Avada Kedavra
Havia no fim do quarto um homem magro, com aspecto de um ser não humano, não por alguma anormalidade, mas pela expressão maligna em seu rosto, o que o tornava quase como um demônio. Seus traços mais lembravam o de uma cobra, principalmente as narinas, que pareciam apenas duas fossas nasais curtas de serpente. Ele tinha um sorriso no rosto.
- O que vai fazer agora Potter? Correr como sua mãe, ou me enfrentar como seu pai?
Harry não conseguia raciocinar direito diante daquela figura, a única coisa que queria era fazê-lo sofrer. Tentou fazer a primeira coisa que veio à sua cabeça:
- Cruccio! Cruccio! – A esta altura ele já berrava, pois o homem a sua frente parecia não ser afetado. Será que ele deveria ser imune à dor?
- Pobre Potter! Já lhe disse que é necessário realmente desejar que a pessoa sinta dor. É como a Maldição que mata, cuja qual você já sabe o nome, é preciso que você realmente deseje matar.
Mas se fizesse isso, seria expulso de Hogwarts, o único lugar onde tinha paz. E até pior, poderia ir para Azkaban. Mas pelo menos ele não viverá, pensou.
- Avada Kedavra!
Harry acordou suado, sua cicatriz doendo como nunca havia doído antes. Em cima dele, aranhas que, habitualmente circulavam pelo teto de seu quarto, já que este não era limpo há tempos. As aranhas estavam completamente mortas em cima de suas cobertas. Será que eu realmente lancei a Maldição? – pensava Harry. – Será que meu sonho foi tão intenso que eu realmente matei o que estava na minha frente?
Ele olhou em sua mão. Segurava a varinha, o que significava que a tinha pegado enquanto dormia.Harry levantou, foi andando suavemente até a gaiola de Edwiges. A coruja estava quieta, mas acordada e atenta, provavelmente fora acordada pelos gritos do garoto.
- Você está pronta Edwiges? – Perguntou Harry abrindo a gaiola. A coruja bicou levemente seu dedo, em sinal de aprovação e o garoto a colocou em cima da gaiola. – Espere que já lhe darei um trabalhinho. Se abaixa sob a cama e retira pergaminho, pena e tinteiro da tábua solta do assoalho. Molha a pena no tinteiro e para há milímetros de tocar a superfície do pergaminho, então ficou a pensar. O que escreveria, e para quem? - Para Rony, mas vou escrever o que? “Rony, acho que aprendi dormindo a lançar a Maldição Avada Kedavra. Matei umas aranhas hoje enquanto dormia. Quando acordei, minha cicatriz doía”. - Puxa, que legal, acabe mesmo com elas, Harry. Mas sua cicatriz sempre doeu quando Você-Sabe-Quem estava por perto ou na sua mente será que ele está por perto, digo... ele não pode, pode? – Seria a resposta do amigo.
Não! Não escreveria para ninguém desta vez. Em breve estaria indo para o seu sexto ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, já estava bem crescidinho para resolver seus próprios pesadelos, pensou ele. Já não era aquele garoto pequeno e assustado que temia tudo no mundo bruxo por não o conhecer. Era claro que ainda faltava muito para conhecê-lo totalmente, talvez até nunca conseguisse isso, mas já adquirira suficiente conhecimento sobre ele. E além do mais, para que se preocupar com um pesadelo, se já havia enfrentado coisas muito piores. Sonhara com o bruxo das trevas mais temido, mas já o enfrentara outras vezes. Uma em seu primeiro ano, situação em que impediu Voldemort de roubar a pedra filosofal; outra logo em seu segundo ano na escola, quando enfrentou o jovem Tom Riddle, trazido de volta de uma lembrança, junta havia enfrentado um basilisco, criatura perigosa que somente com um olhar poderia matar um bruxo poderoso; em seu terceiro ano, havia enfrentado dementadores, e não foram poucos, havia centenas deles; logo no ano seguinte, participara de um torneio tribruxo, fora um dos campeões de Hogwarts, enfrentou de dragões (havia enfrentado o pior em sua prova, um Rabo-Córneo), glindlows, explosivins, resistira à maldição Imperius e fora transportado para um cemitério cheio de Comensais da Morte e o próprio Voldemort, cujo qual conseguiu deter com sua varinha por tempo suficiente para escapar com vida; e no seu último ano em Hogwarts, tivera aulas de oclumancia, estivera no quartel general da Ordem da Fênix, conseguira salvar a vida do Sr. Weasley por ter tido uma visão do ataque que ele havia sofrido, e enfrentara vários comensais da morte, inclusive, novamente, o Lord das Trevas. E a maioria destes feitos ele havia conseguido por mérito próprio. Não que Hermione, Rony ou Sirius não tivessem ajudado, mas o mérito era quase que completamente dele.
- Não Edwiges, você pode descansar hoje – E foi até a gaiola onde a coruja lhe deu um olhar irritado, parecia achar que Harry não confiava mais nos serviços dela. – Não me olhe assim, sei que você pode, mas agora não preciso.Harry levou um susto quando algo havia, de certa forma, batido em sua janela, quando olhou, viu uma coruja das torres grande, bicando a vidraça, querendo entrar. O garoto foi até a janela e a abriu, a coruja pousou suavemente sobre a cama, deixando cair um pergaminho. Ele apanhou-o e começou a ler:
“Ao Sr. Harry Potter
Nós do Departamento de Controle do Uso Indevido de Magia por Menores, detectamos que o senhor executou um feitiço em uma área trouxa, e, como agravante de sua situação, temos informações de que se trata de uma das Maldições Imperdoáveis.Como observação, devemos constatar que também sabemos que o mesmo feitiço fora executado em estado inconsciente, ou seja, durante o sono. Acontecimentos como este já foram encontrados anteriormente em outros casos, portanto há a lei que justifica esse fato.
Por este ocorrido, lhe enviamos esta notificação verbal para que tome providências para melhorar estas falhas, pois se verificarmos que o senhor realizou, ou é capaz de realizar o feitiço citado, estando consciente, o senhor deverá cumprir sua pena prevista pela lei.Atenciosamente
Cornélio Fudge. Ordem de Merlim Primeira Classe.Ministro da Magia.”
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