fez o que lhe foi dito.
Foram cinco minutos lendo e relendo a carta, e talvez tivesse ficado mais tempo se não fosse Tonks de novo.
- Vai falar pra gente do que se trata ou ta difícil?
Moody encarou-a, o olho mágico se manteve fixo na carta.
- Caros Remus Lupin, Sirius Black, Alastor Moody, Nymphadora Tonks e Arthur e Molly Weasley. Largo Grimmauld, número doze. Venho por meio deste pequeno relato lhes trazer um sopro de esperança. Esses papéis contem uma pequena parte da história daqui a 22 anos espero que aproveitem. – Alastor leu o conteúdo da carta observando a cara de descrença que seus companheiros adquiriam. – Eu juro solenemente estar fazendo algo de bom.
- Qualquer pessoa que tenha alterado nossa frase para essa versão não pode estar fazendo algo de bom. – Sirius foi o primeiro a se manifestar.
Remus o encarou perplexo.
- Só isso você tem a dizer? – Perguntou com um meio sorriso adornando os lábios.
- Bom, eu não tenho nada a acrescentar, porque eu não acredito que isso possa ser verdade. Como que alguém pode ter conhecimento sobre o futuro? – Perguntou dando de ombros, a expressão séria. – Não sei como fizeram com que isso chegasse aqui, ou como podem ter conhecimento sobre o mapa, mas isso é impossível.
- Tão impossível que ultrapassou o feitiço Fidelius? – Molly perguntou. – Isso pode ser alguma brincadeira de alguém da ordem. Ou podem ter sido Fred e Jorge. De qualquer forma é de muito mau gosto. – Completou nervosa.
Alastor ainda não se pronunciara e mantinha seu olho mágico na carta.
- Eu não vejo mal nenhum em ler. Olho-tonto está com essa cara porque não achou nenhuma desculpa pra já ter queimado todos esses papéis. – Tonks disse se aproximando da mesa.
- Concordo com ela. Quem quiser acreditar vá em frente, se não vamos só dar uma olhada. – Arthur comentou se sentando e trazendo sua esposa para seu lado. – Você não tem nenhuma curiosidade em pensar como nossa família estaria daqui a 22 anos? – Perguntou com um sorriso gentil.
- Eu não vejo problema nenhum também em ler, se for o caso. – Molly disse se dando por vencida.
O sentimento de saber sobre os filhos pareceu sobrepor-se a qualquer desconfiança.
- Eu topo. – Remus e Sirius comentaram sentando-se lado a lado a mesa.
- Olho-Tonto? – Arthur perguntou encarando o amigo.
- Eu lerei. – Disse por fim juntando-se a mesa.
O outono pareceu chegar sem aviso naquele ano. A manhã de primeiro de Setembro
- Hogwarts – Sirius comentou com um sorriso nostálgico.
- Fazem exatos 22 anos então. – Remus comentou divertido sorrindo como o amigo.
A manhã de primeiro de Setembro estava fresca e dourada como uma maçã, enquanto a pequena família cruzava a barulhenta estrada em direção à grande estação,
- Já vamos começar com uma família. – Molly comentou emocionada para o marido.
Arthur sorriu, talvez achando graça de como as emoções de sua esposa tinham mudado o foco tão rápido.
as chaminés das locomotivas fumegavam e a respiração dos pedestres condensava no ar frio, como uma teia de aranha. Duas gaiolas estavam empilhadas sobre dois malões nos carrinhos, que eram empurrados pelos pais. As corujas dentro delas piavam zangadas;
- E pelo jeito dois filhos já estão em Hogwarts. – Tonks comentou sorrindo para a matriarca.
- Adoraria que fosse de um dos meus bebês. – Molly falou em resposta também sorrindo.
- E torcemos para que não sejam gêmeos de um dos nossos gêmeos. – Arthur disse sacudindo a cabeça entre exasperado e divertido.
Sirius e Remus riram.
uma garota de cabelos vermelhos passou chorosa por seus irmãos e se segurou no braço do pai.
- É um dos seus Molly. – Moody constatou sem qualquer expressão no rosto.
Parecia ser um dos que não acreditaria no que estava lendo.
- Três netos Arthur. – Molly disse extasiada.
- E tudo de um só dos sete. – Sirius acrescentou feliz pela mulher.
Ela lhe olhou e sorriu, a lembrança do que a tinha irritado minutos antes já esquecida.
- Você está apelando para os netos dela Sirius. – Remus balançou a cabeça meio descrente e o amigo só riu.
– Não vai demorar muito para você embarcar também. - Harry disse a ela.
- Oh meu deus! São filhos do Harry. – Sirius comentou se levantando.
Se antes achava impossível, agora agia exatamente como Molly Weasley se deixando levar pelas emoções.
- Filhos do Harry e meus netos...Oh meu deus Arthur. – Molly quase gritou assustando o marido que demorou um pouco para se situar na história.
- Ginny. – Soprou o nome em choque. – Harry e nossa Ginny...
- Harry tem bom gosto. – Sirius falou feliz. – Casou com a membro de uma das famílias de maiores traidores do sangue já existentes.
- Você tem que rever seus motivos. – Remus revirou os olhos para o amigo, mas logo acrescentou quando viu os olhares do casal Weasley. – Mas Harry certamente tem bom gosto.
- Ele será oficialmente da família. – Molly falou abraçando Arthur.
– Dois anos, - choramingou Lily – eu quero ir agora!
- Igualzinha à mãe. – A matriarca interrompeu novamente.
- Ele deu o nome da mãe para a filha. – Sirius comentou para si mesmo com um sorriso triste.
- Tenho certeza que se um deles for menino haverá outro James Potter na terra. – Remus falou dando tapinhas no ombro de Sirius.
Este lhe sorriu, junto de todos.
As pessoas olhavam curiosamente para as corujas enquanto a família se dirigia para a barreira entre as plataformas nove e dez. A voz de Albus chamou a atenção de Harry para uma discussão que seus filhos haviam começado ainda no carro.
- Então serão dois meninos e uma menina, se um é Albus e tem um James. – Arthur comentou.
- Se tiver um James. – Tonks acrescentou.
- Tem um James. – Remus lhe confirmou.
- Okay, Albus, Lily e James. Lindos nomes, mas tenho a impressão que Ginny não teve muita participação nas escolhas. – Tonks riu do próprio comentário.
- Tenho certeza que ela apoiou. – Molly sorriu animada.
- Ainda estou sentindo falta da minha homenagem. – Sirius reclamou divertido.
- Talvez se eles tiverem um cachorro em casa. – Moody disse.
Todos os presentes riram da cara indignada de Sirius Black.
– Não vou! Não serei da Sonserina!
– James, dá um tempo! - disse Ginny.
- Falei. – Remus sorriu presunçoso.
Tonks revirou os olhos e coloriu os cabelos de forma a ficar igual a ele.
- Falei. – Imitou-o.
- Isso foi igualzinho. – Sirius disse entre risadas que soavam como latidos. – E James parece ser bem James. – Comentou divertido.
– Eu só disse que ele poderia ser! - disse Tiago, sorrindo para seu irmão mais novo. – Não tem nada de errado nisso. Ele pode ser da Sonse...
- Igualzinho a James. – Remus concordou.
- Pobre da minha filha. – Molly balançou a cabeça resignada.
Mas os olhos de James encontraram os da mãe e ele ficou quieto.
- Ginny aprendeu com você direitinho Molly. – Sirius disse. – Parece que não precisa se preocupar. – E riu.
Os cinco Potters se aproximaram da barreira. Sorrindo convencidamente para seu irmão, por sobre o ombro, James pegou o carrinho das mãos da mãe e se pôs a correr. Segundos depois, ele havia desaparecido.
- Okay, agora está perigosamente igual. – Remus sorriu relembrando o velho amigo.
- Esse vai saber se divertir em Hogwarts. – Sirius aprovou.
– Vocês vão me escrever, certo? - Albus perguntou para seus pais, aproveitando a ausência de seu irmão.
– Todo dia, se quiser. - disse Ginny.
– Não todo dia. - respondeu rapidamente Albus – James disse que a maioria só recebe uma carta por mês da família.
- Esse meu neto...Fez igualzinho Fred e Jorge. – Molly disse exasperada. – Assustando o irmão mais novo.
O marido ao seu lado riu recebendo um olhar de censura da esposa.
Remus, Sirius e Tonks tiveram a decência de disfarçar seu divertimento.
– No ano passado escrevíamos para ele três vezes por semana. - disse Ginny.
– E não queira acreditar em tudo o que ele diz sobre Hogwarts. - complementou Harry. – Ele gosta de umas travessuras, o seu irmão.
- Acho que isso veio mais da mãe do que do próprio Harry. – Arthur disse.
- Sim, Harry atrai problema, Ginny os busca. – Tonks falou rindo.
- Passou tempo demais com Fred e Jorge. – Molly comentou com lábios comprimidos.
Lado a lado, eles empurraram o segundo carrinho, ganhando impulso e, quando chegaram à barreira, Albus fechou os olhos, esperando por uma colisão que não veio. Ao invés disso, a família emergiu na plataforma Nove e Meia que estava coberta pelo vapor lançado pela locomotiva vermelha do Expresso de Hogwarts. Figuras indistintas se moviam através da névoa, na qual James já havia desaparecido.
- Pelo jeito já tem amigos. – Remus falou.
- Espero que sejam grandes amigos. – Sirius disse. – É a melhor e mais divertida parte de Hogwarts. – Comentou abraçando o amigo de lado.
– Onde eles estão? - quis saber Albus, ansioso, observando as pessoas entre a fumaça enquanto eles cruzavam à plataforma.
– Nós vamos achá-los. - disse Ginny, tranqüilizando-o.
- Parece que vai aparecer mais netos seus Molly. – Alastor disse.
Molly lhe sorriu animada.
Mas o vapor era denso, tornando difícil distinguir o rosto de alguém. Separada de seus donos, as vozes pareciam anormalmente altas, Harry pensou ter ouvido Percy discursar sobre a Regulamentação de Vassouras e ficou agradecido por ter uma desculpa para não ter que parar e cumprimentá-lo...
- Oh Percy. – Molly sussurrou emocionada. – Ele me dará netos também, e pelo visto ele e Harry se falam.
- Embora Harry não queira no momento. – Tonks murmurou divertida.
- Nós sabíamos que ele voltaria um dia não? – Arthur disse a esposa lhe afagando os cabelos.
Seu rosto estava duro com as recordações da briga, mas fazia esforço para se focar nas notícias e que tudo estaria bem dali um tempo. Ele já tinha assumido aquele texto como verdade, quase como um consolo.
– Eu acho que são eles ali, Al. - disse Ginny de repente.
Um grupo de quatro pessoas saiu da neblina, próximos ao último vagão. Seus rostos só se tornaram nítidos quando Harry, Ginny, Albus e Lily se aproximaram deles.
– Olá. - disse Albus, imensamente aliviado.
Rose, que já estava usando os trajes novos de Hogwarts, sorriu para o garoto.
- Hermione. – Todos disseram ao mesmo tempo e sorriram com a coincidência.
– Então, estacionou bem? - Ron perguntou a Harry – Eu estacionei. Hermione não acreditou que eu pudesse passar no exame de direção dos Trouxas, não é? Ela achava que eu teria que Confundir o examinador.
- Meu deus...Ron e Hermione. – Molly chiou se levantando.
- Uau, por essa eu não esperava. – Remus comentou.
- Eu sim. Eles me lembram Lily e James. – Sirius disse nostálgico.
- Bom, você tem um ponto. As discussões são igualmente acaloradas. – Remus respondeu rindo.
- Ron passou no exame de direção trouxa. – Arthur falou maravilhado.
– Não, não achei. - disse Hermione - Depositei minha fé em você!
– De fato, eu o Confundi um pouco. - Rony sussurrou para Harry, enquanto ambos colocavam o malão e a coruja de Alvo no trem. – Eu só me esqueci de usar o espelho retrovisor, mas na real, eu posso usar um Feitiço Supersensorial para isso.
- Ronald. – Molly brigou com as folhas enquanto o resto gargalhava.
- Ron é um garoto esperto. – Tonks disse recuperado o fôlego.
De volta à plataforma, eles encontraram Lílian e Hugo, o irmão mais novo de Rose, tendo uma conversa animada sobre em qual Casa ficariam quando finalmente fossem para Hogwarts.
- Hugo e Rose, lindo nomes também. Nós já temos cinco netos. – Molly murmurou dando uma cotovelada no marido.
– Eu o deserdo se você não for da Grifinória, - disse Rony - mas nada de pressão!
- Ronald. – Molly disse espalmando a mão na cara em sinal de descrença. – Não acredito que disse isso para a filha.
- Molly querida, isso é amor pela casa. – Arthur disse tentando amenizar e não se juntar aos risos contidos dos outros.
- Nada de pressão. – Tonks repetiu não aguentando mais disfarçar.
- Esse menino é um gênio. – Sirius aprovou.
– Rony!
Lily e Hugo riram, mas Albus e Rose permaneceram sérios.
- Claro que sim, você os assustou. – Molly reclamou de novo.
– Ele não quis dizer isso! - disseram Ginny e Hermione, mas Ron não estava mais prestando atenção. Olhando para Harry ele indicava com a cabeça um local a alguns metros dali. A névoa parecia ter diminuído um pouco, tornando possível ver três pessoas paradas, aliviadas pela neblina que se movia.
– Olha quem é.
Draco Malfoy estava em pé, com sua mulher e filho, um casaco abotoado até o pescoço. Seu cabelo estava com uma entrada, te tal modo que acentuava seu queixo fino. O filho lembrava tanto Draco assim como Albus lembrava Harry. Draco percebeu que Hermione, Harry, Ron e Ginny olhavam para ele, acenou brevemente, e deu as costas ao grupo.
- Isso foi cordial. – Arthur comentou estranhando. – Parece que aconteceram várias coisas nesse intervalo de 22 anos.
- Ele teve um filho, isso é algo bom. – Molly disse.
- Albus e Harry se parecem. – Sirius falou. – Então é tal pai, tal filho e tal avô. – Sorriu.
– Então aquele é pequeno Scorpius. - disse Ron entre os dentes - Arrase-o em todos os testes, Rosie. Graças a Deus que você tem o cérebro de sua mãe.
- Não é possível. – Molly repreendeu novamente.
- Não parece que é tão cordial assim afinal.
Sirius e Remus riam.
- Ainda bem que a senhorita Granger passou sua inteligência para frente. – Moody comentou.
– Pelo amor de Deus, Rony. - disse Hermione, um pouco nervosa, um pouco sorridente. – Não os tente colocar um contra o outro antes mesmo de as aulas começarem!
- Isso mesmo Hermione. – Foi a vez de Molly aprovar.
- Ela ignorou “um pouco sorridente” não? – Sirius sussurrou a Remus e Tonks que sorriram.
– Você está certa, desculpe. - disse Rony, mas incapaz de se segurar, completou, – Mas não fique muito amiga dele, Rosie, vovô Weasley nunca a perdoaria se você se casasse com um puro-sangue!
Dessa vez ninguém ficou sem rir embora Molly ainda tivesse um olhar de quem não acreditava no que ouvia.
- Ron está me conquistando. – Sirius disse divertido.
– Ei!
James havia retornado. Tinha se livrado do carrinho, do malão e da coruja e agora parecia explodir com novidades.
– Teddy está lá atrás. - disse sem fôlego, apontando por sobre os ombros, para uma cortina de fumaça. – Acabei de vê-lo! E adivinha o que ele estava fazendo? Beijando a Victoire!
- Será que são mais netos? – Mollly perguntou.
- Só um deles, por favor. – Arthur disse divertindo os amigos.
- Tem o nome do meu pai. – Tonks comentou.
Ele olhou para os adultos, evidentemente desapontado pela falta de reação.
– Nosso Teddy! Teddy Lupin! Beijando a nossa Victoire! Nossa prima! E eu perguntei o que ele estava fazendo...
- Pelo jeito só tem chances de Victoire ser. – Arthur disse encarando Remus.
Este tinha o rosto de quem tinha acabado de levar um murro e mesmo a parabenização dos amigos não o tirou do torpor.
- Não é possível...eu...um filho...
- Isso é incrível. Você já tem até uma nora Weasley. – Sirius lhe deus tapinhas nas costas alheio a sua situação.
Para Sirius não importava os motivos que Remus dissesse ter, montar uma família era direito de todos e ficava feliz pelo amigo.
– Você os interrompeu? - quis saber Gina - Você é tão parecido com o Ron...!
- Agora perdeu um pontinho comigo Ron. – Sirius comentou.
- Você deveria se sentir feliz e não continuar a se martirizar. – Tonks sussurrou a Remus.
- Eu não...bom, não vejo mais como esses papeis podem ser verdade. – Ele murmurou e recebeu um olhar de desaprovação da moça. – Mas eu estaria feliz de ter um filho que não tivesse os meus problemas. – Acrescentou recebendo um sorriso que achou encantador.
– ... e ele disse que estava aqui para vê-la partir! E daí ele me mandou embora. Ele a estava beijando! - completou James, achando que não havia sido claro o bastante.
- Esse é perseverante. Realmente muito igual ao Prongs, ou talvez Harry nunca tivesse nascido. – Falou divertido para o Remus, já recuperado, se lembrando de como seria se James tivesse desistido de Lily no primeiro fora.
– Não seria lindo se eles se casassem. - murmurou Lílian, extasiada - Daí sim o Teddy realmente faria parte da família.
– Ele já janta em casa umas quatro vezes na semana. - disse Harry – Por que não o convidamos para morar conosco e acabamos logo com isso?
- Porque ele teria que morar com Harry? – Remus perguntou.
- Você está preocupado. – Tonks constatou alegre.
- Bom, ele...não deveria morar com Harry sendo meu filho. – Disse como se fosse óbvio, ignorando a implicância implícita de já estar aceitando um filho que não existe.
- Se for o caso de precisar, sabemos que Harry estaria bem disposto. Ele e Ginny já cozinham bastante para ele pelo jeito. – Sirius colocou a mão no ombro do amigo.
- Bom, o que vocês acha que iriam fazer? Deixá-lo morrer de fome? – Molly perguntou carinhosa.
Remus lhe sorriu reconfortado.
– Boa! - disse Tiago, entusiasmado – Eu não me importo em dividir o quarto com o Al....Teddy poderia ficar com o meu!
- Olha lá, todos o adoram. – Tonks comentou.
– Não. - disse Harry firmemente - Você só irá dividir um quanto com o Al quando eu decidir demolir a casa.
- Harry é um pai esperto. – Sirius disse rindo.
- O quarto de Fred e Jorge só está inteiro graças à magia. – Arthur comentou divertido.
Ele olhou para o relógio gasto que antes pertencera a Fabiano Prewett.
- Eu lhe dei o relógio. – Molly disse. – E ele o guardou durante tanto tempo. – Concluiu emocionada.
- Muita bondade de sua parte Molly. – Sirius agradeceu sorrindo.
– Já são quase onze, é bom subirem a bordo.
– Não se esqueça de dar um abraço em Neville! - disse Ginny ao filho mais velho enquanto o abraçava.
– Mãe! Eu não posso dar um abraço a um professor!
- Neville é professor, que notícia maravilhosa. – Remus disse feliz pelo ex-aluno.
- Certamente tinha pais habilidosos. – Moody aprovou.
– Mas você conhece o Neville...
James girou os olhos.
– Fora de escola sim, mas lá, ele é o Professor Longbottom, né? Eu não posso entrar na aula de Herbologia e lhe oferecer carinho...!
- O que Ginny estava pensando em? – Tonks riu.
- Parece que Pomona se aposentou. – Remus comentou.
Balançando a cabeça para as bobagens da mãe, ele aliviou seu aborrecimento dando um chute no irmão.
– Te vejo mais tarde, Al. E cuidado com os testrálios!
– Pensei que eles fossem invisíveis? Você me disse que eles eram invisíveis!
- Que menino terrível. – Molly disse sem acreditar.
O resto dos presentes, tirando Alastor, riam com liberdade.
Mas James simplesmente sorriu e deixou que a mãe o beijasse, deu um abraço rápido no pai e entrou no trem. Ele acenou e depois atravessou o corredor, em busca de seus amigos.
– Não se preocupe com os testrálios. - disse Harry – Eles são bem dóceis, não precisa ter medo deles. Além disso, você não vai para a escola em carruagens esse ano, você vai de barco.
Ginny deu um beijo de despedia em Albus.
– Te vejo no Natal.
– Até mais, Al. - sussurrou Harry enquanto seu filho o abraçava – Não se esqueça que o Hagrid convidou você para tomar chá na sexta. Não se meta com o Pirraça. Não duele com ninguém até você ter aprendido como, e não deixe o James te incomodar.
- Ótimos conselhos. – Molly aprovou. – Embora duelos devessem ser proibidos mesmo que soubesse o que faz.
- E ai qual seria a graça? – Sirius perguntou perplexo. – Até a regra do Pirraça é um pouco exagerada. Ele é de grande ajuda se você sabe o que lhe oferecer em troca.
- Eu espero que nenhum dos meus netos experimente ou descubra isso um dia. – Molly disse exasperada com a ideia.
Sussurrou somente para o pai, que percebeu que só o momento da partida revelou o verdadeiro e sincero medo que Albus estava sentindo.
Harry agachou-se, seu rosto um pouco abaixo ao rosto de Albus. O único entre os seus três filhos que herdou os olhos de avó.
– Albus Severus.
- Pera, o que? – Sirius interrompeu um pouco alto.
- Albus Severus. – Moody repetiu.
- Isso só pode estar errado. – Sirius disse se aproximando para ler também. – Quer dizer que ele homenageou o filho com o nome do ranhoso e me deixou para cachorro? – Perguntou incrédulo.
- Vamos voltar a ler para tentar entender. – Remus falou também descrente.
– Albus Severo. - disse Harry tão baixo que somente eles e Gina puderam ouvir, embora ela fingisse, discretamente, que acenava para Rose, que já havia embarcado.
– Você tem o nome de dois diretores de Hogwarts. Um deles era da Sonserina e provavelmente o homem mais corajoso que já conheci.
- Okay, agora está comprovado. Nada do que estamos lendo pode ser verdade. – Sirius constatou.
- São 22 anos a frente Sirius, muita coisa pode ter acontecido. – Arthur comentou.
- Nada tão impossível assim. – Disse se recusando a acreditar.
- Eu não vejo o porquê de homenagea-lo, nem porque de ele ter se tornado diretor se temos Dumbledore, mas Arthur tem razão, muitas coisas podem mudar em tanto tempo. Talvez já estejam em percurso enquanto nos falamos agora mesmo. Severus é da ordem Sirius...- Remus falou.
- Não gosto de pensar em um motivo para Dumbledore ter deixado de ser diretor de Hogwarts. – Olho-Tonto disse levando acenos de concordância de todos.
- Não gosto de pensar em Snape como diretor muito menos com tanta importância para Harry. – Sirius continuou teimoso.
Era um homem muito ciumento, mas Harry era seu afilhado afinal e tudo que tinha sobrado de James.
– A Casa de Sonserina ganhará um excelente aluno, não é? Isso não é importante para nós, Al. Mas se é importante para você, você pode escolher a Grifinória ao invés da Sonserina. O Chapéu Seletor considera a sua escolha.
– Sério?
– Ele considerou a minha. - disse Harry.
- Não sabia disso. – Tonks comentou.
Em volta todos diziam o mesmo, menos Sirius.
- Eu não queria seguir a tradição da família. – Deu de ombros.
Ele nunca havia contado isso a nenhum de seus filhos, e ele foi capaz de ver a surpresa no rosto de Albus quando o fez. Mas como as portas estavam se fechando pelos vagões e os pais davam os últimos beijos de despedida, Albus correu para seu vagão e Ginny fechou a porta atrás dele. Os estudantes estavam debruçados na janela, olhando para deles. Um grande número de rostos, dentro ou fora do trem, parecia estar voltado para Harry.
– O que eles estão olhando? - quis saber Albus, enquanto ele e Rose olhavam em volta, para os outros estudantes.
– Não se preocupe. - disse Ron - É que eu sou muito famoso.
- As crianças não parecem saber muito. – Remus comentou.
- Como deveria ser. – Molly falou brava, de repente parte de sua irritação para com Sirius voltara.
Mandou seu olhar mais repreendedor e ele em nada afetou o homem.
- Vamos continuar a ler. – Mudou o foco da conversa e voltou seu olhar para Moody que pegou sua deixa.
Albus, Rose, Hugo e Lily riram. O trem começou a se mover e Harry se pôs a andar ao seu lado, vendo o rosto do filho, cheio de excitação. Harry continuou sorrindo e acenando, mesmo que não fosse realmente uma despedida, vendo seu filho se distanciar dele....
O último vestígio da fumaça sumiu no ar do outono. O trem fez a curva. Harry ainda tinha a mão erguida, se despedindo.
– Ele ficará bem. - murmurou Ginny.
Harry olhou para ela, abaixou a mão distraidamente e tocou a cicatriz em forma de raio em sua testa.
– Eu sei.
Há dezenove anos a cicatriz não o incomodava mais. Tudo estava bem.
- Oh meu deus, há dezenove anos. – Molly disse exaltada. – Daqui três anos você-sabe-quem não estará mais por perto. – Completou extasiada abraçando o marido com lágrimas nos olhos.
- Eles terão uma linda família. – Remus sorriu.
- Você terá um filho incrível e uma nora. – Sirius completou para o amigo lhe abraçando.
- Acho que não importa mais se é verdade ou não, vocês já fizeram suas escolhas. – Moody disse os observando.
- Não seja assim olho-tonto, quando lhe dizem que o futuro é bom você comemora. – Tonks disse lhe dando tapinhas nas costas. – Vamos lá, um abraço em grupo. – Completou retirando os papeis da mão de Moody e os largando na mesa.
Todos se encaminharam para o lado direito da mesa, os braços se envolveram nos troncos mais próximos e a felicidade saiu em forma de sorrisos e lágrimas. Quando se soltaram tinham um olhar perdido que desviava de um para o outro.
- O que aconteceu? – Arthur perguntou.
- Eu não sei...vim pegar algo pra comer e de repente estávamos nos abraçando. – Sirius disse confuso e encarou a mesa.
Em cima dela não havia nada, então se dirigiu aos armários para se servir.
Dali em diante o grupo voltou para suas tarefas. Inexplicavelmente sentiam os corações mais leves.
Comentários (2)
Muito linda a fanfic! Adorei!!! foi bem emocionante, e aqueceu meu coração hehehe I foi bom ver que eles ficaram com os corações mais leves. :3
2017-03-03Que coisa mais fofa! Dá vontade de chorar com a reação da Molly, do Sirius e do Remo (acho que caiu um cisco no meu olho) :‘( Amei! Uma continuação seria muito legal!
2017-02-18