Amigos?



POV Marlene Mckinnon


            Passou um mês desde o baile de máscaras e eu evitava o Black desde então. Não conseguia encará-lo, o que aconteceu aquela noite não deveria ter acontecido. Ele tentou falar comigo algumas vezes, mas eu o ignorei.


            Eu e Lily estivemos muito ocupadas essa semana com os preparativos para um evento que acontece aqui no colégio. É como se fosse um baile de debutantes, só que é feita para os alunos do último ano. É como um preparativo para a sociedade pós-escola.


            Todos os pais estarão presentes, e como nessa escola tem muita gente cheia da grana é mais um evento para fazer contatos, conhecer pessoas influentes para a faculdade.


            Eu e Lily estávamos nos arrumando para a festa. O evento é black tie então os garotos vão de smoking e as garotas de vestido longo. E claro, sempre tem uma dança. Os pares são sorteados, o que já me deu um frio na barriga, mas eu cai com Paul Thomas e a Lily caiu com Amos Diggory.


            - O que eu faço no cabelo Lene?


            - Faz um coque, eu sei um lindo.


            Eu fui até ela e fiz um coque bagunçadinho que eu adoro. A maquiagem dela estava leve nos olhos e ela colocou um batom vermelho nos lábios. O vestido dela era preto todo rendado com transparências, combinou perfeitamente com o cabelo ruivo dela.


            - Tá linda Lily, Amos vai babar – ela sempre teve uma quedinha por ele.


            Eu coloquei todo o meu cabelo para um lado só e fiz algumas ondas. Minha maquiagem estava bem escura nos olhos e um batom nude nos lábios. Já o meu vestido era nude também com renda branca e transparências. De acessórios eu coloquei apenas um brinco de diamantes.


            - Você também está linda Lene, esse vestido é maravilhoso.


            Quando eu ia responder ouvi batidas na porta, olhei pra Lily e fui atender.


            - Srta. Marlene Mckinnon? – o entregador perguntou.


            - Sim, sou eu.


            - Tenho essa entrega pra você, é um presente – ele estendeu uma sacola preta.


            - Obrigada – peguei a sacola e fechei a porta.


            - O que é isso Lene? – Lily perguntou.


            - O cara disse que é um presente.


            - Abre logo, quero ver.


            Eu tirei o lacre da sacola e a abri. Tinha uma caixinha dentro e um cartão. Peguei o envelope e abri.


            - “Quando vi pensei nos seus olhos. Espero que use hoje”. – eu li o cartão.


            - AI MEU DEUS, que lindo Lene, você tem um admirador. Abre logo essa caixa, quero ver o que é.


            Peguei a caixinha e abri. Era o anel mais lindo que eu já vi, com uma pedra grande de diamante e todo cravejado em volta. Peguei o anel e coloquei no meu anelar esquerdo e serviu perfeitamente.


            - É maravilhoso Lene, você vai usar não vai?


            - Não sei, tenho uma sensação estranha com esse cartão, esse anel deve ser uma fortuna.


            - Você tá acostumada com fortuna Lene, seus pais são donos da maior rede de hotéis da Inglaterra.


            - Eu sei disso, mas sei lá – Lily me lançou um olhar matador – Ok, eu uso, assim você para de me encher.


            - YES – ela disse e nós começamos a rir.


            - Vamos logo, estamos atrasadas.


            Descemos até o salão e fomos até a sala onde ficavam as garotas. Estávamos em um grupo e a organizadora se aproximou da gente.


            - Marlene Mckinnon e Lilian Evans? – ela perguntou.


            - Isso – falamos juntas.


            - Bom, deu um probleminha com os pares de vocês e a gente teve que trocar.


            - Que problema? – Lily perguntou meio murcha.


            - Quem vai ser? – eu perguntei.


            - Os garotos pediram pra trocar de par, não sei exatamente o porquê, não me informaram. Vocês vão conhecer o par de vocês quando o seu nome for chamado – ela se virou para as outras meninas – Atenção garotas, formando fila no alto da escada, em ordem alfabética.


            Olhei para Lily um pouco desconfiada.


            - Isso é muito estranho.


            - O Amos não quer ser meu par por quê? Eu tenho algum problema Lene?


            - Você não tem problema nenhum Lily, quem tem problema é ele.


            Puxei-a para a fila e pela ordem eu ficava exatamente atrás dela. Os nomes começaram a ser chamados. Primeiro a garota, que ia até o alto da escada e depois o garoto que esperava no pé da escada. Ela descia e pegava na mão dele e depois ele a conduzia até a pista onde começavam a dançar.


            Quando o nome da Jessie vadia foi chamado ela ficou toda pomposa e depois o nome de Amos Diggory foi anunciado. Lily começou a ficar vermelha e eu tentei acalmar ela.


            - Relaxa Lily, isso deve ser coisa da Jessie vadia, a gente da um jeito nela depois.


            As garotas foram sendo anunciadas até chegar a vez da Lily. Logo depois o nome de James Potter foi anunciado e ela olhou assustada pra mim. EU NÃO ACREDITO NISSO, VOCÊ SÓ PODE ESTAR ME ZUANDO. Lily fez tudo como no ensaio e a cara de triunfo de James era visível.


            - Marlene Mckinnon – meu nome foi anunciado.


            Eu andei até o alto da escada e dei um sorriso tímido para todas as pessoas que me olhavam.


            - Sirius Black.


            Eu vou matar esse idiota, era tudo que eu conseguia pensar enquanto descia a escada. Quando cheguei perto ele me estendeu sua mão e eu peguei. Ele me conduziu até a pista e eu pude ouvir os outros nomes sendo anunciados.


            Quando chegamos ao centro ele me puxou levemente e segurou em minha cintura. Eu coloquei minha mão direita em seu ombro e ele segurava minha mão esquerda. Ele me conduzia com perfeição, era um ótimo dançarino.


            - Você armou tudo isso não foi? – perguntei.


            - Culpado – ele respondeu – Foi fácil convencer seu par, difícil foi convencer o Diggory, mas eu precisava ajudar meu amigo né.


            - Você os comprou?


            - Claro que não, só fiz algumas ameaças. Aliás, avisa pra Lily que o Diggory é um bundão – ele disse, rindo.


            - Você é um idiota mesmo, pra que tudo isso?


            - Foi o único jeito que eu achei de falar com você, já que você anda fugindo de mim a mais de um mês.


            - Eu estou te evitando, não fugindo. Só não quero mais você no meu pé.


            - Conta outra Lene – eu o fuzilei com o olhar, ele riu e olhou para minha mão que ele segurava – Aliás, o anel ficou lindo em você, como eu imaginei.


            Isso foi à gota d’agua pra mim. Tentei me soltar, mas ele me segurou com força e colou mais nossos corpos, segurando firme minha mão.


            - Sabia que tinha alguma coisa estranha com ele, eu não o quero.


            - Lene, me escuta - ele disse, olhando nos meus olhos – Eu tenho uma proposta.


            - Que proposta?


            - Vamos ser amigos.


            - Amigos? – eu comecei a rir – Você pirou?


            - Lene, você e eu estamos cansados dessa implicância entre a gente, então vamos virar amigos, eu te garanto que sou muito legal.


            - Black, não se trata de você ser legal ou não. Tem muita coisa que você faz que eu não concordo.


            - Você me ensina, eu perdi o senso de certo e errado faz um tempo, você puxa minha orelha se eu precisar, eu deixo.


            Olhei desconfiada pra ele.


            - Amigos normais não dão anéis de diamantes para as amigas.


            - Amigos normais não são donos da maior rede de joias do Reino Unido – ele rebateu, me convencendo.


            - Ok, faz sentido – eu e ele começamos a rir – Tudo bem, vamos tentar, mas eu duvido que funcione Black.


            - Vai funcionar, e pra começar você pode me chamar de Sirius – eu dei um sorriso – e para de fazer cara feia quando eu te chamo de Lene.


            - Tudo bem, Sirius. Tá bom assim? – ele sorriu, e que sorriso.


            - Tá ótimo assim, Lene.

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