Capitulo 15

Durante a noite Scorpius teve um pesadelo envolvendo Rose. Isso não acontecia desde o incidente do hipogrífo. Dessa vez seu pesadelo não envolvia animais, mas ele também perdia Rose. No sonho ele e Rose estavam em uma campina aberta, com poucas arvores e grama bem aparada, em um instante a luminosidade se foi, e Rose saiu de seu campo de visão, ele ficou desesperado, e a viu nos braços do Wood a alguns metros de distância. A garota se debatia e chamava por Scorpius, mas assim que tentou correr até ela, percebeu que seu pé estava preso por um ramo muito forte. Scorpius acordou quase gritando, ele estava suado e sem fôlego. Ele olhou para o lado e viu Rose que passava a mão no rosto tentando espantar o sono.
 _ Você está bem Scor? _ perguntou a garota sonolenta.
 _ Desculpa se te acordei. _ disse ele tentando normalizar sua respiração._ Foi só um pesadelo.
 Rose se sentou na cama e olhou para ele, o observando por um tempo. Ele estava claramente assustado e Rose percebeu.
 _ Quer que eu fique conversando com você até poder dormir? _ perguntou ela em voz doce.
 _ Posso pedir outra coisa? _ perguntou Scorpius depois de pensar um pouco.
 _ Se estiver ao meu alcance e não for me causar uma expulsão._ disse Rose.
 _ Me dê um abraço Rose. É só disso que preciso de você agora. _ disse Scorpius cabisbaixo.
 Rose ficou um tempo encarando o garoto. Ele pensou que ela fosse recusar, mas em vez disso ela tirou as cobertas sobre suas pernas e se levantando. Scorpius não se lembrava de Rose ter trocado de roupa antes de eles dormirem. Provavelmente ela havia esperado ele e Alvo dormirem para vestir uma camisola que ia reta até os joelhos, sem muitos detalhes e cortes no modelo, um modelo bem infantil para dizer a verdade, com uma estampa divertidamente irreconhecível. Ela se levantou e se aproximou da cama dele, pegou sua mão e o fez levantar. Rose o abraçou e deixou ele pousar a cabeça sobre seu ombro por muito tempo. Quando tentou se afastar ele não a deixou ir. Ela sentiu uma gota morna passar do rosto de Scorpius para o seu pescoço e o abraço mais forte. Ela não queria o ver chorar, então considerou fazer com ele o mesmo que sempre consolava seu irmão e seus primos mais próximos, não importava o que os fazia triste.
 _ Vamos fazer assim. _ disse Rose baixinho se afastando e segurando o rosto de Scorpius ainda molhado por algumas lagrimas. _ Você terá um privilégio que só meus parentes mais próximos tem. Vou ficar com você, na sua cama, deixou você usar meu colo como travesseiro até conseguir dormir. Sempre funciona quando o Alvo está triste. 
 Scorpius concordou. Ele não conseguiria dormir sem sentir Rose perto dele. A presença dela estava se tornando de grande importância para ele. Rose colocou o travesseiro de sua cama na vertical apoiado na cabeceira de metal da cama. Se sentou na ponta da cama e colocou o travesseiro de Scorpius em seu colo. O garoto se deitou e pousou a cabeça no travesseiro dando uma última olhada no rosto meigo de Rose que começava a mexer em seus cabelos loiros e lisos. 
 Meia hora se passou e Scorpius dormiu. Antes de se deitar em sua própria cama novamente, ela beijou a testa de Scorpius. Ela estava começando a alimentar um carinho especial por ele.
 A manhã chegou. Madame Pomfrey acordou Rose e os garotos para que se arrumassem nos banheiros da enfermaria. Depois de terminar de se arrumar Rose fez a sua cama e organizou seus pertences. E os dois ainda não estavam prontos. Provavelmente estavam conversando enquanto se arrumavam.
 _ Sabe Scorpius, essa noite foi meio estranha para mim. Acho que tive um pesadelo ou uma alucinação durante a madrugada. _ disse Alvo se colocando a frente do espelho do banheiro do lado do amigo.
 _ Não entendi. _ disse Scorpius tentando decifrar a mensagem.
 _ Eu também não entendi o que a Rose estava fazendo na sua cama com você deitado no colo dela. _ disse Alvo com uma leve alteração na voz.
 _ Ah. Isso. _ disse Scorpius abrindo um leve sorriso. _ Você tem algo contra meu camarada?_ perguntou ele sadicamente.
 _ Comece a explicar. Ou seu rosto não vai sair daqui tão bonito assim. Meu "camarada". 
 _ Ta bem. Vou dizer, mas tenta entender sem julgar tudo bem. Eu tive um pesadelo, como os que eu tinha com a Rose e o hipogrífo, mas desta vez era o Wood quem levava ela de mim. Eu acordei transtornado, sem fôlego e devo ter feito barulho suficiente para acordar ela. Ela se ofereceu para falar comigo, mas em vez disso eu pedi para que ela me abraçasse, ela aceitou mas eu não quis soltá-la depois, então ela se ofereceu para me fazer companhia até eu dormir. Satisfeito?
 _ É claro que eu não estou satisfeito. Isso era um privilégio meu e da minha família. _ contestou Alvo.
 _ Anote minhas palavras. Eu ainda vou fazer parte da sua família. _ disse Scorpius se dirigindo a saída do banheiro.
 _ Quanta ousadia. _ comentou Alvo.
 _ Meninos, vocês ainda estão vivos ai dentro? _ era a voz de Rose do outro lado da porta.
 _ Estamos bem, já estamos saindo. _ respondeu Alvo.
 _ Estão devidamente vestidos? _ Rose perguntou.
 _ Sim. Por que? _ disse Scorpius estranhando a pergunta.
 _ Estou entrando. _ Rose já estava abrindo a porta e sorrindo para os dois._ Vocês demoram demais. Fiquei entediada.
 _ Você sempre invade banheiros masculinos quando está entediada? _ perguntou Scorpius sadicamente.
 _ Não. Mas eu sempre gostei de vestir e arrumar meus primos quando não tinha o que fazer. E agora vou arrumar o cabelo de vocês dois. _ disse Rose pegando um pente em seu bolso e sorrindo.
 Em Alvo ela penteou os fios perfeitamente organizados, parecendo um mordomo de família rica. Já em Scorpius ela ousou, como o cabelo dele já era naturalmente arrumado, ela se esforçou para joga-lo para cima, eles estavam adiantados, então ela tinha tempo de sobra para testar o que bem entendesse. Quando terminou os dois se olharam no espelho e riram um do outro.
 _ Rose me explica por que eu fiquei como um mauricinho imbecil e o Scorpius como um cara descolado? _ pediu Alvo.
 _ Porque eu quis assim. _ explicou a garota sentando na pia entre eles.
 _ Eu não me importo em ser o que você quiser. _ disse Scorpius encarando Rose.
 Alvo desfez seu cabelo arrumadinho, voltando para o desgrenhado de sempre. E a própria Rose teve de desfazer o cabelo de Scorpius, porque se dependesse dele ficaria do jeito que ela deixasse, mesmo se ela o quisesse raspar.
 _ Você está bem sendo você mesmo. _ disse Rose depois de desfazer o cabelo de Scorpius e descer da pia. _ Vamos.
 Quando saíram Rose estava apoiada no ombro dos dois garotos e parou assim que viu Jhoseph lhe procurando. Depois de alguns segundos ela se adiantou a frente de seus companheiros e foi ao encontro do namorado. Ele estranhou vê-la sair do banheiro masculino, mas não perguntou nada. Deu um abraço e um beijo nela e seguiram juntos para o salão principal. 
 Depois do café da manhã haveria ensaio do musical de Halloween. Nesse primeiro ensaio seria sorteado o casal principal da apresentação. E Rose estava torcendo para ser sorteada. Queria ter uma chance ainda maior de mostrar a todos do que era capaz.
 A professora sortearia o garoto que representaria o Conde Drácula, e sua parceira seria mortal Mina. O musical não seria fiel ao livro original, encenaria um romance entre o Conde e Mina. O casal principal convidaria mais um garoto, que não fora sorteado para representar Jhonathan Harker. Rose queria escolher entre Alvo e Jhoseph.
 Por sorte Scorpius foi sorteado para ser o Conde Drácula, e eles teriam que decidir entre chamar Alvo e Jhoseph para representar Harker. Scorpius ganhou no pedra, papel e tesoura, por regra de três. Alvo seria Harker. O que ele achava ótimo, quanto mais tempo essa apresentação tirasse de Rose, mais longe de Jhoseph e perto dele ela ficaria.
 Depois de todos os papeis primários e secundários definidos. Os ensaios começaram, sem Rose, que no início da apresentação não entrava. Scorpius ensaiava um baile no castelo de Conde Drácula, em que ele dança, e se aproveita, de todas as garotas participantes. No primeiro dia só foram ensaiadas as cenas em que Harker, Mina e seus amigos ingleses não aparecem. Por coincidência, os primos de Rose representariam três casais de ingleses e ficaram assistindo os ensaios com ela.
 Os ensaios só acabaram pouco antes do almoço, quando Scorpius se juntou de Rose para dar a notícia a Alvo quando ele chegasse. Jhoseph chegou ao salão antes de Alvo, mas Rose não pode dar atenção a ele. O pediu para ir se sentar e espera-la, pois, ela iria a procura dele assim que comunicasse Alvo da novidade. Alvo chegou pouco depois. 
 _ O que você acha de um papel no evento de Halloween?_ perguntou Scorpius assim que o amigo parou na sua frente.
 _ O que vou ter que fazer para isso?_ perguntou alvo
 _ Na verdade não íamos pedir nada._ disse Rose olhando para Scorpius._ Mas já que você deu a ideia.
 _ Qual você acha que seria um preço justo pela honra de ser seu noivo Mina?_ perguntou Scorpius fazendo Alvo revirar os olhos.
 _ Eu acho que ter um criado seria muito bom Scorpius. E poderia melhorar o caráter do nosso querido Alvo._ disse Rose encarando o primo.
 _ Então fica combinado. Ele será seu servo durante os ensaios e horas vagas. E meu servo durante as aulas e a partir do jantar. _ disse Scorpius apertando a mão de Rose e fazendo a garota rir.
 _ Teremos ensaio amanhã depois do almoço. Você terá a honra de representar meu noivo, que por sinal é aprisionado pelo Conde Drácula que é o Scorpius. _ explicou Rose ao primo._ Vou me sentar. Vou precisar de você depois do jantar meu servo.
 _ Se você não tivesse duvidado da nossa boa vontade estaria livre disso. _ disse Scorpius rindo e acompanhando o amigo até a mesa da sonserina onde Henry os esperava.
 *************** Por favor comentem para que eu continue postando mais capitulos, obrigada. *************************

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