Start of Time
I’m an atom in a sea of nothing
Looking for another to combine
Maybe we could be the start of something
Be together at the start of time
Eu sou um átomo em um mar de nada
À procura de um outro para combinar
Talvez nós poderíamos ser o começo de algo
Estar juntos no início do tempo.
- Start of Time
Nunca imaginara que as coisas um dia fossem ser assim, que tudo que conhecera e que fora mudaria tão darsticamente, que deixaria de lado sua vida calma e despreocupada por uma a qual não tinha o menor controle e que parecia apenas correr por caminhos cada dia mais estranhos e confusos. Em seu coração se culpava por ter aceito o inicio de tudo de forma tão serena, como se aqueles passos nada importassem, como fora tolo e ingenuo se julgando o oposto, mas não demorara muito para a realidade se mostrar e para que começasse a ver tudo como de verdade era.
A tatuagem ainda estava em seu braço, uma marca constante de tudo que escolhera e não pudera escolher para si. As vezes pensava que a deixara ali como uma forma de mostrar a si mesmo a consequencia de atos impensandos e de atitudes inconsequentes, o tipo de atitude que decidira nunca mais tomar, aprendera muito, da pior maneira possivel, agora só lhe cabia tirar o melhor de tudo, ou pelo menos fingir que o conseguia.
Quatro anos haviam se passado, e as coisas haviam mudado e ao mesmo tempo continuavam as mesmas. Ainda não era aceito em lado algum, traira ambos os lados e por isso mesmo nenhum deles lhe daria uma nova chance. Não podia evitar que de tempos em tempos desejasse voltar a algum momento anterior a toda aquela confusão e talvez fosse por isso que quando ouviu o nome dela, sua atenção foi atraida.
Não haviam sido amigos, ou inimigos sequer, viveram indeiferentes um ao outro, mas se lembrava dela, do rosto ingenuo e serio sempre que precisava se aproximar para tratar de algo com a irmã. Tê-las junto destacava ainda mais o quanto eram diferentes, diferente de sua irmã, vivaz e cheia de atitude, seus gestos eram contidos e refinados, como se tivesse um manual de etiqueta como liivros de cabeceira.
A roupa sempre a moda bruxa, deixando claro que jamais cruzara com trouxas além dos momentos em que estava na escola. Era ironico pensar que seria exatamente o tipo que seus pais lhe aconselhariam a escolher.
- E então? O que me diz? - questionou o homem a sua frente - Sei que te preocupas com os escrupulos do pai ao saber que és o candidato, mas acredito que isto é algo ao qual és totalmente capaz de superar.
- Assim imagino, isso parece um leilão e sabemos muito bem que sou capaz de ser aquele que paga mais - Draco disse convicto.
Conhecia bem o Greengrass, os negocios que tinha com ele deixavam bem claro a tendencia inconsequente e temerária do homem, não seria tão dificil convence-lo aquele negocio, que aos olhos de muitos, seria considerado um ato sem excrupulos.
- Mas não estou certo quanto a isso - continuou - Ainda tenho duvidas se esta seria a melhor atitude que poderia tomar.
- Ora ora, Draco. Não me digas que esperas que algo aconteça capaz de mudar tudo? - o homem abriu um sorriso sutil - Não quero ser aquele que chuta o cachorro morto porém não podemos ignorar sua situação ou fingir que há chances de que ela possa ser diferente no futuro. Ainda és um pária para a maioria, e aqueles que não pensam assim fingem pensa-lo para que possam estar bem entre os outros. Esta é uma chance que dificilmente surgirá de novo. A garota é de familia e me parece bastante adequada, nunca a vi falar mais do que duas palavras, aposto que poderá fingir que ela nem está aqui, se assim desejares.
- Mas para que a terei então? - questionou Draco irritado - Está perdendo a logica em seu discurso Aleph.
- Não. Estou sendo sincero, você precisa de uma companheira e, a não ser que aceite uma qualquer que faça tudo por alguns galeões e que tenha um sobrenome que nunca ouvimos sequer falarem, voce não tem outra saida. um casamento arranjado pode não ser o ideal, mas ainda é melhor que casamento algum.
Draco bufou.
- Não tenho tanta certeza. Estou tranquilo, finalmente. As coisas enfim parecem se ajeitar e você me vem com essa. Você sabe que algo assim não estava em meus planos...
- Sim, eu sei. Por isso fiz questão de que estivesse nos meus - afirmou o senhor - Você pode dizer o que quiser e, assim como seu pai, desconsiderar meus conselhos, mas a verdade é que, acima de tudo, você esta só.
Draco não conseguiu evitar que seu rosto se contorcesse de desgosto ao ouvir aquela verdade. Tirando os elfos que lhe serviam, passava os dias só e as poucas pessoas que encontava era para resolver questões comerciais. Não fazia ideia do que responder, não queria debater aquilo, concordar ou discordar, só queria deixar aquilo de lado. Aleph voltou a falar:
- Preste atenção Draco, acredite quando eu digo que desejo apenas o seu bem, sei que você é jovem e numa situação normal estaria dizendo que casamento seria sua preocupação futura, mas sabemos que não há nada de normal no modo como você vive - ele respirou - Encontre-se com ela então. Se depois sua escolha for não, eu não discutirei mais.
Draco fitou o senhor curioso, havia algo de duvidoso em toda aquela insistencia.
- Porque você quer tanto isso? - questionou.
- Talvez eu acredite que ela possa lhe fazer feliz.
Draco riu.
- Você acredita em muitas coisas velho e normalmente elas não são reais.
Aleph riu também.
- Talvez essa seja.
Astoria não conseguia acreditar. Sua história já era absurda o bastante antes de o nome Draco Malfoy fazer parte dela. Havia tratado todos os ‘convidados‘ de seu pai com a cortesia que fora ensinada a ter, mas ao mesmo tempo com a frieza que esperava de todo coração fizesse cada um deles partir para a proxima, sabia que era tolice pensar assim, afinal seu pai estava decidido, mas seu coração guardava um pequena esperança de que tudo aquilo se resolvesse da melhor maneira possivel.
Se arrependia agora de não ter feito como a irmã e arranjado um pretendente me Hogwarts, pelo menos Dafne pudera escolher o ricaço que mais lhe agradara e saira de lá direto para um lar onde teria a chance de tentar ter uma familia de verdade. Não seria como ela, que assim como era agora, teria apenas um arremedo do que deveria ser verdadeiramente sua vida.
Gastara tempo demais sendo ingenua e perdera sua chance. Agora pagaria por isso. Teria que mais uma vez engolir tudo que pensava e sorrir para mais um cara que lhe via apenas como uma possivel aquisição, que a avaliaria e por fim decidiria se pagaria o valor exigido. Sentiu uma raiva imensa de seu pai, o que se tornara comum nos ultimos anos. E se questionara mais uma vez porque permitia que ele fizesse aquilo. porém, como sempre, não foi capaz de fazer nada.
Quando Draco entrou o clima no interior da casa mudou. Seu pai o recebeu com educação, mas sem o entusiasmo costumeiro, e a propria Astoria teve de ir buscar o chá que fora oferecido, as funcionárias se recusavam a servi-lo. Ela o obsevava sempre que acreditava que ele não pudesse perceber. Ele estava diferente, crescera ainda mais e tinha um rosto mais maduro, porém mais magro. Seus ossos se destacavam em sua face e sua pele parecia ainda mais branca do que ela lembrava, os olhos azuis, assim como sua expressão, nada revelavam. Se estava incomodado pelo tratamento diferente, ou se sequer percebera ela seria incapaz de descobrir.
Esperou pacientemente que discutissem questões comerciais antes de voltarem sua atenção pra ela, já estava habituada, nenhum dos visitantes se dirigia a ela como se ela fosse o motivo da visita, mas no fim sempre havia o momento em que seu pai permitia que ela fosse questionada e observada, mais especificamente, testada. Um homem grisalho, que acompanhava Draco e que ela já vira ali algumas vezes foi quem a introduziu na conversa.
- Aposto como estamos entediando a senhorita com toda esta conversa - e sorriu - Esse é o problema dos homens, adoram ter vicios e aqueles que gostam de acreditar que isto não é verdade normalmente se viciam no trabalho, pois assim é mais fácil fingir que o fazem por necessidade.
Astoria lhe lançou um sorriso em resposta enquanto discordava completamente. Tivera seu pai como exemplo e se havia um homem que jamais se poderia dizer que tivesse algum apego ao trabalho seria ele. Draco tinha os lábios levemente distendidos naquilo que ela acreditou, sem muita certeza, ser um sorriso.
Ele sorria realmente. Sabia que Aleph estava apenas alfinetando. Adorava discursos elaborados e os forneciam onde quer que fosse. A intenção porem, tinha muitas variedades. As vezes realmente acreditava no que dizia, mas na maioria dos casos só queria ver as respostas que suas palavras causavam.
O Sr. Greengrass pigarreou, como se limpasse a garganta para poder se pronunciar, mas não disse nada. Astoria então aceitou que era seu papel manter a conversa fluindo.
- Ah, não. Entendo a importancia do tema. Afinal é ele que faz homens como os senhores afortunados - o sorriso permanecera nos lábios.
Draco podia facilmente perceber a falta de naturalidade de tudo aquilo e a moça não fazia a menor questão de esconde-lo. Assim como pudera perceber no discurso de Aleph, sabia que ela dizia muito mais do que uma analise superficial de suas palavras poderia revelar. Porém, diferente de como acontecia com Aleph, ele não era capaz de captar o que exatamente ela transmitia.
- Que mocinha mais compreensiva e educada o senhor tem aqui senhor Greenngrass - respondeu Aleph - Aposto que a educação dela sempre esteve com suas prioridades.
Greengrass engasgou e gaguejou um pouco antes de conseguir responder.
- Ah... sim.. cla..claro.
Finalmente Astoria pareceu sorrir com sinceridade e Draco não pode deixar de notar o quanto ela era bonita. Seus longos e volumosos cabelos estavam trançados a costa, revelando a pele clara e homogenea de seu rosto ainda levemente arredondado demais para um rosto adulto.
- Mais um pouco de chá senhor Malfoy? - ela ofereceu, como se o desafiasse.
Draco ficou novamente confuso com as atitudes dela. Que desafio era aquele? Como poderia responder quando parecia que respondia a algo além? Ele não fazia a menor ideia, então deixou seus instintos agirem por si.
- Sim, srt. Greengrass.
Ela encheu sua xícara novamente e continuou a falar em sua direção.
- Não sabia que o senhor também possuia negócios com meu pai. Nunca o vi aqui antes.
- Ah, sim. Temos negocios há bastante tempo, mas só agora tive a chance de poder conhecer a linda morada sua e de seu pai.
O Greengrass voltou a engasgar e Draco observou Astoria a sorrir novamente.
- Espero que que agora que veio o senhor se sinta mais disposto a visitar-nos novamente. Adoraríamos dipor de sua companhia mais vezes, não é papai?
O Sr. greengrass agora tossia escandalosamente, mostrando ser o unico que não entendia o que a filha verdadeiramnte dizia, Draco podia não ter entendido antes, mas agora estava bem claro. Ela queria deixar bem claro o quanto tudo aquilo era forçado e como todos ali apenas fingiam uma cortesia que nenhum desejava despender de verdade.
- Mas é claro minha criança - Aleph se intrometeu - Tenho certeza de que Draco achou sua companhia agradável o bastante para desejar vê-la mais vezes.
Ela fitou a ambos e sorriu deixando bem claro o quanto ela desejava que aquilo jamais ocorresse e foi quando ela viu um sorriso largo se abrir nos lábios de Draco antes de ele finalmente responder.
- Tenha certeza de que voltarei.
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N/A: Recentemente tive a ideia desta fanfic que espero que tenha entre 3 e 5 capitulos e desejo que seja minha primeira drastoria concluida. Esta versão ainda é mais um rascunho que qualquer outra coisa, então peço que qualquer erro seja perdoado. Espero que gostem!
Anne A.
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