As maldições imperdoáveis



– As maldições imperdoáveis

– Não gosto nem um pouco do nome desse capítulo. – Lily franziu a testa desconfiada.

– Deve ser apenas sobre a aula de Moody. – Tiago disse sem se importar – Não precisa se preocupar. – completou observando o olhar de Lily.
– A aula que tivemos sobre maldições imperdoáveis foi um tanto entediante... – Sirius disse com um pequeno bocejo – Completamente teórica... Sem nada de interessante... Acho que eles vão continuar preferindo sua aula sobre bicho-papão. – completou virando-se para Remo confiante.
– Talvez. – Remo murmurou – Mas nosso professor não era o Moody...

Os dois dias seguintes transcorreram sem grandes incidentes, a não ser que se levasse em conta o sexto caldeirão derretido por Neville na aula de Poções. O Professor Snape, que, durante as férias, parecia ter alcançado novos níveis em sua gana de se vingar do garoto, deu-lhe uma detenção, da qual Neville voltou com um colapso nervoso, pois teve que destripar uma barrica de iguanas.

– Detestável. – Alice murmurou observando Snape com o mais puro ódio – Isso é perseguição!

– Não se irrite, – Frank disse apertando o ombro de Alice por trás de Neville com carinho – ele é um mal-amado que desconta suas frustrações em adolescentes.

— Você sabe por que Snape está nesse mau humor tão grande, não sabe? — perguntou Rony a Harry, enquanto observavam Hermione ensinar a Neville um Feitiço de Limpeza para remover as tripas de iguanas presas sob suas unhas.
— Hum-hum — disse Harry. — Moody.
Era do conhecimento de todos que Snape queria realmente o lugar de professor de Artes das Trevas, e acabara de perdê-lo pelo quarto ano seguido.
Snape detestara todos os professores anteriores dessa matéria e demonstrara isso — mas parecia ter extrema cautela para esconder sua animosidade contra Olho-Tonto Moody. De fato, sempre que Harry via os dois professores juntos — na hora das refeições ou quando passavam pelos corredores — tinha a nítida impressão de que Snape evitava os olhos de Moody, fosse o mágico fosse o normal.
— Acho que Snape tem medo dele, sabe — disse Harry pensativo.

– Claro que tem… – Sirius disse com um sorriso irônico – Afinal, Moody tem o talento incrível de ver as pessoas como elas são por dentro…

– E esse medo só mostra como minha teoria sobre o relacionamento deles pode estar certa. – Tiago disse confiante.
– Já falei, – Lily bufou e se afastou de Tiago com raiva – você não deve tirar conclusões precipitadas.
– Só estou dando a minha opinião. – Tiago disse entredentes – E sou capaz de apostar com você, que Moody tem um passado com Snape, e que esse passado tem muito a ver com magia negra.
– Não estou interessada. – Lily bufou – No livro passado você estava bastante irritado com Alice por ela achar que Sirius era um comensal da morte traidor. Você devia ouvir seus próprios conselhos e ficar quieto até ter certeza.
– O que você não entende, Lily, – Tiago disse categórico – é que eu tenho certeza.
Snape se sentiu aquecido por dentro, Lily estava brigando com Potter por ele, estava defendendo ele, afinal, talvez não fosse tarde demais.

— Imagine se Moody transformasse Snape em iguana — disse Rony, seus olhos se toldando — e fizesse ele ficar saltando pela masmorra...

– Eu poderia fazer isso agora mesmo com todo o prazer. – Sirius disse levantando as sobrancelhas ligeiramente maligno – Se não tivesse prometido para Dumbledore e tudo mais…


Os alunos do quarto ano da Grifinória estavam tão ansiosos para ter a primeira aula com Moody que, na quinta-feira, chegaram logo depois do almoço e fizeram fila à porta da sala, antes mesmo da sineta tocar. A única pessoa ausente foi Hermione, que chegou no último instante para a aula.
— Estava na...
— ... biblioteca — Harry terminou a frase da amiga. — Anda logo senão não vamos arranjar lugares decentes.
Eles correram para pegar três cadeiras bem diante da escrivaninha do professor, apanharam seus exemplares de As Forças das Trevas: Um Guia Para Sua Proteção, e esperaram anormalmente quietos. Não tardaram a ouvir os passos sincopados de Moody que vinha pelo corredor e que, ao entrar na sala, parecia mais estranho e amedrontador que nunca. Seu pé de madeira em garra aparecia ligeiramente por baixo das vestes.
— Podem guardar isso, — rosnou ele, apoiando-se na escrivaninha para se sentar — esses livros. Não vão precisar deles.

– Parece que eles vão ter uma aula prática. – Lily disse temerosa.

– Com o nome desse capítulo? – Remo disse ligeiramente assustado – Não vejo como eles poderiam ter uma aula prática sobre as maldições imperdoáveis...
– Acho que temos que ler para saber. – Tiago disse ansioso.

Os alunos tornaram a guardar os livros nas mochilas, Rony tinha um ar excitado. Moody apanhou a folha de chamada, sacudiu sua longa juba de cabelos grisalhos para afastá-los do rosto contorcido e marcado, e começou a chamar os nomes, seu olho normal percorrendo a lista e o olho mágico girando, fixando-se em cada aluno quando ele respondia.
— Certo, então — concluiu ele, quando a última pessoa confirmara presença.
— Tenho uma carta do Professor Lupin sobre esta turma. Parece que vocês receberam um bom embasamento para enfrentar criaturas das trevas, estudaram bichos-papões, barretes vermelhos, hinkypunks, grindylows, kappas e lobisomens, correto?
Houve um murmúrio geral de concordância.
— Mas estão atrasados, muito atrasados, em maldições — disse Moody. — Então, estou aqui para pôr vocês em dia com o que os bruxos podem fazer uns aos outros. Tenho um ano para lhes ensinar a lidar com as forças das...

– Um ano? – Sirius perguntou confuso – Essa é nova… Parece que ele já está pronto para a maldição tirar ele do cargo.

– Essa história do cargo ser amaldiçoado é uma grande besteira. – Lily disse com firmeza – Ele deve ter outras coisas para fazer, o acordo dele com Dumbledore deve ser de um ano só…
– Provavelmente porque todo mundo sabe que o cargo é amaldiçoado e ninguém quer ensinar DCAT em Hogwarts. – Alice deu de ombros.
– Quase ninguém. – Frank disse olhando de soslaio para Severo.

— Quê, o senhor não vai ficar? — deixou escapar Rony.
O olho mágico de Moody girou para se fixar em Rony, o garoto ficou extremamente apreensivo, mas, passado um instante, o professor sorriu — a primeira vez que Harry o via fazer isso. O efeito foi entortar mais que nunca o seu rosto muito marcado, mas de qualquer forma foi um alívio saber que ele era capaz de um gesto amigável como sorrir. Rony pareceu profundamente aliviado.
— Você deve ser filho do Arthur Weasley? — disse Moody. — Seu pai me tirou de uma enrascada há alguns dias... É, vou ficar apenas este ano. Um favor especial a Dumbledore... Um ano e depois volto ao sossego da minha aposentadoria.

– Isso não combina com Moody, – Tiago disse coçando a cabeça – quero dizer, ele não gosta de coisas como sossego, ou aposentadoria… Ele gosta de ação, de estar no campo de batalha, e sempre me disse que teria tempo para dormir e descansar quando estivesse morto!

– Ele envelheceu… – Lily disse sem encarar Tiago – Deve ter cansado de correr atrás de bruxos das trevas.
– Não. – Tiago insistiu – Ele não se cansaria, essa é a vida dele!
Lily revirou os olhos, mas não respondeu.

Ele deu uma risada áspera e então juntou as palmas das mãos nodosas.
— Então... Vamos direto ao assunto. Maldições. Elas têm variados graus de força e forma. Agora, segundo o Ministério da Magia, eu devo ensinar a vocês as contra-maldições e parar por aí. Não devo lhes mostrar que cara têm as maldições ilegais até vocês chegarem ao sexto ano. Até lá, o Ministério acha que vocês não têm idade para lidar com elas. Mas o Professor Dumbledore tem uma opinião mais favorável dos seus nervos e acha que vocês podem aprendê-las, e eu digo que quanto mais cedo souberem o que vão precisar enfrentar, melhor. Como vão se defender de uma coisa que nunca viram? Um bruxo que pretenda lançar uma maldição ilegal sobre vocês não vai avisar o que pretende. Não vai lançá-la de forma suave e educada bem na sua cara. Vocês precisam estar preparados. Precisam estar alertas e vigilantes.

– Muito parecido com o que ele me falou quando eu era mais novo: “Eles nunca vão te avisar o que pretendem!” – Tiago disse imitando a voz rouca de Moody – “Esteja sempre preparado! Vigilância constante!”


— A senhorita deve guardar isso, Srta. Brown, enquanto eu estiver falando.
Lilá levou um susto e corou. Estivera mostrando a Parvati o horóscopo que aprontara por baixo da carteira. Aparentemente o olho mágico de Moody podia ver através da madeira, tão bem quanto pela nuca.

– Bem-feito. – Hermione murmurou, apenas Rony foi capaz de escutar, e isso o fez sorrir consigo mesmo satisfeito.


— Então... Algum de vocês sabe que maldições são mais severamente punidas pelas leis da magia?
Vários braços se ergueram hesitantes, inclusive os de Rony e Hermione.
Moody apontou para Rony, embora seu olho mágico continuasse mirando Lilá.
— Hum, — disse Rony sem muita certeza — meu pai me falou de uma... Chama Maldição Imperius ou coisa assim?
— Ah, sim — disse Moody satisfeito. — Seu pai conheceria essa. Certa vez, deu ao Ministério muito trabalho, essa Maldição Imperius.

– Ela tem dado muito trabalho hoje em dia. – Remo comentou – Quando as pessoas são pegas fazendo coisas ilegais, a maioria alega que estava sob a maldição Imperius… É claro que vários deles estão falando a verdade…

– O irmão de Dorcas Meadowes realmente estava sob a maldição Imperius quando enfeitiçou metade da seção de controle do uso indevido da magia no ano passado… – Lily disse mordendo o lábio – Dorcas ficou apavorada, o irmão dela nunca faria isso em sã consciência.
– Pobre Dorcas. – Alice lamentou – Ficou tão nervosa quando foi chamada na sala de Dumbledore… Ele não queria que ela descobrisse sobre o irmão pelo jornal…

Moody se apoiou pesadamente nos pés desiguais, abriu a gaveta da escrivaninha e tirou um frasco de vidro. Três enormes aranhas pretas corriam dentro dele.
Harry sentiu Rony se encolher ligeiramente ao seu lado, Rony detestava aranhas. Moody meteu a mão dentro do frasco, apanhou uma aranha e segurou-a na palma da mão, de modo que todos pudessem vê-la.

– Ele não vai fazer o que estou pensando… – Lily murmurou hesitante – Vai?

– Acho que sim. – Remo confirmou com a mesma expressão de choque – Não acho que isso seja proibido… Mas mesmo assim…
– É um pouco assustador. – Frank concordou temeroso – Eles precisam saber como são as maldições imperdoáveis… Mas não acho que eles precisem ver…

Apontou, então, a varinha para o inseto e murmurou "Império!" A aranha saltou da mão de Moody para um fio de seda e começou a se balançar para frente e para trás como se estivesse em um trapézio. Esticou as pernas rígidas e deu uma cambalhota, partindo o fio e aterrissando sobre a mesa, onde começou a plantar bananeiras em círculos.
Moody agitou a varinha, e a aranha se ergueu em duas patas traseiras e saiu dançando um inconfundível sapateado. Todos riram, todos exceto Moody.
— Acharam engraçado, é? — rosnou ele. — Vocês gostariam se eu fizesse isso com vocês?
As risadas pararam quase instantaneamente.
— Controle total — disse o professor em voz baixa, quando a aranha se enrolou e começou a rodar sem parar. — Eu poderia fazê-la saltar pela janela, se afogar, se enfiar pela garganta de vocês abaixo...
Rony teve um tremor involuntário.
— Há alguns anos, havia muitos bruxos e bruxas controlados pela Maldição Imperius— disse Moody, e Harry entendeu que ele estava se referindo ao tempo em que Voldemort fora todo-poderoso. — Foi uma trabalheira para o Ministério separar quem estava sendo forçado a agir de quem estava agindo por vontade própria.

– Quase impossível, segundo meu pai. – Tiago suspirou – Ele disse que mesmo com horas de interrogatórios e até algumas doses de veritaserum, ainda assim restavam algumas dúvidas sobre quem realmente estava sob efeito da Imperius…


— A Maldição Imperius pode ser neutralizada, e vou lhes mostrar como, mas é preciso força de caráter real e nem todos a possuem. Por isso é melhor evitar ser amaldiçoado com ela se puderem. “VIGILÂNCIA CONSTANTE!" — vociferou ele, e todos os alunos se assustaram.

– O que ele quer dizer com isso? – Lily perguntou assustada – Como ele vai mostrar aos alunos como neutralizar a Imperius se ele mesmo falou que é preciso força de caráter real?

– Estou com um péssimo pressentimento sobre isso… – Remo concordou com Lily enfático.
Tiago espelhava o susto de Lily e Remo, o Moody que ele conhecia tão bem não enfeitiçaria as pessoas com uma maldição imperdoável, uma coisa é enfeitiçar uma aranha para uma demonstração, outra muito diferente é enfeitiçar os alunos.

Moody apanhou a aranha acrobata e atirou-a de volta ao frasco.
— Mais alguém conhece mais alguma? Outra maldição ilegal?
A mão de Hermione voltou a se erguer e, para surpresa de Harry, a de Neville também. A única aula em que Neville normalmente voluntariava informações era a de Herbologia, que era, sem favor algum, a matéria que ele sabia melhor. O garoto pareceu surpreso com a própria ousadia.
— Qual? — perguntou Moody, seu olho mágico dando um giro completo para se fixar em Neville.
— Tem uma, a Maldição Cruciatus — disse Neville, numa voz fraca, mas clara.
Moody olhou Neville com muita atenção, desta vez com os dois olhos.
— O seu nome é Longbottom? — perguntou ele, o olho mágico girando para verificar a folha de chamada. Neville confirmou, nervoso, com a cabeça, mas o professor não fez outras perguntas.

Neville tremeu e se aproximou um pouco mais da mãe disfarçadamente, Alice sentiu o filho mais perto de si e pegou sua mão com cautela, se surpreendeu em ver como ela estava gelada, mas não disse nada.


Tornando a voltar sua atenção à classe, ele meteu a mão no frasco mais uma vez, apanhou outra aranha e colocou-a no tampo da escrivaninha, onde o inseto permaneceu imóvel, aparentemente demasiado assustado para se mexer.
— A Maldição Cruciatus — começou Moody. — Preciso de uma maior para lhes dar uma idéia — disse ele, apontando a varinha para a aranha. — Engorgio!
A aranha inchou. Estava agora maior do que uma tarântula.
Abandonando todo o fingimento, Rony empurrou a cadeira para trás, o mais longe que pôde da escrivaninha de Moody. O professor tornou a erguer a varinha, apontou-a para a aranha e murmurou:
— Crucio!

Neville trincou os dentes com força, ele sabia que esse momento chegaria, mas não era capaz de esconder completamente o que aquilo fazia com ele. Alice o observava ligeiramente preocupada, ele não parecia se sentir bem, parecia enjoado e estava suando frio. Tiago também percebera a mudança brusca no comportamento de Neville, que antes parecia calmo e satisfeito entre os pais.


Na mesma hora, as pernas da aranha se dobraram sob o corpo, ela virou de barriga para cima e começou a se contorcer horrivelmente, balançando de um lado para outro. Não emitia som algum, mas Harry teve certeza de que, se tivesse voz, estaria berrando. Moody não afastou a varinha e a aranha começou a estremecer e a se debater violentamente...
— Pare! — gritou Hermione com a voz aguda.
Harry olhou para a amiga. Ela estava com os olhos postos não na aranha, mas em Neville, e Harry, ao seguir a direção do seu olhar, viu que as mãos do garoto se agarravam à carteira diante dele, os nós dos dedos brancos, seus olhos arregalados e horrorizados. Moody ergueu a varinha. As pernas da aranha se descontraíram, mas ela continuou a se contorcer.

A sala permaneceu no mais completo silêncio. A maldição Cruciatus era centenas de vezes pior do que a Imperius. Alice segurou a mão de Neville com força, não sabia porque, mas sabia que ele precisava daquilo naquele momento. Ela sentiu seu pulso acelerado, mas não ousou perguntar a ele o que ele estava sentindo, teve medo da resposta que ele poderia dar.


— Reducio — murmurou Moody, e a aranha encolheu e voltou ao tamanho normal. Ele a repôs no frasco.
— Dor — explicou Moody em voz baixa. — Não se precisa de alicates nem de facas para torturar alguém quando se é capaz de lançar a Maldição Cruciatus... Ela também já foi muito popular. Certo... mais alguém conhece alguma outra?
Harry olhou para os lados. Pela expressão no rosto dos colegas, ele achou que estavam todos pensando no que aconteceria com a última aranha. A mão de Hermione tremia levemente quando, pela terceira vez, ela a ergueu no ar.
— Sim! — disse Moody olhando-a.
— Avada Kedavra — sussurrou a garota.
Vários colegas a olharam constrangidos, inclusive Rony.
— Ah — exclamou Moody, outro sorrisinho torcendo sua boca enviesada. — Ah, a última e a pior. Avada Kedavra... A maldição da morte.

– Não sei se é realmente a pior… – Frank murmurou nervoso – A morte é instantânea, sem sofrimento, sem dor, a pessoa apenas cai morta no chão. Acho que eu preferiria a morte a ser torturado pela Cruciatus…

– As duas são terríveis. – Remo disse com a voz trêmula – Não sei como escolher a pior. Acho que depois da Cruciatus a pessoa pelo menos pode se reerguer, seguir em frente…
Neville suspirou pesadamente e encarou Hermione implorando que ela continuasse lendo.

Ele enfiou a mão no frasco e, quase como se soubesse o que a esperava, a terceira aranha correu freneticamente pelo fundo do objeto, tentando fugir aos dedos de Moody, mas ele a apanhou e a colocou sobre a escrivaninha. O inseto começou a correr, desvairado, pela superfície de madeira. Moody ergueu a varinha e Harry sentiu um repentino pressentimento.
— Avada Kedavra!— berrou Moody.
Houve um relâmpago de ofuscante luz verde e um rumorejo, como se algo vasto e invisível voasse pelo ar, instantaneamente a aranha virou de dorso, sem uma única marca, mas inconfundivelmente morta. Várias alunas abafaram gritinhos, Rony se atirara para trás, quase caindo da cadeira, quando a aranha escorregou em sua direção. Moody empurrou a aranha morta para fora da mesa.
— Nada bonito — disse calmamente. — Nada agradável. E não existe contra maldição. Não há como bloqueá-la. Somente uma pessoa no mundo já sobreviveu a ela e está sentada bem aqui na minha frente.

– O que? – Severo perguntou incrédulo – Foi a maldição da morte? A maldição que causou sua cicatriz? Você realmente sobreviveu à maldição da morte?

– Sim. – Harry respondeu placidamente, completamente ciente de que todos na sala o observavam com atenção.
– Mas como isso é possível? – Severo questionou ainda confuso – Isso é impossível.
– Obviamente não é impossível. – Sirius disse impaciente – Ele está bem aqui, na nossa frente, bastante vivo.
– Acho melhor deixar Hermione continuar lendo. – Harry falou categórico.

Harry sentiu seu rosto corar quando os (dois) olhos de Moody fitaram os dele. Sentiu que toda a turma também estava olhando para ele. Harry encarou o quadro-negro limpo como se estivesse fascinado por sua superfície, mas na realidade sem sequer vê-lo...
Então fora assim que seus pais tinham morrido... Exatamente como aquela aranha. Será que tinham morrido sem desfiguração nem marcas, também? Será que tinham simplesmente visto um relâmpago verde e ouvido o rumorejo da morte que se aproximou célere, antes que a vida fosse varrida de seus corpos?
Harry imaginara a morte dos pais muitas vezes nesses três anos, desde que descobrira que tinham sido assassinados, desde que descobrira o que acontecera naquela noite: como Rabicho informara o esconderijo de seus pais a Voldemort, que viera procurá-los em casa. Como o bruxo matara primeiro o pai de Harry. Como Tiago Potter tentara atrasá-lo, enquanto gritava para a mulher apanhar Harry e correr... E Voldemort avançara para Lílian Potter, dissera-lhe para se afastar para ele poder matar Harry... Como sua mãe suplicara para que a matasse no lugar do filho, recusara-se a deixar de proteger o filho com o corpo... E então Voldemort a assassinara também, antes de virar a varinha contra Harry...

Lily gemeu, não importava quantas vezes ouvia aquilo, ela não conseguia segurar as lágrimas. E agora ela sabia exatamente como havia morrido. Naquele momento ela esqueceu completamente qualquer discussão com Tiago e enterrou o rosto em seu peito.

– Então foi assim que morremos? – Tiago perguntou a Harry com calma enquanto acarinhava a cabeça de Lily – Eu não tive chance alguma, não é? Não dá para bloquear a maldição da morte…
– Mas você tentou… – Sirius disse com a voz trêmula – Você o enfrentou, tentou dar uma chance a Harry e Lily…
– Vale a pena morrer por aqueles que a gente ama. – Tiago disse apertando o corpo de Lily contra o dele e encarando Harry com confiança.

Harry conhecia esses detalhes porque ouvira a voz dos pais quando enfrentara os dementadores no ano anterior, pois esse era o terrível poder dessas criaturas: forçar suas vítimas a reviverem as piores lembranças de suas vidas e se afogarem, impotentes, no próprio desespero...
Harry teve a impressão de que Moody recomeçara a falar de muito longe.
Com um enorme esforço, ele se obrigou a voltar ao presente e fixar a atenção no que o professor dizia.
— Avada Kedavra é uma maldição que exige magia poderosa para lançá-la, vocês podem apanhar as varinhas agora, apontá-las para mim, dizer as palavras e duvido que consigam sequer que o meu nariz sangre. Mas isto não importa. Não estou aqui para ensiná-los a lançá-la.
— Ora, se não há uma contra-maldição, por que estou lhes mostrando essa maldição? Porque vocês precisam conhecê-la. Vocês têm que reconhecer o pior. Vocês não querem se colocar em uma situação em que precisem enfrentá-la.
— “VIGILÂNCIA PERMANENTE!" — berrou ele e a turma inteira tornou a se sobressaltar.

– Eu realmente não acho que a vigilância permanente teria feito diferença no nosso caso. – Lily murmurou com a voz ainda tremendo – Pelo que sabemos, fizemos tudo o possível para nos esconder…

– Não há nada que vocês poderiam ter feito quando ele estava na porta de vocês com a varinha em punho. – Remo concordou angustiado – O único erro de vocês foi achar que Pedro era nosso amigo…
– E pode ter certeza de que não vou cometer esse erro duas vezes. – Tiago disse categórico.

— Agora... Essas três maldições, Avada Kedavra, Imperius e Cruciatus, são conhecidas como as Maldições Imperdoáveis. O uso de qualquer uma delas em um semelhante humano é suficiente para ganhar uma pena de prisão perpétua em Azkaban. É isso que vão ter que enfrentar. É isso que preciso lhes ensinar a combater. Vocês precisam estar preparados. Vocês precisam de armas. Mas, acima de tudo, precisam praticar uma vigilância constante, permanente. Apanhem suas penas... Copiem o que vou ditar...
Os alunos passaram o resto da aula tomando notas sobre cada uma das Maldições Imperdoáveis. Ninguém falou até a sineta tocar, mas quando Moody os dispensou e eles saíram da sala, explodiram em um falatório irrefreável. A maioria dos alunos discutia as maldições em tom de assombro: "Você viu ela se contorcendo?", e “quando ele matou a aranha, assim!”
Comentavam a aula, pensou Harry, como se ela tivesse sido um espetáculo fantástico, mas ele não a achara nada divertida, tampouco Hermione.

– Nada divertida. – Alice disse concordando com Harry freneticamente – Achei a aula um tanto macabra… Ainda mais com você ali…

– Tenho que concordar que essa aula me assustou um pouco. – Tiago admitiu virando-se de Neville para Harry lentamente – Eu não costumo discordar de Moody, mas ele poderia ter encontrado outra maneira de falar sobre as maldições imperdoáveis…

— Anda logo — disse ela tensa para Harry e Rony.
— Não é a biblioteca outra vez, é? — perguntou Rony.
— Não — respondeu a garota, secamente, apontando para um corredor lateral. — Neville.
Neville estava em pé sozinho, no meio do corredor, de olhos fixos na parede de pedra oposta, com a mesma expressão horrorizada e pasma que fizera quando Moody demonstrara a Maldição Cruciatus.
— Neville? — chamou Hermione de mansinho.
Neville virou a cabeça.
— Ah, alô — disse ele, a voz mais aguda do que habitualmente.
— Aula interessante, não foi? Que será que tem para o jantar, estou... Estou morto de fome, vocês não?
— Neville, você está bem? — perguntou Hermione.
— Ah, claro, estou ótimo — balbuciou o garoto, na voz anormalmente aguda. — Jantar muito interessante... Quero dizer, aula... Que será que tem para se comer?
Rony lançou a Harry um olhar assustado.

Neville apertou a mão de Alice, que ainda segurava, com um pouco mais de força. Ela suspirou temerosa, queria saber o que estava acontecendo com ele, por que ele estava tão nervoso, mas perguntar, naquele momento, não era uma opção. A única coisa que podia fazer era continuar ao lado dele, independente do que acontecesse, ela tinha que permanecer ao seu lado.


— Neville, que...?
Mas eles ouviram às costas um som seco e metálico estranho e, ao se virarem, viram o Professor Moody vindo em sua direção. Os quatro ficaram em silêncio, observando-o apreensivos, mas quando ele falou, foi com um rosnado bem mais baixo e gentil do que tinham ouvido até então.
— Está tudo bem, filho — disse ele a Neville. — Por que não vem até a minha sala? Vamos... Podemos tomar uma xícara de chá...
Neville ficou ainda mais assustado ante a perspectiva de tomar chá com Moody. Ele não se mexeu nem falou. Moody virou o olho mágico para Harry.
— Você está bem, não está, Potter?
— Estou — disse Harry, quase em tom de desafio.

Harry trincou os dentes realmente irritado, com tudo o que ele sabia, ver aquela pessoa convidando Neville para tomar um chá era revoltante, mas ele sabia que precisava se segurar, não era hora deles saberem a verdade.


O olho azul de Moody estremeceu de leve na órbita ao examinar Harry. Então falou:
— Vocês têm que saber. Parece cruel, talvez, mas vocês têm que saber. Não adianta fingir... Bom... Venha, Longbottom, tenho uns livros que podem lhe interessar.
Neville olhou suplicante para Harry, Rony e Hermione, mas eles não disseram nada, de modo que o garoto não teve escolha senão se deixar conduzir, uma das mãos nodosas de Moody em seu ombro.
— Que foi que houve? — perguntou Rony, observando Neville e Moody virarem para outro corredor.
— Não sei — disse Hermione, parecendo pensativa.
— Mas foi uma aula e tanto, hein? — disse Rony a Harry, quando se dirigiam ao Salão Principal. — Fred e Jorge tinham razão, não é? Ele realmente conhece o assunto. Quando ele lançou a Avada Kedavra, o jeito com que aquela aranha simplesmente morreu, apagou na hora...

– Tato? – Hermione murmurou para que apenas Rony escutasse.

– Desculpa. – Rony respondeu no mesmo tom – Nunca tive muito. Capacidade emocional de uma colher de chá, lembra?

Mas Rony se calou de súbito ao ver a expressão no rosto de Harry, e não tornou a falar até chegarem ao salão, quando comentou que era melhor eles começarem a preparar as predições da Professora Trelawney àquela noite, porque iam demorar horas naquilo.
Hermione não entrou na conversa de Harry e Rony durante o jantar, mas comeu furiosamente depressa e, em seguida, foi para a biblioteca. Harry e Rony voltaram à Torre da Grifinória, e Harry, que não pensara em outra coisa durante todo o jantar, agora levantou o assunto das Maldições Imperdoáveis.
— Moody e Dumbledore não ficariam encrencados se o Ministério soubesse que vimos lançar as maldições? — perguntou Harry ao se aproximarem da Mulher Gorda.
— Provavelmente — disse Rony. — Mas Dumbledore sempre fez as coisas do jeito dele, não é, e Moody, eu imagino, já anda encrencado há anos. Atacar primeiro e fazer perguntas depois, veja só a história das latas de lixo. Biruta.
A Mulher Gorda girou para frente, revelando a passagem e eles entraram na sala comunal da Grifinória, que estava cheia e barulhenta.

– Ainda acho que ele não atacou sem motivos. – Tiago disse confiante – Já falei para vocês sobre todos os detectores de inimigos que ele tem…


— Vamos apanhar o nosso material de Adivinhação, então? — disse Harry.
— Acho que sim — gemeu Rony.
Os dois subiram ao dormitório para apanhar os livros e mapas e encontraram Neville sozinho, sentado na cama, lendo. Parecia bem mais calmo do que ao fim da aula de Moody, embora ainda não estivesse completamente normal.
Seus olhos estavam muito vermelhos.
— Você está bem, Neville? — perguntou Harry.
— Ah, estou. Estou ótimo, obrigado. Lendo o livro que o Professor Moody me emprestou...
Ele mostrou o livro: Plantas Mediterrâneas e Suas Propriedades Mágicas.
— Parece que a Professora Sprout disse a ele que sou realmente bom em Herbologia — disse Neville. Havia um quê de orgulho em sua voz que Harry raramente ouvira antes. — O professor achou que eu gostaria deste.

Alice e Frank se entreolharam satisfeitos. Depois de ver como Neville estivera após a primeira aula de Moody, era bom vê-lo um pouco mais tranquilo.


Repetir para Neville o que a Professora Sprout dissera, pensou Harry, fora uma maneira muito delicada de animar o garoto, porque Neville raramente ouvia alguém dizer que ele era bom em alguma coisa. Era o tipo de coisa que o Professor Lupin teria feito.

– Você viu Remo? – Sirius perguntou com um sorriso – Você é o exemplo que Harry tem do que é certo, e de como tratar as pessoas…

– E você é um ótimo exemplo. – Lily disse, bem mais calma, levantando a cabeça do ombro de Tiago, mas mantendo-se perto dele.

Harry e Rony apanharam seus exemplares de Esclarecendo o Futuro e voltaram à sala comunal, procuraram uma mesa e começaram a trabalhar nas predições para o mês seguinte. Uma hora mais tarde, tinham feito pouco progresso, embora a mesa estivesse coalhada de pedaços de pergaminho cobertos com somas e símbolos e o cérebro de Harry estivesse enevoado, como se impregnado pela fumaça da lareira da Professora Trelawney.
— Não tenho a menor idéia do significado disso — falou ele examinando a longa lista de cálculos.
— Sabe de uma coisa — disse Rony, cujos cabelos estavam de pé de tanto o garoto passar os dedos por eles, cheio de frustração. — Acho que voltamos à velha regra da Adivinhação.
— Quê... Inventar?
— É — disse Rony, varrendo da mesa o monte de anotações e mergulhando a pena no tinteiro para começar a escrever.
— Na próxima segunda-feira — disse ele enquanto escrevia — há grande probabilidade de eu apanhar uma tosse, devido à infeliz conjunção de Marte com Júpiter. — Ele ergueu os olhos para Harry.
— Você conhece ela, escreve uma porção de desgraças que ela engole tudo.
— Certo — disse Harry, amassando seu primeiro rascunho e atirando-o por cima das cabeças de um grupo de alunos do primeiro ano que conversavam. — Muito bem... Na segunda-feira vou correr o perigo de... Hum... Me queimar.
— E vai mesmo — disse Rony sombriamente —, vamos ver os explosivins de novo. Na, terça-feira, vou... Hum...

– Por algum motivo, isso me lembra da vez em que esqueci de fazer um dever de transfiguração, depois de uma lua cheia particularmente ruim. – Remo disse olhando para Tiago com um meio sorriso.

– Eu me lembro disso. – Sirius afirmou categórico – Eu e Tiago discutimos sobre quem deveria entregar o próprio relatório como se fosse seu, mas como eu tinha mais detenções do que ele, Tiago colocou o seu nome no lugar do dele…
– E eu tenho quase certeza de que McGonagall percebeu que aquele trabalho era meu… – Tiago deu de ombros – Foi uma detenção um tanto agradável, especialmente para os padrões dela…
– Você é mesmo um ótimo amigo, não é? – Lily perguntou levantando os olhos para Tiago com carinho.
– Ele é. – Remo respondeu antes que Tiago pudesse dizer qualquer coisa.

— Perder algo valioso — disse Harry, que folheava o Esclarecendo o Futuro à procura de idéias.
— Boa — disse Rony, copiando-a. — Por causa de... Hum... Mercúrio. Por que você não leva uma punhalada pelas costas de alguém que você pensou que fosse amigo?
— Legal... — disse Harry, anotando a sugestão — por que... Vênus está na décima segunda casa.
— E na quarta-feira, acho que vou levar a pior em uma briga.
— Aah, eu ia ter uma briga. O.K., vou perder uma aposta.
— É, você vai apostar que vou ganhar a minha briga...
Os garotos continuaram a inventar predições (que foram se tornando mais trágicas) por mais uma hora, enquanto a sala comunal se esvaziava à medida que as pessoas iam se deitar. Bichento foi até os dois, deu um salto leve para uma cadeira vazia e mirou Harry misteriosamente, de um modo semelhante ao de Hermione quando sabia que os garotos não estavam fazendo o dever de casa direito.

– Pelo menos é só o dever de adivinhação. – Hermione revirou os olhos – Não é como se fosse uma matéria realmente importante. Eu nem ao menos sei por que vocês nunca desistiram dela.


Correndo o olhar pela sala, tentando pensar em alguma desgraça que ainda não tivesse usado, Harry viu Fred e Jorge sentados junto à parede oposta, as cabeças encostadas uma na outra, as penas na mão, examinando um pedaço de pergaminho. Era muito estranho ver os dois escondidos em um canto, trabalhando em silêncio, em geral eles gostavam de ficar no meio da confusão e de serem o centro das atenções. Havia um certo sigilo no jeito como estudavam um único pergaminho, e Harry se lembrou dos dois sentados juntos, escrevendo alguma coisa, lá na Toca. Ele pensara na época que era outro formulário para as "Gemialidades" Weasley, mas desta vez parecia diferente, se não, eles com certeza teriam deixado Lino Jordan participar da travessura. Harry ficou imaginando se teria alguma coisa a ver com a inscrição no Torneio Tribruxo.

– Talvez. – Sirius deu de ombros – Mas não descarto a ideia de ser algo sobre as “Gemialidades” Weasley, afinal, mesmo Lino sendo muito amigo deles, acho que isso é meio privado…

– Pelo menos até as coisas estarem exatamente do jeito que eles querem. – Remo concordou.

Enquanto Harry observava, Jorge sacudiu a cabeça para Fred, rabiscou alguma coisa com a pena e disse, num tom muito baixo que, mesmo assim, ecoou pela sala quase deserta:
— Não... Assim parece que nós o estamos acusando. Temos que ter cuidado...
Então Jorge deu uma olhada na sala e viu que Harry o observava. Harry sorriu e voltou depressa às suas predições, não queria que Jorge pensasse que ele estava bisbilhotando. Logo depois, os gêmeos enrolaram o pergaminho, deram boa-noite e foram se deitar.

– Isso sim é suspeito. – Tiago disse coçando a cabeça pensativo – Com certeza não é sobre as “Gemialidades” ou o Torneio Tribruxo. Parece que estão escrevendo uma carta para alguém…

– Com muito cuidado para não parecer que estão acusando a pessoa… – Sirius disse absorto – Agora estou curioso para saber para quem eles estão escrevendo…
– Talvez um fornecedor que não entregou o prometido? – Remo deu de ombros – Pode ser que seja sobre as “Gemialidades” mesmo… Mas que não seja um formulário.
– É possível. – Tiago concordou lentamente – De qualquer jeito é um comportamento estranho…

Fred e Jorge tinham saído havia uns dez minutos quando o buraco do retrato se abriu e Hermione entrou na sala comunal, trazendo um rolo de pergaminho em uma das mãos e uma caixa, cujo conteúdo fazia barulho, na outra.
Bichento arqueou as costas, ronronando.
— Alô, — disse ela — acabei!
— Eu também! — disse Rony em tom triunfante, largando a pena.
Hermione se sentou, deixou as coisas que carregava em uma poltrona vazia e puxou as predições de Rony para ver.
— Não vai ter um mês nada bom, hein? — disse ela ironicamente, quando Bichento veio se enroscar em seu colo.
— Bom, pelo menos estou prevenido — bocejou Rony.
— Você parece que vai se afogar duas vezes — disse a garota.
— Ah, vou, é? — disse Rony baixando os olhos para suas predições. — É melhor eu trocar uma delas por um acidente com um hipogrifo desembestado.
— Você não acha que está um pouco óbvio que você inventou isso tudo? — perguntou Hermione.

– Mais do que a Trelawney inventa? – Lily perguntou com uma risadinha fraca – Ela vai amar isso! Todas essas tragédias… Vai pensar que vocês são os melhores alunos da turma.

– Especialmente se Harry tiver previsto a própria morte em algum lugar… – Frank concordou com Lily enfaticamente.

— Como é que você se atreve! — exclamou Rony, fingindo-se ofendido. — Estivemos trabalhando como elfos domésticos aqui!
Hermione ergueu as sobrancelhas.
— É só uma expressão — acrescentou ele depressa.
Harry pousou a pena, tendo acabado de predizer a própria morte por decapitação.

– Esse dever de casa vai ser digno de um belo O! – Tiago riu aplaudindo Harry e sendo acompanhado pela maioria dos presentes.

– Acho que você finalmente aceitou o seu destino, querido. – Gina disse, em meio as gargalhadas, numa imitação perfeita de Trelawney – O orbe está muito satisfeito. Seu olho interior está aberto!

— Que é que tem nessa caixa? — perguntou ele, apontando-a.
— Engraçado você perguntar — respondeu a garota com um olhar feio para Rony. Tirou então a tampa e mostrou o conteúdo aos garotos. Dentro havia uns cinqüenta distintivos, de cores diferentes, mas todos com os mesmos dizeres: F.A.L.E.
— Fale? — estranhou Harry, apanhando um distintivo e examinando-o. — Que significa isso?
— Não é fale — protestou Hermione impaciente. — É F-A-L-E. Quer dizer, Fundo de Apoio à Liberação dos Elfos.

– Ah, por favor! – Tiago bufou irritado – Você passou esse tempo todo na biblioteca e não aprendeu nada sobre elfos-domésticos? Eu concordo com você! Eles não são bem tratados pela grande maioria dos bruxos, mas libertá-los não é a solução!

– Por que esse assunto te irrita tanto? – Lily perguntou confusa.
– Não gosto de falar sobre isso. – Tiago disse apoiando o queixo na mão, parecendo cabisbaixo.
– Os Potter tinham outro elfo-doméstico além do Dink. – Sirius disse cuidadoso – Tiago era novo, não entendia muito bem como as coisas funcionavam. Dink costumava ficar mais na cozinha, e o outro elfo era quem cuidava de Tiago…
– Eu dei roupas para ele. – Tiago suspirou triste – Eu não sabia o que isso significava, nem qual seria a reação dele, só achava a fronha que ele usava muito feia…
– O elfo se matou. – Sirius concluiu observando Tiago com atenção – Ninguém culpou Tiago, é claro…
– Mas é claro que a culpa foi minha! – Tiago disse entredentes – Eu não sabia o que estava fazendo… E é por isso que eu acho que você deveria saber mais sobre os elfos antes de tentar simplesmente libertá-los! – completou para Hermione.
– Eu sinto muito. – Lily murmurou triste – Eu não tinha ideia… – Tiago a interrompeu com um gesto de mão e fez sinal para que Hermione continuasse lendo.

— Nunca ouvi falar nisso — disse Rony.
— Ora, é claro que não ouviu — disse Hermione energicamente. — Acabei de fundar o movimento.
— Ah, é? — disse Rony com um ar levemente surpreso. — E quantos membros já tem?
— Bom, se vocês dois se alistarem... Três.
— E você acha que queremos andar por aí usando distintivos que dizem "fale", é? — falou Rony.
— F-A-L-E! — corrigiu-o Hermione irritada. — Eu ia pôr "Fim ao Abuso Ultrajante dos Nossos Irmãos Mágicos" e "Campanha para Mudar sua Condição", mas não dava certo. Então F.A.L.E. é o título do nosso manifesto.
Ela brandiu um rolo de pergaminho para os garotos.
— Andei pesquisando minuciosamente na biblioteca. A escravatura dos elfos já existe há séculos. Custo a acreditar que ninguém tenha feito nada contra ela até agora.
— Hermione, abra bem os ouvidos — disse Rony em voz alta. — Eles. Gostam disso. Gostam de ser escravizados!
— A curto prazo os nossos objetivos — disse Hermione, falando ainda mais alto do que o amigo e agindo como se não tivesse ouvido uma única palavra — são obter para os elfos um salário mínimo justo e condições de trabalho decentes. A longo prazo, os nossos objetivos incluem mudar a lei que proíbe o uso da varinha e tentar admitir um elfo no Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas, porque eles são vergonhosamente sub-representados.

– Você realmente não pesquisou muito sobre o que os elfos querem. – Remo disse concordando com Tiago – Você leu sobre a escravatura deles e sobre o que eles não podem ter. Mas você não se deu ao trabalho de conversar com um elfo-doméstico e simplesmente perguntar a ele como é a vida dele…

– Já falamos antes. – Sirius disse confiante – Por incrível que pareça, basta perguntar o que você precisa saber… Talvez você receba uma resposta…

— E como é que vamos fazer tudo isso? — perguntou Harry.
— Vamos começar recrutando novos membros — disse Hermione feliz. — Achei que dois sicles para entrar, o que paga o distintivo, e o produto da venda pode financiar a distribuição de folhetos. Você é o tesoureiro, Rony, tenho lá em cima uma latinha para você fazer a coleta, e você, Harry, o secretário, por isso você talvez queira anotar tudo que estou dizendo agora, para registrar a nossa primeira reunião.
Houve uma pausa em que Hermione sorriu radiante para os dois, e Harry se dilacerou entre a exasperação com a amiga e a vontade de rir da cara de Rony.

– Acho que a única coisa que você realmente pode fazer nesse caso, – Lily sussurrou para Harry em tom de conselho – é ficar ao lado dela e tentar dar o máximo de apoio possível, mesmo não concordando com ela.

– Lily está certa. – Tiago suspirou – Temos que ficar ao lado dos nossos amigos, mesmo quando não estamos de acordo…

O silêncio foi quebrado, não por Rony, que de qualquer maneira parecia estar temporariamente mudo de espanto, mas por umas batidinhas leves na janela.
Harry correu os olhos pela sala agora vazia e viu, iluminada pelo luar, uma coruja branquíssima encarapitada no peitoril da janela.
— Edwiges! — gritou ele, precipitando-se pela sala para abrir a janela do lado oposto. Edwiges entrou, voou pela sala e pousou na mesa em cima das predições de Harry.

– Finalmente! – Remo disse encarando Sirius com um meio sorriso – Eu já estava ficando preocupado com você.

– Eu falei que estava bem! – Sirius disse jogando os cabelos para trás – Eu sou um mestre nos disfarces!
– Não sabemos ainda se você está bem. – Frank disse contundente – Só vamos ter certeza quando soubermos o que está escrito na carta.

— Até que enfim! — exclamou Harry, correndo atrás da coruja.
— Ela trouxe uma resposta! — exclamou Rony, excitado, apontando para um pedaço sujo de pergaminho preso à perna de Edwiges.
Harry desamarrou-o depressa e se sentou para ler, depois do que Edwiges voou para o joelho do garoto, piando baixinho.
— Que é que ele diz? — perguntou Hermione ofegante.
A carta era muito curta e parecia ter sido escrita com muita pressa. Harry leu-a em voz alta.
“Harry,
Estou viajando para o norte imediatamente. A notícia sobre a sua cicatriz é o último de uma série de acontecimentos estranhos que têm chegado aos meus ouvidos.
Se ela tornar a doer, procure imediatamente Dumbledore, dizem que ele tirou Olho-Tonto da aposentadoria, o que significa que tem identificado os sinais, mesmo que os outros não os vejam.
Logo entrarei em contato com você. Dê minhas lembranças a Rony e Hermione.
Fique de olhos abertos, Harry.
Sirius”.

– Você está vendo sinais… – Tiago encarou Sirius com seriedade – Devem ter relação com o que vimos no primeiro capítulo…

– Provavelmente. – Sirius disse espelhando a preocupação de Tiago – Vou fazer o que puder para cuidar de Harry, tenho certeza.
– Eu sei disso. – Tiago respondeu categórico – O que me preocupa é, quem vai cuidar de você?
– Não se preocupe com isso. – Sirius sorriu confiante – Tenho certeza de que vou ficar bem…
– Não deixe o excesso de autoconfiança te cegar. – Tiago suspirou apreensivo.

Harry olhou para Rony e Hermione, que retribuíram o seu olhar.
— Ele está viajando para o norte? — sussurrou Hermione. — Está voltando?
— Dumbledore tem identificado que sinais? — perguntou Rony, parecendo perplexo.
— Harry, que é que está acontecendo?
Pois Harry acabara de dar um soco na própria testa, sacudindo Edwiges para fora do colo.
— Eu não devia ter contado a ele! — disse Harry furioso.
— Do que é que você está falando? — perguntou Rony, surpreso.
— Fiz ele pensar que precisa voltar! — disse Harry, agora batendo o punho na mesa de modo que a coruja foi parar no espaldar da cadeira de Rony, piando indignada. — Precisa voltar porque acha que estou correndo perigo! E não há nada errado comigo! E não tenho nada para você — falou ele com rispidez para Edwiges, que batia o bico, esperançosa — vai ter que ir para o corujal se quiser comida.

– Sirius está certo em voltar. – Lily afirmou – Ele sabe que há algo de errado acontecendo, e ele se preocupa com você.

– Meu lugar é perto de você, Harry, – Sirius concordou com Lily enfático – assim como meu lugar hoje é ao lado de Tiago! Não posso deixar nada de ruim acontecer com você…
– E não seja ríspido com a sua coruja. – Tiago franziu a testa para Harry com um meio sorriso resignado.

Edwiges lançou ao dono um olhar extremamente ofendido saiu voando pela janela aberta, raspando a asa na cabeça dele ao sair.
— Harry — começou Hermione, numa voz tranqüilizadora.
— Vou me deitar — disse Harry impaciente. — Vejo vocês de manhã.
Em cima, no dormitório, ele vestiu o pijama e enfiou-se na cama de colunas, mas não se sentiu nem um pouco cansado.
Se Sirius voltasse e fosse apanhado seria culpa dele, Harry. Por que não ficara calado? Uma dorzinha à-toa e ele fora tagarelar... Se tivesse tido o juízo de guardar a dor só para si...
Ele ouviu Rony entrar no dormitório pouco depois, mas não falou com o amigo.
Durante um longo tempo, Harry ficou contemplando o dossel escuro de sua cama. O dormitório estava completamente silencioso e, se ele estivesse menos preocupado, teria reparado que a ausência dos costumeiros roncos de Neville significava que ele não era o único que estava acordado.

– Você não errou! – Sirius disse decidido – Eu sou seu padrinho, você precisava mesmo me dizer o que estava acontecendo! Você passou tempo demais sem ter ninguém por você, mas agora você tem, e eu não vou te deixar sozinho… Como nunca deixei seu pai.

– Vamos almoçar. – Tiago disse decidido tentando esconder a emoção.
– Esse capítulo foi bem pesado. – Remo disse alguns minutos depois sentado à mesa entre Tiago e Sirius.
– Infelizmente parece que as coisas só vão piorar. – Sirius suspirou observando Harry com atenção – Ele acha que precisa fazer tudo sozinho… E ninguém devia pensar isso.
– Ele tem amigos. – Tiago ofegou – Mas parece que ele acha que não pode contar as coisas para eles…
– Ele passou boa parte da vida dele sem ter ninguém em quem confiar… – Lily interrompeu Tiago – Deve ser difícil para ele entender que pode pedir ajuda.
Do outro lado da mesa, Alice e Frank conversavam aos sussurros com as cabeças juntas.
– Alguma coisa com a Cruciatus o atingiu muito. – Alice murmurou nervosa – Ele estava suando frio quando a maldição foi mencionada.
– O que você acha? – Frank perguntou preocupado – Por que isso o deixou tão estranho?
– Não tive coragem de perguntar… – Alice suspirou – Tenho medo que tenha relação com o motivo pelo qual ele foi criado pela sua mãe…
– Não sofra por antecipação. – Frank murmurou apertando o ombro de Alice com carinho – Não sabemos o que aconteceu, tenho certeza de que o livro vai explicar… Deixe para ficar nervosa quando soubermos a verdade.
– Se eu aguentar a ansiedade. – Alice suspirou – Só espero que ele não se sinta daquele jeito de novo, foi tão difícil segurar o impulso de abraçá-lo.
Algum tempo depois, com todos em seus lugares, Severo pegou o livro da mesa de centro e o abriu no capítulo seguinte:
– Capítulo XV – Beauxbatons e Durmstrang.





Hey leitores mais queridos do FeB! Essa semana foi completamente conturbada, estou resolvendo uma dúzia de problemas e vou viajar no fim dessa semana para resolver outros... Então não consegui postar ontem, mas hoje arrumei um tempinho livre e além de postar vou escrever um pouco.
- Elizabeth L. Malfoy: Fico feliz que não deixe de acompanhar! A parte em que o Rony deixa de falar com o Harry já é bastante tensa no livro... Foi uma parte complicada de escrever. Não se preocupe, mesmo que as vezes eu demore muito, e minha vida pessoal fique enrolada como está agora, eu não vou deixar de escrever, nem de postar. Comente sempre que possível, você não tem ideia de como os comentários são um bom incentivo.
- MionGinnyLuna: Eu também demorei um bom tempo para entender a piada do Urano, mas a primeira vez que eu li eu era muito criança... O Tiago tem suas desconfianças em relação ao Moody, afinal, ele vai pensar que o Moody mudou muito mesmo e enlouqueceu...
- Arthur Lacerda: Muito obrigada! Eu passo muito tempo pesquisando cada detalhe de cada informação que a JK deu, e desenvolvo as histórias a partir disso (por isso ás vezes demoro tanto escrevendo).
- Alí Weasley Potter: A piada do Urano não é recomendada para menores... (mas vou te dizer que Urano soa como outra coisa em inglês e alguém colocou nos comentários do capítulo anterior, se quiser olhar por sua conta e risco). Todos tem uma queda pelos Marotos, não há nada de anormal nisso! Não vou fazer outra fic contando o que aconteceu depois, pretendo fazer um epílogo depois de RdM que explique o básico do que aconteceu por causa dos livros, e depois seguir com meus outros projetos.
- Steh Santos: O Tiago tem suas desconfianças em relação ao Moody, mas ele só pensa que ele mudou muito e enlouqueceu... Acho o final de CdF tão chocante, que nem os Marotos vão conseguir descobrir os segredos da história antes. Eu procurei desenhos de explosivins no google enquanto escrevia esse capítulo, e nenhum dos desenhos é parecido com o que imaginei, e pior, nenhum dos desenhos é parecido um com o outro! MUITO OBRIGADA por avisar do que estava rindo! Eu sempre fico aqui me perguntando de que parte vocês estão falando! O Tiago só sabe de Adivinhação por causa da mãe dele, e eu acho que o Tiago tem uma memória extraordinária, por isso ele sabe tudo isso. O que mais vemos do ministério é como eles são corruptos, eles só se aproveitam das pessoas que tem dinheiro e podem dar alguma coisa para eles, como o Moody não é mais útil para eles, ninguém se importa com ele! Cada vez que eu leio de novo o capítulo eu percebo coisas que não vi das 20 primeiras vezes que li, então te entendo perfeitamente! A Alice e o Frank não descobriram exatamente o que aconteceu com eles, isso ainda vai demorar um bocado...
- Day Caracas: Eu sei bem como é, me lembro de quando comecei a faculdade... Eu entendo o que quer dizer com "gostou desse Moody", afinal, ele realmente ensinou muito a todos, e ele realmente embarcou no papel que estava representando. Pessoas como os Malfoy vivem de herança, a única coisa que falam que o Lucio faz é ser parte do conselho da escola (que nós só ouvimos falar, nunca sabemos exatamente como é) e ser "amigo" do ministério. Eu acho que há uma grande diferença entre como os Malfoy tratavam o Dobby e como os elfos-domésticos de Hogwarts são tratados, e acho que a Hermione não tinha a capacidade de perceber essa diferença. Hagrid é um professor um tanto extremista no terceiro e quarto anos... Mas no quinto as aulas dele foram boas, unicórnios, testrálios e etc. Tiago vai desconfiar de Moody estar tão diferente do que ele se lembrava, mas não vai descobrir tudo, afinal esse é um livro realmente chocante!
- Ariane Potter: Ah, sabia que tinha mudado! Já coloquei todos os seus pontos no seu nome novo! A piada do Urano é completamente maliciosa! Não faz sentido em português, e por isso muita gente não percebe... Ele não vai descobrir que o Moody é falso, afinal não é uma coisa normal! E não tem muitas pistas no livro sobre isso... Mas ele vai perceber que o Moody do livro é bem diferente do que ele conheceu. Acho que como Harry e Remo se conheceram na situação professor-aluno e Remo estava muito abalado na época (achando que 3 dos seus amigos estava mortos e o outro era o culpado) ele não quis se envolver muito e acabou perdendo a oportunidade.
- Tatiana Thays: Você sabe que podia simplesmente ter pedido ajuda no grupo né? Estamos sempre ajudando as pessoas a fazerem contas aqui. O Remo é muito inseguro, ele nunca acredita que é bom o bastante. Acho que justamente pelo carinho que Tiago tem pelo Moody que ele desconfia que o Moody está estranho, mas ele não vai chegar a descobrir a verdade, afinal a verdade é muito inacreditável! Não acho que na época em que CdF se passa Draco sabe que quer ser curandeiro, afinal, na época ele ainda queria ser como o pai dele. Não há nenhuma necessidade de saber sobre explosivins, explosivins são animais ilegais e experimentais que Hagrid criou/comprou e que não tem função nenhuma! Não é que a Trelawney só tem o dom da visão a cada década, ela sempre tem o dom da visão, a maioria dos videntes só faz uma previsão realmente importante durante a vida inteira, ela fez duas (que nós saibamos) o que faz dela melhor do que a maioria... E se você ler as previsões dela com atenção, vai perceber que, quando ela não está forçando, ela acerta bastante! Não acho que a Hermione tenha realmente pesquisado sobre o assunto dos elfos, ou ela saberia que tentar libertar eles de qualquer jeito é uma grande besteira, para mim ela colocou na cabeça que eles precisavam ser libertados e foi a biblioteca descobrir como. Eu aposto com você que o Tiago vai desconfiar do Moody estar estranho, mas em momento algum ele vai descobrir a verdade!


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E para quem é do grupo: Quem acertou a frase da semana?


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Comentários (8)

  • Stehcec

    Oi Juh,esperei tanto por esse cap e acabou que ainda não era esse o que eu queria.Não gosto muito da Lily brigando com o Tiago por causa do Snape, mas eu entendo o que ela disse sobre esperar pra julgar, apesar que o Tiago está inteiramente certo. Esse um ano já era a dica q o Moody era do mal, bem simploria, mas uma dica. Vc colocando o que o Moody falava com o Tiago dá a entender que Crouch Jr. tbm deve ter convivido com o Moody pra saber algumas coisas especificas sobre ele. Na verdade nunca achei exagero da parte do Moody dar a aula com as aranhas não, claro que só saber ajudaria os meninos, mas ver acho q o impacto no aprendizado é maior, sei lá, sempre concordei com ele nesse aspecto. Achei q era nessa parte que falava do Frank e da Alice, na hora q o Neville fala da maldição Cruciatus, não sei se confundi com o filme. Sempre tive muita pena do Neville. Fico imaginando oq a Alice pensou nesse momento, será q pensou que aconteceu com eles ou com o Neville?? Realmente não sei qual das duas maldições é pior, fiquei bem na dúvida aqui. Sou bem lerda, achei q todos já sabiam que o Harry tinha sobrevivido a maldição da morte. Ain o Tiago falando q vale a pena morrer por aqueles que amam, me fez chorar (será q to sensivel??). Ainda insisto acho q mesmo macabra os meninos aprenderam mais assim do que se ele só falasse delas. Gosto muito do Remo, acho q já falei isso um milhão de vezes neh!? E gosto qnd o Harry cita ele, e é exatamente oq o Remo faria. Na epoca nem pensei sobre oq seria a conversa dos gemeos, nem dei muita importancia. Adoro a Gina, gosto qnd ela fala algo. Ver o Tiago irritado com Mione é ótimo, sempre me irritei com esse trem de "fale".. hahahaahaha Nem tinha pensando sobre a pesquisa da Mione, e realmente o Remo tem razão, bastava ela fazer uma pesquisa de campo e saberia a opinião da grande maioria dos elfos, mas qnd o manifesto começar saberemos bem oq eles pensam. Queria tanto q o Tiago tivesse dado vários conselhos pro Sirius, talvez assim ele não tivesse morrido. Gosto muito dos dialogos entre o Sirius e o Tiago. Claro q minha indignação maior, foi ele tratar mal a Edwiges, ele estava bravo consigo mesmo e descontou na pobre da coruja q fez uma longa viagem de ida e volta. Sirius é lindo demais, ele falando q faz qlqr coisa pelo Harry, assim como faz pelo Tiago own. (acho q to sensivel mesmo). Não tive como ler semana passada antes de vc postar o novo cap pq onde tava não pegava internet, só mal mal do celular.Sobre a resposta do outro comentário, fui procurar explosivins no google, HAHAHAHHAHAHAHAHAHAHA to rindo muito aqui. Mas até q teve um q foi parecido com oq eu pensei, só parecido mesmo.Bjão JuhP.S. tentarei ler o último cap postado antes de vc postar o prox. Ou seja tenho Hj e amanhã pra ler. 

    2015-07-31
  • Ariane Potter

    Oie juh, o capítulo estava otimo, mas nao vou comentar muito porque vi que você ja esta postando...mas enfim so estou comentando para nao deixar o capitulo sem comentario.bjss ate o proximo 

    2015-07-26
  • Day Caracas

    Apesar de ser horrivel essa aula, foi uma das minhas favoritas de DCAT, ela nos ajudou muito nos proximos livros e foi fascinante aprender sobre maldições. Eu adoro ve como Nevile cresce no decorrer do livros, foi fascinante ve o menino assustado sendo um dos lideres de batalha. Ahhh se James soubesse quanto eles estar sendo em esse Moddy ter um passado com Snape. Eu não acho que James vai adivinhar sobre a poção, mas que ele vai ficar muito desnorteado com o Moddy ele vai. Ahhh os ciúmes de Mione e Rony eram os momentos mais hilarios dos livros, como alguém queria que a Mione ficasse com o Harry é um misterio, tava tão na cara quem se gostava. Sabe, eu queria muito saber mais sobre a 1 guerra bruxa, adoraria que JK escrevesse algo sobre,e claro um livros dos Marotos seria incrivel. Pobre Frank e Alice, ficaram devastados quando descobrirem o que aconteceu com eles, eu acho que eles tiveram um destino bem pior que Lily e James. Eu sinceramente ja teria desistido de Adivinhação, acho que faria Runas Antigas, mas sempre era bom le essas adivinhação dos meninos rsrsrs. Pobre James, deve ter sido devastador para ele... Adoreiii Ju, bjs. Até o proximo

    2015-07-26
  • Izabella Bella Black

    Olá.Eu sei que andei sumida por esses tempos, mas estava de ferias na casa da minha vó e lá a internet estava muito ruim, para ajudar meu computador deu problema, estou sem tempo por estar mudando de faculdade e a minha carrocha está com cancer e estou preocupada com ela.Sobre o capitulo eu amei, adorei esta perfeito. Imagino que Tiago no decorrer do livro irá desconfiar de Moody, já que ele conhece o verdadeiro.Sobre o elfo que se matou, imagino como o Tiago ficou com isso e agora entendo por que dele agir assim com a historia do FALE, mas se formos parar para pensar ele tem razão, ela só procurou saber só como eles eram tratados e não sobre o que eles queriam, mas acho que os elfos podiam ser tratados de forma melhor. Bem acho que é só.Beijos.

    2015-07-18
  • Ana Marisa Potter

    Olha nova o leitora aqui.Em 4 dias li todas as suas fica que falam sobre a leitura dos livros para os marotos, estou demasiado curiosa para saber o que todos vão achar dos acontecimentos dos livros restantes. Espero ansiosamente pelos próximos capítulos e dos próximos livros.Bjs Aguardo anciosa pelo próximo capítulo.Ana Marisa Potter 

    2015-07-12
  • Alí Weasley Potter

    AH! Agora entendi a piada do urano... Meu Deus! Ronald Weasley, que é isso?! Hahaha. Nem preciso dizer o que eu achei do capítulo, né? Perfeito como sempre. Tiago se importando com Lily e Harry, dizendo que faria tudo de novo para protegê-los, foi tãããão lindo. A falta de tato do Rony sempre me faz rir, hashahshahs. Sirius sendo um bom padrinho desde... Bom, desde sempre! Mais dramático não existe. Continua logo, quase morri de ansiedade esperando, hahaha. Bjs.

    2015-07-07
  • Arthur lacerda

    Fantástico. Emoções fortes no horizonte. Parabéns, é sempre muito bom ler um capítulo seu.

    2015-07-06
  • MionGinnyLuna

    Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, que perfeito! Sirius drama QUEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEN! E boa viagem, florzinha! Tb vou viajar, dia10, pra santa catarina... Amei muito mesmo, mas qual a surpresa?

    2015-07-06
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