O Chapéu Seletor
CAPÍTULO SETE
O Chapéu Seletor
A porta abriu-se de chofre. E apareceu uma bruxa alta de cabelos negros e veste verde-esmeralda. Tinha o rosto muito severo e o primeiro pensamento de Harry foi que era uma pessoa a quem não se devia aborrecer.
— Alunos do primeiro ano, Professora Minerva McConagall — informou Hagrid.
— Obrigada Hagrid. Eu cuido deles daqui em diante.
Ela escancarou a porta. O saguão era tão grande que teria cabido à casa dos Dursley inteira dentro. As paredes de pedra estavam iluminadas com archotes
flamejantes como os de Gringotes, o teto era alto demais para se ver, e um a um subiram a imponente escada de mármore em frente que levava aos andares
superiores.
Eles acompanharam a Professora Minerva pelo piso de lajotas de pedra. Harry e Lilian ouviram o murmúrio de centenas de vozes que vinham de uma porta á direita, o restante da escola já devia estar reunido. Mas a Professora Minerva levou os alunos da primeira série a uma sala vazia ao lado do saguão. Eles se agruparam lá dentro, um pouco mais apertados do que o normal, olhando, nervosos, para os lados.
— Bem-vindos a Hogwarts — disse a Professora Minerva. — O banquete de abertura do ano letivo vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem
às mesas, vocês serão selecionados por casas. A seleção é uma cerimônia muito importante porque, enquanto estiverem aqui sua casa será uma espécie de família em Hogwarts. Vocês assistirão a aulas com o restante dos alunos de sua casa, dormirão no dormitório da casa e passarão o tempo livre na sala comunal. As quatro casas chamam-se Grifinória, Lufa-Lufa, Cornival e Sonserina. Cada casa tem sua história honrosa e cada uma produziu bruxas e bruxos extraordinários. Enquanto estiverem em Hogwarts os seus acertos renderão pontos para sua casa, enquanto os erros a farão perder. No fim do ano, a casa com o maior numero de pontos receberá a Taça da Casa, uma grande honra. Espero que cada um de vocês seja motivo de orgulho para a casa a qual vier a pertencer. A Cerimônia de Seleção vai se realizar dentro de alguns minutos na presença de toda a escola. Sugiro que vocês se arrumem o melhor que puderem enquanto esperam.
O olhar dela se demorou por um instante na capa de Neville, que estava afivelada debaixo da orelha esquerda, e no nariz sujo de Rony, Harry nervoso,
tentou achatar os cabelos e Lilian ajeitar os cabelos e depois ajudar o irmão.
— Voltarei quando estivermos prontos para receber vocês — disse a Professora Minerva. — Por favor, aguardem em silêncio.
E se retirou da sala. Harry engoliu em seco.
— Mas como é que eles selecionam a gente para as casas? — Harry perguntou a Rony.
— Devem fazer uma espécie de teste, acho. Fred diz que dói à cabeça, mas acho que estava brincando.
— Eu espero que esteja se não eu vou acabar com seu irmão. — falou Lilian tentando esquecer o nervosismo.
O coração de Harry deu um pulo terrível. Um teste? Na frente da escola toda? Mas ele ainda nem conhecia mágica nenhuma, que diabo teria que fazer?
Não previra nada do gênero assim logo na chegada. Olhou à volta, ansioso, e viu que os outros também pareciam apavorados. Ninguém falava muito a não ser Hermione, que cochichava muito depressa todos os feitiços que aprendera, sem saber o que precisaria mostrar. Harry e Lilian fizeram força para não escutar o que ela dizia, eles sabiam algumas teorias e feitiços. Nunca se sentiram tão nervosos, nunca, nem mesmo quando tiveram que levar um boletim escolar para os Dursley dizendo que, não sabiam como, Harry fizera a peruca do professor ficar azul ou Lilian deixando uma garota que a atormentou de cor de pele vermelha. Eles mantiveram os olhos grudados na porta. A qualquer segundo agora a Professora Minerva voltaria e os conduziria aos seus tristes fim. Então aconteceu uma coisa que fez Harry pular bem uns trinta centímetros no ar, várias pessoas atrás dele gritaram.
— Que di...
Ele ofegou. E as pessoas à sua volta também. Uns vinte fantasmas passaram pela parede dos fundos. Brancos-pérola e ligeiramente transparentes, eles deslizaram pela sala conversando e entre si, mal vendo os alunos do primeiro ano. Pareciam estar discutindo. O que lembrava um fradinho gorducho ia dizendo:
— Perdoar e esquecer eu diria, vamos dar a ele uma segunda chance...
— Meu caro Frei, já não demos a Pirraça todas as chances que ele merecia? Ele mancha a nossa reputação e, você sabe, ele nem ao menos é um fantasma. Nossa, o que é que essa garotada está fazendo aqui?
Um fantasma, que usava uma gola de rufos engomados e meiões, de repente reparou nos alunos do primeiro ano. Ninguém respondeu.
— Alunos novos! — disse o frei Gorducho, sorrindo para eles.
— Estão esperando para ser selecionados, imagino?
Alguns garotos confirmaram com a cabeça, mudos.
— Espero ver vocês na Lufa-Lufa! — falou o frei. — A minha casa antiga, sabe?
— Contanto que a maioria não vá para Sonserina está tudo certo, estou cansado de ouvir o Barão Sangrento ficar falando o tempo todo, mas para vocês boa seleção. — e o grupo de fantasmas saiu atravessando uma das paredes.
— Arrepiante. — disse Lilian
— Eu até que gostei deles, não devem fazer mal a uma mosca não se preocupe. — falou Harry, lembrando que Duda fez a irmã ter medo de fantasmas.
— Assim eu espero.
— Como vocês se entendem só de olhar um para o outro? Os meus irmãos fazem isso de vez em quando mais não conseguem fazer o tempo todo — perguntou Rony olhando para os gêmeos.
— Vamos andando agora — disse uma voz enérgica. — A Cerimônia de Seleção vai começar.
A Professora Minerva voltara e interrompendo a resposta do gêmeos .
— Agora façam fila e me sigam.
Sentindo-se pouco à vontade como se suas pernas tivessem virado chumbo, Harry entrou na fila atrás de um garoto de cabelos cor de palha e na frente de Lilian e Lilian na frente de Rony, e todos saíram da sala, tornaram a atravessar o saguão e as portas duplas que levavam ao Grande Salão. Os gêmeos jamais imaginaram um lugar tão diferente e esplêndido era iluminado por milhares de velas que flutuavam no ar sobre quatro mesas compridas, onde os demais estudantes já se encontravam sentados. As mesas estavam postas com pratos e taças douradas. No outro extremo do salão havia mais uma mesa comprida em que se sentavam os professores. A Professora Minerva levou os alunos de primeiro ano até ali, de modo que eles pararam enfileirados diante dos outros, tendo os professores às suas costas. As centenas de rostos que os contemplavam pareciam lanternas fracas à luz trêmula das velas. Misturados aqui e ali aos estudantes, os fantasmas brilhavam como prata envolta em névoa. Principalmente para evitar os olhares fixos neles, Harry olhou para cima e viu um teto aveludado e negro salpicado de estrelas e mostrou a irmã que estava olhando as pessoas ao redor. Ouviram Hermione cochichar:
— É enfeitiçado para parecer o céu lá fora li em Hogwarts, uma história.
Era difícil acreditar que havia um teto ali e que o Salão Principal simplesmente não se abria para o infinito. Harry e Lilian baixaram depressa os olhos quando a Professora Minerva silenciosamente colocou um banquinho de quatro pernas diante dos alunos do primeiro ano. Em cima do banquinho ela pôs um chapéu pontudo de bruxo. O chapéu era remendado esfiapado e sujíssimo. Tia Petúnia não teria permitido que um objeto nessas condições entrasse em casa. Talvez tivessem que tentar tirar um coelho de dentro dele, Harry pensou delirando, parecia apropriado, reparando que todos no salão agora olhavam para o chapéu, ele olhou para irmã que estava confusa olhando para o ele e depois para o chapéu também. Por alguns segundos fez-se um silêncio total. Então o chapéu se mexeu. Um rasgo junto à aba se abriu como uma boca e o chapéu começou a cantar:
Ah, você podem me achar pouco atraente,
Mas não me julguem só pela aparência
Engulo a mim mesmo se puderem encontrar
Um chapéu mais inteligente do que o papai aqui.
Podem guardar seus chapéus-coco bem pretos,
Suas cartolas altas de cetim brilhoso
Porque sou o Chapéu Seletor de Hogwarts.
E dou de dez a zero em qualquer outro chapéu.
Não há nada escondido em sua cabeça
Que o Chapéu Seletor não consiga ver,
Por isso é só me porem na cabeça que vou dizer
Em que casa de Hogwarts deverão ficar
Quem sabe sua morada é a Grifinória,
Casa onde habitam os corações indômitos.
Ousadia e sangue-frio e nobreza
Destacam os alunos da Grifinória dos demais,
Quem sabe é na Lufa-Lufa que você vai morar,
Onde seus moradores são justos e leais
Pacientes, sinceros, sem medo da dor,
Ou será a velha e sábia Corvinal
A casa dos que têm a mente sempre alerta,
Onde os homens de grande espírito e saber
Sempre encontrarão companheiros seus iguais,
Ou quem sabe a Sonserina será a sua casa
E ali estejam seus verdadeiros amigos,
Homens de astúcia que usam quaisquer meios
Para atingir os fins que antes colimaram.
Vamos, me experimentem! Não devem temer!
Nem se atrapalhar! Estarão em boas mãos!
(Mesmo que os chapéus não tenham pés nem mãos)
Porque sou único, sou um Chapéu Pensador!
O salão inteiro prorrompeu em aplausos quando o chapéu acabou de cantar. Ele fez uma reverência para cada uma das quatro mesas e em seguida ficou muito quieto outra vez.
— Então só precisamos experimentar o chapéu! — cochichou Rony a Harry.— Vou matar o Fred, ele não parou de falar numa luta contra um trasgo.
— Não se eu acabar com ele primeiro Rony. — falou Lilian aliviada e olhou para o irmão.
Harry deu um sorriso sem graça. É, experimentar um chapéu era bem melhor do que precisar fazer um feitiço, mas desejou que pudessem ter experimentado o chapéu sem toda aquela gente olhando. O chapéu parecia estar pedindo muito, Harry não se sentia corajoso nem inteligente nem qualquer outra coisa naquele momento. Se ao menos o chapéu tivesse mencionado uma casa para gente que se sentia meio nervosa, quem sabe teria sido a sua café, Lilian entendeu o que o irmão estava pensando e não retrucou. A Professora Minerva então se adiantou segurando um longo rolo de pergaminho.
— Quando eu chamar seus nomes, vocês porão o chapéu e se sentarão no banquinho para a seleção. Ana Abbott!
Uma garota de rosto rosado e marias-chiquinhas louras saiu aos tropeços da fila, pôs o chapéu, que lhe afundou direto até os olhos, e se sentou. Um silêncio momentâneo...
— LUFA-LUFA! — anunciou o chapéu.
A mesa à direita deu vivas e bateu palmas quando Ana foi se sentar à mesa da Lufa-Lufa. Hachá e Lilian viram o fantasma do fradinho Gorducho acenar alegremente para ela.
— Susana Bones!
— LUFA-LUFA! — anunciou o chapéu outra vez, e Susana saiu depressa e foi se sentar ao lado de Ana.
— Teo Boor!
— CORVINAL!
Desta vez foi a segunda mesa à esquerda que aplaudiu, vários alunos da Corvinal se levantaram para apertar a mão de Teo quando o menino se reuniu a eles.
Mádi Brocklehurst foi para a Corvinal também, mas Lilá Brown foi a primeira a ser escolhida para a Grifinória e a mesa na extrema esquerda explodiu em vivas, Harry e Lilian viram os irmãos gêmeos de Rony assobiarem.
Mila Bulstrode se tornou uma Sonserina. Talvez fosse a imaginação de Harry, mas depois de tudo que ouvira sobre a Sonserina, achou que eles formavam um grupo de aparência desagradável. Estava começando a se sentir decididamente mal agora. Lembrou-se da seleção para os times, nas aulas de esporte de sua velha escola. Sempre fora o último a ser escolhido, não porque não fosse bom, mas porque ninguém queria que Duda pensasse que gostavam dele.
— Justino Finch-Fletchlev!
— LUFA-LUFA!
Às vezes, Lilian reparou, o chapéu anunciava logo o nome da casa, mas outras levava um tempo para se decidir. Simas Finnigan, o menino de cabelos cor de palha ao lado de Harry na fila, passou sentado no banquinho quase um minuto, antes de o chapéu anunciar que iria para a Grifinória.
— Hermione Granger!
Hermione saiu quase correndo até o banquinho e enfiou o chapéu, ansiosa.
— GRIFINÓRIA! — anunciou o chapéu. Rony gemeu.
Um pensamento horrível ocorreu a Lilian, como fazem os pensamentos horríveis quando a pessoa está nervosa. E se ele não fosse escolhido? E se ficasse ali sentado com o chapéu na cabeça cobrindo seus olhos durante um tempão, até a Professora Minerva arrancá-lo de sua cabeça e dizer que obviamente houvera um engano e era melhor ele pegar trem de volta? Olhou para o irmão que parecia pensar a mesma coisa.
Quando Neville Longbottom, o menino que não parava de perder o sapo, foi chamado, levou um tombo a caminho do banquinho. O chapéu demorou muito tempo para se decidir sobre Neville. Quando finalmente anunciou "GRIFINÓRIA", Neville saiu correndo com o chapéu na cabeça, e teve de voltar em meio a uma avalanche de risadas para entregá-lo a McGonogall.
— Draco Malfoy!
— Aposto cinco galeões que ele vai para a Sonserina. — disse Harry a irmã e Rony.
— Apostado, ele é muito tapado, vai para a Lufa-Lufa. — respondei Lilian.
— Eu não aposto nada.
Malfoy se adiantou, gingando, quando chamaram seu nome e teve seu desejo realizado imediatamente, o chapéu mal tocara sua cabeça quando anunciou:
— SONSERINA!
— Pode ir pagando. — disse Harry a irmã.
— Droga. — falou tirando cinco moedas de ouro do bolso e o entregando.
Faltava pouca gente agora. Moon..., Nott..., Parkinson..., depois duas gêmeas, Patil e Patil..., depois Perks, Sara... E então, finalmente...
— Harry Potter!
Quando Harry se adiantou, correu um burburinho por todo o salão como um fogo de rastilho.
— Potter, foi o que ela disse?
— O Harry Potter?
— Então a irmã também está aqui?
A última coisa que Harry viu antes de o chapéu lhe cair sobre os olhos foi um salão cheio de gente se espichando para lhe dar uma boa olhada. Em seguida
só viu a escuridão dentro do chapéu.
— Difícil. Muito difícil. Bastante coragem vejo. Uma mente nada má. Há talento, há, minha nossa, uma sede razoável de se provar. Ora isso é
interessante... Então onde vou colocá-lo?
Harry apertou as bordas do banquinho e pensou "Sonserina não, Sonserina, não".
— Sonserina não, hein? — disse a vozinha. — Tem certeza? Você poderia ser grande, sabe, está tudo aqui na sua cabeça, e a Sonserina lhe
ajudaria a alcançar essa grandeza, sem dúvida nenhuma, não? Bem, se você tem certeza, ficará melhor na GRIFINÓRIA!
Harry ouviu o chapéu anunciar a última palavra para todo o salão. Tirou o chapéu e se encaminhou trêmulo para a mesa de Grifinória. Sentia tanto alívio por ter sido selecionado e ter escapado de Sonserina, que nem reparou que estava recebendo a maior ovação da cerimônia. Percy, o Monitor, se levantou e apertou sua mão com energia, enquanto os gêmeos Weasley gritavam "Ganhamos Potter! Ganhamos Potter!" Harry sentou-se defronte do fantasma com a gola de rufos que vira antes da cerimônia. O fantasma lhe deu uma palmadinha no braço, produzindo em Harry a sensação horrível e repentina de que acabara de mergulhar num balde de água gelada Agora ele via bem a Mesa Principal. Na extremidade mais próxima sentava-se Rúbeo Hagrid, cujo olhar encontrou o seu e lhe fez um sinal de aprovação. Harry retribuiu o seu sorriso. E ali, no centro da Mesa Principal, em um cadeirão dourado, encontrava-se Alvo Dumbledore. Harry o reconheceu imediatamente pela figurinha que tirara no sapo de chocolate comprado no trem. Os cabelos prateados de Dumbledore eram a única coisa no salão inteiro que brilhava tanto quanto os fantasmas. Harry viu o Professor Quirrell também, o rapaz nervoso do Caldeirão Furado. Parecia muito extravagante num grande turbante púrpura. Depois o salão silenciou e a professora anunciou.
— LILIAN POTTER!
Os mesmos cochichos foram ouvidos. Lilian olhou para o irmão que estava dando apoio e foi a última coisa que viu antes do chapéu ser colocado.
— pelo que vejo, você e seu irmão são bem difíceis de colocar em uma casa... Possue coragem, como o irmão. Mente nada má também... Há bastante talento pelo que vejo. E uma pequna vontade de se provar, como o irmão... Mas onde colocarei você?
Lilian contraiu os lábios e pensou "Sonserina não, Sonserina não".
— Pelo jeito, você e seu irmão tem o mesmo pensamento, já que é assim acho que você ficará melhor na... GRIFINÓRIA!
Lilian ouviu o chapéu anunciar e relaxou enquanto o salão na parte da Grifinória comemorava. Os gêmeos Weasley mudaram a frase para "Ganharmos os Potter! Ganhamos os Potter! Lilian se sentou ao lado do irmão, que recebeu um grande abraço e prestou atenção no final da seleção.
E agora só faltavam três pessoas para serem selecionadas. Lisa Turpin virou uma Corvinal e depois foi a vez de Rony. A essa altura ele estava brancoesverdeado. Harry e Lilian cruzaram os dedos sob a mesa para dar sorte e um segundo depois o chapéu anunciou GRIFINÓRIA!
Harry bateu palmas bem alto como os demais quando Rony se largou numa cadeira a seu lado.
— Muito bem, Rony excelente — disse Percy Weasley pomposamente por cima de Harry na mesma hora em que Blás Zabini era mandado para a Sonserina. A Professora Minerva enrolou o pergaminho e recolheu o Chapéu Seletor. Harry baixou os olhos para o prato dourado e vazio diante dele. Acabara de perceber como estava faminto. As tortinhas de abóbora pareciam ter sido comidas havia anos.
Alvo Dumbledore se levantara. Sorria radiante para os estudantes, os braços bem abertos, como se nada no mundo pudesse ter-lhe agradado mais do que vê-los todos reunidos ali.
— Sejam bem-vindos! — disse. — Sejam bem-vindos para um novo ano em Hogwarts! Antes de começarmos nosso banquete, eu gostaria de dizer umas palavrinhas: Pateta! Chorão! Desbocado! Beliscão! Obrigado. E sentou-se. Todos bateram palmas e deram vivas. Harry não sabia se ria ou não.
— Ele é... Um pouquinho maluco? — perguntou incerto, a Percy.
— Maluco? — disse Percy despreocupado. — ele é um gênio! O melhor bruxo do mundo! Mas é um pouquinho maluco, sim.
— Batatas, Harry? — disse Lilian oferecendo ao irmão.
O queixo de Harry caiu. Os pratos diante dele agora estavam cheios de comida. Ele nunca vira tantas coisas que gostava de comer em uma mesa só:
rosbife, galinha assada, costeletas de porco e de carneiro, pudim de carne, ervilhas, cenouras, molho, ketchup e, por alguma estranha razão, docinhos de
hortelã. Não é que os Dursley tivessem deixado Harry e Lilian com fome, mas nunca lhe permitiram comer tanto quanto quisesse. Duda sempre tirava tudo que eles realmente queriam, mesmo que acabasse doente. Harry encheu o prato com um pouco de cada coisa exceto os docinhos e começou a comer. Estava tudo uma delícia.
— Isto está com uma cara ótima — disse o fantasma de gola de rufos observando, tristemente, Harry cortar o rosbife.
— O senhor não pode...? — perguntou Lilian.
— Não como há quase quatrocentos anos — explicou o fantasma. — Não preciso, é claro, mas a pessoa sente falta. Acho que ainda não me apresentei? Cavalheiro Nicholas de Mimsy-Porpington às suas ordens. Fantasma residente da torre da Grinfinória.
— Eu sei quem o senhor é! — disse Rony inesperadamente. — Meus irmãos me falaram do senhor. O senhor é, o Nick Quase Sem Cabeça.
— Eu prefiro que você me chame de cavalheiro Nicholas de Mimsy.
O fantasma começou muito formal, mas o louro Simas Finnigan o interrompeu.
— Quase Sem Cabeça? Como é que alguém pode ser quase sem cabeça?
Sir Nicholas parecia muitíssimo aborrecido, como se aquela conversinha não estivesse tomando o rumo que ele queria.
— Assim — disse com irritação. E agarrou a orelha esquerda e puxou. A cabeça toda girou para fora do pescoço e caiu por cima do ombro como se
estivesse presa por uma dobradiça. Era óbvio que alguém tentara decapitá-lo, mas não fizera o serviço direito.
Satisfeito com a cara de espanto dos garotos, Nick Quase Sem Cabeça empurrou a cabeça de volta ao pescoço, tossiu e disse:
— Então, novos moradores da Grifinória! Espero que nos ajudem a ganhar o campeonato das casas este ano! Grifinória nunca passou tanto tempo sem
ganhar a taça. Sonserina tem ganhado nos últimos seis anos! O barão Sangrento está ficando quase insuportável. Ele é o fantasma da Sonserina.
Harry e Lilian deram uma olhada na mesa de Sonserina e viram um fantasma horroroso sentado lá, os olhos vidrados, uma cara muito magra e vestes sujas de sangue prateado. Estava ao lado de Malfoy, que, Harry ficou contente de ver, não parecia muito satisfeito com a distribuição dos lugares.
— Como foi que ele ficou coberto de sangue? — perguntou Lilian muito curiosa.
— Nunca perguntei — respondeu Nick Quase Sem Cabeça, educadamente.
Depois que todos comeram tudo o que podiam, as sobras desapareceram dos pratos deixando-os limpinhos como no início. Logo depois surgiram as sobremesas. Tijolos de sorvete de todos os sabores que se possa imaginar, tortas de maças, tortinhas de caramelo, bombas de chocolate, roscas fritas com geléia, bolos de frutas com calda de vinho, morangos, gelatinas pudim de arroz...
Quando Harry se serviu das tortinhas de caramelo e Lilian de uma das gelatinas, a conversa se voltou para as famílias.
— Eu sou meio a meio — disse Simas. — Papai é trouxa. Mamãe não contou a ele que era bruxa até depois de casarem. Teve um choque horrível. Os outros riram.
— E você, Neville? — perguntou Rony.
— Bom, minha avó me criou e ela é bruxa, mas a família achou durante anos que eu era completamente trouxa. Meu tio-avô Algi vivia tentando me pegar
desprevenido e me forçar a recorrer à magia. Ele me empurrou pela borda de um cais uma vez, eu quase me afoguei. Mas nada aconteceu até eu completar oito anos. Meu tio Algi veio tomar chá conosco e tinha me pendurado pelos calcanhares para fora de uma janela do primeiro andar, quando a minha tia-avó Enid lhe ofereceu um merengue e ele sem querer me deixou cair. Mas eu desci flutuando até o jardim e a estrada. Todos ficaram realmente satisfeitos.
Minha avó chorou de tanta felicidade. E vocês deviam ter visto a cara deles quando entrei para Hogwarts. Achavam que eu não era bastante mágico
para entrar, entendem. Meu tio Algi ficou tão contente que me comprou um sapo. Do outro lado de Harry, Lilian, Percy e Hermione conversavam sobre as aulas.
— Espero que elas comecem logo, tem tanta coisa para a gente aprender, estou muito interessada em Transfiguração, sabe, transformar uma coisa em
outra, claro, dizem que é muito difícil, a pessoa começa aos poucos, fósforos em agulhas e coisas pequenas assim.
— Bem eu e Harry demos umas olhadas nos livros sabermos um pouco de algumas coisas só não treinamos.
Harry, que estava começando a se sentir aquecido e cheio de sono, olhou outra vez para a Mesa Principal, enquanto Lilian já apoiava a cabeça em seu ombro. Hagrid tomava um grande gole de sua taça. A Professora Minerva conversava com o Professor Dumbledore. O Professor Quirrell, com aquele turbante ridículo, conversava com um professor de cabelos negros e oleosos, nariz de gancho e pele macilenta. Aconteceu muito de repente. O olhar do professor de nariz de gancho passou pelo turbante de Quirrell e se fixou nos olhos de Harry, e uma pontada aguda e quente correu pela testa de Harry.
— Ai! — Harry levou a mão à testa.
— Que foi? — perguntaram Percy e Lilian.
— N-nada.
A dor se foi com a mesma rapidez com que viera. Mais difícil foi se livrar da sensação que Harry teve sob o olhar do professor. Uma sensação de que ele não gostava nada de Harry.
— Quem é aquele professor que está conversando com o Professor Quirrell? — perguntou a Percy.
— Ah, você já conhece Quirrell é? Não admira que ele pareça tão nervoso, aquele é o Professor Snape. Ele ensina Poções, mas não é o que ele queria. Todo o mundo sabe que está cobiçando o cargo de Quirrell. Conhece um bocado as Artes das Trevas, o Snape.
Harry e Lilian observaram o professor por algum tempo, mas Snape não voltou a olhar em sua direção. Finalmente, as sobremesas também desapareceram, e o Profofessor Dumbledore ficou de pé mais uma vez. O salão silenciou.
— Hum... Só mais umas palavrinhas agora que já comemos e bebemos. Tenho alguns avisos de início de ano letivo para vocês. Os alunos do primeiro ano devem observar que é proibido andar na floresta da propriedade. E alguns dos nossos estudantes mais antigos fariam bem em se lembrar dessa proibição.
Os olhos cintilantes de Dumbledore faiscaram na direção dos gêmeos Weasley.
— O Sr. Filch o zelador, me pediu para lembrar a todos que não devem fazer mágicas no corredor durante os intervalos das aulas. Os testes de Quadribol serão realizados na segunda semana de aulas. Quem estiver interessado em entrar para o time de sua casa deverá procurar Madame Hooch. E, por último, é preciso avisar que, este ano, o corredor do terceiro andar do lado direito está proibido a todos que não quiserem ter uma morte muito dolorosa.
Harry riu, mas foi um dos poucos que fez isso.
— Ele não está falando sério! — cochichou Lilian a Percy.
— Deve estar — respondeu Percy franzindo a testa para Dumbledore. — É estranho porque em geral ele sempre nos diz a razão porque somos proibidos de ir a algum lugar A floresta está cheia de animais selvagens, todo o mundo sabe disso. Acho que poderia ter dito aos monitores, pelo menos.
— E agora, antes de irmos para a cama, vamos cantar o hino da escola! — exclamou Dumbledore.
Harry reparou que os sorrisos dos outros professores tinham amarelado. Dumbledore fez um pequeno aceno com a varinha como se estivesse tentando espantar uma mosca na ponta e surgiu no ar uma longa fita dourada, que esvoaçou para o alto das mesas e se enroscou como uma serpente formando
palavras.
— Cada um escolha sua música preferida — convidou Dumbledore — e lá vamos nós!
E a escola entoou em altos brados:
Hogwarts, Hogwarts, Hogwarts, Hogwarts,
Nos ensine algo por favor,
Quer sejamos velhos e calvos
Quer moços de pernas raladas,
Temos às cabeças precisadas
De idéias interessantes.
Pois estão ocas e cheias de ar,
Moscas mortas e fios de cotão.
Nos ensine o que vale a pena.
Faça o melhor, faremos o resto,
Estudaremos até o cérebro se desmanchar.
Todos terminaram a música em tempos diferentes. E por fim só restaram os gêmeos Weasley cantando sozinhos, ao som de uma lenta marcha fúnebre. Dumbledore regeu os últimos versos com sua varinha e, quando eles terminaram, foi um dos que aplaudiram mais alto.
— Ah, a música — disse secando os olhos. — Uma mágica que transcende todas que trazemos aqui! E agora hora de dormir.
— Andando!
Os novos alunos de Grifinória seguiram Percy por entre os grupos que conversavam, saíram do salão principal e subiram a escadaria de mármore. As
pernas de Harry pareceram chumbo outra vez e Lilian estava caindo de sono no ombro do irmão , mas só porque estavam muito cansados e saciados. Estavam cansadosÁqq demais até para se surpreender que as pessoas nos retratos ao longo dos corredores murmurassem e apontassem quando eles passavam, ou que duas vezes Percy os tivesse conduzido por portais escondidos atrás de painéis corrediços e tapeçarias penduradas. Subiram outras tantas escadas bocejando e arrastando os pés, e Harry começou a se perguntar quanto ainda faltava para chegar quando de repente pararam. Um feixe de bengalas flutuava no ar à frente deles, e quando Percy avançou um passo em sua direção, começaram a assaltá-lo.
— Pirraça — cochichou Percy para os alunos do primeiro ano. — Um Poltergeist. — E falou em voz alta — Pirraça, calma.
Um som alto e grosseiro, como o ar escapando de um balão respondeu.
— Quer que eu vá procurar o barão Sangrento?
Ouviram um estalo e um homenzinho com olhos escuros e maus e a boca escancarada apareceu, flutuando de pernas cruzadas no ar, segurando as bengalas.
— Oooooooooh! — disse com uma risada malvada. — Calourinhos! Que divertido!
E mergulhou repentinamente contra eles. Todos se abaixaram.
— Vá embora, Pirraça, ou vou contar ao barão, e estou falando sério! — ameaçou Percy.
Pirraça estirou a língua e desapareceu, largando as bengalas na cabeça de Neville. Eles o ouviram partir zunindo, fazendo retinir os escudos de metal ao passar.
— Vocês tenham cuidado como Pirraça — recomendou Percy, quando retomaram a caminhada. — O barão Sangrento é o único que consegue controlálo,
ele não dá confiança aos monitores. Chegamos.
No finzinho do corredor havia um retrato de uma mulher muito gorda vestida de rosa.
— Senha? — pediu ela.
— Cabeça de Dragão — disse Percy e o retrato se inclinou para frente revelando um buraco redondo na parede. Todos passaram pelo buraco. Neville precisou de um calço. E se viram na sala comunal da Grifinória, um aposento redondo cheio de poltronas fofas.
— Bem vindos a sala comunal da Grifinória, o dormitório das meninas fica a direita da escada e dos meninos a esquerda. Boa noite para vocês.
Harry e Rony se despediram de Lilian que seguiu ao seu dormitório e fizeram o mesmo. As malas já haviam sido trazidas. Cansados demais para falar muito, eles enfiaram os pijamas e caíram na cama.
— Comida de primeira, não foi? — comentou Rony para Harry pelos reposteiros. — Se manda, Perebas! Ele está roendo os meus lençóis.
Harry ia perguntar a Rony se ele provara as tortinhas de caramelo, mas adormeceu quase imediatamente.
Talvez Harry tivesse comido demais, porque teve um sonho muito estranho. Estava usando o turbante do Professor Quirrell, que não parava de conversar com ele, dizendo que devia se mudar para Sonserina imediatamente, porque era seu destino. Harry disse ao turbante que não queria ir para Sonserina, o turbante foi ficando cada vez mais pesado, Harry tentou tirá-lo, mas ele começou a apertar sua cabeça até doer e aí Malfoy apareceu, rindo do esforço dele. Depois Malfoy se transformou no professor de nariz de gancho, Snape, cuja gargalhada ecoou alta e fria, houve um clarão verde e Harry acordou, suado e trêmulo. Mudou de posição e voltou a dormir, e quando acordou no dia seguinte, nem se lembrou que tinha sonhado.
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‘‘ Lumos
Juro Solenemente que não farei nada de bom
EU SEI! DEMOREI DE MAIS NÃO ME MATEM! Mas eu estou cheia de dever de casa para fazer e não dá tempo de escrever a fic as vezes, então vai demorar um pouco mas vou escrever tenham certeza.
Beijos,
Lilian.
PS: Alguem gosta de ver Naruto?
Malfeito feito.
Nox‘‘
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