Quando o futuro chega.
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Mal chegaram na porta do dormitório e ela se abriu revelando um Sirius arrumado para mais um dia na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Ele saiu, provavelmente indo para o Salão Principal tomar o café da manhã. Mas os dois seguiram paara dentro do quarto e lá encontraram James segurando o mesmo papel que Sirius segurava minutos antes.
– Você vai explicar ou... -começou Remo.
– A mãe dele mandou uma carta e, sabe, ela não foi muito amigável.
– De novo? E o que dizia?
– Esse é o problema. A mãe dele disse que o tio dele, Alfardo ou coisa assim, morreu e ela colocou a culpa no Sirius. Uma vaca.
– Quê? Mas como... como Sirius poderia ter culpa nissso? Ele esteve todo o tempo em Hogwarts com a gente... - Peter era assim. Um tanto lerdo.
– Claro que a culpa não foi dele, Rabicho! Se toca! Vocês sabem como a mãe dele é. Esse tal de Alfardo ai era praticamente o cara da família que o Sirius mais gostava e que gostava dele de volta. Então, quando Sirius fugiu da casa dele, vocês conhecem a história, ele foi queimado daquela porcaria de tapeçaria, esse tio que morreu deixou para muito dinheiro para ele... acabou que também foi queimado daquele trapo velho.
– Essa mãe do Sirius é tão má...
– É. Como eu disse, uma vaca. Vamos descer.
– Isso ainda vai dar o que falar. -confirmou Remo Lupin enquanto seguia os amigos para a sala comunal, que deveria estar cheia naquele momento.
O café da manhã havia sido um tanto desagradável, assim como o resto das aulas do período da manhã dado ao mau-humor de Sirius. À tarde, ele se encontrava nos jardins do castelo, próximo da Floresta Negra, e pela primeira vez em muito tempo, sem a companhia dos amigos. Saíra de perto deles pois havia notado que estava sendo observado, então quis acertar as contas em um lugar aberto.
Em seu encalço, Régulo Black tentava seguir o irmão mais velho sem ser percebido. Mas o que o garoto de ar arrogante não sabia era que fora visto. Régulo tinha os mesmos cabelos escuros do irmão, embora fosse menor, mais franzino e menos bonito do que Sirius.
Apenas quando estavam suficientemente longe do castelo e um pouco mais próximos da pequena cabana de Hagrid, o guarda-caças, que Sirius parou de andar, apanhou a varinha, pondo-se pronto para atacar, e virou-se rapidamente no mesmo instante que o irmão mais novo recomeçara a andar, expondo-se.
– Vejo que você não tem nada mais produtivo para fazer, irmão. Veio perder seu precioso tempo de Comensal da Morte comigo? Não tem nenhuma missão de seu Lorde para realizar, não?
– E ainda tem coragem de fazer piadas sem-graça? Ainda tem coragem... depois de tudo... tudo o que a nossa mãe fez por você...
Sirius deu uma gargalhada. Uma gargalhada sem alegria, completamente debochada. Aquele era certamente a primeira vez que conversavam desde que Sirius fugira.
– Depois de tudo o que ela fez por mim? -zombava ele. A varinha ainda em punhos- Ah, se fosse assim ela...
– Ela o que? -gritou o irmão mais novo- Você devia parar de bancar o rebelde sem-noção, sabia? Já perdeu a graça!
– Onde está sua formalidade, irmão? Nossa querida mão não te ensinou a ser gentil e educado com todos? -o garoto fez questão de colocar todo o desprezo que conseguiu na palavra querida.- Eu defendo o lado certo dessa bosta de guerra! Você e essa família come essa mania irrisória de sangue-puro...
– Somos sua família! Somos o lado certo! O lado pelo qual você deveria estar lutando! A coisa mais ridícula que você fez...
– Por que você não vai arrumar o que fazer? Aliás, qual é o seu propósito em me seguir?
– Você sabe! Você sabe o porquê! - Régulo havia perdido a postura, agora estava completamente desesperado de raiva, a raiva que sempre teve do irmão-Você deve ter recebido a carta da mamãe ontem, não é? Aposto que sim... e você leu o que ela disse? A culpa é sua...
– A culpa não é minha! - vociferou Sirius.
– ...você sujou o nome da família e o tio ainda te deixou herança?! Você fugiu de casa... se achando corajoso o suficiente...
– Eu fui corajoso! Tive uma corajem que só Andrômeda teve! E você, irmão, poderia muito bem ter vindo comigo. Você poderia ter dado as costas para toda essa baboseira de Comensal da Morte. Mas você foi fraco demais para conseguir tomar uma decisão sozinho!
Aquilo foi a gota d`água. Régulo agitou a varinha em uma velocidade inesperada por Sirius, fazendo-o cair para trás. Mas com a mesma velociadade da qual o irmão do derrubara ele se ergueu, lançando o feitiço de volta. O duelo havia começado e Sirius, sempre muito inteligente, lançava feitiços ágeis que não eram do conhecimento do irmão, que estava quase largando a varinha e indo resolver as coisa com as própias mãos.
Com toda essa barulheira e confusão, acabaram chamando a atenção de um simpático meio-gigante. Hagrid saiu de sua pequena cabana e foi em direção dos garotos, sem o seu guarda-chuva cor-de-rosa em mãos, e com um simples movimento de sua enorme mão separou os dois.
– Ah meninos... de novo? Você sabem que terei que levá-los até o professor Dumbledore, não é? Acho que ele vai gostar de saber disso, imagino. Querem dar uma passadinha na ala hospitalar? Vocês estão sangrando um pouquinho...
Os dois apresentavam ferimentos leves, Régulo estava com o braço esquerdo completamente ralado e sangrando em alguns pontos, até Sirius tinha a testa machucada, sangrando também, mas ambos preferiram ir direto ao encontro de Dumbledore.
O caminho até a sala do diretor era longo, mas para os dois meninos chegar lá nunca havia demorado tanto. Em todo o percurso os alunos que estavam andando pelos corredore da escola espiavam os garotos com curiosidade. Quando pararam em frente a típica gárgula que dava entrada para a sala, saiu de dentro dela a professora Minerva McGonagall, a professora de Transfiguração e diretora da casa da Grifinória. A professora, mesmo sendo uma boa pessoa, era extremamente severa. Só de olhá-la já era possível ver que não deveria se meter em encrencas com ela.
– Ah esses dois novamentes... bom, nesse momento o professor Dumbledore não se encontra em sua sala. Mas esses dois podem esperá-lo em frente ao escritório. Seus amigos já estão lá a sua espera, sr.Black. –dirigiu-se á Sirius, virou-se e saiu andando com sua postura rígida pelos corredores de Hogwarts.
– Bom, eu tenho muito trabalho a fazer, vocês sabem. Subam lá e fiquem esperando. Espero que não façam bagunça, o professor Dumbledore deve estar vindo.
Hagrid esperou os dois passarem pela gárgula, após dizer a senha, e se virou para sair. Os meninos atravessaram a estátua e seguiram na direção dos três alunos que estavam parados aos cochichos. Parecia que James, Remo e Peter haviam aprontado uma travessura. Suas mãos, vestes e o rosto deles os denunciavam: estavam completamente coloridos.
– Almofadinhas, você chegou! Aleluia! Eu ouvi boatos de que você se meteu em uma briga. Cara, e você nem nos chama! – o rosto de James estava em um tom de rosa-berrate, que poderia ser visto a quilometros de distância.
– Grande coisa.. E o que vocês aprontaram agora? Parece que deu merda...
– Ah, mais ou menos. Foi mais de propósito do que...
Remo Lupin foi interrompido por um grito enraivecido vindo da sala do direto. Mas claro que não seria do professor Dumbledore já que ele estava em outro lugar do castelo e um bruxo renomado como ele, além de ser absurdamente calmo, não gritaria daquele jeito.
– SAI DE CIMA DE MIM RONALD!
Os garotos se entreolharam. O que estava acontecendo? Quem seria Ronald? Quem gritou? Sirius e James trocaram um olhar divertido e sorriram marotamente.
Com certeza, pensou Remo, eles são muito maliciosos.
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