VISITA INESPERADA
VISITA INESPERADA
A noite estava se arrastando, quanto mais eu queria que ela passasse, mais ela teimava em demorar. Levantei-me do escuro quarto frio e fui até a cozinha procurar algum chocolate que estivesse perdido em algum canto.
No velho armário de madeira roída no canto da cozinha ainda havia sobrado uma barra inteira de chocolate da Dedosdemel. Peguei a barra e sentei-me na velha poltrona no que deveria ser uma sala.
Sabia que se não dormisse agora teria problemas durante o dia com o sono. Precisava sair para procurar um emprego, ou quem sabe ate assaltar um banco estava precisando muito de dinheiro e não queria mexer nas poucas economias que tinha o que era um valor de dinheiro quase nulo. Aquele dinheiro seria para alguma emergência, e até então, eu não estava passando necessidades, poderia ficar mais uns três dias sem comida de sal, porém, mais do que isso era inviável.
Um farfalhar lá fora chamou a minha atenção e tirou-me dos meus devaneios. Parecia ser o barulho de alguém pisando sobre folhas secas. Um lado bom de ter outra criatura dentro de você, alguns dos seus sentidos ficam mais aguçados.
Apurei os ouvidos mais uma vez, porém, o silencio pairou novamente. Levantei-me devagar e puxei minha varinha para perto.
Era impossível que fosse algum bruxo, eu havia me isolado, não era para ninguém me achar neste fim de mundo. Embora por julgar isso, acabei não colocando nenhum feitiço de proteção ao redor do casebre, qualquer pessoa poderia ver a casa.
TOC, TOC.
Duas batidas na porta fizeram-me segurar a varinha com mais força e me preparar para qualquer contraventura.
-Quem é? Identifique-se! –Gritei.
-Sou Sirius Black, fugi da casa de meus pais aos dezesseis anos para me juntar a Thiago Potter. – Murmurou à voz de trás da porta-Recentemente eu e você nos encontramos na casa dos gritos com Rabicho e... Ora Aluado, me deixe entrar!
Fui até a porta e a abri.
Sirius estava com as mesmas roupas gastas e sujas de Azkaban, o cabelo sujo e emaranhado de antes e o olhar mais sombrio que quando nos encontramos a primeira vez ano passado.
Sirius entrou e sem cerimônia nenhuma pegou a barra de chocolate que estava em cima da poltrona velha. Parecia estar cansado e faminto. Devorou a barra em menos de minutos e depois se sentou e me fitou
-Onde você estava todo este tempo Sirius? –Perguntei.
Tentei não demonstrar, mas estava muito feliz por ter meu amigo de volta novamente, saber que não estava sozinho outra vez foi um grande alivio.
-Por ai. –Respondeu Sirius. – Até o final daquele torneio estive perto de Hogwarts, caso Harry precisasse de ago.
-Sirius você é louco! –Exclamei. – O Ministério inteiro estava atrás de você. Harry está muito bem, ele está com Dumblendore!
-Você anda bem desinformado Aluado. –Disse Sirius com um sorriso que mais parecia um asgar.
Olhei para ele confuso.
-Eu acompanhei o Profeta-Diário. – Murmurei puxando uma cadeira velha da cozinha para sentar na sua frente. – Harry estava participando do Torneio Tribruxo e alega não ter posto seu nome no Cálice de Fogo.
-Mas o que você não sabe é que um comensal da morte de passou por Alastor Moddy para ficar perto de Harry e o levou ao encontro de Voldemort, onde lá ele ressuscitou, matou um garoto e agora esta recuperando todas as suas forças. –Sirius disse isso de uma vez só. – Lord Voldemort voltou.
Eu não encontrava palavras para descrever o que eu estava sentindo. Sabia que uma hora este dia ia chegar que Voldemort retomaria as suas forças e voltaria com tudo em cima dos bruxos que discordavam de seu modo de pensar. O homem que matou dois dos meus melhores amigos estava de volta, caçando Harry.
-C-Como isso Sirius? –Gaguejei. –Como aconteceu tudo isso e na estão noticiando nada?
Sirius deu uma gargalhada metade humana metade latido.
-Ora Aluado, você já foi mais inteligente! –Disse Sirius. – Não faz muito que aconteceu, mas duvido muito que vão noticiar aquele Ministro...
-Mas conte-me, o que houve?
-Pelo que Dumblendore me contou Bartô Crouch Junior fugiu de Azkaban, arquitetou um plano para se passar pelo professor de DCAT de Hogwarts para ficar perto de Harry e colocar seu nome no cálice de fogo, e durante o ano se certificou de que Harry cumprisse as tarefas com êxito para chegar até o final do torneio. –Murmurou Sirius amassando sem perceber a embalagem do chocolate comido. – Na última tarefa ele enfeitiçou o troféu para virar uma chave de portal, que pelo que Harry contou mais parecia com um cemitério. Lá Rabicho ajudou Voldemort a voltar a sua forma corpórea e Harry e eles acabaram duelando. –Sirius encarou-me sério. –Não me pergunte como ele esta vivo. – Ele disse essa última frase com um sorriso que eu não via a muito tempo em seu rosto.
-Voldemort matou o garoto?
-Sim.
-Voldemort está de volta, e com ele de volta temos os comensais da morte e muitas criaturas mágicas do lado dele.
-É por isso que vim até aqui Remo. –Murmurou Sirius sério. –Está na hora da Ordem da Fenix voltar. Dumblendore me deu uma lista de nomes para chamar, mas eu não consigo fazer isso sozinho, afinal sou um assassino louco e perigoso não é?
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