Quando o dia começa.
~*~
1998
Era uma sensação estranha, ao mesmo tempo, terrivelmente familiar. Era aquela tão conhecida exitação, quando o estômago dá voltas e mais voltas, as mãos começam a formigar e a vontade de acabar com isso logo é enorme. Já havia um bom tempo que Harry, Rony e Hermione não se sentiam assim e isso os fazia sentir um certo pânico. Essa "vontade de aventura" que os três tinham sempre resultavam em alguma coisa desastrosa (e heróica, também) e eles não imaginavam que iriam prová-la de novo. Ah, como se enganaram...
– Mas, diga uma coisa, como podemos ter certeza de que é confiável?
– É verdade, Rony está certo. Como podemos ter certeza de que a senhora está sendo sincera?
– Ora senhorita Granger, isso é entre vocês e nada mais. Eu já disse que podem confiar em mim. O que lhes proporciono é único e verdadeiramente irresistível. Mas não vou mentir também, há certos riscos...
– Que tipo de riscos?
– Vocês irão voltar ao passado, acompanhados de sete livros inestimáveis, senhor Potter. Que tipo de riscos o senhor imagina que correrão?
– Acontece coisas ruins com bruxos que mexem com o tempo... - murmurou Hermione.
Harry Potter olhou a mulher em sua frente. Ele sabia que ela estava sendo sincera em tudo, pois havia dado uma boa olhada em cada uns dos livros e certamente tudo aquilo era incrível. Seus próprios pensamentos... iguais. Discretamente olhou para cada um de seus colegas e viu, com surpresa, que todos aparentavam estar inteiramente determinados em realizar essa missão. E ele entendia. Com toda dor do mundo, ele entendia.
Rony e Gina, obviamente, queria impedir a morte de Fred Weasley. Neville Longbottom certamente queria mudar o destino horrível dos pais. Draco Malfoy devia querer ter uma chance de mudar, de evitar todo desastre que seu pais caudou, e Hermione, Granger, sempre de bom coração, ia pelos amigos que morreram e, claro, além de sua inteligência ser essencial. Luna Lovegood teria também seus motivos... a mãe, o pai...
E ele, o famoso Harry Potter, queria mais do que tudo realizar sua mais profundo desejo, aquele desejo que provavelmente ele veria se encontrasse o Espelho de Ojsed. Queria conhecer seus pais, conversar com eles, abraçá-los, dizer que os ama e evitar que ele morram. Querio impedir também, o falecimento de Sirius, seu padrinho, de Remo, de Tonks, Fred, Dobby, Moody, Cedrico, Dumbledore, Edwiges, Colin, Snape... todos muito impostantes em sua vida...
– Eu sei o que vocês estão pensando. -disse a mulher, depois de alguns minutos de silêncio- Mas existem coisas que não podem ser mudadas, vocês sabem disso.
– Certo.
– Então, estão dispostos a voltar na época dos Marotos?
Os jovens se entreolharam e em silêncio decidiram.
– Sim. -disse Harry entrelaçando sua mão com a de Gina - Vamos voltar.
~*~
1977
O dia já estava clareando, o sol batia persistente nas janelas da adorável sala comunal da Grifinória. Em um lado, dois garotos desciam as escadas lentamente se perguntando aonde estariam os outros dois colegas que não passaram a noite no dormitório que compartilhavam. Do outro lado, quatro garotas se direcionavam a sala vazia na mesma velocidade. Conversando despreocupadamente sobre assuntos típicos.
As meninas, grandes amigas, eram Alice, Marlene, Dorcas e Lily. Os dois meninos eram Remo e Peter. Os seis pisaram no chão, aparentemente muito bem limpado, ao mesmo tempo. Mal foram vistos pelos dois garotos que se achavam agachados em um canto mal-ilumidado do recinto. Porém os mesmos foram vistos pelos olhos atentos de Marlene McKinnon.
– Hm... parece que a noite das bichas foi boa. -provocou ela.
Um dos jovens se levantou. Era alto e forte dado a anos de quadribol. Ele se virou para encarar a garota que o irritara logo no período da manhã , a luz do sol gélido de inverno bateu em seu rosto e os colegas puderam ver o estado em que estava.
Sirius Black trajava as mesmas vestes de Hogwarts que usara no dia anterior, confirmando assim o argumento dos dois companheiros de que não voltara para seu dormitório durante a noite. Seus olhos acinzentados, sempre alegres e confiantes, estavam vermelhos e inchados. Olhava para os outros ao seu redor com uma altivez digna de um verdadeiro Black. Em suas mãos um papel amarelado era apertado com força, e em seguida e rapidamente, o garoto subiu para a ala dos dormitórios masculinos sem dar explicações ou retrucar o comentário desnecessário da colega.
No mesmo lugar em que antes haviam dois meninos, o outro se levantou e foi ao encontro dos amigos. James Potter apresentava vestes amassadas também. Seus cabelos naturalmente desarrumados estavam, se é que é possível, mais rebeldes que nunca.
– O que aconteceu com Sirius, James? -questionou Remo.
– Falamos sobre isso depois. -deu um piscadela marota para a jovem Lily e subiu também.
– Remo? -grunhiu o pequeno e gorducho Peter- Vo...você vi...viu o j...jeito que o Si...Sirius nos o...olhou? De...deu medo.
– É verdade. -concordou Alice -Nunca vi ele olhar assim para ninguém.
– Parecia o irmão dele...-comentou Dorcas.
– Será que foi só por causa do meu comentário? -arrependeu-se Marlene.
– Claro que não! Já vimos ele olhar assim para as pessoas antes... a família dele e uns integrantes da Sonserina.
– Hm... e depois vocês vão nos contar o que aconteceu? -finalmente Lily se pronunciou.
– Não. -respondeu Remo virando-se para ir ao encontro dos amigos, seguido de Peter.
As meninas se entreolharam misteriosas. Esses Marotos tinham muitos segredos, segredos até demais...
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