Garras e Folhas de Chá
|Título: Os Gêmeos Potter e o Prisioneiro de Azkaban
|Sinopse: 3ª temporada da série "Os Gêmeos Potter". Depois de vencerem um monstro escondido no castelo no ano anterior, os gêmeos voltam a Hogwarts, mas dessa vez fugindo de um homem. Quem era Sirius Black? E por que esse fugitivo colocava suas vidas em risco? Um mapa misterioso, criaturas fantásticas e passagens secretas aguardam os gêmeos em seu terceiro ano em Hogwarts.
|Disclaimer: Harry Potter e todo o universo é propriedade criativa da musa maravilhosa JK Rowling. Eu só peguei emprestado um pouquinho. :v
|Escrita por: Gaby Amorinha
|Betada por: Sufilena
|Classificação: 14+
|Gêneros: Ação, Amizade, Aventura, Escolar, Fantasia, Ficção, Magia, Mistério, Romance e Novela, Shoujo
|Alertas: Heterossexualidade, Spoilers
|Shipps: Percy/Penelope
|Capítulo 6
Lumus!
Olá leitores!
LEIAM ISSO AQUI, POR FAVOR
Antes de mais nada, me desculpem pela pausa na fanfic. O que acontece é que às vezes eu fico muito tempo escrevendo a mesma coisa e me canso, e preciso de uma folgazinha pra voltar a todo vapor. Eu nem ia soltar capítulo hoje, mas me deu vontade super do nada de fazer isso aí eu fui e fiz :v
Alguns avisos extremamente importantes:
1 - Semana que vem minhas férias acabam. Eu não tenho a MENOR ideia de como vai ficar a minha frequência de postagem quando isso acontecer. Obviamente, vou continuar tentando trazer a fanfic semanalmente, mas eu trabalho de manhã e tenho aulas na faculdade à tarde, então vai ficar muito complicado, especialmente se eu tiver em uma época sem inspiração, o que acontece com certa frequência nessa série de fanfics por mais que eu a ame. Às vezes eu consigo upar um aviso se não for ter capítulo, mas NÃO É SEMPRE QUE DÁ. Espero que entendam.
2 - Esse capítulo está sem betagem porque são quase quatro horas da manhã e minha beta já foi dormir.
3 - Se você está lendo essa fanfic no fanfiction . net eu peço encarecidamente para que crie uma conta caso queira comentar. Acontece bastante de gente comentar nesse site me perguntando sobre quando vai ter capítulo, e mais uma vez: eu posto às quintas-feiras ou nas madrugadas de quinta para sexta, considerando que nada me impeça de escrever. Eu só consigo responder suas perguntas respondendo aos comentários, e para isso, você precisa ter uma conta aqui no site, então por favor, faça uma para que a gente possa se comunicar. É bem rápido e não precisa ser escritor para fazer, só leitor também pode fazer.
4 - O aviso anterior vale para os outros sites também, então se você pulou volta lá e lê, por favor. Eu tenho datas de postagem, mas não é sempre que consigo cumprir, e não é sempre que vou postar um aviso. Ter conta no site onde você lê, qualquer dos quatro que seja (eu posto essa fanfic no FanFiction, Floreios e Borrões, Nyah! Fanfiction e no SocialSpirit) vai facilitar e muito nossa comunicação nessas horas, então por favor, faça uma conta se você não tiver uma e comente. É bem trabalhoso arrumar inspiração para essa fanfic porque ela anda num ritmo bem mais lento do que eu estou acostumada, então se você comentar vai me ajudar a ter motivação e fica melhor pra todo mundo, não é? Um comentário bem feitinho, dizendo o que achou, comentando quais foram suas partes preferidas, especialmente nas cenas que eu invento e acrescento, serão MUTO BEM VINDOS. Quanto mais e mais opinativo o comentário, melhor. Vai sem medo minha gente, eu agradeço, e muito.
E é isso, vou parar de enrolar vocês ^^
Boa leitura,
Gaby Amorinha
Capítulo 6 - Garras e Folhas de Chá
Logo ficou claro que os problemas de Harry com dementadores estavam longe de acabar. Se já era ruim demais desmaiar para as criaturas, era ainda pior ter Draco para rir de sua cara por isso. O loiro providenciara longas capas pretas para si e para seus amigos, e quando os grifinos desceram para o café da manhã tiveram que aturar os sonserinos fazendo gracinhas e gritando "dementador" por onde Harry passava.
- Babacas. – Ash comentou, se sentando à mesa do café com os amigos e abrindo o Profete Diário enquanto comia uma maçã verde. – Não tem nada melhor pra fazer?
- É claro que não, é o Malfoy. – Rony respondeu. – E pior, o Malfoy com raiva. Ele vai aproveitar qualquer chance de tirar uma com a nossa cara que tiver.
- Vamos ver se ele vai continuar com esse sorrisinho idiota na cara por muito tempo. – Fred, que se sentara repentinamente ao lado deles, comentou. – Grifinória contra Sonserina, primeiro jogo da temporada. Ele não se deu muito bem no ano passado.
- Eu não ligaria pra eles se fosse você, Harry. – Jorge completou. – Ele estava na cabine na frente da nossa e bem mais assustado do que quer parecer agora. Esses dementadores afetam qualquer um. Papai foi visitar Azkaban uma vez, ele voltou péssimo. Ficou abatido por dias.
- Mas ele não desmaiou. Desmaiou? – Harry perguntou.
- Ah Harry, se desprende disso, vai. – Hermione, que aparecera ao lado dele com um enorme sorriso no rosto, disse, colocando um pergaminho sobre a mesa.
- É seu horário novo? – Ash perguntou, pegando para olhar. – Hermione, você não pode ter um horário desses.
- Ei! – Hermione reclamou, esticando a mão, mas Rony já pegara o papel das mãos de Ash.
- Aritmancia, Estudo dos Trouxas e Adivinhação às nove horas? Caramba Hermione, você pode ser a gênia que for, mas nem você consegue estar em três lugares ao mesmo tempo! – o ruivo comentou.
- Eu vou ter que concordar com o Rony. Tive que desistir de Aritmancia, acabei de despachar meu livro de volta pra Floreios e Borrões para reembolso. – Ash comentou, devolvendo ao horário da mão de Rony para a dona. – Como vai se virar com isso?
- Já está tudo acertado com a McGonagall. – foi a resposta da amiga.
- Mas Hermione... – Rony começou.
- Já disse que está tudo acertado. Me passe a geleia?
Os três amigos se olharam meio confusos. Hermione não conseguiria assistir a todas essas aulas, e mesmo que conseguisse, como raios daria conta de todos os deveres de casa? Ash estava mais que aliviada de ter desistido de Aritmancia considerando que ainda tinha coral e Quadribol para dar conta.
Depois de um café da manhã assustadoramente silencioso, Hermione saiu correndo para o que quer que "tinha acertado com McGonagall" e Harry, Ash e Rony começaram a seguir seu caminho para a Torre Norte. Ainda tinham bastante tempo para chegar à aula, mas a Torre Norte ficava longe e era muito alta, e o trajeto até ela consumiria muito tempo.
Isso, é claro, considerando que eles conhecessem o trajeto. Como na verdade não faziam ideia de para onde ir, mais da metade do tempo calculado já tinha se passado e eles tinham feito bem menos da metade do caminho.
- Ah, que ótimo. – Rony reclamou, cansado, se escorando em uma parede no salão do sétimo patamar onde se encontravam. – Tem... Que... Ter... Um... Atalho... – ele reclamou, ofegante, se jogando no chão e bebendo um pouco de água que levava em um pequeno cantil. – Como se supõe que a gente faça um trajeto desse mais de uma vez por semana? Isso é loucura! Nunca vamos chegar a tempo.
- Talvez exista um atalho. – Ash comentou. – Por que não pergunta a Fred e Jorge depois? Eles devem saber.
- Pergunte você! Eles vão com a sua cara. Deixaram você entrar no quarto deles. – Rony respondeu.
- Deixaram. E estava vazio. Eles me enganaram com brinquedinhos velhos por meses só para ficar de olho em mim a pedido de Olívio. – ela disse, pegando o cantil de Rony e bebendo um bom gole de água.
- Ah. Eu sinto muito. – o ruivo disse.
- Que se dane. – Ash respondeu. – Vamos nos focar no problema presente. O que acha que devemos fazer, Harry?
- Acho que estamos indo para a direção errada. Dá pra ver o lago da janela, o lago fica para o sul.
Os três suspiraram, cansados, e se atravancaram contra a janela para ver a paisagem.
- Então é só ir para o lado contrário, né? – Ash sugeriu.
- Teoricamente sim, mas algo está errado. – Rony respondeu, olhando em volta. – Eu sinceramente acho que...
- AHÁ! – um grito soou. Os três se olharam, sobressaltados, mas logo perceberam que o grito não viera de nenhum dos três. A voz era masculina e adulta e, eles perceberam, vinha da parede.
Harry engoliu em seco. Ainda não se dava tão bem com vozes vindas da parede.
O trio olhou em volta até que ouviram o mesmo grito novamente, e por fim identificaram seu dono. Era um cavaleiro de armadura, segurando uma espada comprida, pintado em um dos quadros do local. Em sua pintura havia também um pônei baixinho e gordo que ruminava a grama, mas sem dúvidas o cavaleiro era o detalhe mais chamativo da pintura. Ele pulava e brandia a espada em direção aos alunos.
- Alto lá! Quem sois vós? Vilões que vieram zombar de minha queda? – o cavaleiro perguntou. De fato, acabara de cair do cavalo e se levantava com alguma dificuldade.
- O senhor está bem? – Harry perguntou, vendo o cavaleiro se atrapalhar um bocado para ficar de pé.
- De certo que sim, jovem rapaz, de certo que sim. – ele respondeu, parecendo exausto.
- Saberia o caminho para a Torre Norte? – Harry perguntou. Não custava tentar, certo? Era um cavaleiro pintado em um quadro, o que mais teria para fazer? Certamente poderia ajudar um trio de alunos a chegar a seu objetivo.
- Uma expedição! – o cavaleiro exclamou, se pondo de pé e brandindo a espada de um lado a outro. – Avante, jovens cavalheiros! Avante, gentil senhorita! Seguiremos em nosso caminho, e chegaremos ao objetivo, ou pereceremos na peleja!
E o cavaleiro começou a correr para o quadro ao lado. No mesmo instante o trio percebeu que teria que apertar o passo. Por mais que o cavaleiro fosse atrapalhado e sua armadura barulhenta o tornasse lento, passar de um quadro para o outro era bem mais rápido que correr pelo chão, e os alunos custaram um pouco para acompanhá-lo.
De fato, estavam distantes da torre, e quando finalmente o cavaleiro os acompanhou subindo as escadas em caracol da torre o trio estava tão ofegante que imaginaram que fossem despencar escadas abaixo antes de chegar ao topo.
- Avante! Coragem! – o cavaleiro gritava. – E se um dia precisarem de ajuda, não hesitem em chamar o bravo Sir Cadogan!
- Ah, não hesitaremos... – Rony disse, quando chegaram ao topo das escadas e não haviam mais quadros pelos quais o cavaleiro pudesse ouví-los. – ...se um dia precisarmos de um maluco.
- Bem, ao menos ele ajudou. – Ash disse, apontando para cima. Havia um alçapão no teto da torre com uma placa de latão que dizia "Sibila Trelawney – Professora de Adivinhação".
- Certo. – Harry comentou. – E como chegamos lá em cima?
No exato instante em que ele disse isso o alçapão se abriu e uma escada de cordas prateadas se desenrolou aos seus pés.
- Conveniente. – Rony comentou. – Você primeiro, Harry. – o ruivo disse, empurrando o amigo para a escada. Harry soltou um resmungo e começou a subir, sendo seguida por Rony e depois a irmã.
Quando emergiram na sala, os três tiveram a impressão de terem entrado em uma cabana de cigano misturada com sala de chá. Haviam várias mesinhas redondas espalhadas com toalhas em cima, cercadas de puffs e almofadas para que os alunos se sentassem. Os abajures estavam cobertos de paninhos vermelhos, dando essa tonalidade à luz do ambiente. Isso somado com a lareira acesa fazia a sala estar particularmente quente e abafada. Junto a tudo isso havia um aroma doce e enjoativo no ar, e completando várias prateleiras com xícaras, velas, bolas de cristal e uma série de outros apetrechos para adivinhação.
Para surpresa do trio, Hermione já estava em uma das mesas. Os três terminaram de sair pelo alçapão, o fechando, e olharam em volta vendo um burburinho de alunos conversando de pé pelos cantos.
- Certo. Onde está a professora? – Rony perguntou. E assim que terminou de dizer essas palavras, recebeu sua resposta.
- Sejam bem vindos. – uma voz suave e etérea soou das sombras. De um canto da sala saiu uma mulher magra com óculos muito grandes e redondos, cabelos volumosos e maltratados, usando uma saia comprida e uma enorme quantidade de xales e colares. – Sentem-se, sentem-se. É ótimo finalmente vê-los no plano físico.
Ainda meio atordoados, os alunos se sentaram. O trio nunca tinha visto aquela professora antes, mesmo levando em conta os natais e outras ocasiões especiais.
- Então vocês decidiram desbravar o vasto universo da Adivinhação! – ela disse. – Devo dizer, nessa matéria os livros só ajudam até certo ponto. Não há milagre que se faça se você não possuir a visão interior... – ela parou de falar e se virou para Neville, de repente. – Querido, sua vó vai bem?
- Aaah... Sim? – ele respondeu, receoso. Sibila abanou a cabeça negativamente e voltou a falar.
O quarteto, especialmente Hermione, gostaria de dizer que tinha sido uma aula no mínimo interessante, mas era só. A professora decidiu começar com leitura de borra de folhas de chá, e enquanto os alunos se serviam da bebida e bebiam para lerem as xícaras de seus pares, ela fez mais algumas previsões como por exemplo a quantidade de xícaras que Neville ia quebrar. E acertou.
A lógica do procedimento era ir girando a xícara e procurando desenhos, e sempre que algo parecesse uma figura existente associar a ilustração com seu significado no livro texto. Fácil na teoria, praticamente impossível na prática. Enquanto as gêmeas Patil pareciam estar acertando tudo com uma facilidade de dar inveja, Ash e Hermione estavam penando com suas xícaras, assim como Rony e Harry e quase todo o restante da turma.
Era estranho ver Hermione não se entender com alguma matéria para variar, e ela parecia estranhamente cansada.
- Isso deve ser um Sol. – ela comentou.
- Acho que tem uma flor na sua, Mione. Mas também poderia ser uma estrela.
A professora continuou caminhando de mesa em mesa, pegando algumas xícaras para olhar. Ela previu um acidente na xícara de um aluno, um infortúnio em outra, e em algum tempo o clima da aula estava tão pesado e deprimente que mal dava vontade de continuar ali.
Mas, como sempre dava para piorar, Trelawney chegou à xícara de Harry.
- Deixe-me ver, querido. – ela pediu. Harry entregou a xícara para ela e Sibila começou a girá-la em sua mão. – Oh, o falcão. Você tem um inimigo mortal.
- Não me diga. – Hermione comentou, revirando os olhos. Os amigos olharam surpresos para ela. Nunca tinham a ouvido falar assim com um professor antes. – Ah, qual é. Todos sabem da história dele com Você-Sabe-Quem.
Harry e os outros quiseram concordar, mas Trelawney se virou para Hermione antes que tivessem a chance.
- Eu sinto muito querida. Logo se vê que você não tem o pendão para a Adivinhação. Muito cética... – ela comentou, logo voltando para a xícara. Hermione pareceu bastante emburrada, e se calou. - O bastão... Um ataque. O corvo... Perigo. Garoto, essa é uma xícara bem infeliz. E aqui nós temos... AH!
Trelawney soltou um gritinho e deixou a xícara cair. Parecia de repente muito pálida, e até um pouco trêmula. Rony avançou até a xícara, a girando em sua frente, procurando ver alguma coisa.
- O que foi? – ele perguntou. – O que foi?
- Você tem... O sinistro! – Trelawney disse. – Um agouro de morte!
Houve silêncio. Trelawney avançou até sua cadeira e se sentou, começando a juntar alguns livros em sua mesa.
- Classe dispensada. Dispensados! – ela disse. Os alunos levaram um tempo para entender a ordem, mas deixaram a sala.
Mesmo que tivessem saído cedo da aula, a sala de Trelawney ficava tão escondida que quase se atrasaram para a aula de Transfiguração. Juntando a isso o fato de que a turma estava ainda em silêncio mórbido com a previsão de morte que a professora fizera, foi mais do que esperado que, ao fazer sua famosa transformação de pessoa em gato em frente da turma, ninguém aplaudisse. McGonagall ficou um tanto quanto transtornada. Acabara de fazer uma representação perfeita de Animago e para nada?
- O que há com vocês hoje? – ela perguntou.
- Acabamos de sair da aula da professora Trelawney. – Hermione disse. – E então...
- Entendi. – Minerva cortou, se apoiando em sua mesa. – Qual de vocês vai morrer dessa vez?
Os alunos se olharam um pouco interrogativos, e Harry ergueu a mão, receoso.
- Eu.
- Pff... Façam-me o favor. Adivinhação é um dos ramos mais imprecisos da magia. Todos os anos a Trelawney prevê a morte de um aluno, e até hoje estão todos muito bem vivos. Você me parece muito bem Potter, gozando de boa saúde, então não vou te livrar do dever de casa. – a turma pareceu relaxar. Hermione chegou a soltar uma risadinha. – Não se preocupe, no entanto. Se você morrer não precisa entregá-lo.
Foi o que a classe precisava. Todos relaxaram e McGonagall repetiu sua transformação em gato, conseguindo seus aplausos dessa vez.
...
O almoço foi praticamente um teste de sobrevivência para os gêmeos. Rony e Hermione não paravam de discutir, ela criticando a aula de Adivinhação, e ele dizendo ela estava era se sentindo mal por não ter ido bem em uma matéria pra variar. No meio da conversa, Harry acabou dizendo que vira um cachorro preto no começo do ano, o que fez Rony se desesperar e contar a história de um tio que vira um cachorro e morrera em seguida.
- É óbvio que ele morreu de pânico. – Hermione retrucou. – O Sinistro é a causa da morte, não um agouro! E como Harry é mais esperto que seu tio, não vai simplesmente decidir cair duro no chão porque viu um cachorro preto. – ela fez uma pausa para comer, mas logo voltou a falar. – Agora, Aritmancia sim é maravilhoso.
- Está falando de que? – Rony perguntou. – Aritmancia foi às nove, às nove você estava em Adivinhação, com a gente!
Hermione não respondeu. Rony fechou a cara, e como resultado, mais tarde, quando os quatro desceram para um picadeiro à frente da cabana de Hagrid, os dois ainda não estavam se falando.
Logo que chegaram, viram a turma da Sonserina reunida ali. O quarteto soltou um muxoxo de reclamação. Nada de bom poderia vir de ter Draco Malfoy na primeira aula de Hagrid, e tudo começou a dar errado logo nos primeiros minutos.
- Estou vendo que todos trouxeram seus livros! – Hagrid anunciou do picadeiro. – Bom, muito bom! Agora, abram na página...
- Abrir? – Draco perguntou. – Abrir como?
- Ninguém conseguiu abrir o livro? – Hagrid perguntou, parecendo bastante decepcionado, e olhando para os livros dos alunos. Todos estavam amarrados com alguma coisa, como um lenço, ou um cinto, ou até mesmo correntes. – Ah, bem... Tem que fazer carinho nele. Veja. – o professor pegou o livro de Hermione, desamarrando o lenço que o segurava. O livro começou a se contorcer, mas logo Hagrid fez um carinho na capa e o livro não só parou, como se abriu na exata página que o professor queria. Ele devolveu o livro para Hermione. – Viram? Simples, não é? – perguntou, se abaixando e pegando uma quantidade razoável de doninhas mortas de um balde. – Abram, eu vou buscar nossos amigos para a aula de hoje, e volto em breve.
E Hagrid foi caminhando floresta adentro.
- Pff, fazer carinho. É claro que tinha que fazer carinho, como é que eu não pensei nisso antes? – Draco perguntou, resmungando. Ao seu lado, Pansy deslizou a mão suavemente sobre a capa algumas vezes, e o livro começou a se acalmar. Draco ergueu a sobrancelha, interessado. Pansy estava sempre sendo firme com as pessoas, batendo o pé e diminuindo suas inimigas. Estava surpreso que ela tivesse mãos suaves para alguma coisa. Se soubesse disso antes, teria pedido uma massagem no ano anterior, quando ela estava tão disposta a bajulá-lo.
Bem, ainda tinha tempo, certo? O ano estava só começando.
Ele se certificou de que a garota estava olhando para ele quando passou os dedos pela lombada do livro. O anel em seu dedo reluziu com o movimento, e Pansy ficou levemente boquiaberta. Não imaginava que com aquela idade Draco ia se preocupar com uma coisa como um anel. Não era como se os garotos de sua idade, em geral, fossem muito vaidosos, embora Draco e Blás visivelmente saltassem à exceção. Estavam sempre asseados demais, e agora que Draco trocara o cabelo penteado para trás por um corte com uma franja grande caindo sobre o rosto, ela se perguntou sinceramente como era possível que ele não tivesse uma namorada ainda.
Oh, é mesmo. Ele não tinha. E o ano estava só começando.
O olhar de Pansy e o de Draco cruzou por um breve instante, e naquela troca de olhares uma conversa inteira pareceu se passar entre eles. Draco abriu um sorriso de lado que fez Pansy se derreter por dentro, e ela ia dizer alguma coisa, mas naquele momento Hagrid voltou. E ele não estava sozinho.
Hagrid veio acompanhado de um pequeno grupo de cavalos... Ou assim pareceu. Tinham corpos de cavalos, mas asas e cabeça de águias. As patas dianteiras também eram de águias, e eles eram de todas as cores e tamanhos possíveis.
- Esses são hipogrifos! – Hagrid disse, animado. – Muito orgulhosos, muito mesmo. Nunca ofendam um hipogrifo, pode ser a última coisa que fazem na vida.
A maior parte dos alunos da Sonserina não parecia estar prestando muita atenção. Draco, Crabbe e Goyle murmuravam baixinho e Harry teve a péssima sensação de que estavam combinando a melhor maneira de sabotar a aula.
- Para interagir com um hipogrifo, vocês fazem uma reverência, olho no olho, e esperam. Se ele retribuir, podem fazer carinho neles. Se não, devem sair de perto bem rapidinho. Alguém quer tentar?
Imediatamente, todo mundo deu um passo para trás, até os alunos da Sonserina. Todo mundo, menos Harry.
O garoto olhou em volta, meio pasmo, e lançou um olhar um tanto quanto enraivescido a Rony, Hermione e sua irmã.
- Et tu, Brute?- ele perguntou. O trio apenas deu de ombros e Harry engoliu em seco.
- Ótimo, ótimo! – Hagrid comemorou. – Venha Harry!
O garoto pulou por cima da cerca do picadeiro e se aproximou do hipogrifo mais à frente. Ele ouviu risadinhas vindo do grupo de Draco e tentou não se irritar.
- Esse é Bicuço! – Hagrid apresentou. – Faça uma reverência Harry, vamos.
O garoto engoliu em seco e se abaixou. Estava tenso. Os outros alunos estavam tensos. Hermione segurara a mão de Rony de repente, apertando com tanta força que o garoto teve que se soltar com um resmungo de "ai" para não quebrar um dedo. Harry manteve o contato visual e aguardou, preparado para fugir se fosse o caso...
Mas não precisou. Bicuço pateou o chão e se inclinou para Harry, devolvendo a reverência.
- Muito bom Harry, muito bom! – Hagrid comemorou, batendo palmas. Os alunos da Grifinória aplaudiram também, animados, e alguns da Sonserina seguiram de má vontade.
- Galinha idiota. – Draco murmurou para Pansy. Ele também conseguia fazer isso. Se o Potter conseguia, ele conseguia também, e especialmente agora que ela estaria olhando. Tinha que parecer incrível. Ele empurrou seu livro para os braços da garota e pulou por cima do picadeiro. Alguns outros alunos, encorajados por Harry, começaram a se aproximar de outros hipogrifos, mas Draco queria aquele. Exatamente aquele com o qual Harry interagira.
Harry tentou impedir Draco de se aproximar, mas Hagrid estava ali, e o professor tinha que dar a mesma chance a todos os alunos. O grifinos engoliu em seco. Qual era o plano de Draco com aquilo?
- Certo, Malfoy. Comece com uma reverência. – Hagrid instruiu. Era visível que estava muito nervoso, e ele trocou um olhar rápido com Harry. Ao longe, Hermione que acabara de conseguir fazer carinho em um filhote marrom, cutucou os amigos, indicando a situação.
A aula estava indo explendorosamente bem. A maioria dos alunos estava se entendendo com algum animal, à exceção de Neville que fugia de um filhote atrevido. Seria no mínimo detestável se Draco estragasse tudo agora.
Os alunos da Sonserina também pararam para olhar. A aula inteira tinha parado para olhar, e Draco abriu um sorriso convencido. Não ia dizer que não gostava da atenção. Se Harry acabara de aparecer para todo mundo, porque ele não podia também?
Bicuço se inclinou para Draco, em uma reverência. O garoto se levantou, ajeitando os cabelos ainda com o sorriso pretencioso no rosto.
- Eu não disse? É só uma galinha idiota.
E foi nesse exato instante que tudo deu errado.
Como Hagrid dissera, hipogrifos eram criaturas muito orgulhosas, e aquele não gostou nem um pouco de ser ofendido daquela forma. Ele grasnou e ergueu as patas dianteiras, e antes eu Hagrid ou qualquer um pudesse fazer alguma coisa, desceu uma das patas em direção a Draco.
Tudo que o loiro conseguiu fazer foi erguer o braço para proteger o rosto. As garras de Bicuço se afundaram na pele de Draco, e a força do impacto jogou o garoto longe. A próxima coisa da qual qualquer um ali se deu conta foi de Draco caído no chão, chorando de dor, cercado de uma preocupante poça de sangue.
- AAAAAAAAH! – ele gritou, os olhos lacrimejando. Seu braço sangrava e sangrava cada vez mais, e ele sentia os cortes arderem. Era um ferimento profundo, tinha rasgado no músculo, quase no osso, e cortara os tendões. Draco não conseguia mover o braço, e nem se levantar. Estava ficando zonzo com a perda de sangue. – MEU BRAÇO! ESSA CRIATURA ME MATOU!
Hagrid conseguiu, aos poucos, acalmar Bicuço. Ele tocou os animais rapidamente de volta para a floresta, e correu até Draco, o pegando no colo.
- Vou levá-lo para a Madame Pomfrey. Classe dispensada! – Hagrid gritou, caminhando com o garoto escola adentro. Os alunos observaram por algum tempo enquanto os gritos de Draco sumiam à distância e depois começaram a se dispersar, os amigos de Draco seguindo até a Ala Hospitalar, provavelmente para corroborar alguma história absurda que colocava Hagrid como culpado de tudo.
- O que vamos fazer? – Ash perguntou. – Esse bostinha maldito, é tudo culpa dele!
- O que podemos fazer, essa é a pergunta. – Rony respondeu. – Vamos embora para a Sala Comunal. Podemos visitar o Hagrid depois.
Embora relutantes, os amigos concordaram que era a melhor ideia.
...
Mais tarde naquele dia, apenas Pansy sobrara na enfermaria ao lado de Draco. Madame Pomfrey fechara as feridas com apenas um gesto da varinha, mas ainda doía, e ele acabou ficando por lá, por mais que Pansy dissesse que ele parecia ótimo. Ótimo o caramba, ele pensava, afinal de contas, ainda estava doendo.
De tanto reclamar, ela deu a ele uma poção do sono, que ele ficou bem satisfeito de tomar para descansar um pouco. Assim, já tinha escurecido quando ele acordou e deu de cara com Pansy sentado ao lado de sua cama.
- Aaai... – ele gemeu, sentindo os músculos do braço arderem onde tinha se ferido.
- Draco! – Pansy exclamou, se levantando. Ela correu até o garoto, o ajudando a se sentar, e serviu um pouco de água para ele. O braço ferido de Draco estava agora apoiado em uma tipoia de pano, e era o braço da varinha. Estava ferrado, pensou, enquanto aquilo não melhorasse. Ele bebeu a água, escorando a cabeça na cabeceira da cama. – Tudo bem?
- É claro que não. Tudo péssimo. Aquele Potter maldito... Ele vai ver só. Ele, o bobalhão metido a professor e aquela galinha idiota... Ai.
- Onde é que Dumbledore estava com a cabeça? – Pansy reclamou. – O tão Hagrid é um imbecil! Hipogrifos para a primeira aula de Trato das Criaturas Mágicas do terceiro ano, sério? Não devíamos estar estudando algo mais pacífico, tipo puffs ou pelúcios?
- Dumbledore só faz o que lhe dá na telha. Fica passando a mão na cabeça daqueles grifinos idiotas. Você sabe quantas regras do regulamento os Potter e o Weasley violaram no final do ano passado? Praticamente todas elas! Mas, hey, é o Potter, e ele salvou o dia, dêem um maldito prêmio para ele. – Draco reclamou, bebendo mais água. – E depois ele ainda liberta a merda do MEU elfo e o pai traidor do sangue do amigo traidor do sangue dele aparece na NOSSA casa, com um MANDATO.
- Férias tensas? – Pansy perguntou, com um sorriso meio preocupado no rosto.
- Meus pais acham que eu sou idiota. Eu tenho cara de idiota? Meu nome é Crabbe ou Goyle por acaso? Tem alguma coisa acontecendo, e eles não querem me falar. Eu ouço murmúrios de "sinais, traição, perdidos, matar" e eles tem a cara de pau de fingir que não tem nada acontecendo. Está tudo saindo do lugar, e ninguém se preocupa nem em me dizer o que! – ele reclamou, bebendo o resto da água. Pansy pegou o copo vazio e o colocou sobre a mesa de cabeceira, estendendo a mão e segurando a mão boa de Draco. Ele franziu a testa, como se fosse puxá-la, mas deixou.
- Eu sinto muito por não ter conseguido te ajudar com a Câmara no ano passado.
- Hmpf. Você fez o que podia. Eu nunca teria imaginado que era uma Weasley. Quem teria? Não tinha como descobrirmos aquilo.
- Se tiver algo que eu possa fazer por você nesse ano, é só me falar. – ela disse. – Qualquer coisa, de verdade.
- Ótimo. – ele disse, abrindo um sorriso desdenhoso. – Eu vou precisar que você copie meu dever de casa. Essa tipoia vai ficar aqui por um bom tempo. Eu tenho um plano pra fazer o Potter, o guarda-caças e a galinha pagarem por isso, de uma só vez.
- Estou dentro. – ela concordou, apertando a mão dele. Nesse instante Madame Pomfrey apareceu, expulsando a garota da Ala Hospitalar, e dando outra dose de poção do sono para Draco morrer. Os dois trocaram um olhar cúmplice, e então Draco bebeu sua poção e caiu no sono.
...
Mais tarde, Harry, Ash, Rony e Hermione observavam a janela da Sala Comunal da Grifinória. Tiveram que esperar muito tempo, e quando finalmente as luzes da cabana de Hagrid se acenderam, precisaram usar a capa da invisibilidade para sair. Harry não devia pisar fora do castelo depois de anoitecer, com toda a coisa de dementadores acontecendo, mas precisavam ir. Precisavam ver Hagrid.
Quando bateram na porta, ouviram apenas um "pode entrar" desanimado. Assim que abriram a porta, repararam que Hagrid vinha bebendo muito, e ele parecia muito chateado.
- É um recorde, não é? – ele comentou. – Nunca tiveram um professor que só durasse um dia.
- Hagrid! – Hermione exclamou, entrando às pressas. – Você não foi demitido, foi?
- Ainda não. Mas com o filho do Malfoy ferido é só questão de tempo. Ele é influente. O Conselho vai me demitir, tenho certeza...
- Como ele está? – Rony perguntou. – Não foi tão grave assim, foi?
- Ah, ele ainda estava reclamando de muita dor, gemendo... Vai passar a noite na Ala Hospitalar.
- Ele está fingindo, o merdinha. – Ash comentou, com a cara fechada. – Foi culpa dele se não te ouviu dizer que não se pode insultar um hipogrifo. Não se preocupe Hagrid, vai ficar tudo bem. Vamos dizer a quem precisar o que aconteceu de verdade. Somos testemunhas.
Ele pegou a caneca gigante da qual vinha bebendo, mas Hermione a tirou das mãos dele.
- Você já bebeu o suficiente. – ela disse, jogando o líquido fora pela janela.
- Ah, bem, acho que tem razão. – Hagrid disse, se levantando. Ele foi até o lado de fora e meteu a cabeça no barril de água gelada, obviamente tentando afastar a embriaguez, e voltou encharcado do pescoço para cima. – Ah, bem melhor... E agora... O QUE É QUE ESTÃO FAZENDO AQUI? – ele gritou, fazendo o quarteto estacar no lugar. – QUAL A PARTE DE NÃO SAIR DEPOIS DE ANOITECER QUE NÃO FICOU CLARA PARA VOCÊ, HARRY? E VOCÊS TRÊS DEIXARAM ELE SAIR! ESTOU PROFUNDAMENTE DESGOSTOSO! – ele abriu a porta e saiu, sendo seguido pelos amigos. – Vou levá-los de volta para a escola e não quero NINGUÉM saindo de noite para me ver, fui claro? Eu não valho o risco.
Os quatro se olharam, aliviados. Hagrid podia até estar irritado com eles, mas ao menos isso queria dizer que voltara ao normal.
E por hoje é isso, espero de verdade que tenham gostado.
Reforçando o que eu disse nas notas de abertura, comentem, comentem mesmo, digam o que acharam das cenas, especialmente as que eu alterei, eu quero saber se estou indo no caminho certo com isso aqui.
E mais uma vez, se você está lendo no fanfiction . net , por favor crie uma conta para comentar, para que eu possa lhe responder por mensagem.
E é isso, obrigada!
Gaby Amorinha
Nox!
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Don‘t Stop Believin (Glee, interativa, co-autoria com Sufilena. Disponível apenas no socialspirit):
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The Children Of Fairy Tail (Contos de Fadas, interativa, co-autoria com Sufilena. Disponível apenas no socialspirit):
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