Ainda 21 de Novembro
Capitulo treze
Ainda 21 de Novembro
Assim que a professora de DCAT saiu da presença dos meninos, eles foram até a bétula e começaram a ler o livro, Scorpius a todo o momento lia por cima do ombro do amigo o que estava escrito, curioso e exagerado como sempre, aquilo estava incomodando o moreno, mas Scorpius não ia parar tão cedo de se intrometer, ele entregou o livro para o loiro e ficou olhando para o nada, mergulhado em seus pensamentos, não fazia nem um ano que ele estava na escola e tantas coisas já haviam acontecido, se distanciara de seu irmão, brigara no corredor, cumprira detenção, duelara com um dragão, fora a um baile, descobrira que sua prima era apaixonada por ele, que seu melhor e único amigo escondia algo, entrara para o time de Quadribol, tinha sido escolhido para ser capitão de um Clube que ele nem sabia que existia, não falara com seu pai há um bom tempo, descobrira que estava apaixonado e sentia um perigo rondando todo o seu ser, tanta coisa e ele não sabia como resolver nenhuma delas, a melhor solução era começar a solucionar os problemas aos poucos, pelos mais fáceis e óbvios até os mais difíceis e inexplicáveis.
- Para onde você vai? – Scorpius perguntou quando viu o amigo se levantando e saindo sem falar nada.
- Vou resolver um problema. – Alvo disse olhando para trás rapidamente e ouvindo um “não vai me contar qual é esse problema?” e respondendo. – você vai ficar sabendo mais tarde, é só esperar. – Alvo disse e andou em direção ao castelo, ele foi direto para a biblioteca, sabia que iria encontrar o que procurava lá, ele andou pelas estantes e viu o cabelo ruivo que queria ver, foi em sua direção e a abraçou por trás, um abraço forte, apertado, aconchegante e saudoso, a ruiva largou o livro onde o tinha encontrado, reconheceu o perfume do moreno e se virou para ficar defronte com o menino que a abraçava. – Me desculpa! – Alvo sussurrou enquanto se aconchegava no peito da prima.
- Não Alvo, você que tem que me desculpar, nossa ligação é muito mais forte do que qualquer coisa a mais que eu possa sentir por você. Desculpe-me. – Rose disse soltando algumas lagrimas e beijando a cabeça de Alvo, os dois ficaram em silencio, apreciando aquele momento de reconciliação e depois de um tempo ela levantou o rosto do menino com as pontas dos dedos e encostou seus lábios suavemente, um toque delicado e gentil, no começo Alvo ficou espantado, ele tinha sido pego de surpresa e seus olhos se arregalaram, ele não queria aquilo, mas não podia negar, sabia que aquele era o desejo mais profundo e sincero que sua prima tinha por ele, ela tinha esperado por tanto tempo por um único toque, e naquele momento era como se fosse o ultimo desejo dela, foi mutua a troca de carinho, mesmo ele não sentindo nada, mesmo sabendo que era errado retribuir um beijo cheio de sentimento sem sentir nada, aquilo era o certo a se fazer, o primeiro beijo dos dois em uma biblioteca, foi o que marcou a reconciliação dos dois amores, não existiu muitas palavras bonitas, na verdade, quase nenhuma palavra, mas os toques, as caricias e os atos demonstravam mais do que palavras.
- Rose? - Thomas estava de pé no corredor das estantes com os braços cruzados e uma cara amarrada, Rose parou o beijo e se afastou o olhando, sua boca estava avermelhada e seus lábios mais inchados do que o normal, sua respiração estava descompensada, mesmo que tivesse ficado poucos minutos beijando Alvo lentamente, suas orelhas ficaram vermelhas assim que seu olhar cruzou com o do primo e ela passou pelo moreno lentamente o olhando enquanto ia em direção ao narigudo que a esperava, eles conversaram aos sussurros e depois de um tempo a ruiva foi até Alvo e se despediu dele selando os lábios dos dois rapidamente e foi embora deixando um Alvo novamente perplexo para trás.
- É verdade? – Scorpius perguntou enquanto entrava no dormitório da Sonserina correndo com o livro do Clube nos braços.
- O que? – Alvo se levantou da cama depois de se recuperar do susto e ficou sentado na mesma, depois do beijo ele desceu ao dormitório para pensar no que tinha acabado de acontecer e acabara pegando no sono.
- O que estão dizendo. – Scorpius respondeu e vendo a cara de confuso que Alvo fez completou. – Que você beijou a Rose?
- O que? Como ficaram sabendo? Quem tá dizendo isso, Scorpius? Fala! – Alvo perguntou gritando, ele não podia acreditar que a história tinha se espalhado, e se chegara aos ouvidos de Scorpius era porque a coisa tinha se espalhado a tal ponto que não dava mais para concertar. – Ai MERLIN! E agora?
- É verdade... Não acredito que você fez isso comi... E a Isabella? Você não gosta mais dela? De um dia para o outro mudou de opinião? Não pode ser!- Scorpius falou perplexo, não entendendo nada e com uma expressão de indignado.
- Não fui eu que beijei a Rose, ela me beijou... Quer dizer, eu deixei ela me beijar, e tive que retribuir, mas eu não podia negar, não podia magoa-la, mas o que eu sinto pela Bella não mudou, eu ainda a amo! – Alvo falou desesperado, tentando se explicar de alguma maneira, falou com medo, tentou resolver um dos problemas mais simples que tinha e se meteu em um maior. – E agora?
Scorpius suspirou e se sentou em sua cama apoiando as mãos nas pernas e jogando o livro na cama – Você tem um grande problema, toda a escola já sabe, e Rose esta com um sorriso que vai de uma orelha a outra. – Scorpius disse com raiva. – Thomas estava com um bico, parece que aquele idiota também gosta dela, um grupo com alguns alunos de todas as casas estavam em volta da professora Olivia ouvindo uma aventura que ela teve, até que aquele narigudo chegou e uma garota chinesinha perguntou o que tinha acontecido, ele respondeu, Rose no começo negou, falou que era uma brincadeira de mau gosto de Thomas, mas duas meninas chegaram e disseram que tinham visto vocês se beijando entre as estantes da biblioteca, bem na hora que Isabella e a amiga dela estavam passando, depois disso o grupo se dissipou, acho que foram espalhar a noticia. – Scorpius terminou e olhou para Alvo com piedade. – O que você vai fazer? Vai assumir um compromisso com a Rose?
- Não, Scorp. Não tenho nem idade e nem interesse para isso, e tio Rony iria me matar, mas porque esta perguntando isso? – Alvo perguntou um pouco mais calmo depois de voltar a deitar-se na cama.
- Por nada, só queria saber. Que bom que não vai assumir nada com ela... Quer dizer, é errado estar com uma pessoa na mentira, o melhor a fazer é deixar a poeira abaixar. – Scorpius disse e olhou para o chão.
- E a Isabella? Eu ia me abrir com ela, Scorp, e agora ela não vai acreditar em uma palavra que eu disser. –Alvo disse colocando as mãos no rosto e abafando o som de sua voz.
- Agora não, mas depois que ninguém se lembrar disso e só parecer que foi um boato espalhado, ela vai te aceitar. – Scorpius disse olhando o amigo e sendo retribuído pelo olhar, Alvo sabia que o loiro só estava falando aquilo para que ele não ficasse mal, e que era pura mentira. – Eu tenho um plano!
-Qual?- Alvo perguntou com extrema curiosidade.
- Você vai saber, no tempo certo. Agora estou com muita coisa na cabeça para desenvolver isso, mais tarde eu chego a uma conclusão. – Scorpius disse e se levantou indo em direção à porta, dando um aceno de cabeça ao amigo antes de fecha-la e sumir pelas escadas, Alvo ficou ali, olhando para a porta enquanto não via nada, perdido em seus pensamentos e sem ninguém para compartilha-los, o dia tinha sido longo e a tarde não cairá, a noite estava longe de chegar e ainda era 21 de Novembro.
O salão estava cheio, as mesas ainda estavam impecáveis, consequência do banquete do dia anterior, a única diferença era que agora o salão estava muito mais barulhento do que antes, e que uma boa parte dos alunos cochichavam e olhavam para um moreno com o sobrenome Potter, Scorpius estava na mesa da Grifinória, conversando algo com Isabella, algo que Alvo estava com extrema curiosidade para descobrir, o loiro voltou correndo para a mesa da Sonserina e se sentou do lado do moreno, com a respiração descompensada e os cabelos bagunçados Scorpius falou:
- Ela e a Phoebe Morgan vão com a gente ao circo! – Ele disse rápido demais e com um sorriso bobo na cara.
- Ela quem? – Alvo perguntou não entendendo nada.
- Isabella, no dia puxe papo com ela, eu vou sair com a Phoebe e deixa-los sozinhos, assim vocês terão mais... Privacidade. – Ele disse e encerrou o assunto colocando uma coxa de frango na boca.
Depois de todos terem terminado o jantar eles subirão para os dormitórios, nas salas comunais de todas as casas estavam colados no mural a informação de que o primeiro jogo de Quadribol seria no sábado, no dia 25 de Novembro, Corvinal e Lufa-Lufa se enfrentariam para disputar a taça das casas, e o próximo jogo seria disputado pela Grifinória e Sonserina, no dia seguinte depois do almoço, Alvo e o time de quadribol enfrentaram um cansativo treino, Oscar dizia que eles precisavam ganhar deles a qualquer custo, e que seria uma vergonha perderem para a Grifinória, a casa dos fracos, Alvo não concordava com o ponto de vista de Oscar, pois nenhum dos alunos da Grifinória era fraco, mas ele entendeu que o capitão estava desesperado e com medo, por isso aqueles ataques a uma casa tão exemplar, e os dias se passaram assim, com aulas e treinos, até o dia do jogo da Corvinal e Lufa-Lufa, onde os representantes do time tiveram um dia de descanso, Alvo e Scorpius seguiam para as arquibancadas com vários alunos, apostando quem ganharia aquele jogo, a maioria apostou na Corvinal, mas Alvo apostou cem galeões na Lufa-Lufa, afinal ele convivera por anos com um dos maiores apanhadores de Hogwarts e com uma das melhores jogadoras de Quadribol de todos os tempos, fora treinado pela sua mãe, e seus tios o ensinaram todas as estratégias de jogo, ele sabia que naquele momento Lufa-Lufa era a mais preparada, vira o treino das duas casas, e sabia que a Corvinal não tinha jogadores tão bons assim, além de carregarem um peso em seus ombros e se sentirem pressionados, eles não teriam chance, seriam massacrados, o jogo seguiu sem grandes surpresas para Alvo, mas com grandes decepções para seus colegas, Lufa –Lufa estava com 170 pontos em apenas uma hora de jogo, e Corvinal com apenas 30 pontos, a única esperança para a Corvinal era que o apanhador pegasse o pomo de ouro, e ele era extremamente bom, tinha os reflexos rápidos e sua vassoura era uma Firebolt 2016 a ultima edição de todas as Vassouras da famosa marca, e a única esperança parecia ser aquele que iria salvar o time da derrota vergonhosa, já que ele estava a poucos centímetros do pomo, a torcida da Corvinal já começava a comemorar antes mesmo do garoto estar com o pomo na mão, e os colegas de Alvo já o olhavam querendo o esperado dinheiro, mas algo inesperado aconteceu, o apanhador perdeu o pomo de vista e parou bruscamente para procura-lo, estava tão imerso na caçada que nem percebeu que um balaço se aproximava de sua cabeça, o acertando em cheio, ele caiu da vassoura e bateu com um baque no chão, a distração fez com que os artilheiros da Lufa-Lufa fizessem mais 20 pontos e que o apanhador da mesma casa conseguisse pegar o espertinho pomo, e assim Lufa-Lufa ganhou com 340 pontos, e Alvo tinha sido o ganhador da maior quantia de dinheiro das apostas daquele jogo, onde ele resolvera guardar todos aqueles galeões.
Assim que o jogo acabou a escola voltou com a sua monótona rotina, se passaram outras cansativas semanas até a entrada de dezembro, onde na terceira semana do mês os alunos estavam se preparando para irem embora, o natal tinha chegado, a grande maioria da escola iria passar o feriado em casa, Alvo e Scorpius estavam incluídos nessa grande maioria, seus malões já estavam prontos e lacrados, e os dois desciam as escadas de mármore se despedindo um do outro silenciosamente, mesmo Alvo sabendo que iria manter contato com Scorpius durante as férias ele sentia que não iria aguentar ficar longe do amigo por muito tempo, mesmo que fosse só por um dia, eles sentiriam a falta um do outro, já que não podiam mais contar com ninguém, os campos de Hogwarts pareciam tristes enquanto viam os alunos partindo e o gramado parecia estar sem vida enquanto observavam a alegria dos alunos irem embora para longe junto com eles, a viagem no expresso foi divertida, e os garotos soltaram altas risadas e comeram varias guloseimas, dessa vez Rose não estava com o moreno, mas o loiro e alguns outros meninos faziam companhia a ele, quando chegaram a estação, o pai de Scorpius fora o buscar e os dois amigos fingiram ser inimigos mortais como já havia sido combinado antes, a mãe de Alvo, a Sra. Gina Potter, também fora o buscar junto com seu irmão, James não abrira a boca durante a viajem que se seguiu em silencio, e Alvo nem na cara de seu irmão olhou, preferiu ouvir pelo canal da radio bruxa uma banda muito conhecida pelo mundo da feitiçaria, os'One Spell' que faziam sucesso principalmente com as meninas bruxas, mas que ele não suportava, quando chegara em casa seu pai não estava e Lily quase não falara com ele, e foi ali que Alvo viu que seria um longo Natal.
N.A.: Espero que tenham gostado do capitulo, no próximo vai ter drama de família envolvida, comentem por favor.
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