A Nova Ordem da Fênix



A NOVA ORDEM DA FENIX


        Eu e Sirius nos dividimos e reunimos todos que conseguimos chamar, embora nem todos que queríamos responderam ao chamado, alguns porque descobrimos que não estavam mais entre nós e outros porque se acovardaram por medo.


        Nosso próximo passo era achar uma sede para a Ordem da Fenix, um lugar que servisse de Quartel-General, que pudéssemos usar para nos comunicar e arquitetar planos.


Eu e Sirius estávamos morando juntos na casa abandonada caída aos pedaços e eu não estava mais me sentindo sozinho em nenhuma parte do dia.


-Precisamos de alguns galeões para poder comer bem. –Reclamou Sirius. –Não há nada nessa coisa que não se pode chamar nem de casa.


-Eu não tenho mais nada de dinheiro Sirius. – Murmurei sobre um livro de criaturas mágicas que estava lendo.


-Muito menos... –Mas a frase que Almofadinhas ia dizer se perdeu no ar. Baixei o livro e olhei para meu amigo de infância, ele fazia aquela cara de quem tinha tido a melhor idéia do mundo, cara que eu conhecia a mais de dez anos.


-Tive uma idéia! –Disse o amigo. – Não é das melhores porque eu realmente não queria voltar neste lugar pavoroso, mas é uma opção.


-Diga Sirius.


-Vamos saquear a minha casa! Tem muitas tralhas lá que valem uma fortuna.


-E seus parentes?


-Não tem ninguém lá Aluado, fiquei sabendo que minha mãe morreu há uns dez anos, vamos lá.


E aparatamos.


Numa enorme esquina, com duas casas de numero onze e treze mal cuidadas se encontrava a casa dos pais de Sirius.


-Pense no numero doze. –Disse Sirius. – Meu pai fez esse encantamento para a casa não ficar visível para trouxas.


        Então uma casa com uma situação pior do que as outras duas se materializou ao meio destas, ganhando forma assustadoramente.


       Sirius abriu a porta mofada e entrou em um enorme corredor, eu o segui.


        A casa estava empoeirada, mofada, suja e infestada de todos os tipos de criaturas existentes. Ao darmos três passos no corredor uma cortina se abriu e uma velha gritou.


-ÓÓÓOÓÓÓ...VERGONHA DA MINHA CARNE...RALÉ, ESCÓRIA- Eu conhecia aquele rosto de cabelos bagunçados, a mãe de Sirius em uma moldura gigante colada na parede.


        Por um momento Sirius ficou paralisado olhando para o retrato de sua mãe. Eu não o culpava, deveria fazer anos que não pensava em sua família, ainda mais vê-los.


-O QUE FAZ AQUI EM MINHA CASA? –Brandou ela - TRAZENDO ESTRANHOS PARA CASA!


-Cale a boca sua velha, não passa de um retrato! –Sirius chegou perto do retrato para tentar remove-lo de um môo não mágico, mas parecia que o retrato estava colado na parede. –Remo!


        Juntei-me a ele, mas não obtivemos sucesso ao remover o quadro, tentei feitiços, mas parecia que ela havia posto um feitiço autocolante na parede para o retrato não sair. Fechamos a cortina e saímos dali.


-Sirius pegou todo o ouro que encontrou na casa e depositou em um saco. Subimos o corredor que pelo que eu entendi ia em direção aos quartos que pareciam estar pior do que o resto da casa.


       Em uma das portas tinha uma placa com o nome ‘”Sirius Black”. Sirius abriu a porta e entrou, entrei atrás.


      O quarto de Sirius parecia não ter mudado desde a adolescência, fotos de Hogwarts e quando estudávamos fotos de motos e pôsteres de mulheres. Ele parecia estar perdido em pensamentos olhando ao redor do que um dia chamará de sua casa.


-Acho melhor irmos. –Murmurei.


-Não Aluado. –Disse Sirius. –Dumblendore está atrás de uma sede para a Ordem da Fênix, e aqui está ela.


-Aqui?


-Sei que não está das melhores, mas a casa é minha, meu pai colocou muitas proteções, a casa é invisível para qualquer um, acho que é perfeita. –Mas ele Não parecia estar muito feliz com essa constatação.


-Pensando por este lado é uma boa idéia, mas tem certeza que a casa é sua? Você não tem mais nenhum parente vivo? –Perguntei inseguro. –Seria uma grossa mancada oferecer a casa a Dumblendore e ela pertencer a outra pessoa.


        Nesse tempo algo muito mais sujo do que a casa entrou dentro do quarto. Um elfo doméstico usando somente uma tanga abaixo da barriga com grandes tufos de cabelo saindo pelas orelhas, ele segurava um pano ainda mais imundo nas mãos.


-Ah, o senhor voltou! –Exclamou o elfo surpreso e ao mesmo tempo indignado.


-Monstro, ainda esta vivo. –Disse Sirius. –O que aconteceu com essa casa?


-Está igual ao senhor, imunda. –Disse o elfo baixo, embora penso que ele achasse que não conseguíamos ouvi-lo. –Volta depois de anos para casa e que satisfação...


-Quieto Monstro. – O elfo se calou e saiu arrastando os pés nodosos. –Acredito que a casa seja minha ainda, Monstro ainda me obedece.


        E foi o que Sirius fez, ofereceu a casa a Dumblendore para ser a sede da Ordem da Fênix. E assim foi feita.


        Eu e Sirius nos mudamos logo para a casa e nos lançamos a faxinar a casa em ruínas. Logo os Weasley juntaram-se a nós ajudando na faxina para poder ser feita a primeira reunião em um lugar habitável, mas isso ainda estava longe de acontecer.


        Sirius e eu enfeitiçamos meu quarto para que eu pudesse me transformar sem sair de lá e não perturbasse ninguém com barulho e enfeitiçamos a porta para que ela se trancasse sozinha a meia noite e só abrisse no outro dia de manhã.


        Ginna, Rony, os gêmeos, Arthur e Molly passaram a morar conosco também para podermos arrumar melhor a casa e de novo eu estava me sentindo muito melhor apesar das circunstancias de estarmos ali.


        Eu sentia-me bem, sentia agora como se o meu problema não importasse, que eu tinha amigos de novo e não estava sozinho como passei metade da vida, e isso no momento era a melhor das sensações.


 


-Acho que é impossível desinfetar essa casa antes do final do ano. –Resmungou Sirius de manhã na cozinha. –Cada vez aparecem mais animais pestilentos!


 


        Sirius andava resmungando por dois dias inteiros, fazia exatamente dois dias que ele não saia da sede da Ordem da Fênix em função de faxina.


 


-Falando nisso Sirius... –Começou Molly, uma típica ruiva weasley, mastigando um pedaço de torrada. –Tem uns diabretes da cornoalha que estão dentro de um armário na sala de visitas, tínhamos que dar importância para eles hoje à tarde.


 


        Sirius apenas fez que sim.


 


        “Alguém?”


 


        Uma voz conhecida chamou na lareira da cozinha do Largo Grimmald. Todos que estavam na mesa, Arthur, Molly e Sirius nos viramos para a lareira. Era o óclinhos de meia lua e o nariz torto de Dumblendore nos chamando.


 


-Alvo! –Disse Molly. –Nos assustou!


 


-Orá, desculpe Moly, não foi a minha intenção. –Ele se virou ara Arthur. –Arthur, uma colega sua do Ministério se meteu em apuros com Scringegour por não apoiar o ministério. Eu já pedi pra Quingsley cuidar do caso, porém, acho que ela será de grande importância para nós.


 


-O senhor quer que eu vá interrogá-la? –Perguntou Arthur olhando o relógio. –Quem é?


 


-Por você ser do Ministério seria o mais indicado já que Quingsley está tentando resolver a permanência dela lá dentro. É a jovem Ninfadora da sessão dos aurores, recém formada há um ano.


 


-Ah, me recordo dela sim. –Disse Arthur rindo. –Ela tem um gosto meio exótico, um pouco atrapalhada em minha opinião.


 


-Acredito no potencial dela Arthur. –Disse Dumblendore com uma voz repreensiva. –E além de tudo, ela não concorda com o Ministro, o que já é algo e tanto.


 


        Arthur concordou parecendo um pouco envergonhado.


 


-Precisa ser agora Dumblendore? –Perguntou ele. –Nessa primeira hora da manhã eu precisava ir ver a história dos vasos que estão regurgitando e estão no meu pé com atrasos. Poderia falar com ela depois que visse os vasos.


 


-Precisa ser enquanto ela está confusa por causa da discussão com o chefe dela. –Disse o diretor. –Remo pode ir junto para ajudá-lo.


 


-Claro professor. –Me prontifiquei. Estava ansioso para ser útil em alguma coisa.


 


       Arthur concordou.


 


-Bom, então eu passo aqui mais tarde para saber como foi. Quingsley me deu a localização dela, está na sorveteria de Florean no Beco Diagonal. –Disse o diretor desaparecendo da lareira.


 


        Arthur suspirou e levantou pegando a sua capa.


 


-Aquela menina é muito atrapalhada, não sei o que tanto Dumlendore faz questão em ter ela na Ordem.


 


-Ela é uma auror. –Disse Sirius na defensiva. –Algum valor deve ter.


 


-É muito nova também. –Continuou Arthur como se Sirius não tivesse falado. –Deve ter a idade de Gui, alias, desconfio que estudaram juntos.


 


        Eu e Arthur aparatamos no Beco Diagonal, porém não encontramos ninguém lá.


 


-Podemos perguntar para o Florean. –Murmurei. –Se você conhece ela é só descrever para ele.


 


-O problema é que a gente nunca sabe que forma ela vai estar! –Resmungou o homem.


 


        Fiquei confuso com aquilo que Arthur disse, mas fiquei quieto e o segui. Andamos pelo Beco todo, já sem esperanças de achar a tal auror. E eu particularmente estava começando a ficar com raiva daquela garota, custava ficar em um lugar só?


 


-Acho que ela deve ter ido embora já Arthur. –Murmurei. –Vamos enviar um relatório a Dumblendore dizendo que ela não estava no local indicado.


 


-Acho que faremos isso sim. –Disse ele. –Aceita uma cerveja do bar do Tom?


 


         Concordei entrando em um grande pub do Beco Diagonal.


 


        Assim que encostamo-nos ao grande balcão de madeira do pub, Tom, um homem corcunda veio nos perguntar o que queríamos tomar.


 


-Olá Tom. –Cumprimentou Arthur. –Duas cervejas amanteigadas, por favor.


 


        O dono do bar rabugento pegou uma enorme jarra de cerveja amanteigada e despejou em duas grandes canecas de vidro e depositou a nossa frente.


 


        TRABUM!


 


       Uma mulher de capa preta caiu no chão por cima de várias cadeiras pelo pub. Tom, com uma cara de rabugento e olhando para a moça com cara de nojo correu para juntar as cadeiras, o que eu achei uma total falta de cavalheirismo.


 


-Ah...Desculpe! –Murmurava ela tentando se levantar sem sucesso.


 


        Corri até ela e a segurei pela mão, ajudando-a a se levantar. Ainda não conseguia entender como uma moça tão pequena conseguiu fazer um estrago tão grande, provavelmente deveria ser um dom.


 


-Ah, obrigada. –Disse ela levantando o rosto e corando levemente. –Já estou acostumada.


 


        A moça que estava na minha frente era sem duvidas a mulher mais linda que eu vi na minha vida. Tinha a pele muito branca e o rosto em feitio de coração, os cabelos até o ombro de um rosa chiclete muito forte e um olho azul elétrico que me lembrava muito Olho-Tonto. Era bem baixa e bem acentuada na cintura, usando uma calça jeans preta, uma blusa da banda A´s Esquisitonas e uma capa preta por cima.


 


-Você esta bem mesmo? –Perguntei.


 


-Ah, sim, estou. –Disse ela sorrindo e mostrando grandes dentes brancos. –Até acho que você pode soltar minha mão.


 


        Desta vez foi a minha vez de corar, eu ainda estava segurando a mão dela.


 


-Ah, sim, desculpe.


 


-Vejo que conheceu Ninfadora. –Arthur apareceu atrás de mim sorrindo. –Bem quem procurávamos.


 


        Consegui entender o que Arthur queria dizer com gosto exótico. Os cabelos e as roupas de Ninfadora diziam que ela parecia uma bruxa revoltada, nada parecida com uma auror, o que até deixava a duvidar de sua capacidade.


 


-Vocês me procuravam? –Perguntou ela parando de sorrir e dando um passo para trás. –É Tonks!


 


 


 


 


 

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