A Doença Misteriosa
RONY
A Batalha finalmente havia terminado.
Fazia dois dias que ainda estávamos no castelo, nos preparando para reconstruir nossas vidas.
Eu não queria ficar lá. A morte de Fred era dor o suficiente para extinguir qualquer vontade de pisar na escola outra vez.
Estava deitado no dormitório, olhando para o teto. Mesmo em luto, dava graças á Deus pelos de minha família que estavam vivos. Família essa, que, para mim, agora incluía a garota que agora devia estar no Salão Principal, me procurando de novo.
Se Hermione não estivesse bem, se não tivesse sobrevivido... aí sim nem minha vida mais faria sentido.
Me levantei, suspirando. Eu podia ficar remoendo depois. Agora precisava tomar coragem e voltar á viver.
Desci a escadaria sem pressa, passando pelo quadro da Mulher Gorda e indo em direção ao Salão.
Mal notei quando Gina veio correndo em minha direção e me agarrou pelos ombros.
Parecia ansiosa e chocada. Não era sinal de uma boa notícia.
– Rony... eu vim correndo te ver...
– Percebi - murmurei, tentando deixa-la menos ansiosa. Ela revirou os olhos; então a notícia era ruim, mas nem tanto.
– Fala, Gina.
Ela olhou para os dois lados do corredor.
– Melhor a gente procurar um lugar mais discreto. Madame Pomfrey me pediu pra não fazer estardalhaço sobre isso.
– Sobre o quê?
Ela me arrastou de volta para o Salão Comunal. Sentei na poltrona ao lado de Gina, já assustado com seu ar de mistério.
– Gina, já está me matando. O que aconteceu?
Ela respirou fundo. Parecia receosa da minha reação.
– Bom... algumas pessoas caíram doentes desde ontem. Estão na ala hospitalar. É quase uma epidemia... já foram vinte ou vinte um casos, segundo a Profª Sprout. Ela disse que provavelmente é a vampirização. O professor Slughorn acha que o vírus veio com aqueles trasgos que lutaram junto com os Comensais da Morte.
Suspirei. Um surto de vampirização era coisa séria. A pessoa ficava fraca por falta de sangue, que o vírus, de algum modo, fazia "sumir" do corpo. O próprio corpo reagia adaptando-se para suprir essa falta, mas, com isso, o infectado virava quase um animal, guiado por instintos e insensível á uma boa parte de sentimentos. O corpo expelia o vírus sozinho, mas isso demorava um tempo. No mínimo uma semana. Até lá, o pobre coitado com o vírus teria que se virar com sangue doado ou de animais, por que um doador perto de um vampirizado é certeza de uma morte violenta.
– Nossa... isso é bem ruim.
– Cho Chang... Parvati Patil, o Douglas Booth da Lufa-Lufa... um bocado de gente... - ela ainda estava nervosa. Por quê? Eram bons colegas, e isso era meio triste... mas não era razão para tanto pânico.
– Tá, mas por que você veio falar isso só pra mim?
Ela me olhou com pena e tristeza. E o que vi naquele olhar fez meu mundo cair.
Não... aquilo não.
De todas as pessoas...
Não era possível.
– É a Hermione, Rony. Ela foi uma das primeiras internadas.
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