Broken Heart
POV James Potter
A Lily não fala comigo há dias, não sei mais o que fazer. Já tentei explicar e reexplicar, mas ela não quer ouvir. Estou sendo completamente ignorado e isso me agonia tanto que meu peito dói.
Eu estava arrumando umas ferramentas do lado de fora do celeiro e a Lily estava um pouco mais a frente limpando alguma coisa que não consigo ver daqui. Olho pra ela com o canto dos olhos a cada 2 minutos e ela está totalmente entretida em seu trabalho.
Me levanto para esticar minhas pernas e limpar o suor da testa. Dou uma olhada para o céu e vejo as nuvens de uma tempestade se aproximando. Começa a ventar bem forte e eu resolvo terminar de arrumar essas ferramentas logo e entrar antes que essa chuva chegue.
Alguns pingos começam a cair e eu acelero ainda mais meu trabalho. Vejo a luz de um relâmpago e logo depois o som estrondoso de um raio. Levo um susto e olho para Lily. Ela nem parece notar a tempestade que está vindo. Quando volto a mexer nas ferramentas a chuva começa a cair.
Empurro elas dentro da caixa e guardo ali fora mesmo. Os raios começam a cair um atrás do outro e resolvo ir para o celeiro que está mais perto.
- Vamos Lily – a chamo.
Quando abro a porta do celeiro e olho pra trás ela ainda está lá, na mesma posição, tomando chuva. Já estou totalmente molhado e começando a ficar bravo por ela ainda estar lá. Ando até ela e puxo seu ombro a fazendo olhar pra mim.
- Lily, tem muitos raios, vamos para o celeiro.
Ela só me olha e volta sua atenção para a limpeza de uma bacia. Agora estou muito irritado. Ela pensa que pode me ignorar e ainda ficar correndo perigo embaixo de uma chuva com raios estrondosos?
Bufei e puxei seu braço a levantando do banquinho onde estava sentada. Ela puxou o braço para se soltar, mas eu fui mais rápido e agarrei sua cintura, colocando-a sobre o meu ombro.
- Se você não vai por bem então vai por mal.
A chuva estava cada vez mais forte e quase não conseguia enxergar nada a minha frente. Lily começou a se debater e a me mandar coloca-la no chão, mas eu somente segui em frente. Fechei a porta do celeiro e então a soltei.
Ela estava tão encharcada quanto eu, com os cabelos grudados no rosto e a roupa pingando. Seu rosto demonstrava raiva e seus punhos estavam fechados.
- Você acha que tem o direito de fazer isso comigo? – ela gritou.
- Eu não ia te largar lá fora no meio daqueles raios – gritei de volta.
- Você acha que sabe o que é melhor pra mim, mas você não sabe. Eu não preciso que você me proteja – ela cuspia as palavras com raiva.
- Eu faço isso porque EU preciso, eu tenho que te proteger, é algo além do meu entendimento.
- Matar um homem está além do seu entendimento?
- Eu matei ele porque não tinha outra escolha – gritei ainda mais alto – Por favor, entende isso.
- Você tinha milhões de outras escolhas, não me venha com essa.
- Eu jamais ia deixar ele a solta por ai pra ele vir atrás de você quando bem entendesse.
- Por que você não consegue parar com isso? Por que tem que justificar a morte dele com a minha proteção? – ela colocou as mãos na cabeça.
- PORQUE EU TE AMO DROGA – não aguentei mais segurar esse sentimento, precisava dizer – E eu protejo as pessoas que eu amo.
Ela ficou sem reação. Seus olhos piscavam e sua boca abriu levemente, mas nenhuma palavra saía. Esperei uma resposta, esperei que ela pelo menos me xingasse e continuasse a discussão, mas ela não disse nada. E essa era minha chance.
Fui até ela rapidamente, segurei seu rosto com ambas as mãos e selei nossos lábios. Uma onda quente percorreu nossos corpos e a senti estremecer. Quando ela tocou meu peito eu aprofundei o beijo e uma chuva de sensações me inundou. Como eu sentia falta disso, de tocar sua boca com a minha.
Finalizei o beijo delicadamente e quando afastei meu rosto eu tirei uma mexa de cabelo grudado em sua bochecha. Ela levou mais tempo para abrir os olhos e a senti arrepiar com meu toque.
- Isso não é certo – ela sussurrou ainda com os olhos fechados.
- Como você pode dizer que essa sensação não é certa? – passei a mão em seu rosto novamente e então ela abriu os olhos.
- James, a gente pode sentir mil coisas, mas nem tudo é lindo como nós pensamos.
Ela se afastou e eu fiquei boquiaberto.
- Você dificulta tanto as coisas, eu não entendo o por que. Qual o problema da gente simplesmente se permitir sentir e ficar junto?
Lily virou as costas pra mim e deu alguns passos, depois me olhou.
- Eu não dificulto, as coisas são realmente complicadas, pelo menos pra mim. Você não entende? – ela colocou a mão na cabeça de novo – Você é um príncipe James, uma hora essa confusão toda vai acabar e você vai voltar pro seu palácio e um dia vai virar rei. E eu sou apenas uma camponesa que te ajudou um dia.
- Você acha você é só um caso de verão e que quando for conveniente eu vou embora e fingir que nunca te conheci? – eu fiquei realmente indignado com tudo àquilo que ela estava pensando.
- Não sei, eu não sei. Têm seus pais, eles nunca vão querer o filho deles com uma pessoa que nem da nobreza é. Nunca vai dar certo James, nunca. Tem milhões de coisas no caminho.
- Lily – me aproximei e peguei em suas mãos – É disso que você tem medo? Meus pais não são isso que você pensa, eles são compreensivos.
- Você fala isso agora – ela empurrou minhas mãos e se afastou – Mas espera até eles ficarem sabendo, as coisas mudam.
- Lily.
- Não James, chega. Um dia você vai conhecer uma linda princesa e vai se casar com ela e todos vão ser felizes. Você vai me superar e eu vou superar você.
Então ela virou as costas e saiu do celeiro pela porta de trás. Eu fiquei ali, parado, olhando para aquela porta. Ela nem me deixou explicar, nem me deixou contar a história que eu precisava contar. Apenas quebrou meu coração e depois foi embora. Preciso voltar pra casa.
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