O ovo e o olho
– O ovo e o olho.
– É claro que o ovo é o da tarefa. – Alice disse pensativa – Mas e o olho?
– Talvez seja alguma referência a Moody? – Tiago perguntou coçando a cabeça – Afinal, todo mundo chama ele de Olho-tonto.
– Deve ser uma aula com ele… – Remo deu de ombros – Ou talvez ele tenha dado mais uma ajuda a Harry, um empurrão na direção certa…
Uma vez que Harry não fazia idéia de quanto tempo deveria gastar no banho para decifrar o segredo do ovo de ouro, ele resolveu tomá-lo à noite, quando poderia demorar o quanto quisesse. Embora relutasse em aceitar mais favores de Cedrico, ele resolveu também usar o banheiro dos monitores, muito menos gente tinha permissão de entrar lá, por isso era muito menos provável que ele fosse incomodado.
– Muito menos gente mesmo. – Tiago disse, sem conseguir esconder as risadas quando Sirius bufou – Essa restrição já até fez o banheiro dos monitores sofrer um atentado…
– Do que está falando? – Lily perguntou curiosa.
– Sirius ficou um tanto ciumento quando Tiago se tornou capitão do time da grifinória… – Remo explicou rindo – Eu já era monitor, então nós dois podíamos usar esse banheiro, e ele não…
– É claro que oferecemos a senha a ele. – Tiago deu de ombros – Mas Sirius preferiu explodir o banheiro!
– Foi você? – Lily perguntou a Sirius, abismada – Os professores disseram que nunca descobriram quem tinha feito aquilo!
– Claro que não descobriram! – Sirius revirou os olhos – Sou profissional. – completou jogando os cabelos para o lado – E não foi por ciúmes! Eu só queria mostrar para eles que aquele banheiro não era nem um pouco melhor que o nosso.
– Ciúmes. – Remo afirmou por baixo das risadas.
Harry planejou sua excursão cuidadosamente, porque já fora uma vez apanhado por Filch, o zelador, no meio da noite, fora da cama e dos limites estabelecidos, e não tinha vontade de repetir a experiência. A Capa da Invisibilidade seria, naturalmente, essencial, e como precaução extra, Harry pensou em levar o Mapa do Maroto, que, depois da capa era o recurso mais útil para infringir regulamentos que Harry possuía.
– Finalmente você se lembrou do mapa que demoramos tanto tempo desenvolvendo! – Sirius exclamou com uma risada.
– Nós não passamos um só dia em Hogwarts sem ele. – Remo disse com um meio sorriso – Mesmo quando não estamos planejando infringir alguma regra.
– Nunca sabemos que tipo de oportunidade pode aparecer. – Tiago disse dando uma piscadela para Harry.
O mapa mostrava toda a propriedade de Hogwarts, inclusive seus muitos atalhos e passagens secretas e, o que era mais importante, mostrava as pessoas no interior do castelo como minúsculos pontinhos identificados por legendas que se deslocavam pelos corredores, de modo que Harry seria alertado se alguém se aproximasse do banheiro.
Na noite de quinta-feira, ele subiu discretamente ao dormitório, vestiu a capa, voltou à sala, e, exatamente como fizera na noite em que Hagrid lhe mostrara os dragões, esperou que o buraco do retrato se abrisse. Desta vez foi Rony quem esperou do lado de fora para dar a senha à Mulher Gorda (Pastéis de Banana).
– Você esperou quase uma semana para ir tentar desvendar o ovo? – Remo perguntou abismado – Devia ter ido no sábado mesmo! Você está perdendo tempo demais a toa!
– Agora só podemos esperar que a pista do ovo seja algo simples… – Frank suspirou – Ou que os feitiços que ele vai ter que usar sejam fáceis.
— Boa sorte — murmurou Rony, entrando pelo buraco comunal na mesma hora em que Harry saía. Estava incômodo andar coberto pela capa hoje, porque Harry levava debaixo de um braço o ovo de ouro e, com o outro, segurava o mapa diante do nariz.
No entanto, os corredores banhados de luar estavam desertos e silenciosos, e, consultando o mapa a intervalos estratégicos, Harry pôde ter certeza de não encontrar ninguém que quisesse evitar. Quando chegou à estátua de Boris, o Pasmo, um bruxo com cara de desorientado com as luvas nas mãos trocadas, ele localizou a porta certa, encostou-se nela e murmurou a senha "Frescor de Pinho", conforme Cedrico o instruíra.
A porta se abriu com um rangido. Harry entrou, trancou-a ao passar e despiu a Capa da Invisibilidade, olhando ao redor.
Sua reação imediata foi que valia a pena ser monitor-chefe só para poder usar aquele banheiro. Tinha uma iluminação suave fornecida por um esplêndido lustre de muitas velas e tudo era feito de mármore branco, inclusive o que parecia ser uma piscina retangular e vazia rebaixada no meio do piso.
– Não vale tanto a pena assim… – Sirius bufou gerando risadas nos presentes – Quem precisa de uma banheira do tamanho de uma piscina afinal?
– Eu não vejo nada de mal… – Lily disse rindo – Ás vezes gosto de ler um bom livro submersa em bolhas de todas as cores…
– Supérfluos! – Sirius exclamou contrariado – Aquele monte de torneiras é completamente exagerado e desnecessário. Quem precisa de tantas essências diferentes para um simples banho?
– Você tem que levar em conta que as pessoas gostam de odores diferentes. – Tiago deu de ombros – Ou você espera que todo mundo ande por ai com o mesmo cheiro de rosas que a Lily?
Lily olhou para Tiago risonha e constrangida enquanto a maioria dos outros ria. Tiago deu uma piscadela para ela antes de fazer sinal para que Rony voltasse a ler.
Tinha umas cem torneiras de ouro em volta da borda, cada uma com uma pedra preciosa de cor diferente engastada na parte superior. Havia também um trampolim. Longas cortinas de linho protegiam as janelas, havia uma montanha de toalhas brancas e macias a um canto e um único quadro com moldura de ouro na parede. Era uma sereia loura, profundamente adormecida sobre um rochedo, cujos longos cabelos esvoaçavam sobre o rosto toda vez que ela ressonava.
– Além de um monte de supérfluos, uma pintura que não condiz em nada com a realidade! – Sirius resmungou – Sereianos detestariam ver essa coisa ridícula…
– Você realmente está demonstrando tanto ciúmes pelo banheiro quanto o Rony estava demonstrando pelo Krum. – Gina disse com uma gargalhada – Supera! É apenas um banheiro!
– É o que estou tentando dizer desde o inicio! – Sirius disse ignorando completamente a primeira coisa que Gina disse – É apenas um banheiro, não tem nada de especial, não sei porque as pessoas ficam falando nele o tempo todo!
Harry pôs a capa, o ovo e o mapa de lado e avançou, olhando para os lados, seus passos ecoando nas paredes. Por mais magnífico que o banheiro fosse — e por mais desejoso que estivesse de experimentar algumas daquelas torneiras — agora que estava ali, ele não pôde reprimir de todo a sensação de que Cedrico podia estar gozando a cara dele. Como é que aquilo poderia ajudá-lo a resolver o mistério do ovo?
– Sinceramente, – Tiago revirou os olhos – você cismou que Diggory estava te enganando, e não consegue enxergar mais nada. Não consegue nem ver que ele não tem razão alguma para mentir pra você!
Mesmo assim, ele deixou uma das toalhas macias, a capa, o mapa e o ovo a um lado da banheira, — que mais parecia uma piscina — depois se ajoelhou e abriu algumas torneiras.
Percebeu imediatamente que havia diferentes tipos de espuma de banho misturados à água, embora não fosse um banho de espuma que Harry já tivesse experimentado.
Uma torneira jorrava bolhas rosas e azuis do tamanho de bolas de futebol, outra, uma espuma branca gelada tão densa que Harry achou que poderia sustentar seu peso se ele a quisesse experimentar, uma terceira despejava nuvens perfumadíssimas na superfície da água. Harry divertiu-se durante algum tempo abrindo e fechando torneiras, curtindo particularmente o efeito de uma, cujo jorro ricocheteava na superfície da água e subia em grandes arcos. Então, quando a piscina funda se encheu de água, espuma e bolhas (que considerando seu tamanho duravam pouquíssimo tempo), Harry fechou todas as torneiras, despiu o pijama, os chinelos e o roupão e entrou na água.
Era tão funda que seus pés mal tocavam o piso, e ele chegou a nadar duas vezes o comprimento da piscina antes de voltar à borda, pingando água, e examinar atentamente o ovo. Por mais prazeroso que fosse nadar na água quente e espumosa com nuvens de vapor de cores variadas fumegando a toda volta, nenhuma intuição genial lhe ocorreu, nenhum súbito clarão de compreensão.
– Talvez você devesse abrir o ovo. – Remo disse sem conter as risadas – Ou esqueceu que Cedrico falou para você jogar água nele?
– Acho que esqueci mesmo… – Harry disse ligeiramente constrangido – Estava um pouco ocupado, achando que ele estava mentindo, para prestar atenção no que ele estava dizendo.
– Ou seja, – Gina disse rindo – estava ocupado sendo um idiota!
Harry esticou os braços, ergueu o ovo nas mãos molhadas e abriu-o. O som agudo do choro encheu o banheiro, ecoou, ressoou no mármore, mas continuou a lhe parecer tão incompreensível quanto antes, se não até mais incompreensível com todos os ecos que produzia. Ele tornou a fechá-lo com um estalido, preocupado que o som pudesse atrair Filch, se perguntando se aquilo não teria sido o que Cedrico planejara — e então, alguém falou, dando-lhe um susto tão grande que ele deixou cair o ovo que saiu quicando pelo chão do banheiro.
— Eu tentaria colocá-lo dentro da água, se fosse você.
Harry engoliu uma quantidade considerável de bolhas com o choque. Ficou em pé, cuspindo água, e viu o fantasma de uma garota de aspecto muito tristonho sentado de pernas cruzadas em cima de uma das torneiras. Era a Murta Que Geme, cujos soluços em geral eram ouvidos na tubulação de um vaso sanitário em um banheiro três andares abaixo.
– Pelo menos você vai ter alguém para te apontar o óbvio! – Sirius disse com uma risada – Como você conseguia ser tão obtuso ás vezes?
– Eu sinceramente venho me perguntando isso há anos. – Gina disse entre gargalhadas – E a Murta deve ter gostado muito de assistir você tomando banho!
— Murta! — exclamou Harry indignado. — Eu... Eu não estou usando nada!
A espuma era tão densa que isso não fazia a menor diferença, mas ele teve a sensação desagradável de que a Murta o estivera espionando de uma das torneiras desde que ele chegara.
— Fechei os olhos quando você entrou — disse ela, pestanejando para ele por trás dos grossos óculos.
– E é óbvio que ela está mentindo! – Alice disse gargalhando.
— Faz séculos que você não vai me ver.
— Tá... Bem... — disse Harry, dobrando ligeiramente os joelhos, só para ter certeza absoluta de que Murta não pudesse ver nada além da sua cabeça. — Não posso ficar entrando no seu banheiro, não é? É de garotas.
— Você não costumava se importar — respondeu a Murta, infeliz. — Você costumava passar um tempão lá.
– Só porque era o lugar perfeito para cozinhar poções ilegais… – Lily disse rindo – Em pensar que Hermione conseguiu fazer a Polissuco com doze anos e nem tinha realmente necessidade disso.
– Ela é excepcional, – Sirius disse sorrindo para a garota – mas infelizmente a capacidade investigativa de Harry não é.
– Com a capacidade que Harry tem de só desconfiar das pessoas erradas, não me surpreenderia se Snape fosse uma pessoa boa no final de tudo. – Frank disse com uma risada irônica.
– Bem, isso com certeza ele não é. – Tiago afirmou categórico – Pessoas boas não descontam frustrações do passado em crianças. – completou encarando Snape desafiador.
Severo bufou irritado, mas preferiu não responder.
Era verdade, mas apenas porque ele, Rony e Hermione tinham descoberto que o banheiro interditado da Murta era um lugar conveniente para preparar em segredo a Poção Polissuco — uma poção proibida que transformara Harry e Rony em réplicas vivas de Crabbe e Goyle durante uma hora, para que eles pudessem entrar escondidos na sala comunal da Sonserina.
— Fui repreendido por entrar lá — disse Harry, o que era uma meia verdade, certa vez Percy o apanhara saindo do banheiro da Murta. — Depois disso, achei melhor não voltar.
— Ah... Entendo... — disse a Murta, cutucando uma pinta no queixo de um jeito tristonho. — Bom... Em todo o caso... Eu experimentaria pôr o ovo na água. Foi o que Cedrico Diggory fez.
– E ai está a prova de que Cedrico não estava te enganando! – Remo disse rindo – Ele é realmente um garoto legal que só queria retribuir o favor.
– Um garoto legal com um pai babaca. – Sirius ressaltou.
– Mas ainda assim um garoto legal. – Tiago disse enfático.
— Você andou espionando ele também? — indignou-se Harry. — Que é que você faz, entra aqui à noite para ver os monitores tomarem banho?
— Às vezes, — disse a Murta com um ar sonso — mas nunca apareci para falar com ninguém antes.
– Fico imaginando se ela já faz isso hoje em dia. – Sirius riu com escárnio – O banheiro dos monitores não parece mais tão agradável, não é?
– Não me importo nem um pouco… – Tiago disse estreitando os olhos para Sirius – Não é realmente como se eu fosse tímido!
Lily riu corando, fazendo os outros rirem também.
— Que grande honra — disse Harry aborrecido. — Fica de olhos fechados!
Ele verificou se Murta tampara bem os óculos antes de se içar para fora do banho, enrolando bem a toalha no corpo e indo apanhar o ovo. Depois que ele entrou de novo na água, a Murta espiou entre os dedos e disse:
— Anda, então... Abre ele debaixo da água!
Harry mergulhou o ovo sob a superfície espumosa e abriu-o... E desta vez, não ouviu nenhum grito. Saía dele um som gorgolejante, uma música cujas palavras ele não conseguia distinguir através da água.
— Você precisa mergulhar a cabeça também — disse a Murta, que parecia estar adorando a idéia de dar ordens ao garoto. — Anda!
– Definitivamente, – Lily disse rindo para Harry – sem a Murta você nunca teria conseguido decifrar esse ovo, e sairia do banheiro pensando que Cedrico tentou te enganar…
– O que eu me pergunto, – Sirius disse de repente – é como os outros campeões tiveram a ideia de tomar um banho com o ovo.
– Talvez Cedrico estivesse andando com o ovo debaixo do braço o tempo todo nos primeiros dias, – Remo disse pensativo – e quando estava tomando banho o ovo caiu na água e ele percebeu que soltava uma música…
– É uma hipótese. – Tiago disse sem conseguir segurar as risadas – Krum está morando em um navio, – completou, achando graça na ideia de pensar em como os campeões poderiam descobrir o significado do grito – ele podia estar caminhando do lado de fora a noite com o ovo, tentando descobrir seu significado, quando escorregou e deixou o ovo escapulir para dentro do lago. Mas não tenho ideia de como Fleur poderia descobrir…
– Ela podia estar na carruagem com o ovo aberto tentando decifrar, quando algum dos colegas dela não aguentou mais ouvir o lamento do ovo e resolveu afogar ele. – Sirius disse gargalhando – Franceses são temperamentais.
Harry tomou fôlego e escorregou para dentro da água — e agora, sentado no fundo da banheira de mármore cheia de espuma, ouviu um coro inquietante de vozes que cantavam para ele e que vinham do ovo em suas mãos:
Procure onde nossas vozes parecem estar,
Não podemos cantar na superfície,
– As vozes obviamente estão debaixo d’água, – Tiago conjecturou – o único lugar em Hogwarts profundo o bastante para isso é o lago.
– E as vozes são dos sereianos! – Sirius disse categórico – Então a prova tem a ver com entrar no lago e encontrar os sereianos…
– Agora faz mais sentido ainda Krum estar nadando no lago. – Remo afirmou enfático – Deve estar estudando a água e descobrindo o caminho para o lugar onde os sereianos ficam.
– Muito inteligente da parte dele. – Alice afirmou admirada – Vai ter uma vantagem extra no dia da prova.
– Ou não… – Tiago deu de ombros – O lago é bem grande, e bem profundo, e quem garante que os sereianos vão se manter no lugar de sempre para a prova…
– Nós ainda nem sabemos o que exatamente é a prova! – Lily interrompeu as conjecturas dos garotos – Vocês podiam deixar Rony ler a música toda antes de começar a pensar nisso.
E enquanto nos procura, pense bem:
Levamos o que lhe fará muita falta,
Uma hora inteira você deverá buscar,
Para recuperar o que lhe tiramos,
Mas passada a hora — adeus esperança de achar.
Tarde demais, foi-se, ele jamais voltará.
– Então eles vão roubar algo dos campeões, levar para o lago, e os campeões vão ter uma hora para encontrar, ou o que quer que seja estará perdido para sempre? – Sirius perguntou retoricamente – Muito interessante!
– Mas o que eles poderiam tirar de Harry que faria tanta falta assim? – Lily perguntou curiosa.
– Algo insubstituível. – Tiago deu de ombros.
– Mas as únicas coisas que Harry tem de insubstituíveis são a capa e o mapa… – Sirius disse preocupado – Eles não podem roubar essas coisas do Harry.
– Talvez estejamos levando isso ao pé da letra demais. – Remo disse pensativo – Não precisa ser um objeto necessariamente… Pode ser outra coisa insubstituível…
– Vamos ter que esperar para ver. – Lily suspirou – O mais urgente é, como Harry vai permanecer no lago por uma hora?
– Tem vários feitiços que ele poderia usar. – Tiago deu de ombros – Ele poderia usar o cabeça de bolha, ou fazer uma transfiguração incompleta, ou conjurar um snorkel de trouxas...
– Ou guelricho. – Snape murmurou – Existe uma poção feita com guelricho que permite que a pessoa respire debaixo d’água, – completou pensativo – mas a planta sozinha já é o bastante.
– Tem outras opções. – Remo disse coçando a cabeça – Mas essas são as mais simples, apesar de achar que um snorkel não seria ideal para ir ao fundo do lago...
– Para usar guelricho ele teria que encomendar… Ou pedir para Sprout. – Lily disse – Costuma ter guelricho no estoque particular do Slughorn, e acho que você deve manter no seu também, – acrescentou virando-se para Severo – mas acho que seria mais fácil Sprout emprestar do que você…
Harry soltou o corpo e emergiu à superfície espumosa, sacudindo os cabelos para longe dos olhos.
— Ouviu? — perguntou a Murta.
— Ouvi...
"Procure onde nossas vozes parecem estar..."
— Agüenta aí, preciso ouvir de novo... — Ele voltou a afundar na água.
Foi preciso ouvir a música do ovo mais três vezes para decorá-la, depois Harry caminhou um pouco dentro da piscina, concentrando o pensamento, enquanto a Murta continuava sentada a observá-lo.
– Está explicado porque Cedrico não disse a você exatamente o que era a prova. – Frank deu de ombros – É uma música bem complexa, e uma prova bem complexa.
– A parte de levarem o que fará falta tem várias interpretações possíveis. – Remo concordou enfático – Sirius logo pensou na capa e no mapa, eu pensei em algo mais subjetivo…
– Faz sentido! – Lily disse – E não acho que seria uma coisa simples de explicar no meio da escadaria de mármore logo depois de um baile…
— Preciso procurar pessoas que não podem usar a voz na superfície... — disse o garoto lentamente. — Hum... Quem poderia ser?
— Você é meio devagar, não é não?
– A Murta expressando perfeitamente o pensamento de cada um de nós. – Gina disse dando uma piscadela para Harry e fazendo até mesmo ele rir, constrangido.
Harry nunca vira a Murta tão animada, a não ser no dia em que a dose da Poção Polissuco de Hermione deixara a garota com a cara coberta de pêlos e um rabo de gato.
Harry deixou seu olhar vagar pelo banheiro, refletindo... Se as vozes só podiam ser ouvidas embaixo da água, então fazia sentido que pertencessem a criaturas subaquáticas. Ele passou essa teoria para Murta que riu dele.
— Bem, isso foi o que o Diggory pensou. Ficou deitado aí falando sozinho um tempão. E põe tempão nisso... Quase até a espuma toda desaparecer...
— Subaquáticas... — disse Harry lentamente. — Murta... Quem mais mora no lago, além da lula gigante?
— Ah, todo o tipo de coisa. Às vezes eu vou até lá... Às vezes não tenho escolha, quando alguém puxa a descarga do meu vaso sem eu estar esperando…
Fazendo força para não pensar na Murta Que Geme descendo veloz por um cano até o lago, misturada ao conteúdo de um vaso, Harry falou:
– Não sei se rio da Murta sendo despejada descarga abaixo, ou se fico incomodada em saber que todos os dejetos de Hogwarts são atirados no lago onde Harry vai entrar para a tarefa. – Lily disse ligeiramente confusa.
– Então ria da Murta. – Hermione disse com uma meia risada – O lago tem um feitiço de purificação da água que recicla o esgoto do castelo. Está em “Hogwarts, uma história”.
– Bom saber. – Alice disse levantando as sobrancelhas surpresa – Não seria nada bom pular em um lago cheio de esgoto.
— Bem, alguma coisa lá tem voz humana? Calma aí...
Os olhos de Harry tinham pousado sobre o quadro da sereia sonolenta na parede.
— Murta, tem sereias lá?
– Sereias não. – Remo disse rindo – Sereias são uma invenção dos trouxas, acredito que alguns troxas tenham se deparado com sereianos e acabaram desenvolvendo suas lendas… Mas a imagem das lendas deles é completamente distorcida, deram aos sereianos feições mais humanas e…
– Não é possível que vocês permitam que o Remo se empolgue falando de criaturas mágicas e eu não posso nunca falar de quadribol! – Tiago exclamou revoltado.
– Ele está dando informações relevantes e que combinam com o momento do livro... – Sirius deu de ombros.
– Eu só falo de quadribol quando o livro está falando de quadribol, – Tiago rebateu – e minhas informações são relevantes!
– Sinto muito, – Lily disse olhando para Tiago ligeiramente risonha – mas nós não precisamos saber quantos campeonatos das casas cada jogador da seleção inglesa ganhou, e nem em que casa estavam…
– Injusto. – Tiago bufou fazendo sinal para Rony voltar a ler.
— Aaah, muito bem — disse ela, com os grossos óculos cintilando. — Diggory levou muito mais tempo para sacar! E olha que ela estava acordada — a Murta acenou com a cabeça em direção à sereia, com uma expressão de grande desagrado no rosto tristonho — dando risadinhas, se exibindo e fazendo cintilar as barbatanas...
— É isso então, não é? — perguntou Harry excitado. — A segunda tarefa é ir procurar as sereias no lago e... E...
Mas ele subitamente percebeu o que estava dizendo e sentiu a excitação se esvair como se alguém tivesse acabado de puxar uma tomada de sua barriga.
Ele não era bom nadador; nunca pudera praticar muito. Duda recebera aulas quando os dois eram menores, mas tia Petúnia e tio Válter, sem dúvida na esperança de que Harry um dia se afogasse, não tinham se incomodado de lhe ensinar. Nadar duas vezes essa banheira não era problema, mas aquele lago era muito grande e muito fundo... E as sereias com certeza viviam lá em baixo...
– Nadar não é o problema. – Remo afirmou categórico – Quando você descobrir como vai respirar debaixo d’água, nadar vai ser bem mais simples. Pelo menos você vai ter Rony e Hermione para te ajudar.
— Murta, — perguntou Harry, lentamente — como é que eu vou respirar?
Ao ouvir isso, os olhos da Murta se encheram de lágrimas inesperadas.
— Que falta de tato! — resmungou ela, procurando um lenço nas vestes.
— Que é que é falta de tato? — perguntou Harry espantado.
— Falar de respirar na minha frente! — disse ela com uma voz aguda que ecoou muito alta pelo banheiro. — Quando eu não posso... Quando eu não respiro... Há séculos... — Ela escondeu o rosto no lenço e fungou alto.
– Na verdade, ela só não respira a pouco mais de meio século. – Tiago revirou os olhos – Mas você devia saber que ela reagiria assim. Ela é bem exagerada e dramática…
– Até para a Murta você pediu ajuda. – Neville disse ligeiramente incomodado.
– O que quer dizer com isso? – Alice perguntou confusa.
– Vocês logo vão saber. – Neville bufou e indicou que Rony continuasse lendo.
Harry se lembrou como a Murta sempre fora sensível com essa questão de estar morta, mas nenhum dos outros fantasmas que ele conhecia criava caso por isso.
— Desculpe — disse com impaciência. — Eu não quis... Me esqueci...
— Ah, é, é muito fácil esquecer que a Murta está morta — disse ela, engolindo em seco e fitando o garoto com os olhos inchados. — Ninguém nunca sentiu falta de mim, nem quando eu estava viva. Levou horas para encontrarem o meu corpo, eu sei, fiquei sentada lá dentro esperando alguém aparecer. Olívia Hornby entrou no banheiro e perguntou: "Você está aí emburrada outra vez, Murta? Porque o Professor Dippet me pediu para a procurar...” Ai ela viu o meu corpo... Aaaah, isso ela não esqueceu até o dia da morte, eu fiz questão de garantir... Eu a seguia para todo o lado para lembrar, me lembro de que no dia do casamento do irmão dela...
Mas Harry não estava escutando, voltara a pensar na música das sereias:
"Levamos o que lhe fará muita falta." Pelo jeito elas iam roubar alguma coisa dele, alguma coisa que ele ia precisar recuperar. Que é que elas iam levar?
—... Então, é claro, ela foi ao Ministério da Magia para me obrigar a parar de persegui-la, então tive que voltar para cá, viver no meu banheiro.
– A história da Murta me parecia muito mais interessante do que Harry achando que os sereianos são como as sereias das lendas trouxas e achando que só existem sereianas mulheres no lago. – Remo afirmou com uma risada.
– Quando sairmos daqui vou procurar a Murta e perguntar sobre o casamento do irmão da Olívia Hornby e como o ministério obrigou ela a parar de perseguí-la… – Sirius disse concordando com Remo enfático.
— Ótimo — disse Harry vagamente. — Bem, já cheguei bem mais longe do que estava... Quer fechar os olhos outra vez, eu vou sair da água.
Ele apanhou o ovo no fundo da banheira, saiu, se enxugou e tornou a vestir o pijama e o roupão.
— Você vai vir um dia desses me visitar no meu banheiro? — perguntou a Murta Que Geme em tom lamurioso, quando Harry apanhou a Capa da Invisibilidade.
— Hum... Vou tentar — prometeu Harry, embora intimamente pensasse que a única maneira de tornar a visitar o banheiro da Murta seria se os outros banheiros do castelo estivessem interditados.
– Você não devia dar falsas esperanças para a coitada. – Tiago disse com uma risada de escárnio – Ainda mais agora que você sabe que ela é completamente capaz de ir atrás de você em qualquer banheiro.
— Até outro dia, Murta... Obrigado pela ajuda.
— Tchauzinho — disse ela tristonha, e quando Harry se cobriu com a capa ele a viu disparar de volta à torneira.
Já do lado de fora no corredor escuro, Harry examinou o Mapa do Maroto para verificar se o caminho continuava livre. Sim, os pontinhos que pertenciam a Filch e à Madame Nor-r-ra estavam seguros na sala do zelador... Nada mais parecia estar se mexendo à exceção do Pirraça, que andava saltitando pela sala de troféus no andar de cima... Harry acabara de dar o primeiro passo de volta à Torre da Grifinória, quando uma outra coisa no mapa chamou sua atenção... Uma coisa decididamente estranha.
Pirraça não era a única coisa que estava se mexendo. Um pontinho isolado esvoaçava por uma sala no canto inferior à esquerda — a sala de Snape. Mas o ponto não estava identificado como "Severo Snape"... Era Bartolomeu Crouch.
– Isso sim é uma coisa suspeita. – Tiago disse franzindo a testa – Crouch não está indo trabalhar, não está cumprindo com suas obrigações de jurado, mas pode ir à sala de Snape no meio da noite?
– E o pior, – Sirius disse coçando a cabeça pensativo – ele não estava com Snape. O pontinho de Snape não estava na sala com ele…
– Snape não pode simplesmente ter deixado Crouch lá enquanto ia fazer outra coisa? – Alice perguntou confusa.
– Harry disse que mais nada se mexia no mapa. – Tiago disse categórico – A não ser que Snape estivesse na sala precisa, ele apareceria se mexendo em algum lugar se tivesse deixado Crouch esperando na sala dele. E você não conhece a sala precisa, – completou virando-se para Severo – não é?
– Atualmente não. – Severo respondeu também curioso para saber o que Crouch poderia estar fazendo na sala de seu eu-futuro.
– Talvez Crouch estivesse investigando Snape? – Frank cogitou.
– Isso não faria o mínimo sentido. – Remo respondeu rapidamente – Se quisesse investigar alguém de Hogwarts seria muito mais fácil continuar frequentando o castelo para o torneio, não levantaria suspeitas e ele poderia andar por ai com mais liberdade.
– Acho que só continuando a ler para saber. – Sirius bufou irritado – Mas isso não me cheira nada bem.
Harry arregalou os olhos para o ponto. Todos supunham que o Sr. Crouch estava doente demais para trabalhar ou vir ao Baile de Inverno — então, que é que ele estava fazendo secretamente em Hogwarts à uma hora da manhã? Harry observou com atenção o ponto se mexer para um lado e outro da sala, detendo-se aqui e ali...
O garoto hesitou, pensando... Então, sua curiosidade levou a melhor. Ele deu meia-volta e saiu na direção oposta, para a escada mais próxima. Ia ver o que Crouch andava aprontando.
– Não é uma boa ideia. – Lily suspirou resignada.
– Ele está com a capa e o mapa, – Sirius disse jogando a mão para o alto displicentemente – se ele tomar o mínimo de cuidado ninguém nunca vai saber que ele não estava no dormitório a noite toda.
Harry desceu as escadas o mais silenciosamente que pôde, embora os rostos em alguns quadros se virassem cheios de curiosidade ao ouvir o rangido do soalho, o atrito do pijama no seu roupão. Ele seguiu, sorrateiro, pelo corredor, empurrou uma tapeçaria mais ou menos a meio caminho, e desceu por uma escada estreita, um atalho que o levaria dois andares abaixo. Harry mantinha os olhos no mapa, pensando... Não parecia coisa do Sr. Crouch, um homem correto e cumpridor das leis andar xeretando a sala de alguém a essa hora da noite...
Então, no meio da escada, sem pensar no que estava fazendo, sem se concentrar em nada exceto no estranho comportamento do Sr. Crouch, sua perna de repente afundou pelo degrau defeituoso que Neville sempre se esquecia de pular.
– Eu disse que você precisava tomar o mínimo de cuidado! – Sirius revirou os olhos sem esconder a decepção – Como você pode esquecer de pular o degrau?
– Estava distraído. – Harry admitiu constrangido.
– Mesmo assim! – Sirius bufou – Já devia ser um instinto seu depois desse tempo todo em Hogwarts.
– Acho que ele não explorou a escola tanto quanto a gente. – Tiago suspirou – O pior é se ele não conseguir sair do degrau sozinho…
Ele se desequilibrou, e o ovo de ouro, ainda molhado do banho, escorregou de baixo do seu braço — ele se atirou à frente para tentar agarrá-lo, mas tarde demais: o ovo caiu pela longa escada batendo e ecoando como um tambor em cada degrau — a Capa da Invisibilidade escorregou — Harry agarrou-a, mas o Mapa do Maroto escapuliu de sua mão e escorregou seis degraus, onde, com a perna enterrada até o joelho, o garoto não pôde alcançá-lo.
– Porque você não poderia ter apenas um problema, não é? – Lily perguntou preocupada – Pelo menos nesse caso o pior que pode acontecer com você é ser pego pelo Filch e receber umas detenções.
O ovo de ouro atravessou a tapeçaria ao pé da escada, se abriu e soltou o seu lamento alto no corredor em baixo. Harry puxou a varinha e se esticou para bater com ela no Mapa do Maroto, para apagá-lo, mas o pergaminho estava fora do seu alcance...
– Convoque o mapa! – Sirius disse desesperado – Esqueça o ovo, apenas convoque o mapa e apague ele!
Cobrindo-se de novo com a capa, Harry se endireitou, escutando com atenção, os olhos apertados de medo... E, quase imediatamente...
— PIRRAÇA!
Era o inconfundível grito de Filch caçando o poltergeist. Harry ouviu os passos rápidos e arrastados se aproximarem cada vez mais, a voz asmática berrando de fúria.
— Que estardalhaço é esse? Quer acordar o castelo inteiro? Vou pegar você Pirraça, vou pegar, você vai... E o que é isso?
Os passos de Filch pararam, ouviu-se um estalido metálico e o lamento parou — Filch apanhara o ovo e o fechara. Harry ficou muito quieto, a perna ainda entalada no degrau mágico, à escuta. A qualquer momento agora, Filch iria afastar a tapeçaria, esperando ver Pirraça... E não haveria Pirraça algum... E se ele subisse as escadas, encontraria o Mapa do Maroto... E com ou sem Capa da Invisibilidade, o mapa mostraria "Harry Potter" parado exatamente onde estava.
– E isso traria muito mais problemas do que uma simples detenção. – Tiago bateu a mão na própria testa preocupado – Filch nunca poderia desvendar o mapa sozinho, mas já tinha desconfiado que ele era mais do que um pergaminho velho…
– Ele acabaria usando nosso mapa! – Sirius exclamou revoltado – E isso seria um fim muito cruel para todo o nosso trabalho!
– E pior que isso, – Remo disse nervoso – os professores e Dumbledore descobririam sobre o mapa e todas as passagens secretas do castelo… E Harry poderia ser punido por nunca ter entregado o mapa.
– Filch não pode encontrar nosso mapa! – Sirius disse batendo o pé no chão ansioso – Harry só tem que convocar o mapa e apagá-lo… Ou causar alguma outra distração…
– Não acho que Harry vá pensar nisso. – Tiago disse ligeiramente decepcionado – Só podemos torcer para que ele tenha sorte.
— Ovo? — exclamou Filch baixinho ao pé da escada. — Minha queridinha! – Madame Nor-r-ra obviamente o acompanhava. — Isto é uma pista do Tribruxo! Isto pertence a um campeão de escola!
Harry se sentiu enjoado, seu coração batia forte e depressa...
— PIRRAÇA! — rugiu Filch com satisfação. — Você andou furtando!
– Por enquanto a sorte está do lado de Harry. – Tiago disse balançando as pernas ansioso – Filch é tão obcecado por Pirraça que não pensou no cenário mais óbvio, que seria que um dos campeões da escola está vagando pela escola durante a noite… E considerando que a escola só tem dois campeões…
– E que Cedrico é monitor e não teria porque se esconder se estivesse andando fora do horário. – Sirius completou o pensamento de Tiago – O óbvio seria imaginar que Harry estava fora da cama com o ovo.
O zelador empurrou a tapeçaria embaixo e Harry viu seu rosto balofo e feio, seus olhos claros esbugalhados espiarem para o alto da escada escura (e para Filch) deserta.
— Se escondendo, é? — perguntou baixinho. — Estou indo pegar você, Pirraça... Você foi roubar uma pista do Tribruxo, Pirraça... Dumbledore vai expulsar você daqui por isso, seu poltergeist gatuno e mau caráter...
Filch começou a subir a escada, a gata magricela, cor de serragem, em seus calcanhares. Os olhos de Madame Nor-r-ra iguais a lanternas, tão semelhantes aos do dono, estavam fixos diretamente em Harry. O garoto já tivera antes ocasião de se perguntar se a Capa da Invisibilidade funcionava para os gatos...
– Gatos tem um bom faro. – Remo disse automaticamente – E você devia estar particularmente odoroso depois de um banho com aquela quantidade de espumas.
Doente de apreensão, ele observou Filch se aproximar cada vez mais, trajando seu velho roupão de flanela, — tentou desesperadamente soltar a perna entalada, mas só conseguiu que ela afundasse mais alguns centímetros — a qualquer segundo agora, Filch iria ver o mapa ou pisar bem em cima dele...
— Filch? Que é que está havendo?
O zelador parou a poucos degraus abaixo de Harry e se virou. Ao pé da escada estava a única pessoa que poderia piorar a situação de Harry — Snape.
– Snape não é tão idiota quanto Filch. – Tiago admitiu a contragosto – Ele vai perceber o óbvio… E ele já encontrou o mapa antes.
Snape levantou as sobrancelhas para Tiago desconfortável com a referência.
Estava usando um longo camisão cinzento e parecia lívido.
— É o Pirraça, professor — murmurou Filch maldosamente. — Ele atirou este ovo escada abaixo. — Snape galgou depressa os degraus e parou ao lado de Filch.
Harry cerrou os dentes, convencido de que as marteladas do seu coração o denunciariam a qualquer minuto...
— Pirraça? — exclamou Snape baixinho, olhando para o ovo nas mãos de Filch. — Mas Pirraça não poderia ter entrado na minha sala...
– Então Snape definitivamente não sabia que Crouch estava na sala dele. – Remo disse pensativo – Mas pelo visto já descobriu que alguém esteve na sala.
— Esse ovo estava na sua sala, professor?
— Claro que não — retorquiu Snape. — Ouvi batidas e lamentos...
— Foi, professor, isso foi o ovo...
—... Vim investigar...
—... Pirraça atirou o ovo, professor...
—... E quando passei pela minha sala, vi que os archotes estavam acesos e a porta de um armário estava entreaberta! Alguém a andou revistando!
– Um armário? – Lily disse franzindo a testa – Os armários da sala do professor de poções só tem ingredientes, livros e poções prontas… Crouch só podia estar atrás de uma dessas coisas…
– Mas porque Crouch invadiria a sala de Snape para roubar ingredientes, quando ele poderia simplesmente encomendar? – Sirius perguntou confuso – Isso não faz nenhum sentido!
– Eu não teria nenhuma outra coisa nos armários da minha sala. – Severo afirmou pensativo – Qualquer coisa particular eu provavelmente manteria no meu quarto, um lugar bem mais seguro que a sala.
– Então Crouch estava atrás de um ingrediente, livro ou poção? – Tiago perguntou intrigado – Mesmo quando ele poderia simplesmente encomendar?
– Existem ingredientes que não podem ser simplesmente encomendados. – Severo murmurou impaciente – E eu como professor de poções qualificado teria acesso a eles.
– Isso faz muito mais sentido agora… – Tiago disse forçando-se a ser educado com Snape – Mas ainda assim, para que Crouch precisava de um ingrediente restrito?
– Isso não temos como saber. – Remo suspirou indicando que Rony voltasse a ler.
— Mas Pirraça não poderia...
— Eu sei que não poderia, Filch! — respondeu Snape com rispidez. — Lacro a minha sala com um feitiço que somente um bruxo poderia desfazer! — Snape olhou para o alto da escada, diretamente através de Harry, depois para o corredor embaixo.
— Quero que você venha me ajudar a procurar o intruso, Filch.
— Eu... Claro, professor... Mas...
Filch mirou as escadas, o olhar desejoso atravessando Harry, e o garoto percebeu claramente que o homem relutava em deixar passar uma oportunidade de encurralar Pirraça.
– E mais uma vez a sorte se mostra ao lado de Harry. – Sirius disse ligeiramente mais tranquilo – Mesmo Filch querendo ir atrás de Pirraça, ele não teria coragem de contrariar um professor.
Vai, suplicou Harry a ele silenciosamente, vai com o Snape... Vai... Madame Nor-r-ra espiava em volta das pernas do dono... Harry teve a nítida impressão de que a gata o farejava... Por que ele enchera aquela banheira com tanta espuma perfumada?
— A questão, professor, é que — disse Filch com voz queixosa — o diretor vai ter que me escutar desta vez, Pirraça andou furtando de um estudante, talvez seja a minha chance de o ver expulso do castelo para sempre...
— Filch, estou me lixando para esse desgraçado desse poltergeist, é a minha sala que...
Toque. Toque. Toque.
Snape parou de falar muito abruptamente. Ele e Filch, os dois, olharam para o pé da escada. Harry viu Olho-Tonto Moody aparecer mancando pela estreita abertura entre as cabeças deles.
– Agora Harry está perdido! – Tiago suspirou resignado – Moody consegue ver através da capa, e pode até não entregar ele para Filch e Snape, mas não vai ficar nada feliz em ver o mapa com Harry… Ele seria completamente contra Harry não ter entregado esse mapa a Dumbledore!
– É claro, – Sirius bufou – Moody deve tomar o mapa para entregar a Dumbledore, para ele poder melhorar a segurança do castelo… Afinal, eles também desconfiam que há algo estranho acontecendo.
Moody estava usando sua velha capa de viagem por cima do camisão e se apoiava na bengala como sempre.
— É uma festa em que todos vão de pijama? — rosnou ele para os dois na escada.
— O Professor Snape e eu ouvimos ruídos, professor — informou Filch imediatamente. — Pirraça, o poltergeist, atirando coisas pelo castelo, como sempre, e Professor Snape descobriu que alguém tinha invadido a sala...
— Cale a boca! — sibilou Snape.
– Essa é uma reação bem estranha. – Tiago disse levantando as sobrancelhas para Severo – Pelo visto você não quer que Moody investigue quem andou vasculhando sua sala… Isso é por você estar escondendo alguma coisa, ou porque tem um passado com Moody?
– Como eu poderia saber? – Severo murmurou irritado.
– Eu diria que você tem um passado com Moody. – Sirius disse pensativo – Snape não parecia tão incomodado por alguém ter vasculhado a sala dele, então provavelmente não está escondendo nada lá. – completou frisando a última palavra.
Moody deu mais um passo em direção à escada. Harry viu seu olho mágico passar por Snape e, depois, inconfundivelmente, por ele. O coração de Harry deu um solavanco horrível. Moody via através das Capas da Invisibilidade... Somente ele era capaz de compreender toda a estranheza da cena... Snape de camisão, Filch agarrado ao ovo e ele, Harry, entalado na escada às costas dos dois. A boca torta e rasgada de Moody se abriu com a surpresa.
Por alguns segundos ele e Harry se encararam nos olhos. Então, Moody fechou a boca e tornou a virar seu olho azul para Snape.
— Eu ouvi isso direito, Snape? — perguntou ele lentamente. — Alguém invadiu sua sala?
— Não tem importância — disse Snape com frieza.
— Muito ao contrário, — rosnou Moody — é muito importante. Quem iria querer invadir sua sala?
— Um estudante, eu diria. — Harry podia ver uma veia latejar medonhamente na têmpora gordurosa de Snape. — Já aconteceu antes. Desapareceram ingredientes para poções do meu estoque particular... Sem dúvida estudantes tentando fazer misturas ilegais...
– Então Snape percebeu quando você roubou ingredientes dele para a Polissuco dois anos antes… – Remo disse a Hermione, pensativo – Faz sentido ele pensar que é isso que está acontecendo novamente.
– O que está me incomodando mesmo, – Tiago coçou a cabeça nervoso – é que tipo de poção Crouch poderia estar fazendo para precisar roubar ingredientes quando ele nem ao menos deveria estar em Hogwarts?
– Nada disso faz sentido! – Frank disse confuso – Espero que o livro explique o que está acontecendo.
– Considerando que Harry tem uma incapacidade quase física de não se meter no assunto dos outros, – Lily suspirou – acho que vamos descobrir logo.
— Acha que eles andavam atrás de ingredientes para poções, é? — perguntou Moody. — Não está escondendo mais nada em sua sala, está?
Harry viu o contorno do rosto macilento de Snape ficar cor de tijolo, a veia em sua têmpora pulsar mais rápida.
— Você sabe que não estou escondendo nada, Moody, — respondeu ele em um tom de voz suave e perigoso — porque você revistou pessoalmente a minha sala, e exaustivamente.
– Então Snape não está escondendo nada mesmo. – Sirius disse interessado – Mas Moody andou investigando a sala dele, então ele não confia em Snape.
– Talvez ele tenha investigado a sala de todos os professores. – Tiago ponderou – Pelo menos é o que ele faria hoje em dia… E isso só faz dele um bom auror.
– Do jeito que ele é desconfiado e um pouco paranóico, isso faz todo o sentido. – Frank encolheu os ombros concordando com Tiago.
O rosto de Moody se contorceu em um sorriso.
— Privilégio de Auror, Snape. Dumbledore me mandou ficar vigilante...
— Acontece que Dumbledore confia em mim — disse Snape por entre os dentes cerrados. — Recuso-me a acreditar que tenha dado ordens para revistar minha sala!
— Claro que Dumbledore confia em você — rosnou Moody. — Ele é um homem de boa fé, não é? Acredita em dar uma segunda oportunidade. Mas eu... Eu digo que certos traços de uma pessoa não mudam nunca, Snape. Traços que não mudam nunca, entende o que eu quero dizer?
Snape subitamente fez uma coisa muito estranha. Segurou o braço esquerdo convulsivamente com a mão direita, como se alguma coisa nele o incomodasse. Moody deu uma risada.
– Você tem uma marca negra. – Sirius disse incrivelmente sério – Dumbledore confia em uma pessoa que permitiu que Voldemort marcasse sua pele para a vida… E você sabe muito bem, o trabalho de um comensal da morte é eterno…
– Não consigo acreditar que você chegou a esse ponto. – Lily suspirou sinceramente decepcionada – Como o meu melhor amigo de infância se tornou uma pessoa que persegue e mata pessoas como eu? – perguntou com lágrimas nos olhos – Mas eu já devia saber… Você já deixou bem claro que é isso o que pensa de mim… Que pensa que meu sangue é ruim… – a voz de Lily tremia e ela não conseguia mais segurar as lágrimas – Eu… Mesmo que você tenha mudado, mesmo que Dumbledore confie em você… Simplesmente não consigo acreditar que você um dia se tornou um deles… – concluiu escondendo-se entre os braços de Tiago, que apenas a abraçou e deu tapinhas reconfortantes em suas costas.
– Eu… – Severo balbuciou desconfortável, mas não soube o que dizer, ele via o quanto o fato dele ter se tornado um comensal havia machucado a garota que sempre amou, e percebeu como aquilo iria apenas afastar os dois ainda mais – Sinto muito… – completou quase inaudivelmente.
– O que importa agora, – Remo disse sério – é que sabemos que Snape foi um comensal da morte, e que por algum motivo Dumbledore deu uma segunda chance a ele e acha que ele está do lado certo agora.
– Agora só precisamos decidir se confiamos no julgamento de Dumbledore. – Sirius disse encarando Severo, soturno – Eu era inocente, nunca me uni aos comensais da morte, nunca matei ninguém, e Dumbledore deixou que eu passasse doze anos em Azkaban, enquanto você era realmente um comensal, vai saber que tipo de coisas você fez sob as ordens de Voldemort, e Dumbledore te deixou livre e ainda te deu um bom emprego… Não sei se confio no julgamento de Dumbledore.
– Acho melhor continuar lendo. – Tiago disse apertando Lily, que ainda chorava em seus braços.
— Volte para a cama, Snape.
— Você não tem autoridade para me mandar a lugar algum! — sibilou Snape, soltando o braço como se estivesse zangado consigo mesmo. — Tenho tanto direito de andar por esta escola depois do anoitecer quanto você!
— Então ande o quanto quiser — disse Moody, mas sua voz estava carregada de ameaça. — Espero um dia desses encontrá-lo num corredor escuro... A propósito, você deixou cair uma coisa...
Com uma pontada de horror, Harry viu Moody apontar para o Mapa do Maroto, que continuava caído na escada, uns seis degraus abaixo dele. Quando Snape e Filch se viraram para olhar, Harry mandou para o ar toda a cautela, ergueu os braços por baixo da capa e acenou furiosamente para atrair a atenção de Moody, falando sem emitir nenhum som: "É meu! Meu!" Snape estendera a mão para apanhar o mapa, uma medonha expressão de compreensão se desenhando em seu rosto...
– É claro que Snape vai entender tudo! – Tiago suspirou derrotado – Snape já viu o mapa, sabe que pertence a Harry…
— Accio pergaminho!
O mapa voou para o alto, escapando dos dedos estendidos de Snape, e mergulhou em direção à mão de Moody.
— Me enganei — disse ele calmamente. — É meu, devo ter deixado cair hoje mais cedo...
Mas os olhos negros de Snape correram do ovo nos braços de Filch para o mapa na mão de Moody e Harry percebeu que o professor estava somando dois mais dois, como só ele era capaz de fazer...
– Na verdade eu acho que ele somou dois mais dois como qualquer um a não ser o Filch faria… – Remo levantou uma sobrancelha para Harry – Se ele não estivesse tão ocupado preocupado com quem entrou na sala dele, ele com certeza teria entendido tudo assim que viu o ovo.
– O pior é que Snape vai achar que Harry quem estava na sala dele roubando ingredientes. – Alice disse preocupada – E isso é muito mais grave que andar pela escola durante a noite.
– O mapa está perdido. – Sirius murmurou consigo mesmo decepcionado – Tanto trabalho para o mapa acabar servindo para ajudar Dumbledore a vigiar os alunos!
— Potter — disse ele baixinho.
— Que foi que você disse? — perguntou Moody calmamente, dobrando o mapa e embolsando-o.
— Potter! — rosnou Snape e ele chegou mesmo a virar a cabeça para o lugar em que Harry estava, como se de repente pudesse vê-lo. — Esse ovo é o ovo de Potter. Esse pergaminho pertence ao Potter. Já o vi antes e estou reconhecendo! Potter está aqui! Potter está coberto pela Capa da Invisibilidade!
Snape estendeu as mãos para frente como um cego e começou a subir a escada; Harry poderia jurar que as narinas enormes do professor estavam se dilatando, tentando farejá-lo — com a perna presa, o garoto se deitou para trás, tentando evitar as pontas dos dedos de Snape, mas a qualquer momento...
— Não há nada aí, Snape! — disse Moody com rispidez. — Mas terei prazer em contar ao diretor como os seus pensamentos rapidamente voaram para Harry Potter!
— Está querendo dizer o quê com isso? — rosnou Snape, voltando-se mais uma vez para encarar Moody, as mãos ainda estendidas, a centímetros do peito de Harry.
— Quero dizer que Dumbledore está muito interessado em saber quem é que está querendo acabar com aquele garoto! — respondeu Moody, mancando mais para junto da escada. — E eu também estou Snape... Muito interessado... — A luz dos archotes iluminou brevemente seu rosto mutilado, de modo que as cicatrizes e o pedaço que faltava do seu nariz pareceram mais fundos e mais escuros que nunca.
– Então Moody realmente desconfia de Snape. – Remo disse pensativo – É claro que você é um dos suspeitos – Remo completou virando-se para Severo com uma sobrancelha erguida – Mas não está nem perto do topo da lista.
– Não acho que Snape faria isso debaixo do nariz de Dumbledore. – Alice disse hesitante – Todos sabemos que ele não gosta de Harry, e agora sabemos que ele é um comensal e que Voldemort tem um homem em Hogwarts, mas não acho que seja Snape…
– E por que não? – Sirius bufou irritado – Ele é tão bom candidato quanto qualquer outro!
– Porque aparentemente Harry perdoou ele a ponto de chamar ele para ler esses livros. – Alice deu de ombros – Não acho que Harry convidaria ele se ele estivesse ao lado de Voldemort mesmo.
– Eu não duvido de nada. – Sirius disse observando Severo pelo canto do olho.
Snape estava olhando para baixo, para Moody, e Harry não pôde ver a expressão do seu rosto. Por um instante, ninguém se mexeu nem disse nada.
Então Snape lentamente baixou as mãos.
— Eu meramente pensei — disse Snape, com uma voz de forçada calma — que se Potter anda outra vez passeando por aí a altas horas da noite... É um hábito indesejável que ele tem... Deviam obrigá-lo a parar. Para... Para sua própria segurança.
— Ah, entendo — disse Moody brandamente. — Você sempre tem em mente o que é melhor para Potter, não é mesmo?
Houve uma pausa. Snape e Moody continuaram a se encarar.
– Só queria dizer, – Tiago disse, ainda acariciando os cabelos de Lily para acalmá-la – que sempre foi óbvio para qualquer pessoa que você detesta Harry, então seria bem mais digno e crível se você simplesmente dissesse que ele tem o hábito de andar a noite e só há dois campeões em Hogwarts. Sem essa baboseira de “para sua própria segurança”.
Madame Nor-r-ra miou alto, ainda espiando por trás das pernas de Filch, procurando a fonte do banho de espuma de Harry.
— Acho que vou voltar para a cama — disse Snape secamente.
— A melhor idéia que você já teve esta noite — comentou Moody. — Agora Filch, se me fizer o favor de me entregar este ovo...
— Não — exclamou Filch agarrando o ovo como se fosse um filho primogênito.
— Professor Moody, ele é a prova do comportamento traiçoeiro do Pirraça!
— É a propriedade do campeão de quem ele o roubou — disse Moody. — Entregue-o, agora.
Snape desceu com arrogância e passou por Moody sem dizer mais nada.
Filch fez um som de chilreio para Madame Nor-r-ra, que continuou vidrada em Harry por mais alguns segundos antes de se virar para acompanhar o dono. Ainda ofegando, Harry ouviu Snape se afastar pelo corredor; Filch entregou o ovo a Moody e também desapareceu de vista, resmungando para a gata:
— Tudo bem, doçura... Veremos Dumbledore amanhã de manhã... Contaremos a ele o que o Pirraça andou fazendo...
– Pobre Pirraça, – Gina disse com um meio sorriso tentando dissipar a tensão – vai levar a culpa pelas transgressões de Harry!
Uma porta bateu. Harry ficou olhando para Moody, que apoiou a bengala no primeiro degrau da escada e começou a subida em direção ao garoto, penosamente, uma batida surda a cada segundo passo.
— Essa foi por pouco, Potter.
— Foi... Eu... Hum... Obrigado — disse Harry com a voz fraca.
— Que é isso? — perguntou o professor, tirando o Mapa do Maroto do bolso e desdobrando-o.
— Mapa de Hogwarts — respondeu o garoto, desejando que Moody não demorasse muito a soltá-lo da escada, sua perna estava realmente doendo.
— Pelas barbas de Merlin! — sussurrou Moody, examinando o mapa, seu olho mágico endoidando. — É um senhor mapa, Potter!
— É, é... Muito útil. — Os olhos de Harry estavam começando a marejar de dor. — Hum... Professor Moody, o senhor acha que poderia me dar uma mãozinha...?
— Quê? Ah! É... Claro...
Moody segurou os braços de Harry e puxou-o, a perna do garoto se soltou do degrau defeituoso e ele subiu para o degrau acima. Moody continuou observando o mapa.
— Potter... — perguntou ele lentamente — não lhe aconteceu, por acaso, ver quem invadiu a sala de Snape? Neste mapa, quero dizer?
– É claro que Moody veria o valor investigativo do mapa… – Sirius disse ligeiramente orgulhoso do próprio trabalho – Apesar dessa não ser a função dele.
– Tenho certeza de que ele vai entregar a Dumbledore. – Tiago bufou desgostoso – E Dumbledore não vai ficar nada feliz por Harry não ter entregado o mapa desde o inicio.
— Hum... Vi, vi sim... — admitiu Harry. — Foi o Sr. Crouch.
O olho mágico de Moody perpassou toda a superfície do mapa. De repente ele pareceu assustado.
— Crouch? Você... Você tem certeza, Potter?
— Absoluta.
— Bem, ele não está mais aqui — disse o professor, seu olho ainda percorrendo o mapa. — Crouch... Isso é muito... Muito interessante...
– Ele também deve estar pensando em como é estranho Crouch não poder aparecer para cumprir suas obrigações, mas poder andar por Hogwarts no meio da noite investigando a sala de um professor escondido. – Remo disse pensativo.
O professor ficou calado quase um minuto, ainda fitando o mapa. Harry percebeu que aquela notícia significava alguma coisa para Moody, e quis muito saber o quê. Ficou em dúvida se teria coragem de perguntar. Moody lhe dava um pouco de medo... No entanto, acabara de ajudá-lo a evitar uma grande confusão...
— Hum... Professor Moody... Por que o senhor acha que o Sr. Crouch queria dar uma olhada na sala de Snape?
O olho mágico de Moody abandonou o mapa e se fixou, trêmulo, em Harry.
Era um olhar penetrante e o garoto teve a impressão de que Moody o avaliava, pensando se deveria lhe responder ou o quanto lhe dizer.
— Vamos pôr a coisa desta maneira, Potter — murmurou ele finalmente — dizem que o velho Olho-Tonto é obcecado em apanhar bruxos das trevas... Mas Olho-Tonto não é nada, nadinha comparado a Bartô Crouch.
– Moody acha que Crouch desconfia de Snape? – Alice perguntou confusa – Mas é como vocês falaram, não faz sentido nenhum! Ele poderia investigar Snape melhor se cumprisse as obrigações como jurado do torneio… Ele teria liberdade para andar pela escola sem ninguém perturbar ele.
– Talvez Crouch seja simplesmente maluco. – Frank cogitou.
– Ou estavamos certos e ele foi capturado por Voldemort. – Sirius disse soturno.
– Mas se ele tivesse sido capturado por Voldemort, o que estaria fazendo em Hogwarts? – Alice perguntou.
– Voldemort poderia ter colocado ele sob a império e obrigado ele a vir fazer uma visitinha a um velho conhecido em Hogwarts. – Sirius deu de ombros.
Ele continuou a examinar o mapa. Harry estava ardendo de vontade de ouvir mais.
— Professor Moody? — perguntou ele outra vez. — O senhor acha... Isso poderia ter alguma ligação com... Talvez o Sr. Crouch pense que tem alguma coisa acontecendo...
— O quê, por exemplo? — perguntou Moody energicamente.
Harry se perguntou o quanto se atreveria a dizer. Não queria que Moody adivinhasse que tinha uma fonte de informação fora de Hogwarts; isto poderia levar a perguntas perigosas sobre Sirius.
— Não sei, — murmurou Harry — tem coisas estranhas acontecendo ultimamente, não é? Tem saído no Profeta Diário... A Marca Negra na Copa Mundial, os Comensais da Morte e todo o resto...
Os dois olhos desiguais de Moody se arregalaram.
— Você é um menino perspicaz, Potter. — Seu olho mágico voltou a percorrer o Mapa do Maroto. — Crouch poderia estar pensando mais ou menos nesse sentido — disse ele lentamente. — Muito possível... Tem havido boatos esquisitos circulando por aí ultimamente, com a ajuda de Rita Skeeter, é claro. Eu reconheço que isso está deixando muita gente nervosa. — Um sorriso amargo torceu sua boca enviesada. — Ah, se tem uma coisa que detesto — murmurou ele, mais para si mesmo do que para Harry, e seu olho mágico se fixou no canto inferior esquerdo do mapa — é um Comensal da Morte que continuou em liberdade...
Harry encarou o professor. Seria possível que Moody estivesse dizendo o que Harry achava que estava dizendo?
– Se você acha que Moody está basicamente te contando que Snape é um comensal da morte, você está certo. – Remo disse com um suspiro pesado – E agora faz ainda mais sentido ele estar em Hogwarts nesse ano, Dumbledore parece estar se cercando de todos os lados.
— E agora sou eu que quero fazer a você uma pergunta, Potter — disse Moody, num tom mais profissional.
Harry sentiu o coração encolher; tinha achado que aquilo não iria demorar.
Moody ia perguntar onde ele arranjara o mapa, que era um objeto mágico muito duvidoso — e a história de como o mapa viera ter às suas mãos incriminava não somente a ele, mas ao seu próprio pai, a Fred e Jorge Weasley e ao Professor Lupin, seu professor anterior de Defesa contra as Artes das Trevas. Moody agitou o mapa diante de Harry, que se preparou...
— Posso pedir isso emprestado?
– O que? – Tiago perguntou abismado desalojando Lily momentaneamente – Pedir emprestado? Isso não faz sentido algum! Ele deveria interrogar o Harry até arrancar dele tudo o que ele sabe sobre o mapa… E depois levar Harry e o mapa a Dumbledore… É isso que o Moody que eu conheço faria.
– As pessoas mudam. – Frank disse calmamente – Pelo menos Harry não vai ficar encrencado.
– Mas isso está muito errado! – Remo disse concordando com Tiago enfático – Quando eu peguei o mapa de Harry e não entreguei para Dumbledore tinha motivos, queria vigiar Sirius e Harry, e impedir Harry de correr riscos desnecessários…
– E você era um dos criadores do mapa! – Sirius exclamou – Não poderia entregar para Dumbledore…
— Ah! — exclamou Harry. Gostava muito do mapa, mas, por outro lado, sentia-se extremamente aliviado de que Moody não estivesse perguntando onde o obtivera e não havia dúvida de que ele ficara devendo um favor ao professor. — Claro, tudo bem.
— Bom menino — rosnou Moody. — Posso fazer bom uso disso... Pode ser exatamente do que eu estava precisando... Certo, para a cama, Potter, vamos, agora...
Os dois subiram juntos a escada, Moody ainda examinando o mapa como se fosse um tesouro como ele jamais vira igual. Seguiram em silêncio até a porta da sala de Moody, onde o professor parou e encarou Harry.
— Você já pensou em seguir a carreira de auror, Potter?
— Não — respondeu Harry surpreso.
— Devia pensar nisso — disse Moody, acenando a cabeça e mirando Harry pensativo.
– Talvez devesse mesmo. – Alice disse com um meio sorriso para Harry – Pelo menos você vai receber treinamento para enfrentar todos os perigos que você atrai!
— Sem dúvida devia... E incidentalmente... Estou achando que você não estava simplesmente levando esse ovo para passear hoje à noite?
— Hum... Não — respondeu Harry sorrindo. — Estive tentando decifrar a pista.
Moody piscou para o garoto, seu olho mágico endoidando outra vez.
— Nada como um passeio noturno para se ter idéias, Potter... Vejo você amanhã de manhã... — E entrando na sala, voltou sua atenção para o Mapa do Maroto e fechou a porta ao passar. Harry caminhou lentamente até a Torre da Grifinória, perdido em pensamentos sobre Snape, Crouch e o que significava tudo aquilo... Por que Crouch estava fingindo estar doente, se podia vir a Hogwarts quando quisesse? Que é que ele achava que Snape estava ocultando no escritório?
E Moody achando que ele, Harry, devia ser auror! Que idéia interessante... Mas quando Harry se enfiou silenciosamente em sua cama de colunas, dez minutos mais tarde, o ovo e a capa já guardados em segurança em seu malão, por alguma razão ele achou que gostaria de ver se os outros aurores também eram cheios de cicatrizes, antes de escolher essa carreira.
– Os melhores e mais antigos aurores são cheios de cicatrizes mesmo. – Tiago contou a Harry enquanto Rony entregava o livro para Hermione – Mas ninguém tem mais cicatrizes que Moody, e isso é porque ele prefere prender a matar. E isso é uma coisa que você sempre deve ter em mente.
Lily levantou a cabeça e secou os olhos delicadamente ajeitando-se no sofá quando Hermione começou a ler o próximo capítulo:
– Capítulo XXVI – A segunda tarefa.
Hey leitores mais queridos do FeB! Acho que encontrei uma nova beta linda e maravilhosa para me ajudar, então creio que as coisas vão voltar ao normal em breve! Desculpem a demora para postar, sei que prometi para segunda, mas fiquei bem mal esses dias e não tive como postar... Aqui em baixo respondi os comentários dos capítulos 23 e 24.
- Gi Molly Weasley: Você estava sumida mesmo! Mas desde que você não deixe de acompanhar a fic, tudo bem! Ta desculpada. Eu sei bem como é ficar enrolada, estou bastante enrolada com tudo o que estou fazendo no momento! Que bom que continua gostando, significa muito para mim! Nem eu sei exatamente o que vai acontecer no final, então também estou um bocado ansiosa para ver como vou acabar a fic… Tiago não vai gostar nada de achar que é o Moody, ainda bem que logo depois eles vão descobrir que na verdade não é o Moody! Comente sempre que der, significa muito para mim!
- AndressaSR: Que bom que está gostando tanto, significa muito para mim! Eu gosto de me manter fiel ao que a JK fala, mas dessa vez, se fosse levar em consideração, não daria para continuar com a fic, teria que reescrever muita coisa. Não se preocupe, não pretendo abandonar a história de forma alguma! Já escrevi a morte do Sirius, apesar de ainda não ter chegado nessa parte, eu sempre soube como eu queria que as pessoas reagissem à morte dele, e eu também acho que ele sofreu demais e teve uma morte injusta! A parte dos Longbottom também já escrevi, e fiquei bem abalada escrevendo… Acho que o próximo livro vai ser bem complicado para todo mundo. Infelizmente comentar várias vezes não me faz publicar o capítulo mais rápido, acho que a única coisa que me faria publicar mais rápido seria se eu tivesse pessoas para fazer a parte chata por mim...
- Juhh Potter Malfoy: Acho que o Neville sempre teve uma quedinha pela Ana, mas só depois da guerra ele deve ter tido coragem de agir em relação a esse sentimento. Não se preocupe, apesar de achar que vocês vão me odiar um pouco, não escrevi nada de ruim… Eu gosto muito de me manter fiel ao que a JK fala, mas dessa vez foi complicado, eu teria que reescrever a história inteira, não daria certo. Mas pode deixar não vou desistir da fic, vou escrever até o final. Para ser sincera ainda não sei exatamente o que vou fazer em relação à lua cheia, então vamos ver. 31 de outubro também me deixa emotiva, não sei lidar com a morte da Lily e do Tiago e não tenho como entrar na internet sem que a morte deles apareça em todos os lugares. Acho que uma das coisas que todos nós mais gostariamos é um livro da época dos marotos... Eu nunca tinha pensado realmente em como o trio representa todos os tipos de bruxo, um sangue-puro, um mestiço e uma nascida-trouxa, é uma coisa muito interessante a se considerar... Acho que o próximo livro vai ser o mais difícil para a maioria das pessoas na sala, e para mim.
- MionGinnyLuna: Que bom que você gostou tanto do capítulo, significa muito para mim! Eu acho que ela poderia ter escrito todo o resto sem mudar a parte dos pais do Tiago! E eu também achei hilário a parte da poção para cabelo, e eu poderia até incluir essa parte na fic. Tadinho do Rony, ele só é idiota enquanto é adolescente, mas todo mundo é idiota quando é adolescente! Eu adoro comentários longos! O Sirius não seria o Sirius se não fizesse uma piada em um momento como aquele, apenas para quebrar a tensão. Não acho que a Lily apoiaria seu casamento com o Tiago, mas você pode tentar... Só não garanto que vá sair inteira.
- KarinaBlack: Eu também nunca entendi porque os Dursley se davam ao trabalho de mandar presentes para o Harry, nunca fez sentido! Acho que esse é o livro mais difícil de desvendar, é uma trama muito mirabolante! O Harry e o Rony não sabem disfarçar o que estão sentindo, o que é ótimo em alguns momentos e péssimo em outros… Mesmo o Rony tendo quem ajudasse ele a lidar com as garotas, afinal ele tem 5 irmãos mais velhos, ele é pior que o Harry!
- Dâmaris Granger: Tadinho do Rony, ele não entende os próprios sentimentos e ainda assim os sentimentos dele são completamente transparentes! A história da família Potter foi bem complicada para mim, afinal eu prefiro me manter fiel à tudo que a JK fala, mas dessa vez não da, ou eu teria que reescrever tudo… Eu espero que todos os meus leitores tenham essa capacidade de abstrair a informação. Não acho que a ancestralidade do Tiago conte para a forma como ele trata os outros, afinal o Sirius foi criado pelos Black. A história dos pais do Neville me deixou bem abalada quando escrevi, espero que deixe vocês assim também… Acho que a avó do Neville é mesmo uma mulher muito forte. O Hagrid é um dos personagens mais inocentes e doces da história, e ainda assim ele é capaz de qualquer coisa para proteger aqueles que ele ama. Fiquei um pouco decepcionada por HP e a criança amaldiçoada ser uma peça de teatro e apenas para a Inglaterra, acho injusto demais, afinal HP tem uma legião de fãs no mundo inteiro, fãs que não podem simplesmente pegar um avião para assistir uma peça de teatro...
- Izabella Bella Black: Depois do que aconteceu em EdP não tem como não gostar da Fleur, ela pode ser metida e tudo mais, mas ela tem um bom coração e isso que é importante. Sirius é muito metido mesmo, eu adoro escrever essas partes. E o Snape apenas se lembrou do inicio do livro, o que os outros tinham esquecido, que o Rabicho disse que podiam usar outro… Então é óbvio que o plano não é apenas matar o Harry, não é? Eu acho que a Petúnia sente culpa sim, mas acho que ela não tem coragem de contrariar o marido dela e que ela ainda sente inveja misturada com a culpa. Ela provavelmente teve que convencer o Válter a aceitar ficar com o Harry quando ele apareceu na porta da casa, e ele nunca agiu muito bem em relação a nada disso, não imagino que ele aceitaria que ela tratasse ele melhor. Se o Rony e o Harry fossem menos cegos muita coisa seria diferente, os dois teriam pares melhores para o baile, por exemplo… Mas os marotos sabem entrar na sala, e sabem onde ela é, eles disseram que as outras pessoas não encontram a sala depois de usarem uma vez, não disseram que eles não encontraram, ela só não está no mapa porque é imapeável. Para ser sincera ainda não sei o que vou fazer em relação ao probleminha peludo do Remo… E eu fico feliz que tenha gostado de Bond! Eu fiquei viciada em Drarrys por causa de Bond e até estou escrevendo uma Drarry.
- Ana Marisa Potter: Não se preocupe, eu não podeira abandonar a fic, não com tantos bons leitores que sempre me incentivam como você! Me pergunta no grupo o que a JK falou que eu te mando a tradução para português!
- Luiza Snape: Eu acho que eles vão ler o epílogo também, mas ainda não tenho certeza, ainda não sei ao certo como essa história vai acabar, tenho ideias demais, mas nenhuma certeza.
- Carlos Mashiant: Acho que você não vai ser uma das pessoas que vai me odiar por causa do final de CdF… Muitas pessoas vão ficar muito frustradas, mas acho que você não… Em relação à Gina, eu poderia até desconfiar que ela colocou uma poção ou um feitiço no Harry, para ele perceber ela e etc. Mas acho mais provável que o Harry nunca tenha realmente enxergado a Gina até aquele momento, ela era só a irmãzinha do melhor amigo dele, e de um dia para o outro ela era uma garota de verdade, que namorava um dos amigos dele. Apesar de concordar com você que não foi legal a Gina ter contado pro Rony sobre o Krum e a Mione, acho que no fundo ela estava tentando ajudar, tentando fazer o irmão dela enxergar algumas coisas, como o fato de que ele sempre foi apaixonado pela Mione. Fico muito feliz que a Joyce tenha entrado no nosso mundinho! Me conte sobre o progresso dela!
- Mayra Camila Granger: Que bom que está acompanhando e gostando, seja bem-vinda! Comente sempre que possível!
- Regiane Helena: Eu entendo bem quando as coisas ficam meio enroladas, não se preocupe, o importante é que você continue lendo e comentando quando possível! A JK contou a história da família Potter no Pottermore, vários sites de HP traduziram. A história dela basicamente vai contra várias coisas que coloquei na fic e que boa parte dos fãs achava que era a verdade. Na verdade a JK nunca disse que a Mione devia ter ficado com o Harry, são as pessoas que não interpretaram direito o que ela disse, para mim a Mione e o Harry sempre foram como irmãos. Eu concordo com você, acho o Rony um ótimo personagem, ele é amigo, leal e apesar dos deslizes, ele nunca abandonou de verdade o Harry, não de coração. E você pode ficar sempre a vontade para desabafar aqui, eu adoro saber as opiniões de todos vocês.
- Luane Sa Barreto Silva: Seja muito bem-vinda! Fico muito feliz que tenha gostado tanto assim da fic, significa muito para mim. E o Tiago é muito inteligente, tem que ser para ter se tornado um animago enquanto ainda estava na escola e tudo mais.
- In_Black: Faz mesmo muito tempo que você não aparece por aqui, mas fico feliz de saber que você ainda acompanha a fic! Eu entendo muito bem como é ter problemas e etc. Eu me esforço bastante para manter a fic no mesmo nível ou melhorar. Lembro de você como Inghara mesmo! Obrigada por avisar que era você, ou ficaria sem saber quem é!
- Raposa do Alasca: Seja muito bem-vinda! E muito obrigada, fico muito feliz que tenha gostado tanto da fic. Todos odiamos a Skeeter não é? A única personagem mais odiosa que a Skeeter é a Umbridge! A parte em que o Harry descobre sobre os pais do Neville foi bem difícil de escrever, fiquei bem abalada, espero que vocês não se decepcionem. Quanto à morte do Dumbledore eu ainda não sei como vai ser, ainda não escrevi, mas acho que vai ser bem complicado para o Snape mesmo. No momento tenho atualizado a fic de 15 em 15 dias, quando não tenho imprevistos, mas ás vezes posto antes.
- Julia Angelini: Eu te entendo bem, eu tenho dúzias de fics que marquei para ler e ainda não li... Mas de qualquer forma, fico muito honrada que tenha resolvido criar uma conta aqui só para comentar a fic, significa muito para mim. Muito obrigada, fico realmente feliz em saber que você gostou tanto da fic. E eu também tenho um box hardcover em inglês, é a minha maior preciosidade! Eu escrevo a fic acompanhando pelo livro em inglês... Ainda não pensei em como vou escrever a maioria das partes mais complexas dos próximos livros, mas a morte do Sirius, por exemplo, eu escrevi enquanto ainda estava escrevendo CS... Não se preocupe, não pretendo desistir da fic, mesmo que demore muito para acabar. Vocês sempre me incentivam a continuar.
- Guilherme L.: O Floreios e Borrões ás vezes da esses problemas, um dia desses eu não estava conseguindo entrar na minha conta por nada, já tava apavorada sem saber o que ia fazer com a fic, mas o cara da administração resolveu o problema rapidinho. Fico feliz que a qualidade da fic seja a mesma de sempre, fiquei preocupada em ter deixado passar algum erro por distração, mas agora já consegui uma nova beta, eu sou uma autora meio exigente... Minha beta faz um pouco mais do que só revisar o texto para mim. Mas de qualquer maneira, obrigada pela oferta, vou me lembrar se vier a precisar! Espero ver você comentando sempre que possível.
- Samara Lima: O casamento foi divertido, conheci pessoas incríveis por causa dele, o que é sempre bom. O FeB realmente tem dado esses problemas, você não é a primeira a me falar que não conseguiu comentar depois de escrever o comentário todo. Mas aqui realmente não apareceu nenhum comentário seu no capítulo anterior... Não se preocupe, já decidi que não vou desistir da fic, apesar das dificuldades. Eu realmente espero que o Alvo não vá para a Sonserina, apesar de não ter preconceito nenhum com a casa e etc, mas com o medo que o garoto estava de ir para a Sonserina, ele não poderia ir parar lá. E acho que a JK vai continuar anunciando sim... Ela sabe o quanto essas coisas significam para todos nós.
- Javoski: Eu também detesto a Skeeter, a Umbridge é o personagem que mais odeio, mas a Skeeter chega bem perto. E fico feliz que você ache que eu estou evoluindo, significa muito para mim. E eu não poderia silenciar os personagens, afinal, se vocês quisessem ler só o livro, vocês não viriam até aqui! Vocês querem saber o que os personagens acham! Mas tenho que reconhecer que deixar Tiago falando de quadribol sem controle não seria uma boa ideia. Eu sempre pensei que o Harry era meio lerdo de não relacionar a pista que Cedrico deu a ele com o mergulho do Krum no lago... E Hagrid é basicamente uma criança enorme, ele é muito doce e inocente apesar de não ser fraco. Eu dei uma olhada na fic que você está traduzindo, e não é o tipo de fic que eu costumo ler, eu não costumo lidar bem com esses ships, apesar de estar abrindo cada vez mais a minha cabeça para coisas novas... O que me atrai em Bond é justamente o ship, eu descobrir que sou completamente viciada em Drarry, vivo lendo Drarrys em inglês...
- Amanda Ferreira: Seja muito bem-vinda! Na verdade eu já tenho bastante trabalho postando a fic aqui, atualmente não teria paciência para postar em outros lugares, mas talvez mais para frente eu pense nessa possibilidade. Obrigada pelo apoio e espero te ver por aqui mais vezes!
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Comentários (9)
Olá Juh!Acho q essa semana consigo colocar em dia 0/ torça por mim!!Muito engraçado ver o Sirius com ciúmes do banheiro. hahahahahahahaahahaahahahaahhahahahaha Essas teorias de como os outros campeões descobriram a dica do ovo foi ótima, mas acho q tiveram a ajuda dos diretores deles, assim como o Moody ajudou o Cedrico. Também queria saber a história final do casamento do irmão da menina lá. hahahaaaa Harry era tão burro nossa, mas acho q eu seria igual ele. hahahaha Meu comentário ficou pequenininho, acho q é o menor de todos!Muito bom como sempre o cap. Abraços
2016-03-01Nossa, ainda estamos em CdF e eu já estou aqui, pensando qual vai ser a reação do Tiago quando ele souber que a Umbrige trata o Harry pior do que o Snape, a reação do Remo ao saber que tem um filho com a Tonks, a reação de todos na sala ao saberem os verdadeiros motivos de Snape no último livro e os sentimentos de Sirius ao ouvir sua morte...Estou sentindo a falta de mais capítulos! Por favor, posta mais um!P.S.: continue a fic até o fim!
2015-11-27Mais um capítulo perfeito, sinceramente amei esse capítulo... Lily e James (só consigo chamar ele de James) seu filho só se f**e, Sirius meu lindo, como eu te amo... Juh capítulo mais que perfeito, amo o jeito que você escreve e tudo mais, espero ansiosamente o próximo capítulo♥Beijos,In
2015-11-17Bom, acho que já estou começando a prever esse mistério que nos aguarda no último capítulo kkk, mas não revelarei minhas suspeitas kkkk. Não consegui comentar o capítulo anterior, mas gostei muito dele. Ele já era um dos meus preferidos e, com as suas intervenções, ficou ainda melhor. O capítulo 25 também está muito bom. Eu fico impressionado – até hoje- com a habilidade que o Bartô Jr. Teve para disfarçar de Olho-Tonto, uma vez que le enganou até mesmo Dumbledore (ou será que não?). P.S: Olha, gostaria de te perguntar algumas perguntas pessoais (mas, sinta-se livres para não responde-las): Você tem alguma religião? Torce para algum time de futebol? P.S 2: Joyce já está no final de PdA (o qual, até o momento, é seu predileto).
2015-11-14OLÁ! BLZ? TÔ atrasada, mas cheguei kkk Amei o capitulo (novidade -_-), principalmente pelo "dizem que o velho Olho-Tonto é obcecado em apanhar bruxos das trevas... Mas Olho-Tonto não é nada, nadinha comparado a Bartô Crouch.", essa frase nunca fez tanto sentido kkk Eu não sei se eu rio ou choro quando tu posta um capitulo novo, por que por um lado capitulo novo é só alegria, e por outro chega mais perto da morte do Cedrico :´( e depois ele nos troca por Crepusculo. Quando o James (não consigo chamar ele de Tiago) interrompeu o Lupin quando ele tava falando dos sereianos eu quase tive um infarto, sereianos são tão divos, e o Lupin falando deles é melhor ainda <3 80% das coisas que eu sei sobre as criaturas do mundo bruxo é por causa dele e do Hagrid <3 Mudando de assunto, posso fazer algumas perguntinhas pra ti? (enfim,vou fazer mesmo sem tu responderkkk). 1- Qual é a tua opinião sobre o Snape? Héroi? Vilão? Personagenzinho meia-boca que não faz nenhuma diferença? E o Harry por o nome dele no filho? 2- E o Mapa do Maroto? Deveria ficar com os filhos do Harry ou com o Teddy Lupin? Ô duvida cruel. Tá,agr eu paro. Até o próximo capitulo ;) Bjs
2015-11-13Mais um capítulo muito bom! Engraçado como eu fico ansiosa pra atualização da sua fanfic de um jeito parecido como ficava pro lançamento dos livros, mas é uma ansiedade boa! Uma coisa que eu gosto muito na sua escrita é como você atribuiu direitinho as personalidades deles sem mudá-los tanto em relação ao original, sabe? Ficou fiel a todos eles, mesmo a Alice que não apareceu tanto pra gente ter uma ideia, acredito que ela seja do mesmo jeito que você escreve. Não consigo mais pensar nela com outra personalidade hahahahaQuero só ver a reação da Lily nessa 2a tarefa, vai ficar super nervosa, tadinha. E Tiago está cada vez mais desconfiando das ações desse Moody né?Obrigada de qualquer jeito por pelo menos ter lido o capítulo e ter tirado tempo pra me responder aqui! Fiquei muito feliz :))E Bond é uma fanfic fora do normal, eu me apaixonei por ela!!Até o próximo capítulo, Ju, beijo!
2015-11-13FINALMENTE, DEPOIS DE ANOS EU CONSEGUI FAZER O CADRASTO PRA PODER COMENTA ESSA FIC DIVAfazia tempo que eu tava tendando me cadrasta no site só pra comenta sua fic, mas só consegui hj, eu to tendando desdo "marotos lendo prisioneiro de azkaban", nem to acreditando que eu finalmente consegui, bom vamos ao real comentario...sua fic é otimá, não vejo a hora de todos verem como o harry se sentia perto da Gina em hp eo enigma do principe, deles verem a briga do harry com o remo e ver como eles vão reagir com isso, deles verem como o harry estava se sentindo em ordem da fenix,do neville ver como o harry sentia orgulho dele em a ordem da fenix,nossa, é tanta cena que eu estou anciosa pra ler que não da nem pra conta, por favor, por favor , por favor, não demore muito a atualizar, cada dia que eu espero por um cap novo é como uma tortura pra mimps: na minha opinião o harry não devia ter perdoado o seboso, afinal, foi por culpa dele que os pais dele estão mortos, por culpa dele( ed e Dumbledore) o harry teve que artura os durley por anos, ah e eu concordo com o Sirius, eu não confio no julgamento de Dumbledore,sim antes eu confiava mas conforme eu fui lendo as fic "marotos lendo ..." eu fui avaliando Dumbledore aos poucos e cheguei a conclusão que Dumbledore não é bem um personagem com bons julgamentosbem era só isso, bjos e até o proximo cap
2015-11-12A unica coisa que eu consigo imaginar é a cara do Tiago Potter, sabendo que tem um neto chamado Alvo SEVERO, tipo ele ia ter um ataque. Gostei do Cap, gostei de ver que o Snape sente muito pelo eu futuro dele, espero que ele possa se arrepender mais, acho o Remo cada vez mais legal.
2015-11-11Amei, como sempre. Muito perfeito. Tiaguinho do meu coração e Lily querida, o fiho de vocês só se f*de. Remo meu amor. Harry, pq faam tão mal de vc, eu te amo! <3 Até o próximo.
2015-11-11