A Toca



Capítulo 3


A Toca


— Rony! — murmurou Harry, deslizando furtivamente até a janela e abrindo-a de modo que pudessem conversar através das grades. — Rony, como foi que você... Que é...?


O queixo de Harry caiu quando o impacto do que via o atingiu por inteiro. Rony estava debruçado na janela traseira de um velho carro turquesa, estacionado no ar. Do banco dianteiro sorriam, para Harry e Lilian, Fred e Jorge, os irmãos gêmeos de Rony, mais velhos que ele.


— Você teve uma reação melhor do que esperava. —disse Lilian rindo da cara do irmão.


— Tudo bem, Harry, Lily? — perguntou Jorge.


— Que é que está acontecendo? — perguntou Rony. — Por que é que vocês não têm respondido às minhas cartas? Convidei-os a nos visitar umas doze vezes e então papai chegou em casa e disse que vocês tinham recebido uma advertência oficial por usar mágica na frente de trouxas...


— Não foi nossa culpa... E como é que ele soube? — perguntou Harry.


— Ele trabalha no Ministério. Você sabe que não temos permissão para usar mágica fora da escola...


— Rony não foi agente mais depois explicamos. — disse Lilian.


— E olha quem fala — respondeu Harry olhando para o carro que flutuava.


— Ah, isto não conta — respondeu Rony. — É só emprestado. É do papai, não fomos nós que o enfeitiçamos. Mas fazer mágica na frente desses trouxas com quem você mora...


— Rony quantas vezes vou ter que dizer que não foi agente foi um elfo doméstico mais explicamos depois. — disse Lilian para encerrar o assunto.


— Olha, será que você pode avisar em Hogwarts? Os Dursley nos trancaram e não vão nos deixar voltar e, é claro, não podemos sair usando mágica, porque o Ministério vai achar que é a segunda mágica que fazemos em três dias, e aí...


— Harry você acha mesmo que o Rony veio com um carro voador só para conversarmos?


— É Harry pare de falar coisas sem sentido, Lily esta certa— disse Rony. — Viemos levá-los para casa conosco.


— Mas vocês também não podem nos tirar usando mágica...


— Não precisamos — disse Rony, indicando com a cabeça o banco dianteiro do carro e sorrindo. — Você esqueceu quem foi que eu trouxe comigo.


— Amarre isso nas grades — mandou Fred, atirando a ponta de uma corda para Harry e Lilian.


— Se os Dursley acordarem, estamos mortos — comentou Lilian enquanto amarrava a corda bem firme em volta da grade e Fred acelerava o carro.


— Não se preocupem — falou Fred —, e dêem distância.


Harry e Lilian recuaram para as sombras próximas, a Edwiges e Hondin, que pareciam ter percebido como aquilo era importante e ficaram parados e silenciosos. O carro roncou cada vez mais alto e, de repente, com um ruído de trituração, as grades foram totalmente arrancadas da janela, enquanto Fred continuava a subir no ar Harry e Lilian correram à janela e viram as grades balançando a pouco mais de um metro do chão. Rony, ofegante, puxou-as para dentro do carro. Harry escutava ansioso, mas não vinha o menor ruído do quarto dos Dursley.


Depois que as grades foram guardadas no banco traseiro do carro, ao lado de Rony, Fred deu marcha a ré até chegar o mais próximo possível da janela de Harry.


— Incrível! — disse Lilian sorrindo.


— Entrem — convidou Rony.


— Mas todo o nosso material de Hogwarts... nossas varinhas... nossas vassouras... — lembrou Harry.


— Isso mesmo Tio Valter trancou tudo.


— Onde estão?


— Trancado no armário embaixo da escada, e não podemos sair deste quarto...


— Não tem problema — disse Jorge do banco dianteiro do carro. — Saiam da frente, Harry, Lily.


Fred e Jorge entraram no quarto pela janela, feito gatos. A pessoa tinha que tirar o chapéu para eles, pensava Harry, quando Jorge puxou um grampo do bolso e começou a arrombar a fechadura.


— Tem muito bruxo que acha que é uma perda de tempo conhecer macetes de trouxas como esse — disse Fred —, mas nós achamos que vale a pena aprender essas habilidades, mesmo que sejam um pouco demoradas.


— Vocês tem que me ensinar isso, estou tentando desde o início das férias mas não consigo.


— Nós ensinamos, não é Jorge?


— Claro, como quiser mileide.


A porta fez um dique e se abriu.


— Então, vamos apanhar os malões, e vocês pegam o que precisar do quarto e passa para o Rony – murmurou Jorge.


— Cuidado com o último degrau, ele range — murmurou Harry para os gêmeos que desapareceram no corredor escuro.


Harry e Lilian correram pelo quarto reunindo seus pertences e passando-os a Rony pela janela. Então Harry, foi ajudar Fred e Jorge a carregar os malões para cima, enquanto Lilian pegava as corujas. Harry ouviu o tio Válter tossir.


Finalmente, ofegantes, eles chegaram ao alto da escada e carregaram o malão pelo quarto dos gêmeos até a janela aberta.


Fred pulou a janela de volta ao carro para puxar o malão com Rony, enquanto Harry, Lilian e Jorge o empurravam pelo lado de dentro.


Pouco a pouco, o malão deslizou pela janela. Tio Válter tossiu outra vez.


— Mais um pouquinho — arfou Fred, que estava puxando o malão para dentro do carro. — Mais um bom empurrão...


Harry, Lilian e Jorge jogaram os ombros contra o malão e ele deslizou da janela para o assento traseiro do carro. O mesmo jesto foi repetido para o segundo malão.


— Muito bem, vamos — cochichou Jorge.


Mas quando Lilian subia no parapeito da janela ouviu um guincho alto atrás dele, seguido imediatamente pela voz trovejante do tio Válter.


— ESSAS CORUJAS DESGRAÇADAS!


— Lily as corujas! — Harry precipitou-se de volta ao quarto na hora em que a luz do corredor se acendeu.


— Já estão com o Rony, Harry, vamos. — disse Lilian entando no carro.


Harry estava subindo de volta na cômoda quando o tio Válter socou a porta destrancada e ela se escancarou.


Por uma fração de segundo, o tio Válter parou emoldurado pelo portal, em seguida deixou escapar um urro como o de um touro enfurecido e atirou-se contra Harry prendendo-o pelo tornozelo.


Rony, Lilian, Fred e Jorge agarraram os braços de Harry e o puxaram com toda a força que tinham.


— Petúnia! — berrou tio Válter. — Eles estão fugindo! ELES ESTÃO FUGINDO!


Mas os Weasley e Lilian deram um puxão gigantesco e a perna de Harry se soltou da garra do tio Válter — e Harry já estava no carro e batia a porta.


— Pé na tábua, Fred! — gritou Rony, e o carro disparou de repente em direção à lua.


Os gêmeos Potter não conseguiam acreditar — estavam livres. Os gêmeos Potter se encararam e Lilian abaixou a janela, o ar da noite chicoteou seus cabelos, e eles viraram a cabeça para contemplar os telhados da Rua dos Alfeneiros que desapareciam ao longe. Tio Válter, tia Petúnia e Duda estavam todos debruçados, estupefatos, na janela dele.


— Vejo vocês no próximo verão! — gritaram Harry e Lilian juntos.


Os Weasley soltaram gargalhadas e Harry e Lilian se acomodaram no banco, sorrindo de orelha a orelha.


— Soltem a Edwiges e o Houdin — pediu ele a Rony. — Eles podem voar atrás do carro. Há séculos que não têm uma chance de esticar as asas.


Jorge passou o grampo a Rony e, um momento depois, Edwiges e Houdin voaram felizes pela janela e ficaram deslizando ao lado do carro como um fantasma e sua sombra.


— Então, qual é a história, Harry, Lily? Lily, você falou sobre um elfo doméstico? — perguntou Rony impaciente. — Que aconteceu?


Harry e Lilian contaram tudo sobre Dobby, o aviso que dera aos dois, o desastre que quase ocorreu com o pudim de violetas e como a carta do ministério parou magicamente nas mãos do Tio Válter. Fez-se um silêncio longo e assombroso quando eles terminaram.


— Muito esquisito — disse Fred finalmente.


— Decididamente suspeito – concordou Jorge. — E ele nem quis lhe dizer quem estaria tramando tudo isso?


— Acho que ele não podia — respondeu Harry. — Eu lhe contei, todas as vezes que ele estava quase deixando escapar alguma coisa, começava a bater a cabeça na parede e a Lily o impedia.


— Claro que impedi, é uma tortura ver elfos se machucando como punição. Só porque foi proibido de contar.


Harry viu Fred e Jorge se entreolharem.


— O quê, vocês acham que ele estava mentindo para nós? — perguntou Harry.


— Bom — respondeu Fred —, vamos colocar a coisa assim...


— Elfos domésticos têm poderes mágicos próprios, mas em geral não podem usá-los sem a permissão dos donos. Calculo que o velho Dobby foi mandado para impedir que vocês voltassem a Hogwarts. Deve ser a ideia que alguém faz de uma brincadeira. Vocês podem imaginar alguém na escola que tenha raiva de vocês?


— Claro — disseram Harry, Lilian e Rony, juntos, na mesma hora.


— Draco Malfoy — explicou Harry. — Ele me odeia.


— Claro os Malfoy tem dinheiro suficiente para ter cinco elfos domésticos, como não pensei nisso antes. — disse Lilian.


— Draco Malfoy? — perguntou Jorge, virando-se. — O filho de Lúcio Malfoy?


— Deve ser, não é um nome muito comum, é? — disse Harry.


— Por quê?


— Já ouvi papai falar nele. Era um grande seguidor de Você-Sabe-Quem.


— E quando Você-Sabe-Quem desapareceu — acrescentou Fred, esticando-se para olhar para Harry —, Lúcio Malfoy voltou dizendo que nunca tivera intenção de fazer nada. Um monte de bosta... Papai acha que ele fazia parte do círculo intimo de Você-Sabe-Quem.


— Deve fazer, não duvido nada. — disse Lilian nem um pouco surpresa.


Harry e Lilian já ouviram esses comentários sobre a família Malfoy antes e não se surpreendeu nem um pouco. Draco Malfoy fazia Duda Dursley parecer um menino bom, atencioso e sensível.


— Não sei se os Malfoy têm elfos domésticos, você tem certeza Lily? — disse Harry.


- Certeza não mas eles estão no livro de famílias mais antigas e ricas da Grã Bretanha.


— Bom, seja quem for, os donos dele devem ter uma família de bruxos antiga e rica — disse Fred.


— É, mamãe sempre desejou que a gente tivesse um elfo doméstico para passar a roupa — comentou Jorge. — Mas só o que temos é um vampiro velho e incompetente no sótão e gnomos por todo o jardim. Elfos domésticos combinam com grandes casas senhoriais, castelos e lugares do gênero; você não toparia com um na nossa casa...


Harry e Lilian estavam calados. A julgar pelo fato de que Draco Malfoy em geral tinha do bom e do melhor, a família devia rolar em dinheiro de bruxo; eles podiam até imaginar Malfoy se pavoneando por uma grande casa senhorial. Mandar o criado da família impedir os gêmeos Potter de voltar a Hogwarts também parecia bem o tipo de coisa que Malfoy faria.


— Harry, fomos tão burro a ponto de levar Dobby a sério? — perguntou Lilian.


— Não sei Lily.


— Em todo o caso, fico contente que a gente tenha vindo buscá-los. Eu estava ficando realmente preocupado quando vocês, não responderam minhas cartas. Primeiro pensei que tinha sido culpa de Errol...


— Quem é Errol? — perguntou Harry


— Nossa coruja. Ele é velhíssimo. Não seria a primeira vez que desmaia ao fazer uma entrega.


— Mandar uma coruja tão velha para entregas coitada. — disse Lilian


— Então tentei pedir o Hermes emprestado...


— Quem?


— A coruja que mamãe e papai compraram para Percy quando ele foi nomeado monitor — explicou Fred do banco da frente.


— Mas Percy não quis me emprestar. Disse que precisava dele.


— Percy anda se comportando de forma muito estranha este verão — disse Jorge franzindo a testa. — E tem despachado um bocado de cartas e passado um tempão trancado no quarto... Quero dizer, tem limite o número de vezes que a pessoa pode querer dar brilho num distintivo de monitor... Você está se afastando demais para oeste, Fred — acrescentou, apontando a bússola no painel do carro. Fred corrigiu o rumo girando o volante.


— E seu pai sabe que você está dirigindo o carro? — perguntou Harry, já adivinhando a resposta.


— Que pergunta mais idiota, duvido muito que tenham perguntado. — disse Lilian


— Ah, não — disse Rony —, ele teve que trabalhar hoje à noite. Com sorte conseguiremos guardar o carro de volta na garagem antes que mamãe note que saímos com ele.


— Aposto que sua mãe sabe, ela não é um tipo de pessoa que deixa passar algo.


— Vira essa boca para lá, Lily, espero que você esteja errada. — disse Fred.


— Afinal, que é que seu pai faz no Ministério da Magia? — perguntou Harry curioso.


— Ele trabalha no departamento mais monótono de todos — disse Rony. — O do Controle do Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas.


— O quê? — perguntaram os gêmeos Potter


— Tratam do feitiço lançado em objetos feitos pelos trouxas, sabe, no caso de acabarem indo parar numa loja ou numa casa de trouxas. Como no ano passado, uma velha bruxa morreu e o seu serviço de chá foi vendido a uma loja de antiguidades.


— Uma mulher trouxa comprou o serviço, levou para casa e tentou servir chá aos amigos. Foi um pesadelo, papai ficou trabalhando depois do expediente durante semanas.


— Que aconteceu?


— O bule de chá endoidou e espirrou chá fervendo para todo lado, e um homem foi parar no hospital com as pinças de açúcar presas no nariz. Papai quase ficou louco, só existe ele e um velho bruxo chamado Perkins no escritório, e os dois tiveram que usar feitiços para apagar lembranças e outros tipos de recursos para abafar o caso...


— Deve ser bem cansativo depois de um tempo. — disse Harry.


— Ele deve gostar muito de objetos trouxas para trabalhar em um lugar como esse. — disse Lilian


— É, papai é doido por tudo que os trouxas produzem; nosso barraco de ferramentas é cheio de coisas de trouxas. Ele desmonta um objeto, enfeitiça e torna a montá-lo. Se ele revistasse a nossa casa teria que se dar ordem de prisão. Mamãe fica danada.


— Aquela é a estrada principal — disse Jorge, espiando para baixo pelo para-brisa. — Estaremos lá em dez minutos... Antes assim, já está clareando...


Uma ligeira claridade rosada tornava-se visível na linha do horizonte a leste.


Fred fez o carro baixar um pouco, e Harry viu uma colcha de retalhos feita de campos e arvoredos.


— Moramos um pouquinho fora da cidade — disse Jorge. — Ottery St. Catchpole...


O carro voador continuava a descer. A auréola escarlate do sol agora brilhava por entre as árvores.


— Pousamos! — exclamou Fred quando, com um ligeiro solavanco, eles tocaram o chão.


Tinham pousado ao lado de garagem desmantelada num pequeno quintal, e Harry e Lilian olharam pela primeira vez para a casa de Rony. Parecia ter sido no passado um grande chiqueiro de pedra, que foram acrescentando cômodos aqui e ali até ela atingir os andares e era tão torta que parecia ser sustentada por mágica (o que, Harry E Lilian lembraram a si mesmos, era provável).


Quatro ou cinco chaminés estavam encarrapitadas no alto do teto vermelho. Em um letreiro torto enfiado no chão, próximo à entrada, lia-se A TOCA. Em volta da porta de entrada encontrava-se uma variedade de botas de borracha e um caldeirão muito enferrujado.


Várias galinhas castanhas e gordas ciscavam pelo quintal.


— Não é muita coisa — disse Rony.


— Não é muita coisa? — disse Lilian admirada.


— É maravilhosa — comentou Harry feliz, pensando na Rua dos Alfeneiros.


Eles desembarcaram do carro.


— Agora vamos subir muito quietinhos — recomendou Fred e esperar mamãe nos chamar para tomar o café da manhã.


Eles desembarcaram do carro.


— Então Rony, você desce correndo e diz: "Mamãe, olhe só quem apareceu durante a noite!" e ela vai ficar contente de ver o Harry e a Lily e ninguém vai precisar saber que saímos voando no carro.


— Certo — concordou Rony. — Vamos Harry, Lily quando a Gina acordar você dorme no quarto dela, eu durmo no... No alto... Tiago esta lá...


O rosto de Rony ganhou um tom verde esquisito, seus olhos se fixaram na casa. Os outros quatro se viraram.


A Sra. Weasley vinha atravessando o quintal, espantando galinhas, e para uma senhora baixa, gorducha, de rosto bondoso, era incrível como estava parecendo um tigre de dentes de sabre.


— Ah!— exclamou Fred.


— Essa não! — exclamou Jorge.


— Boa sorte! — disse Lilian.


A Sra. Weasley parou diante deles, as mãos nos quadris, olhando de uma cara culpada para a outra. Vestia um avental florido com uma varinha saindo pela borda do bolso.


— Muito bem — disse ela.


— Bom-dia, mamãe — disse Jorge, no que ele audivelmente pensou que era uma voz lampeira e cativante.


— Vocês fazem ideia da preocupação que tive? — perguntou a Sra. Weasley num sussurro letal.


— Desculpe, mamãe, mas sabe, tínhamos que...


Os três filhos da Sra. Weasley eram mais altos do que ela, mas encolheram à medida que a raiva da mãe ia desabando sobre eles.


— As camas vazias! Nenhum bilhete! O carro desaparecido... Podia ter batido... Louca de preocupação... Vocês se importaram?... Nunca em minha vida... Esperem até seu pai voltar, nunca tivemos problemas assim com o Gui nem com o Carlinhos nem com o Percy...


— O Percy perfeito — resmungou Fred.


— VOCÊS PODIAM SE MIRAR NO EXEMPLO DO PERCY! — berrou a Sra. Weasley, metendo o dedo no peito de Fred.


— Vocês podiam ter morrido, podiam ter sido vistos, podiam ter feito seu pai perder o emprego...


Parecia que o sermão estava durando horas. A Sra. Weasley ficou rouca de tanto gritar até se virar para Harry e Lilian, que recuaram.


— Estou muito contente em vê-los, Harry, Lilian, queridos — disse ela. — Entrem, venham tomar café.


Deu meia-volta e entrou em casa, Harry e Lilian, depois de lançarem olhares nervosos a Rony, que acenou com a cabeça animando-os, acompanharam-a.


A cozinha era pequena e um tanto apertada. Havia ao centro uma mesa de madeira muito escovada e cadeiras, Lilian e Harry se sentaram na beirada de uma, espiando à sua volta. Nunca estiveram numa casa de bruxos antes.


O relógio na parede em frente só tinha um ponteiro e nenhum número. Havia escritas em torno do mostrador coisas assim, Hora de fazer chá, Hora de dar comida às galinhas e Você está atrasado. Havia livros arrumados em fileiras triplas sobre o console da lareira, livros com títulos do gênero Enfeitice o seu próprio queijo, O Feitiço no forno e Festas de um minuto — um Encantamento! E, a não ser que os ouvidos dos Potter o enganassem, o velho rádio ao lado da pia acabara de anunciar que o próximo programa era "Hora de Encantos, com a popular cantora bruxa, Celestina Warbeck".


A Sra. Weasley batia pratos e panelas, preparando o café da manhã um pouco a esmo, lançando olhares feios aos filhos, enquanto atirava salsichas na frigideira. De vez em quando resmungava coisas como "não sei o que estavam pensando" e "eu nunca teria acreditado".


— Não estou culpando vocês; queridos — ela tranquilizou Harry e Lilian, servindo oito ou nove salsichas no prato de cada um. — Arthur e eu estivemos preocupados com vocês, também. Ainda na outra noite estávamos falando que iríamos buscá-los pessoalmente se vocês não escrevessem a Rony até sexta-feira. Mas francamente — (ela agora acrescentava três ovos fritos às salsichas em cada prato) — atravessar metade do país em um carro ilegal, vocês podiam ter sido vistos...


Ela acenou a varinha displicentemente em direção dos pratos na pia, que começaram a se lavar, entrechocando-se de leve ao fundo.


— Estava nublado, mamãe! — exclamou Fred.


— Você fique de boca fechada enquanto come! — ralhou a Sra. Weasley.


— Estavam matando eles de fome, mamãe! – disse Jorge.


— E você! — disse a Sra. Weasley, mas foi com uma expressão ligeiramente mais branda que ela começou a cortar e passar manteiga no pão para Harry e para Lilian.


Naquele momento surgiu uma distração sob a forma de uma figura pequena, de cabelos vermelhos, que vestia uma longa camisola, e apareceu na cozinha, deu um gritinho e saiu correndo outra vez.


— Gina — disse Rony baixinho para Harry. — Minha irmã. Andou falando em você o verão inteiro.


— É, ela vai querer o seu autógrafo, Harry, seu também Lily. — disse Fred com um sorriso, mas viu que a mãe o olhava e baixou o rosto para o prato, calando-se. Nada mais foi dito até os quatro pratos ficarem limpos, o que levou um tempo surpreendentemente breve.


— Putz, estou cansado — bocejou Fred, pousando finalmente a faca e o garfo. — Acho que vou me deitar e...


— Não vai, não — retrucou a Sra. Weasley. — A culpa foi sua se ficou a noite toda acordado. Você vai desgnomizar o jardim para mim; eles estão ficando completamente rebeldes outra vez.


— Ah, mamãe...


Nesse instante ouve uma voz descendo.


— Que gritaria é essa ai em baixo? Não se pode dormir nessa casa?


Era Tiago o garroto mais moço dos Weasley possuía cabelos ruivos como todos, mas com algumas mechas pretas que se destacavam em seu cabelo bagunçado, ele descera ainda de pijamas com uma cara de poucos amigos.


— Desde quando você acorda tarde Tiago? — perguntou Rony.


— Desde que precisei fazer a Gina dormir porque teve um pesadelo. E você desde quando acorda cedo, Ronyquinho? — disse Tiago com uma cara marota.


— Eu já disse para não me chamar assim.


— E quem é que vai me proibir? Mais voltando ao assunto, qual é o motivo da mamãe estar brigando com vocês hoje.


— Seus irmãos foram buscar o Harry e Lilian na casa deles com o carro voador do seu pai.


Foi nesse momento que Tiago presta atenção nas duas pessoas que estavam ao lado da mãe.


— Há, oi para os dois. Harry e Lilian, sim? Tiago Weasley mais jovem dos garotos da família e o mais encrenqueiro. — disse se apresentando aos dois bagunçando ainda mais o cabelo.


— Oi, você é o irmão gêmeo da Gina não é? Rony falou de vocês. — perguntou Lilian


— Sim, pelo jeito você se interessou por mim. — disse Tiago com olhar extrovertido.


— Pelo jeito não é só a Gina que gosta de um Potter em? — disse Jorge.


— Isso ai acho que os gêmeos caçulas Weasley gostaram dos gêmeos Potter. — completou Fred.


— Ha vão desgonomizar jardins vocês dois.


— E por falar nisso vocês três como castigo do que fizeram vão desgonomizar o jardim — disse ela, olhando feio para Rony, Fred e George. — Você pode ir se deitar no quarto do Rony, querido, e você no da Gina, querida. Tiago mostra o caminho para vocês. — acrescentou dirigindo-se a Harry depois a Lilian. — Vocês não pediram a eles para voarem naquele carro infernal.


Mas Harry, que se sentia completamente acordado, disse depressa:


— Vou ajudar o Rony. Nunca vi fazer uma desgnomização...


— Eu também vou ajudar — disse Lilian logo em seguida do irmão.


— É muito gentil de suas partes, queridos, mas é trabalho monótono — disse a Sra. Weasley. — Agora vamos ver o que Lockhart tem a dizer sobre o assunto.


Ela puxou um livro pesado de cima do console. Jorge gemeu.


— Mamãe, nós sabemos como desgnomizar um jardim.


Harry espiou a capa do livro da Sra. Weasley. Escritas na capa em arabescos dourados havia as palavras Guia de pragas domésticas de Gilderoy Lockhart. Havia na capa uma grande foto de um bruxo bonitão de cabelos louros ondulados e olhos azuis muito vivos. Como sempre no mundo dos bruxos, a foto se mexia; o bruxo, que Harry supunha que fosse o tal Gilderoy Lockhart, não parava de piscar, muito animado, para todos.


— Nunca tinha ouvido falar dele, pesquisei tantos livros de todos os assuntos mais não tinha ouvido falar. - disse Lilian


— Ah, ele é um assombro — disse a mãe. — Conhece bem as pragas domésticas. É um livro maravilhoso...


— Mamãe tem um xodó por ele — disse Fred num sussurro muito audível.


— Não seja ridículo Fred — retorquiu a Sra. Weasley, o rosto muito corado.


— Bem então vou ajudar também, não tenho nada para fazer mesmo. — disse Tiago.


— Tudo bem Tiago, mas vamos ler o livro antes.


— Mãe, não precisamos desse livro, sabemos muito bem o que fazer. — disse Tiago.


— Está bem, se vocês acham que sabem mais do que Lockhart, podem ir fazer o trabalho, mas tenho pena de vocês se tiver sobrado um único gnomo naquele jardim quando eu sair para inspecioná-lo.


Aos bocejos e resmungos, os Weasley saíram se arrastando, com Harry e Lilian em sua cola. O jardim era grande e, aos olhos de Harry e Lilian, exatamente como um jardim devia ser. Os Dursley não teriam gostado — havia muito mato e a grama precisava ser aparada —, mas havia árvores nodosas a toda volta dos muros, plantas que Harry e Lilian nunca viram saindo de cada canteiro e um grande tanque de águas verdosas cheio de sapos.


— Os trouxas também têm gnomos de jardim, sabe — Harry contou a Rony quando cruzavam o gramado.


— Sei, já vi aquelas coisas que eles acham que são gnomos — disse Rony, com o corpo dobrado e a cabeça enfiada num pé de peônias —, como papais noéis baixinhos e gordinhos segurando varas de pescar...


Ouviram um ruído de alguém se debatendo violentamente, o pé de peônia estremeceu e Rony se levantou.


— Isto é um gnomo — disse serio.


— Tire as mãos de cima de mim! Tire as mãos de cima de mim! Guinchou o gnomo.


— É tão diferente que os trouxas imaginam, pensei que pelo menos que fossem mais bonitinhos. — disse Lilian analisando.


Decerto não parecia nada com um Papai Noel. Era pequeno, a pele parecia um couro, a cabeçorra cheia de calombos e careca, igualzinha a uma batata. Rony segurou-o à distância enquanto o gnomo o chutava com os pezinhos calosos; o garoto o agarrou pelos tornozelos e o virou de cabeça para baixo.


— Isto é o que a gente tem que fazer — explicou. E ergueu o gnomo acima da cabeça ("Tire as mãos de mim!") e começou rodá-lo em grandes círculos como se fosse laçar um boi. Ao ver a cara de espanto de Harry e Lilian, Rony acrescentou:


— Isto não machuca, vocês só precisam deixá-los bem tontos para não poderem encontrar o caminho de volta para as tocas de gnomos.


Ele soltou os tornozelos do gnomo: que voou uns seis metros para o alto e caiu com um baque surdo no campo do outro lado da sebe.


— Lamentável — exclamou Fred. — Aposto que posso atirar o meu bem além daquele toco de árvore.


— Que isso meu caro irmão, só isso que aposta? Então aposto que consigo mais longe que você. — disse Tiago.


— O sangue dos gêmeos Weasley ataca de novo. — acrescentou Fred rindo.


— Ei por que só o sangue dos gêmeos Weasley! Tem os gêmeos Potter aqui também. — disse Lilian entrando na brincadeira.


— Isso ai, vamos apostar também. - disse Harry.


— A então os Potter possuem sangue maroto também em, então esta bem qual é a aposta de vocês? — começou Jorge.


— Hum... aposto que consigo jogar mais longe que vocês quarto . — disse Lilian.


— Eu mais que os quatro e menos que a Lily.


— Que isso Harry, apostar que sua irmã joga mais longe que você? — disse Fred.


— Não a subestime.


— E quando eu vencer vocês dois vão ter que subir na mesa da cozinha e dançar que nem galinhas e cacarejar também.


— Fechado. Mas se você perder você terá que... — disse Jorge olhando com um sorriso para Fred.


— Dormir no quarto do Tiago por dois dias seguidos. — disse Fred.


— O que! — exclamou Tiago e Harry juntos enquanto Lilian ficava vermelha.


— Não me coloquem nessa aposta! — disse Tiago vendo que Lilian ficou aliviada.


— Que isso Tiago até parece que você não queria.


— Bem... eu.... — começou Tiago envergonhado.


— Esta bem eu aceito se Tiago aceitar.


— Lilian! — exclamou Harry.


— Que foi Harry, você sabe que não vou perder. — disse Lilian encarando o irmão.


— Esta bem, só não os humilha.


— Pode deixar.


— Então estamos entendidos? — perguntou Fred.


— Sim.


Harry aprendeu depressa a não sentir muita pena dos gnomos. Resolveu simplesmente deixar cair por cima da sebe o primeiro que pegou, mas o gnomo, pressentindo fraqueza, enterrou os dentes afiados como navalhas no seu dedo, e Harry teve muito trabalho para sacudi-lo longe, até que...


— Uau, Harry, esse deve ter caído a uns quinze metros...


Lilian desde o Início estava indo bem estava na frente dos Weasley no placar de lançamento de gnomos sempre jogando sete a doze metros até que...


— Última rodada, quem lançar depois do Harry vence. — disse Rony que estava marcando o placar.


Fred e Jorge foram os primeiros chegaram muito perto do Harry mas não passaram, Tiago passou Fred não passando por Jorge, Rony passou Jorge por poucos metros quase alcançando Harry. Porfim Lilian jogou o gnomo e...


— Puxa Lily deve ter sido uns vinte e cinco metros no mínimo. — disse Tiago.


— Obrigada. — disse corando — E vocês dois acho que tem uma aposta para cumprir.


— Meu caro Fred, perdemos para um Potter. — disse Jorge.


— Na verdade vocês perderam para os dois só que o Harry não apostou nada só disse que passaria nós quatro e não passaria a irmã. — disse Rony


— Pelo jeito os Potter são bons de apostas. — começou Fred.


— Vocês dois vão cumprir a aposta depois de terminarmos essa desgonomização.


O ar não tardou a ficar coalhado de gnomos voadores.


— Estão vendo, eles não são muito inteligentes — disse Jorge, agarrando cinco ou seis gnomos de uma vez. — Na hora que descobrem que está havendo uma desgnomização, aparecem correndo para dar uma espiada. Era de se esperar que já tivessem aprendido a ficar quietos.


Logo os gnomos atirados no campo começaram a se afastar em uma linha descontínua, os ombrinhos curvados.


— Eles vão voltar — disse Rony enquanto observavam os gnomos desaparecerem na sebe do outro lado do campo.


— Não sei por que mamãe não deixa logo eles aqui já que eles vão voltar. — suspirou Tiago.


— Mamãe não entende que eles adoram isso aqui... Papai é muito mole com eles; acha que são engraçados...


Naquele instante, a porta de entrada bateu.


— Ele voltou! — disse Jorge. — Papai está em casa!


Os garotos atravessaram correndo o jardim e entraram em casa. O Sr. Weasley estava largado numa cadeira da cozinha, sem óculos e de olhos fechados. Era um homem magro, começando a ficar careca, mas o pouco cabelo que tinha era ruivo como o dos filhos. Usava vestes verdes e longas, que estavam empoeiradas e amarrotadas da viagem.


— Que noite! — murmurou, tateando à procura do bule de chá enquanto todos se sentaram à sua volta. — Nove batidas. Nove! E o velho Mundungus Fletcher ainda tentou me lançar um feitiço quando eu estava de costas...


— Batidas? — cochichou Lilian para Tiago que estava mais perto.


— Papai trabalha na parte de controle de artefatos dos trouxas batidas seriam esses problemas de uso de magia em objetos não mágicos sendo vendidos para os trouxas.


O Sr. Weasley tomou um longo gole de chá e suspirou.


— Encontrou alguma coisa, papai? — perguntou Fred ansioso.


— Só encontrei umas chaves para portas que encolhem e uma chaleira que morde — bocejou o Sr. Weasley. — Houve as ocorrências feias, mas não foram no meu departamento. Mortlake foi levado para interrogatório sobre umas doninhas muito esquisitas, mas isto foi com a Comissão de Feitiços Experimentais, graças a Deus...


— Mas por que alguém ia se dar o trabalho de fazer chaves que encolhem? — perguntou Jorge.


— Só para aborrecer os trouxas — suspirou o Sr. Weasley. — Vendem a eles uma chave que encolhe até desaparecer, de modo que nunca conseguem encontrá-la quando precisam... É claro que é muito difícil processar alguém porque nenhum trouxa vai admitir que a chave dele não para de encolher, insistem que vivem a perdê-las. Deus os abençoe, eles vão a extremos para fingir que magia não existe, mesmo que esteja no nariz deles... Mas as coisas que o nosso pessoal anda enfeitiçando, vocês não iriam acreditar...


— COMO CARROS, POR EXEMPLO?


A Sra. Weasley aparecera, empunhando um longo atiçador como uma espada. Os olhos do Sr. Weasley se arregalaram.


Ele olhou com cara de culpa para a mulher.


— Carros, Molly, querida?


— É Arthur, carros — disse a Sra. Weasley, os olhos faiscando. — Imagine só um bruxo comprar um carro velho e enferrujado e dizer à mulher que só quer desmontá-lo para ver como funciona, quando na realidade o enfeitiçou para fazê-lo voar.


O Sr. Weasley piscou os olhos.


— Bom, querida, acho que você vai descobrir que ele estava agindo dentro da lei quando fez isso, mesmo que... Ah... Tivesse agido melhor se, hum, se tivesse contado a verdade à mulher... Há um furo na lei, você vai descobrir... Desde que ele não tivesse intenção de voar no carro, o fato de que o carro poderá voar não...


— Arthur Weasley, você providenciou para que houvesse um furo nessa lei quando a escreveu! — gritou a Sra. Weasley. — Só para você poder continuar a se distrair com aquela lixaria dos trouxas no seu barraco! E para sua informação, Harry e Lilian chegaram hoje de manhã naquele carro que você não tinha intenção de fazer voar!


— Harry? Lilian? — exclamou o Sr. Weasley sem entender — Que Harry e Lilian?


Ele olhou à volta, viu Harry e Lilian e deu um salto.


— Deus do céu, é Harry e Lilian Potter? Muito prazer em conhecê-lo. Rony tem falado tanto em...


— Os seus filhos foram naquele carro até a casa dos dois e voltaram de lá ontem à noite!— gritou a Sra. Weasley. — Que é que você me diz disso, hein?


— Vocês fizeram mesmo isso? — perguntou o Sr. Weasley, ansioso. — E o carro voou bem? Eu... Eu quero dizer — gaguejou, enquanto voavam faíscas dos olhos da Sra. Weasley — que... Isso foi muito errado, meninos... Muito errado mesmo...


— Vamos deixar eles discutirem — Rony sussurrou para Harry e Lilian quando a Sra. Weasley inchou como um sapo-boi. — Vamos, vou-lhes mostrar o meu quarto e te dizer onde está o da Gina, Lily.


Os três e Tiago saíram discretamente da cozinha e seguiram por um corredor estreito até uma escada irregular, que subia em ziguezague pela casa. No terceiro patamar, havia uma porta entreaberta. Harry vislumbrou dois grandes olhos castanhos e vivos que o espiavam antes da porta fechar com um clique.


— Gina — explicou Rony. — Você não sabe como é estranho ela estar tão tímida. Bem esse é o quarto da Gina, Lily. Normalmente ela nunca para de falar...


— Boa sorte Lily ela vai querer falar do Harry com você. — disse Tiago.


Antes de subir mais um lance de escadas passaram por um quarto onde se lia "Quarto do Tiago"


— Bem esse é o meu quarto já vou subir com vocês só preciso pegar a cama extra que tem no meu quarto e levar para o quarto do Rony. — disse Tiago entrando.


— Eu ajudo — disse Lilian entrando em seguida.


Harry entrou depois da irmã e percebeu que o quarto tinha um estilo bem grifinório, as paredes e teto vermelha com rodapés dourados e as roupas de camas vermelhas.


— Quarto legal — disse Lilian.


— Obrigado, não é que eu não goste de outros estilos mas um estilo grifinório esta de bom tamanho, melhor que ser um quarto sonserino - disse fazendo careta


- Com certeza que esse quarto é melhor que um da sonserina parece que estou em Hogwarts de novo - disse Lily olhando ao redor


- Que bom que gostou teria que dormir aqui se perdesse aquela aposta - disse com um olhar maroto


- Não começa a se achar não Tiago, tenha certeza, não aposte com um Potter principalmente com essa aqui, ou você quer perder feio. - disse Harry que até agora estava observando o quarto.


- Então os Potter são bons em apostas?


- Melhores que pensa. – disseram juntos


- Interessante ja sei a quem correr quando Fred e Jorge quererem apostar. - disse Tiago olhando para Lily


- A seu dispor. - disse ela fazendo uma reverência


- Bem ja peguei a cama - disse segurando o que parecia ser dois travesseiros dobrados. - Vamos? Eu vou colocar isso no quarto da Gina e depois eu estou indo para o quarto do Rony, vão indo é só seguir as escadas até ter uma placa escrito "quarto do Ronald"


Saindo do quarto Harry e Lilian subiram mais dois lances e chegaram a uma porta com a tinta descascada e uma pequena placa onde se lia "Quarto do Ronald".


Harry entrou, a cabeça quase tocando no teto inclinado, e piscou os olhos. Era como entrar num forno. Quase tudo no quarto de Rony era de um tom violentamente laranja: a colcha da cama, as paredes e até o teto. Então Harry percebeu que Rony tinha coberto praticamente cada centímetro do papel de parede gasto com pôsteres dos mesmos sete bruxos e bruxas, todos usando vestes laranja vivo, segurando vassouras e acenando com animação.


- Laranja. - foi a primeira palavra de Lilian ao entrar no quarto quase batendo a cabeça no teto.


— O seu time de Quadribol? — perguntou Harry.


— O Chudley Cannons — disse Rony, apontando para a colcha laranja, que exibia um brasão com dois enormes C‘s pretos e uma bala de canhão em movimento. — Nono lugar na divisão.


Os livros escolares de feitiçaria que pertenciam a Rony estavam empilhados de qualquer jeito num canto, junto com um monte de histórias em quadrinhos que pareciam conter a mesma tira, As aventuras de Martin Miggs, o trouxa pirado. A varinha de condão de Rony estava em cima de um aquário cheio de ovas de rã, no peitoril da janela, ao lado do seu rato cinzento e gordo, o Perebas, que tirava um cochilo numa nesga de sol.


Harry pulou por cima de um baralho de cartas auto embaralhantes que estava no chão e espiou pela janelinha. No campo, lá embaixo, ele viu uma turma de gnomos que voltavam sorrateiros, um a um, pela cerca dos Weasley. Depois virou-se para olhar Rony, que o observava quase nervoso, como se esperasse ouvir sua opinião.


- A vista daqui é tão bonita. - disse Lilian ao se aproximar da janela.


- Verdade.


— É meio pequeno o quarto — disse Rony depressa. — Nada como aquele quarto que vocês tinham na casa dos trouxas. E estou bem debaixo do vampiro no sótão; sempre batendo nos canos e gemendo...


- Rony nos morávamos antes em um armário de baixo da escada - disse o tranquilizando-o


E Harry, com um grande sorriso, disse:


— Esta é a melhor casa que já visitei.


- Eu concordo com o Harry é tão alegre e colorida é muito legal - disse Lilian com um sorriso.


As orelhas de Rony ficaram vermelhas. Logo Tiago falou


- Rony mamãe e papai falaram para usa a cama extra para o Harry dormir e eu trouxe o colchão - disse entrando


- Obrigado Tiago


- Que isso, a Lily Fred e Jorge pediram para te dizer que irão cumprir a aposta no jantar e que ensinarão a você a destrancar maçanetas amanhã.


- Esta bem, obrigada Tiago.


- Que isso. - disse envergonhado - mais o que vocês estão fazendo?


-Nada só o Rony falando sobre o time de quadribol dele.


- Que isso Rony ainda No Cannos? Não tem time melhor para torcer não?


- Ve se não enche Tiago.


- Por que não? Fala sério Rony, Cannos é passado, as Harpias estão bem melhores.


- Só fala isso porque você quer ver as garotas do time.


- Espera as Harpias é o time onde só tem garotas jogando? – perguntou Lilian


- Esse mesmo, e Rony não é só pelas as garotas, mais também é pela estabilidade que o time possui no ar, com poucas fraquezas, estupendos bloqueios e uma formação de equipe bastante equilibrada. Sem falar que as Harpias estão em 1 colocado na divisão.


- Sei, sei, sei, só esta falando isso porque a Gina te disse.


- Claro que não.


- Gina torce pelas Harpias? – perguntou Harry


- Sim ela não só torce como quer jogar lá


- Interessante, mais...


Eles ficaram conversando e o tempo passou até ouvirem a Sra. Weasley falar


- Crianças, venham jantar!


- Acho melhor irmos – disse Rony.


- É, se não a mamãe é capaz de subir e puxar nossas orelhas até a cozinha – disse Tiago saindo.


- Aff, eu odeio quando ela chama agente de crianças – ouviram Fred disser quando estava saindo do quarto.


- Que isso meu caro irmão – disse Tiago – No fundo vocês ainda são crianças – disse rindo.


- E pelas brincadeiras que fazem... – continuou Harry


- São crianças por fora também – terminou Lilian fazendo todos rirem menos Fred e Jorge.


- Que isso – disse Jorge


- Um complor de gêmeos – disse Fred


- Até você Tiago. – falaram os dois juntos


- As vezes precisam serem pegos nas brincadeiras também em vez de pregarem somente as peças – disse Tiago descendo as escadas com Harry, Rony e Lilian deixando os gêmeos mais velhos sem resposta.


Chegando à cozinha viram a mesa cheia de diversos tipos de comidas que daria para alimentar um gigante. Já possuía gente sentada na mesa: Gina que estava em um canto o Sr. Weasley que estava na cabeceira e Percy que estava em outra ponta. Sra. Weasley ao perceber a presença deles falou:


- Sentem onde quiserem queridos


Lilian se adiantou e se sentou ao lado de Gina para tentar conversar com ela, Tiago ao lado de Lilian, Harry ao lado de Tiago e Rony ao lado de Harry. Fred e Jorge sentaram de frente ao grupo e esperaram o sinal para a mãe para deixarem comer.


- Podem comer crianças tem bastante comida para todos – disse Sra. Weasley para os gêmeos Potter


Quando todos estavam comento e conversando Lilian tentou conversar com Gina.


- Oi, Gina, tudo bem?


- Oi Lilian tudo e você.


- Bem Gina pode me chamar de Lily se quiser, eu prefiro assim


- Esta bem Lily e desculpe não falar com vocês quando cheguei.


- Esta tudo bem, eu entendo


- Não é que eu ouvi tanto sobre você e seu irmão desde pequena que...


- Eu sei, mais se acostume conosco porque vai precisar e eu nem o Harry gostamos dessa fama toda – disse sorrindo


- Esta bem, acho que vomos se tornar ótimas amigas


- Eu também acho


Enquanto isso os meninos planejavam as próximas aventuras em Hogwarts e contavam sobre o ano anterior para Tiago.


- E foi assim que peguei a pedra junto com a Lily e juntos derrotamos Voldemort – disse Harry


- Legal – disse Tiago – espero que vocês me arrastem esse ano para isso também – disse com um sorriso


- Se você quiser mesmo, só precisa ficar conosco – disse Harry


- Vou ficar tenha certeza – disse Tiago


Depois do jantar veio a sobremesa com várias tortas e bolos de chocolate como também sorvertes de morango, baunilha e chocolate que estava uma delicia. Quantoa mesa da cosinha ja estava limpa Fred falou:


- Bem a comida estava ótima mãe


- Mas temos que ir... - disse Jeorge


- Ainda não - disse Harry


- É, tem uma coisa que estão esquecendo - disse Lilian sorrindo


- O que? - falaram juntos


- Uma aposta.


- Esta bem, Jorge me lembre de nunca apostar com um Potter novamente - disse Fred indo em direção à mãe


- Concordo com você Fred - disse acompanhado o irmão


- Minha cara mãe


- Sim, Fred? - Sra. Weasley virou para Fred com uma cara de "o que você quer?"


- Se importataria de empretar sua cosinha para eu e o Jorge cumprimos uma aposta?


- Vocês apostaram de novo com Tiago? - perguntou Sra. Weasley com raiva


- Não dessa vez, foi com os Potter ali - disse Jeorge apontando para uma grupo que estava ouvindo tudo esperando a resposta.


- Pensei que só perdecem para o Tiago. - disse Sra. Weasley rindo. - esta bem eu deixo só dessa vez.


- Obrigado mãe - disseram em coro.


- Que isso meus meninos - falou a matriarca rindo.


- Esta bem, vamos acabar com isso logo - disse Jorge subindo na mesa com o irmão.


- Finalmente vamos rir - disse Tiago.


- Muito engraçado Tiago – disse Fred


- A Fred precisamos rir um pouco com vocês pagando mico – disse Gina


- Vamos logo – disse Jorge


Estão os gêmeos começaram a cacarejar e ciscar como galinha em cima da mesa ficaram quase meia hora rindo até a Sra. Weasley, depois de muitas risadas, mandar todos para cama.


Harry se despediu de sua irmã e seguiu para o quarto do Rony, como Tiago que foi para seu quarto. Dormindo logo em seguida. Enquanto Lilian, e Gina ficaram um tempo acordadas conversando.


- Gina, eu e Harry não somos tudo o que dizem.


- Eu sei você já me disse isso mais de uma vez, mais ainda sim ele é tão lindo. – disse sonhadora.


- Ruiva apaixonada – cochichou Lily que foi ouvido por Gina


- E você Lily? Não está apaixonada por ninguém, não?


- Claro que não


- Sei – disse Gina não se conformando – Mais vamos dormir antes que a mamãe apareça aqui.

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