EXTRA: DISCUTINDO O FUTURO



Gui seguiu na frente, e Gina e Rony ficaram no meio do caminho, olhando de um ao outro para os amigos.


- Vão lá! – falou Harry.


- Vocês iam ter que falar com ele, uma hora ou outra. – insistiu Hermione


Rony fez uma careta.


- Não quero falar com ele. – resmungou, em tom rancoroso. –Ele só vai inventar uma desculpa, e a mamãe vai receber ele sem mais nem menos.


- Será?! – duvidou Gina.


- Você conhece a mamãe. Há muito tempo que ela quer ter o Percy de volta. E o papai, bom, não consigo pensar nele ainda com raiva.


- Olha lá.


Gui tinha parado no meio do caminho, quando três pessoas surgiram discretamente da entrada.


Percy andava, ligeiramente vacilante por entre as mesas, com os pais atrás. Tinha o rosto cansado, e os olhos muito vermelhos.


A mãe claramente estivera chorando outra vez. Mas, por outro lado, parecia muito mais calma que da última vez que a haviam visto. Arthur Weasley também parecia feliz, e um pouco constrangido.


Percy parecia estar indo na direção dos irmãos, na mesa da Grifinória. Mas parou à borda da mesa, a muitos metros deles.


- Ele vai sentar aqui? – perguntou Rony, aborrecido.


- Acho que não. – arriscou Gina, quando Gui veio na frente. – O que aconteceu, Gui?


O irmão mais velho olhou dos pais para os irmãos.


- Eles já conversaram. Eu disse que o Percy devia desculpas só ao papai e à mamãe, e não à gente, e que, então, não precisava falar com a gente, por enquanto.


- Ele vai sentar aqui? – repetiu Rony.  


- Não. – Gui sacudiu a cabeça e os cabelos compridos. -, nem sei se ele vai continuar aqui.


- Mas e o emprego dele de puxa-saco do Fudge? – questionou Gina.


- Não sei se ainda liga pra isso. – disse Gui, e estranhamente, sorriu. – Lá vêm papai e mamãe. Anda, vamos sentar.


Nesse meio-tempo, nem Harry nem Hermione falaram nada. E continuaram a não falar quando a família Weasley tornou a se sentar. 


- Tudo bem, mãe? – perguntou Gina ao lado dos pais.


- Tudo, eu... eu estou ótima. – Molly parecia desconcertada, mas muito mais leve. – As pessoas. Estão nos olhando?


-Não. – Respondeu Rony, e se surpreendeu quando viu que quase nem estava prestando atenção neles ou em Percy, que discretamente voltara ao lugar ao lado do ministro.


Na verdade, todos estavam muito absortos com as informações recebidas recentemente.


À mesa da Sonserina, Draco refletia em silêncio, enquanto Crabbe, Goyle e Pansy pareciam aguardar instruções. Estava focado nos garotos do futuro.


Se eles eram quem ele pensava, significava que eu futuro, e de toda sua família só poderia ser infeliz. Se Potter sobrevivera a ponto de ter um filho, então ele vencera, e o Lorde das Trevas fora derrotado, assim como todos os seus seguidores...


Ou não?! E se a guerra ainda estivesse acontecendo no futuro? E se Potter ainda estivesse lutando contra o Lorde das Trevas, depois de terminar a escola e gerar um filho? Então, talvez houvesse esperanças de que aquele futuro não fosse de todo mal para os Malfoy.


- Está pensando no quê, Draco? – perguntou Pansy.


- Hum?! Ah, sim. O garoto que diz ter vindo do futuro...


- Será que isso é mesmo verdade? – indagou Blaise Zabini, ao lado. – Parece mais uma piada. Quer dizer, desde quando se pode voltar no tempo?


- Mágica?! – disse Draco, irônico.  


- Tudo tem um limite, não é? Se existisse um jeito de viajar pelo tempo, será que famílias de bruxos bem-relacionadas como as nossas não saberiam?


A questão de Blaise fez Draco pensar. Apesar de fazer sentido, não via razão para que fizessem uma encenação daquelas.


A mesma questão estava sendo levantada em outro canto da Sonserina, entre os alunos do terceiro ano.


- Eu acho que isso é uma piada. – afirmou Derek Bennett.


- Será?! – indagou Astoria. – Por que eles estariam mentindo?


- Talvez para convencer todo mundo de alguma coisa do futuro? – arriscou outra terceiranista Reiko Sibazaki. – Que jeito melhor do que dizer que se a gente continuar num caminho tal, o futuro vai ser ruim, a não ser que a gente faça do jeito deles?


- Não entendi. – disse Derek, o melhor amigo de Astoria.


- Imagine, Derek – explicou Reiko. –, que eu aparecesse para você fingindo ser do futuro, e dizendo que o seu futuro seria muito ruim, a não ser que você fizesse tudo que eu pedisse.


- Bem...


- Se eu convencesse você, seria fácil conseguir de você o que eu quisesse, não é?


- Mas, Reiko – disse Astoria, fitando Alvo, Rose e Scorpius. -, aquele pessoal... eles parecem ter idade de estudantes. E ninguém parece reconhecê-los.


- Será, então, que essa história de gente do futuro é verdade? – disse Derek.


- E o livro que estamos lendo?.. – continuou Astoria. -, descrevem o nosso futuro.


- O deles, você quer dizer. – corrigiu Reiko, indicando o grupo que se constituía Harry Potter e amigos. – Tudo isso tem a ver com eles.


- Mas acho que também tem a ver com a gente, não? – replicou Astoria. – quer dizer, se tem mesmo uma guerra acontecendo, onde vamos estar?


Com essa última questão, os amigos de Astoria ficaram em silêncio.


Alvo e Rose estavam sentados à mesa da Grifinória, em silêncio. Naquele meio-tempo, não haviam falado muito com ninguém.  Nem entre si.


Não sabiam o que falar, diante de tantas pessoas do passado. Qualquer coisa que dissessem poderia revelar mil coisas do futuro, o que se desdobraria em milhões de possibilidades.


- Bem... – murmurou Rose, hesitante. – Percy voltou. Agora, acho que podemos voltar a ler.


- É... – disse Scorpius, distraído. - , acho que sim...


- Viu alguma coisa?


Ele indicou com a cabeça a mesa da Sonserina, tentando não ser percebido pelos outros.


- Vou ter que ir lá... falar com ele...


- Não precisa ir agora. – disse Alvo. – quem sabe, depois que terminarmos de ler esse...


- Quando terminar esse livro, vai ficar ainda mais difícil de ele aceitar. – afirmou Scorpius. – quando ele me contou como ele se sentiu...


 Eles não percebiam, mas os outros os escutavam em silêncio...


- De quem será que eles estão falando? – sussurrou Rony para Hermione.


- Ah, francamente, Rony. – resmungou ela, como se fosse muito óbvio.


- O que... ah, é. – compreendeu Rony, antes que Alvo e Rose se virassem para eles (Scorpius continuava olhando para um canto da mesa da Sonserina).


Enquanto isso, Dumbledore se levantava, chamando a atenção dos presentes.


- Bem! – exclamou Dumbledore, sorridente. – Agora que estamos mais uma vez reunidos (enquanto Dumbledore falava, Fudge tentava arrancar informações de um Percy silencioso), se não tivermos outras questões a tratar antes, acredito que devamos continuar a...


- O que vão fazer com Sirius Black? – ouviram alguém exclamar do nada.


Antes que Sirius se levantasse, Dumbledore se adiantou:


- Já tivemos provas suficientes, – anunciou calmamente. – de que Sirius é inocente. E como estamos no momento unidos por um Ato Contratual Mágico, tanto ele quanto nós devíamos continuar a acompanhar a leitura. – e estendeu o livro. – Agora, alguém gostaria de...


- Eh... se eu puder...


Era Sirius, ao lado de Dumbledore e Remo. Parecia mais jovial do que visto anteriormente.


Confusos, alunos e professores viram Dumbledore deixar a cadeira, e tranquilamente entregar o livro a Sirius, que deu um aceno enérgico.


- Eu não iria deixar de ler um capítulo que deve ser sobre mim, não é. – comentou descontraído a Remo.


Harry observou pasmo o padrinho folhear o livro, contente como nunca.


- Acho que ficar fora daquela casa está fazendo bem a ele. – resumiu Hermione, sorridente. – ele parece totalmente despreocupado


Na verdade, Sirius estava tão preocupado quanto os outros, com as informações recebidas anteriormente: livros misteriosos, pessoas do futuro... mas estava muito alegre para se afligir, quando achou a página do capítulo e leu.


Capítulo 05: A Ordem da Fênix.

Olá. Este capítulo foi o menor, mas também o que mais me deu medo de escrever. Tentei, várias vezes, escrever um testo coeso para amarrar as pontas entre os capítulo, e demonstrar o impacto que a chegada de Alvo, Rose e Scorpius deixou nos presentes. Este foi  mais um capítulo intermediário, então logo eu devo postar o próximo, que como Sirius adivinhou, vai ser sobre ele.
Anne_Anônima11: obrigado. É muito bom mesmo saber que ainda me apoiam a escrever, apesar desse atraso. Vou tentar não demorar no próximo. P.S.: desculpe, apaguei a nota de esclarecimento em que eu você postou seu comentário de apoio.

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Comentários (2)

  • Anne_Anônima

    Não se preocupe, fico feliz que aquelé capítulo tenha sido substituído por esse. Imagino como Sirius vai ficar quando lerem a parte que ele morre. E a cara de sapa da Umbridge quando ela contar seus crimes...

    2017-03-06
  • Sonhadora Dixon

    Adorei saber que a fanfic continua, admito que era bem doloroso imaginar que a fanfic estava abandonada. Pode contar com os meus comentários! Você vai seguir a divisão de casas de Cursed Child? Estou ansiosa para ver as interações do pessoal do futuro e essa famosa conversa do Scorp com o Draco!

    2017-03-05
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