Detenção Perigosa (Parte 2)
Capítulo Seis
Detenção Perigosa (Parte Dois)
-Tome um pouco de suco e umas tortinhas, Al. – Scorpius ofereceu retirando uma garrafa e tortinhas de caramelo amassadas do bolso da capa, estendendo tudo em sua pequena mão. – Vai se sentir melhor.
Alvo se sentou lentamente apoiando os cotovelos no chão, pegou a garrafa e bebeu um pouco do suco, de imediato sua tontura melhorou, ele comeu algumas tortinhas e sentiu como se elas estivessem caindo em um estomago vazio e fazendo um eco por dentro do seu corpo, sua situação melhorou na hora, sua boca já não estava mais seca, o açúcar do alimento tinha renovado suas energias, o casaco de Hagrid tinha feito o frio passar, e ficar deitado um pouco no colo dele fez com que Alvo descansasse e firmasse suas pernas, que a tempos estavam tremendo, daquela clareira se podia ver claramente as janelas iluminadas de Hogwarts, um lugar quente e seguro, que não deixaria um dragão aterrorizar os alunos, e na pressa de chegar lá e ficar a salvo, Alvo se levantou rápido demais, fazendo sua tontura voltar e o obrigando a apoiar seu corpo na pedra, que estava atrás de si, para novamente a tontura passar, quando ele já estava vendo tudo em seu devido lugar e não mais girando, levantou a cabeça e pode ver melhor onde estava, a clareira era ampla, a pedra as suas costas era tão grande que esconderia um gigante agachado, mesmo com tudo escuro, Alvo pode ver os lindos cascalhos que estavam em volta daquele lugar e que escondiam o brilho do luar, Alvo percebeu que a chuva já não o castigava mais, e lembrou que ela tinha passado quando estavam voltando, antes da cena ridícula que Scorpius fez, ele também percebeu que bem longe, dentro da floresta, na direção oposta a Hogwarts, uma luz alaranjada começava a surgir
e pensou que ali poderia estar a salvação de todos, ele começou a andar em direção a luz quando já estava recuperado, e Hagrid o segurou pelo braço.
- Temos que correr e pedir ajuda. - Ele disse desesperado, olhando para a luz enquanto andava de costas para a direção do castelo.
-Não me diga Hagrid, serio? Não era o que a gente estava fazendo antes de você parar aqui?- Scorpius disse irônico, acariciando a cabeça de Canino que se encontrava em seu colo, a cena lembrou um filme trouxa que Alvo assistiu com sua prima antes de entrar em Hogwarts, mas a situação era tão seria que ele nem se atreveu a rir.
-Porque, Hagrid? Já estão vindo nos buscar, olhe, luzes de lampiões!- Alvo disse apontando para a luz que vinha da Floresta.
- Aquilo não são lampiões Alvo, aquilo é fogo. – Disse Hagrid começando a correr em direção a Hogwarts novamente e quando Alvo entendeu o que aquilo significava ele o seguindo.
-Ai que ótimo, sessão ginastica de novo. – Scorpius pegou Canino no colo e começou a correr desesperadamente atrás dos dois, depois de sair da clareira, Scorpius acabou tropeçando em sua capa e caindo no chão, Canino latiu e com isso Alvo foi ajuda-lo a se levantar, o pegando pelo braço, e Hagrid ficou os esperando.
- Ah não!- Scorpius falou se apoiando no ombro de Alvo para se levantar e olhando assustado para um ponto atrás das costas dele, através das arvores em direção ao céu, Alvo olhou para o mesmo lugar, e avistou o que assustou Scorpius, ele pensou que poderia morrer ali, naquele lugar, da forma mais horrível que ele poderia imaginar.
O grande dragão se encontrava na altura das nuvens, voando com suas asas de morcego, elas eram muito maiores do que parecia, seu longo rabo balançava como um chicote, um chicote que ele iria usar a qualquer momento, labaredas de chamas saiam de sua boca e alcançavam de 15 a 20 metros, iluminando as nuvens cinzentas com um vermelho-vivo ou, quando as labaredas saiam de suas narinas, azul-brilhante, ele mergulhou em direção à clareira com uma velocidade impressionante para o seu peso, pousou e fungou, tentando farejar o cheiro dos bruxos, e quando encontrou começou a caminhar em direção a eles, destruindo tudo que tinha a sua frente apenas com algumas pisadas, dando um rugido alto e amedrontador, Hagrid tirou seu guarda-chuva de dentro da capa e o apontou para cima, e instantaneamente uma rajada de faíscas vermelhas brilhantes saiu dele, indo em direção ao céu, como se fosse um sinalizador, e todos começaram a fugir do grande dragão que se aproximava rapidamente, com seus dentes longos e afiados arreganhados, prontos para devorar alguém a qualquer minuto, mas correr dele era em vão e todos sabiam, ele era bem mais rápido do que os bruxos e os alcançou com extrema facilidade, sua pata derrubou uma árvore que caiu em direção a Alvo, ele tentou se esquivar e pulou para o lado para não ser atingido, mas um galho enorme e pesado da árvore derrubada prendeu a perna dele, o impossibilitando de sair dali, o dragão foi em sua direção, fungando para sentir seu cheiro, aproximou sua cabeça da do garoto e ficou a 30 centímetros de distância, Alvo viu aqueles olhos profundos do dragão e sentiu algo estranho, algo que ele não conseguia compreender, algo que saia de um para o outro, e naquela hora, com a criatura tão perto de si, Alvo sentiu medo, medo de não poder ver mais quem ele amava, medo de não sair dali vivo, medo de perder tudo que ele tinha tão cedo e de não ter a oportunidade de conquistar mais, todos os momentos felizes de sua vida passaram como um flash por sua cabeça, e os momentos tristes também, mas os piores tinham acontecido a pouco tempo, quando ele foi selecionado para a casa na qual ele não queria entrar, quando seu irmão virou as costas para ele, quando ele brigou com sua prima e quando não recebeu nenhuma carta de seu pai, todos os sentimentos afloraram em seu coração, a raiva, a angustia, a ansiedade, a duvida, a saudade e o amor, o amor inabalável que ele sentia por sua família, que nem os momentos tristes e as dificuldades apagavam, só faziam ficar mais forte, o amor repentino e inesperado que sentia por uma bela loirinha de Hogwarts, que ele tinha certeza que era recíproco, e o amor de amigo que encontrou em um esfomeado com cabelo amarelo, que era de uma família que tinha uma rixa extremamente antiga com a sua, e que, mesmo assim, isso não mudava nada, todos aqueles sentimentos afloraram de repente em Alvo, o fazendo repensar se ele tinha vivido tudo com a intensidade que tinha que viver, e ele chegou em uma resposta rapidamente, se ele tivesse uma chance de voltar no tempo, não mudaria nada.
Hagrid apontou o guarda-chuva para o dragão e gritou um estupefaça, o dragão virou o rosto para ele e o olhou com ódio, rugiu alto demais e foi em sua direção, Hagrid correu enquanto jogava inúmeros feitiços na criatura enorme que ia a seu encalço, e Canino latia desesperado seguindo os dois, Alvo aproveitou essa distração para tentar empurrar o galho e Scorpius, que até então estava escondido, foi ajuda-lo, vendo que o galho não se movia, Alvo retirou sua varinha da capa e apontou para a base do galho.
- Diffindo!- Alvo pronunciou e logo em seguida o local onde a varinha apontava se partiu e Scorpius empurrou o galho com extrema dificuldade para longe do amigo. - Ele esta vindo atrás de mim Scorpius, eu senti. - Disse Alvo se lembrando da horrível cara do dragão, e do olhar inexplicável que ele tinha lançado ao menino, parecia que ele estava querendo dizer algo, parecia que estava com saudades, mesmo que aquilo fosse impossível.
-Sentiu como?- Perguntou Scorpius confuso.
-Ele me fez sentir, quando eu o olhei em seus olhos. - Alvo falou com toda segurança do mundo e nessa hora o dragão rugiu e usou seu rabo como um chicote numa velocidade incrível acertando Hagrid, que caiu imediatamente de bruços e soltou seu guarda-chuva que foi parar a 3 metros de distância, Canino por amor, atacou o dragão e mordeu o rabo da criatura, que o balançou apenas uma vez e o jogou longe, o cachorro bateu em uma árvore, que ainda estava de pé, e escorregou até o chão, Alvo viu toda a cena e uma raiva invadiu seu ser, ele pegou uma pedra e tacou na criatura horripilante a sua frente, o dragão virou a cabeça rapidamente para ele, abriu a boca e soltou uma lavareda que tomou todo o lugar com um calor extremo, às chamas se aproximavam de Alvo e ele não sabia o que fazer, ficou parado vendo a cor vermelho-vivo tomar sua visão, e aceitando o seu fim trágico, que começou com uma simples confusão no corredor, ele fechou os olhos, e depois de um segundo ouviu em alto e bom som um "Protego!" ser gritado, e não sentiu o fogo queimando sua pele, então ele abriu os olhos imediatamente, vendo um Scorpius na sua frente com a varinha em punho em um braço estendido, um escudo tinha se formado na frente dos dois garotos os protegendo e as chamas passaram circulando por eles e queimando árvores as suas costas , quando o fogo abaixou, deixando pequenos focos de incêndio na relva, Scorpius e Alvo puderam ver a face de ódio do dragão que estava à frente deles, ele os olhava intrigado, mesmo não tendo pupila, os olhos passavam emoção, um sentimento inexplicável, como se estivessem tristes, sua respiração estava descompensada, e seu tórax subia e descia freneticamente, ele estava cansado e aquilo era seu ponto fraco, os dois garotos correram e ficaram escondidos atrás de uma árvore que não estava sendo queimada, dali Alvo pode ver que Hagrid estava se levantando lentamente, e que Canino, no máximo, tinha fraturado algum osso da perna somente, os dois estavam bem, tirando alguns arranhões e hematomas, mas pelo menos estavam vivos, Alvo olhou em volta, procurando algo em que todos poderiam se salvar, até que seu olhar parou em uma coisa que a poucos segundos atrás quase tinha tirado sua vida.
-Eu tenho um plano, Scorp. - Alvo sussurrou com um sorriso no rosto, aquele era um sorriso de esperança, e Scorpius depois de ouvir atentamente o que o amigo dizia, entendeu que mais uma vez aquele que estava do seu lado salvaria a vida de alguém, Alvo olhou para Hagrid, que estava se arrastando para perto de Canino quando o olhou, Alvo fez um sinal com a mão e Hagrid entendeu que era para se proteger, o dragão já impaciente de olhar para a árvore onde os dois garotos estavam, sem ver absolutamente nada que o interessasse, soltou labaredas de suas narinas e dessa vez uma cor azul-brilhante invadiu toda a área de 5 metros de distancia do dragão queimando toda a grama do chão e ao chegar perto da árvore onde Scorpius e Alvo se escondiam ela se tornou cinzas em questão de segundos, mas antes que isso pudesse acontecer Scorpius puxou Alvo pelo braço e o levou para mais longe, sem que o dragão percebesse, já que sua visão estava tomada pelo fogo azulado que o próprio fez, depois de se esconderem em outra árvore Alvo esperou que o meio gigante terminasse de se esconder com o cachorro e deu um grito agudo, de entrar profundamente no ouvido de alguém, um grito de terror de arrepiar todos os pelos da nuca, que assustou até mesmo Scorpius, que estava preparado para recebe-lo, em resposta o dragão abriu a boca e rugiu mais alto ainda, esse era o sinal que Scorpius esperava.
- Wingardium Leviosa!- Scorpius exclamou apontando sua varinha para o galho enorme que tinha tirado da perna de Alvo momentos antes e o lançou para a boca aberta do dragão na posição vertical, o que fez com que a criatura não conseguisse fecha-la, ele colocou uma força enorme para tentar quebrar o galho com os dentes afiados, mas não conseguiu, ele preparou seus pulmões para soltar as chamas e queimar o galho, mas aquilo foi o seu pior erro, assim que estava pronto para soltar as labaredas pela boca, Alvo, que não via nada, mas escutava atentamente para saber a hora de agir, em uma fração de segundos saiu de trás da árvore, apontou a varinha em direção à boca do dragão e exclamou um "Aquamenti", de sua varinha um jato de água no formato de um imponente e grandioso leão saiu em direção ao dragão e entrou em sua boca passando entre o galho sem ao menos movê-lo e apagando as chamas que se formavam dentro da grande criatura que os atacava, o dragão pego de surpresa, se engasgou com a água e não conseguia retira-la de seu pulmão por conta do galho, Alvo sentindo uma dó amarga e apontou sua varinha novamente para a boca do dragão, agora mirando para o galho, dizendo "Deprimo", o feitiço criou uma pressão enorme no galho e causou uma violenta ruptura, desaparecendo no ar, o dragão fechou a boca e tentou jogar a água para fora de seu corpo e quando conseguiu olhou para Alvo com gratidão, os dois manteriam esse olhar se não fossem as vozes que foram ouvidas ao longe que assustaram a criatura, o dragão abriu suas asas de morcego, as bateu e alçou voo, desaparecendo rapidamente atrás das nuvens.
-O que aconteceu, aqui?- O professor Neville perguntou assim que chegara ao local, todos os professores vinham atrás dele, e um Cooper pálido guiava a todos, eles estavam com a respiração descompensada depois de correrem por quilômetros em pouco tempo, Hagrid conseguiu se levantar e olhava, por de trás daqueles cabelos, para Alvo com orgulho, e Scorpius estava do lado do amigo o olhando surpreso.
-Alvo nos salvou. – Scorpius disse simplesmente, com um sorriso largo no rosto, um sorriso de alegria.
N.A.:
Espero que tenham gostado do capítulo, comentem, please! E o proximo tera um pouquinho de Quadribol, bjs.
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