Ink
Ela ficara estática em um primeiro momento, e depois tentara inutilmente se afastar. O sonserino a rodeava fortemente prensando o seu corpo sobre o dela forçando a aceita-lo ali. E ela se rendeu dando passagem à língua avida dele que explorava toda sua boca de uma forma única e prazerosa. E meu Deus como ele era bom nisso. Hermione já beijara uns dois garotos na vida e ele realmente a encantou com o aperto forte em sua cintura e com o jeito desesperado que ele a beijava. Era como se estivesse esperando por isso por tempo demais e soltara todo desejo guardado ali naquele beijo em um escuro corredor de Hogwarts. O ar lhes faltou e eles foram assim, obrigados a se separar. Draco estava olhando-a com as sobrancelhas levantadas e com olhar divertido. Será que ele estava brincando com ela? Não poderia! Tal pensamento foi embora rápido demais quando ele se aproximou dizendo que se não terminasse essa ronda nesse minuto ele a arrastaria para algum armário e não deixaria sair de lá. A grifinória o virou bruscamente. E segurou forte em seu braço:
-O que acha que esta fazendo Malfoy? Não pode sair por ai me beijando! Porque você fez isso?
- Tsc!- ele soltou chegando cada vez mais perto dela e a prensando na parede. Pegou uma mecha de seus cachos e brincou com ela antes de olhar para os olhos castanhos que ele definitivamente passara a admirar.
-Fiz isso porque eu quis Granger! – Viu os olhos da garota encherem-se de raiva e seu rosto ficar vermelho. Draco achava aquilo extremamente bonito e revigorante. Ela estava assim por causa dele e se deleitava em poder tirar alguma reação dela qualquer que fosse. Segurou suas mãos antes que a garota pegasse o que ele julgou ser sua varinha e colou novamente seus lábios. Ela se debateu forte e incansavelmente quebrando o contato.
-Seu idiota não pode sair por ai me beijando só porque você quis! Maldito!- Ela saiu em passos largos deixando um Malfoy com expressão de vitória na face.
Aquele idiota! Hermione esbravejou mentalmente. Se odiou por não conseguir tirar o beijo de sua cabeça nos próximos dias, os quais ela fez total favor de fugir de Malfoy como o Diabo da cruz. Era horrível não poder ir à torre de astronomia fazer perguntas estranhas a ele ou ao menos receber seu aceno de cabeça nos corredores da escola e se odiou ainda mais por sentir falta da companhia dele. Droga! Até Harry e Rony estavam reclamando que ela estava aérea demais. É claro que estava! Aquele idiota filho da mãe. Apertou mais os livros contra seu corpo andando mais rápido para que chegasse logo a biblioteca. Mas ela nunca chegaria à biblioteca porque Draco Malfoy queria beija-la e faze-la parar de fugir dele. Já fazia duas semanas que a beijara e ele era uma droga de Malfoy e percebera que agora não havia nada que o impedisse de ficar com ela, a não ser é claro o preconceito de sua mãe e o fato de que ela era amiga do Potter. E que se danasse ele iria beija-la e pronto. Foi rápido em intercepta-la e puxa-la para dentro de uma sala vazia retirar os livros de seu braço e colar seus lábios novamente. Ele percebeu que Hermione demorara a se situar e ater ao fato de que estava sendo beijada por ele. A castanha quis verdadeiramente empurra-lo, mas ela se viu rendida pelos beijos em seu pescoço e a maneira que ele a segurava forte contra seu corpo e correspondeu.
Sejamos sinceras! Hermione sabia que se Draco Malfoy fosse um ser indiferente na vida dela não estaria ali gostando de estar sendo beijada por ele, ou não estaria sempre curiosa para descobrir um pouco mais sobre ele. E verdade seja dita se não houvesse Voldemort, e ela sabia que era extremamente inútil pensar assim, mas ali ela se permitiria, teria dado ensejo à curiosidade de desvendar Draco muito antes e talvez fosse por isso que ela estivesse lá com as mãos rodeadas em seu pescoço totalmente entregue aquela sensação de ser beijada e desejada por ele. E pelo amor de Deus! Por que raios Draco Malfoy sonserino, preconceituoso, ex-comensal da morte que pensava mais na glória do que no que as pessoas estavam sentindo estava ali beijando ela Hermione Granger que queria libertar os elfos? Não era desejo, não podia ser. As garotas dessa escola caiam aos seus pés e embora o negócio tivesse diminuído consideravelmente após a guerra e o nome da família ter perdido um pouco de seu poder havia garotas avidas por um pouco do sonserino. E ela ponderou também que não seria para escarnecer ou sair jogando isso aos quatro ventos para envergonha-la, afinal se fosse isso ele já teria feito depois de duas semanas. E então por quê? E foi com essa questão que ela separou-os e soltou a perguntas o mais rápido que pode antes que ele a rodeasse de novo.
-Por que está me beijando Malfoy? – Na hora que a pergunta saiu de sua boca se arrependera. Pois ele com toda certeza devolveria a pergunta. Afinal porque havia o correspondido? Porque queria desvenda-lo? Ela quis realmente acreditar que era somente sua extensa curiosidade que a acompanhava desde sempre e a fizera comer todos os livros da biblioteca. Quase todos queria dizer. Porém esse argumento parecia vago demais e não a convencera por completo. Então porque gostava de ver o sorriso afetado dele quando ela soltava perguntas íntimas e estranhas demais ou gostava do sarcasmo e do modo como suas mãos prensavam sua cintura e a segurava firme como se não quisesse que ela fugisse do seu enlace. Ela não sabia! Mas não deixaria isso intimida-la e com esse pensamento viu-se encarando os olhos cinzentos e nebulosos de Draco, esperando que ele respondesse algo logo.
O garoto passou as mãos sobre seu cabelo e devolveu o olhar. Era realmente uma pergunta difícil de ser respondida. E porque raios eles não podiam só aproveitar o beijo que ele esperara por anos? Bem, ele ponderou que era totalmente normal da parte dela estranhar ele a desejando, pois a insultara e infernizara mais vezes que podia lembrar afinal adorava vê-la nervosa. Mas ele não responderia! Não sabia o que responder. Aproximou-se sorrateiro colocando uma mecha em suas mãos e olhando fixamente nos olhos dela. A resposta era simples e ao mesmo tempo complicada, pois não a beijava somente porque era bom e prazeroso, mas porque lhe trazia algo mais, algo que ele não conseguia explicar de fato. O preenchia e deixava feliz como quando recebera sua carta de Hogwarts. Como ele falaria isso a ela? Parecia sentimental demais para o seu gosto e ele detestava parecer vulnerável. Suspirou quebrando o contato com os olhos castanhos da garota e se pondo a sussurrar em seu ouvido.
-É uma ótima pergunta Hermione- o nome saiu forte e grave do jeito que ele sempre pensara que fosse sair de sua boca. Beijou o lóbulo da orelha da garota sentindo o arrepiar da pele dela contra a sua. Desceu os beijos até a base do seu queixo e não hesitou em capturar os lábios dela novamente. E o que eram meras palavras quando ele estava ali a segurando e a beijando com uma calma e lentidão apaixonante que o fazia se questionar se alguém havia o trocado por uma copia fajuta de um Draco Malfoy sentimental. A beijava pela primavera, pela sensação de estar em outro lugar qualquer, por parecer pelo menos para ele que estava em outro lugar qualquer onde não houvesse barreira alguma. A beijava porque admirava Hermione por estar ali com ele mesmo depois de tudo e por ela representar tudo aquilo que ele jamais poderia ser, mas realmente não sabia como verbalizar isso a ela. Tinha medo e como o bom covarde que sempre fora e com o que tentava lutar contra desde que foi incumbido de matar Dumblodore, quis fugir. Mas o contato era intenso e bom demais que ele não podia desfazer e tão pouco queria. A beijou com maior intensidade com intuito de fazê-la entender que ele estava ali e a queria, talvez para sempre, mesmo que ele soubesse que para sempre era utópico demais. Quando se separam e colaram suas testas, ele a olhou fixamente de um jeito que o Draco comensal nunca se permitiria olhar e talvez ali ela entendera que ele se permitira despojar de todo preconceito e de todos os muros que ele havia construído para ser aquilo que ele precisava ser, aquilo que todos esperavam que ele fosse.
Constatou logo que suas mãos perpassaram pelo cabelo platinado do garoto e seus olhos puderam capturar seu olhar intenso e totalmente diferente daquilo que ela sempre enxergara nos olhos dele. Havia algo diferente ali como um sentimento guardado a sete chaves e que agora havia explodido. Quis sorrir e foi o que fez vendo que ele a acompanhava também sem, no entanto tirar os olhos dele de seus olhos. E Deus! Como ele a olhava como se fosse uma pedra rara e preciosa e pudesse fugir a qualquer instante. Parecia certo e ao mesmo tempo errado, porém mais certo do que errado e aquilo não tinha lógica alguma. Eles eram somente dois opostos que se atraiam de uma maneira única. Foi interrompida em seus devaneios quando sentiu os lábios de Draco rosarem em sua bochecha e irem de encontro ao seu ouvido e ali sussurrar:
- Você é a primavera reluzente. E este é o meu por que. - o coração de Hermione deu três saltos quando ouviu essas palavras e um enorme sorriso se abriu em sua face. Ela entendeu bem que o que ele disse se remetia a algumas noites atrás quando ela perguntara qual era sua estação preferida e esperando que ele respondesse algo como o inverno, a primavera foi a resposta que saiu de sua boca, enchendo o ambiente daquela torre. Ela prontamente perguntou o porquê e Draco respondeu que recebera sua carta de Hogwarts na primavera, dera seu primeiro voo de vassoura em uma primavera e sua mãe sempre passeava com ele nos jardins da mansão na primavera e ele se sentia feliz de verdade como se tudo pudesse ficar bem e nada realmente importasse. Antes que Draco pudesse ponderar sobre dizer ou não a ultima parte sentimental da resposta já havia dito. Esperou Hermione escarnecer dele ou rir na sua cara, mas quando teve coragem para olha-la a garota o olhava estupefata como se tivesse acabado de descobrir que ele tinha um coração. Não a condenava. Mostrar coisas tão íntimas não era do feito de um Malfoy. Mas com ela ele se permitiria ao menos um pouco.
Hermione queria poder experimentar daquela sensação de completude e contentamento para sempre. Do olhar tão diferente e maravilhoso. O cinza agora era definitivamente sua cor preferida. Seu coração gritava que era ali seu lugar e que se danassem todos ‘e ses’ e todas as barreiras! Queria poder dizer e descrever o que passara entre ela e Draco Malfoy naquele momento com a palavra que começava com ‘A’, mas não podia afirmar nada com certeza agora, era racional demais para isso. Ela sorriu querendo verdadeiramente aproveitar cada pedacinho da pele dele contra a sua e os seus braços fortes a segurando de uma forma forte e carinhosa e foi isso que fez. Deixou que o sentimento recém-descoberto se apoderasse dela e a fizesse querer estar ali naquele enlace sempre que pudesse. Não sabia o que viria amanhã ou o que Harry ou Rony diriam e não queria pensar nisso agora. Iria aproveitar que estavam ali juntos.
Hermione Malfoy foi tirada de suas lembranças quando ouviu a porta da Mansão Malfoy sendo aberta e por ela passar o alvo de seus pensamentos há alguns segundos. Ela sorriu para ele de um jeito estonteante sentindo toda aquela sensação de preenchimento e paixão a invadir toda vez que o via. Ele sorriu de volta. Um sorriso verdadeiro e sem sarcasmo, algo que ela apostava ser somente para ela e Narcisa. E ela amava isso.
-Então para onde vamos hoje? – ela perguntou enquanto ele rodeava os seus braços em sua cintura e a puxava para mais perto somente para sentir seu inebriante perfume.
- Pensei que minha mãe havia te mandado o convite do baile de inauguração das novas indústrias - Narcisa cuidava de toda a parte imagética da família e das empresas e ela era grata por isso. Hermione gostava mesmo era de estar na parte de execuções das Leis da magia e na parte burocrática das empresas. Ela o olhou como se respondesse a pergunta que não recebera nada.
- Ainda bem que esta pronta senhora Malfoy, pois estamos em cima da hora e de acordo com minha mãe não podemos nos atrasar!- Draco disse rápido e ameno, coisa que se permitia ser com sua esposa e mãe. Esperou que ela se virasse e pegasse a bolsinha de pedras negras onde guardava sua varinha. E antes que pudesse se dar conta estavam aparatando para onde quer que fosse esse bendito baile. Hermione queria poder continuar a história que relembrava em sua mente há alguns segundos atrás, como quando Draco disse pela primeira vez que a amava, mas isso ficaria para outra hora porque agora depois de tudo ela iria aproveitar o final da história. O meio ela deixaria para relembrar depois.
Comentários (1)
Perfeito!
2015-06-04