Baile de Máscaras



POV Marlene Mckinnon


            Sirius Black é um idiota, um grande idiota. Ele não tinha o direito de me beijar, apesar de beijar muito bem. Mas ele não devia ter feito aquilo. Fui para o meu quarto e fechei a porta com força.


            - Imbecil.


            Não me leve a mal, ele realmente é lindo, o toque dele me arrepiou várias vezes e o gosto de menta que tem a boca dele me fez não querer sair mais daquele vestiário, mas eu o odeio. Ele é um safado cretino que fica maltratando as pessoas e se achando o gostosão.


            Depois daquilo nada mudou, ele continuou me irritando e eu continuei mandando ele tomar naquele lugar. Ele não espalhou pra ninguém o que aconteceu, mas com certeza foi porque se ele falasse eu ia contar que ele ficou brigando pelo secador.


            Eu e a Lily estávamos no meu quarto e ela começou a contar a novidade.


            - Lene, sábado é a primeira festa do ano.


            - Que festa?


            - Todo ano tem o baile de máscaras. E nesse baile além das máscaras as garotas vão de branco e os garotos vão de preto. É uma tradição.


            - Tradição... gostei da ideia – eu abri um sorriso já tendo uma ideia.


            - Você tem um vestido branco? Como é tradição todas as garotas já trazem o vestido pra festa na mala, já que é bem chato pra sair desse hospício.



            - Eu tenho o vestido perfeito – falei.


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            Era sábado, o dia do baile de máscaras. E eu ia colocar em prática a minha ideia genial. Eu e a Lily estávamos nos arrumando. Ela fez um rabo de cavalo que combinava perfeitamente com a máscara branca dela. Colocou uma maquiagem leve, tanto nos olhos quanto nos lábios e agora ela me ajudava com a minha maquiagem.


            Eu deixei os cabelos soltos e ondulei eles. Fiz uma maquiagem mais neutra nos olhos e passei um batom vermelho. Eu entrei no banheiro e coloquei o meu vestido. Ele era tomara que caia, com um decote mais profundo, todo de paetês e uns três palmos acima do joelho.


            Quando sai do banheiro o queixo da Lily caiu.


            - Você vai de preto?


            - Vou.


            - Mas as garotas vão de branco.


            - Por isso mesmo eu vou de preto – coloquei um sapato de salto preto e minha máscara – Vamos.


            Lily se levantou relutante e me seguiu. Ela estava com um vestido de um ombro só, branco, com transparências no decote e na barriga. Usava uma sandália branca com pedras transparentes e sua máscara pegava metade do seu rosto.


            Quando entramos na festa todos ficaram nos olhando. É claro que eles sabiam quem eu era. Quem mais teria essa coragem? Eu deixei a Lily conversando com umas meninas e fui pegar uma bebida no bar.


            - Um mojito – eu disse ao barman.


            - Parece que nós tivemos a mesma ideia Mckinnon.


            Eu me virei e lá estava ele: Sirius Black com um smoking branco. Deveria ser italiano, e com certeza feita sob medida. Ele era muito rico, os pais dele eram donos da maior rede de jóias do Reino Unido. Ele se apoiou no balcão ao meu lado.


            - E como você sabe quem eu sou?


            - Não tem nenhuma outra garota nessa escola com os olhos iguais aos seus – ele disse isso com uma voz rouca e bem próxima a minha orelha, por causa do barulho.


            Minha bebida chegou e eu a peguei.


            - Você não faz o tipo que admira os olhos – eu disse pra ele e fui procurar pela Lily.


            A festa já rolava há algumas horas e eu já tinha tomado três mojitos e duas doses de tequila. Estava meio zonza, mas não bêbada. Peguei minha taça de champanhe e fui pra fora da festa. Estava bem fresco lá fora e eu sentei em um banco e coloquei minha taça em cima.


            - Cansada da festa? – ele disse, atrás de mim.


            - Black – eu disse me virando – não tem muita diversão lá dentro.


            Ele se sentou ao meu lado e bebeu um gole da minha taça.


            - Essas festas nunca tem diversão nenhuma.


            Nós ficamos ali em silêncio por um tempo e quando ele terminou de beber meu champanhe ele se levantou.


            - Vamos dar uma volta.


POV Sirius Black


            Nós estávamos andando pela escola e conversando sobre coisas banais. Até que quando nós decidimos ser civilizados a gente se dá bem. Chegamos perto da piscina e ela se animou.


            - Quer se divertir um pouco? – ela perguntou.


            - O que você tem em mente? – POR QUE EU FUI PERGUNTAR?


            Ela sorriu pra mim e tirou os sapatos, pegou na minha mão e me puxou até a beira da piscina. Colocou os sapatos no chão e mergulhou.


            - Lene – eu tentei impedir.


            Ela saiu debaixo da água no meio da piscina.


            - Vem, a água tá boa.


            - Só você mesmo – eu disse sorrindo e tirei os sapatos.


            Mergulhei na piscina e nadei até as pernas dela. Puxei ela pra baixo e ela levou um susto. Ficamos brincando de jogar água um no outro durante o que pareceu bastante tempo.


Começamos a improvisar um pega-pega lá dentro e quando ela ia me pegar escorregou. Eu estava virado de frente pra ela e a segurei, mas nossos rostos ficaram muito próximos. Eu olhei para os lábios dela que estavam perfeitamente delineados com batom vermelho. Não resisti e a beijei de novo.


            Eu passei as mãos pela cintura dela e aprofundei o beijo. Ela passou os braços pelo meu pescoço e afundou as mãos no meu cabelo. O gosto dela era de hortelã dessa vez, acho que foram os mojitos. Eu a puxei mais pra perto e ela passou as pernas ao redor do meu quadril.


            Eu senti falta daquele beijo. Eu não sei o que estava acontecendo comigo, mas eu gostava dela, de estar perto dela, de irritar ela, de conversar com ela, de beijar ela. Ela era maluca e insana, e isso me atraía.


De repente ela se soltou de mim e ficou me olhando. Os lábios dela estavam manchados de batom e os meus provavelmente também estavam. Eu mordi o lábio inferior dela e tentei beijá-la de novo, mas ela não deixou. Fechou os olhos e respirou fundo.


- Eu preciso ir.


Ela disse isso e foi andando até a escada da piscina.


- Lene – eu chamei.


Ela me ignorou e saiu da piscina. Pegou o sapato dela e foi embora. Eu tentei chama-la novamente, mas ela não olhou pra trás.

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