Ano 1992



Hermione correrá de volta ao grande tabuleiro de xadrez bruxo. Harry havia passado pela etapa das poções e podia estar cara a cara com Lorde Voldemort nesse exato momento. Avistou Rony ainda desmaiado ao lado do cavalo destruído em que tinha montado para jogar a partida de xadrez.


            Correu diretamente para ele, se ajoelhando ao seu lado e colocando a mão em sua testa. Ele estava quente, “isso é um bom sinal! ” Pensou ela respirando aliviada.


            – Vamos Ron, acorde... Acorde, por favor! – Repetia ela enquanto dava tapinhas leves no rosto do garoto. Ela encostou a boca no ouvido dele e sussurrava ente lagrimas – Sério Ronald, vamos, eu preciso de você!


            – Herm... Hermione? – Ronald acordou assustado sentindo uma dor horrível por todo o corpo, achou que nunca iria conseguir levantar de novo. – Onde estamos? O que aconteceu? Cadê o Harry?


            – Ron! Resumindo você venceu a partida de xadrez bruxo gigante, então você caiu do cavalo porque teve que se sacrificar para ganharmos a partida, eu ajudei o Harry na próxima tarefa que era um enigma lógico de poções e agora eu acho que ele está lá lutando com Você-Sabe-Quem! Nós precisamos correr e mandar uma coruja ao Dumbledore antes que seja tarde demais! – Enquanto ela falava de uma maneira extremamente rápida, Ronald arregalava cada vez mais os olhos. Ajudando ele a levantar ela continuou. – Anda, vamos Ron! Sei que está com dor mas precisamos correr! Vem comigo.


            Hermione, sustentando um Ronald que mancava, demorou mais do que gostaria para chegar ao corredor do terceiro andar, mas assim que viraram para pegar o caminho para o corujal esbarraram no diretor Dumbledore. Ela relatou tudo o que aconteceu para ele, que disparou pelo caminho que os dois vieram.


            – Vocês dois. Ala hospitalar. Agora! – Seus passos foram ficando mais distantes e os dois ficaram mais calmos. Com Dumbledore de volta à escola tudo iria dar certo.


            Ronald e Hermione diminuíram a velocidade dos passos, mas continuaram a seguir em direção da enfermaria. A garota em geral estava bem, mas Rony precisaria ser examinado já que estava com muitos cortes e não conseguia parar em pé sozinho.


            – Então o Harry tomou uma das poções e passou pelo fogo negro e eu tomei a outra, voltei correndo através do fogo roxo para tentar te acordar. – Terminou ela depois de narrar toda a história depois do desmaio do amigo.


            – Uau! Você foi brilhante Hermione! Eu nunca iria conseguir desvendar esse enigma sozinho, e aposto que o Harry também não.


            – Não era tão difícil assim... – ela respondeu corando. Não era sempre que recebia elogios dele. – Talvez um pouco problemático, mas nada impossível... você é quem foi maravilhoso Ron! Muito valente! Você quase morreu naquela partida e se não fosse por você nunca teríamos chegado ao outro lado. A melhor partida de xadrez que eu já assisti.


            Eles chegaram na Ala Hospitalar e Madame Pomfrey correu para eles, os encaminhando direto as macas. Hermione estava bem, só tomou uma poção para fechar os pequenos cortes que ela nem sabia que tinha. No entanto, Ronald teria que passar a noite ali, estava muito machucado e demoraria a noite toda para consertar seu pulso quebrado.


            Neste meio tempo, Dumbledore trouxe Harry que estava desmaiado e que, pelas grandes doses de poções que a Madame Pomfrey virou na boca dele, ele tardaria a acordar. O diretor contou aos dois o que aconteceu e foi conversar com a enfermeira.


            – Hermione? – Chamou Rony depois de um tempo e notou que a garota tinha os olhos fechados. Quando ela os abriu ele continuou – Muito obrigado por ter me ajudado lá, sabe? No tabuleiro. E não merecia que você fosse tão legal comigo depois de eu ter sido a pessoa mais chata do mundo com você o ano todo. Er... você me desculpa?


            – Ora Ron! Você pode ter sido chato comigo, mas você me salvou daquele trasgo!


            – Eu ajudei o Harry e se eu não tivesse te chamado de pesadelo naquele dia, nós dois nem precisaríamos salva-la. – Disse ele cabisbaixo e com as orelhas vermelhas. Hermione pousou sua mão na dele e sorriu.


            – Se você não tivesse me chamado de pesadelo e me salvado do trasgo depois, eu nunca teria me tornado amiga de vocês dois. – Hermione disse isso dando uma breve olhada em Harry – E essa foi a melhor coisa que aconteceu comigo o ano todo. Eu sei que sou meio chata as vezes, mas eu só quero provar que posso ser uma bruxa boa mesmo sendo nascida trouxa. Podemos fazer uma trégua das nossas brigas? Por enquanto o Harry merece ter um final de ano letivo sem aguentar nós dois.


            – Trégua! – Ele respondeu sorrindo e apertando a mão dela – Te escreverei durante as férias para mostrar como são férias bruxas, não acredito que será muito empolgante, mas você me conta sobre suas férias trouxas. Papai vai adorar!


            – Combinado! Bom, agora eu vou indo. Já está na hora do jantar e eu estou faminta. Venho amanhã cedo ver vocês dois. Boa noite.


            Hermione deu um tchauzinho e saiu da Ala Hospitalar animada com a perspectiva de se corresponder com Ronald nas férias. “Espero conseguir trocar cartas com o Harry também”, pensou ela.


            No dia seguinte Ronald já estava sendo liberado quando ela chegou lá. Os dois seguiram para o Salão Principal para tomar o café da manhã e combinaram com a Madame Pomfrey que voltariam para ver o Harry mais tarde.

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