O Torneio Tribruxo
– O Torneio Tribruxo.
– Eu sabia! – Tiago exclamou animado encarando Snape – Todas as evidências apontavam para isso…
– Mas o torneio tribruxo não é realizado desde 1792! – Severo bufou – Por que eles realizariam um nesse ano?
– Provavelmente por que o objetivo principal do torneio é cooperação internacional em magia. – Sirius deu de ombros irônico.
– Mas a Sra. Weasley falou que algumas regras mudaram… – Lily disse pensativa – Então talvez o torneio não seja tão brutal quanto costumava ser.
Os garotos passaram pelos portões, ladeados por estátuas de javalis alados, e as carruagens subiram o imponente caminho oscilando perigosamente sob uma chuva que parecia estar virando tromba d‘água. Curvando-se para a janela, Harry pôde ver Hogwarts se aproximando, suas numerosas janelas borradas e iluminadas por trás da cortina de chuva. Os relâmpagos riscaram o céu no momento em que a carruagem parou diante das enormes portas de entrada de carvalho, a que se chegava por um lance de degraus de pedra. As pessoas que tinham tomado as carruagens anteriores já subiam correndo os degraus para entrar no castelo; Harry, Rony, Hermione e Neville saltaram da carruagem e correram escada acima, também, só erguendo a cabeça quando já estavam seguros, no cavernoso saguão de entrada iluminado por archotes, com sua magnífica escadaria de mármore.
— Caracoles — exclamou Rony, sacudindo a cabeça e espalhando água para todos os lados —, se isso continuar assim, o lago vai transbordar. Estou todo molhado!
Um grande balão vermelho e cheio de água caíra do teto na cabeça de Rony e estourara. Encharcado e resmungando, Rony cambaleou para o lado e esbarrou em Harry na hora em que uma segunda bomba de água caiu errando Hermione por um triz, ele estourou aos pés de Harry, espirrando água gelada por cima dos tênis e das meias do garoto. As pessoas em volta soltaram gritinhos e começaram a se empurrar procurando sair da linha de tiro. Harry olhou para o alto e viu, flutuando seis metros acima, Pirraça, o poltergeist, um homenzinho de chapéu em forma de sino e gravata borboleta cor de laranja, o rosto largo e malicioso contorcendo-se de concentração para tornar a fazer mira.
– Não vejo nada demais. – Sirius disse com uma gargalhada semelhante a um latido – Todos já estão molhados de qualquer forma!
– Continua sendo desagradável. – Rony bufou.
— PIRRAÇA! — berrou uma voz zangada. — Pirraça, desça já aqui, AGORA!
A Professora Minerva McGonagall, subdiretora da escola e diretora da Grifinória, saiu correndo do Salão Principal, a professora escorregou no chão molhado e agarrou Hermione pelo pescoço para evitar cair.
— Ai... Desculpe, Srta. Granger...
— Tudo bem, professora! — ofegou Hermione, massageando a garganta.
— Pirraça, desça aqui AGORA! — bradou ela, ajeitando o chapéu cônico e olhando feio pelos óculos de aros quadrados.
— Não tô fazendo nada! — gargalhou Pirraça, disparando uma bomba de água contra várias garotas do quinto ano, que gritaram e mergulharam no Salão Principal. — Já molharam as calças, foi? Que inconvenientes! Ihhhhhhhhhh! — E mirou mais uma bomba em um grupo de alunos do segundo ano que tinha acabado de chegar.
— Vou chamar o diretor! — ameaçou a Professora Minerva. — Estou lhe avisando, Pirraça...
Pirraça estirou a língua, jogou a última de suas bombas de água para o alto e disparou pela escada de mármore acima, gargalhando feito um louco.
— Bom, vamos andando, então! — disse a professora em tom eficiente para os alunos molhados. — Para o Salão Principal, vamos!
Harry, Rony e Hermione escorregaram pelo saguão de entrada e pelas portas de folhas duplas à direita, Rony, furioso, resmungando entre dentes ao afastar os cabelos, que escorriam água, para longe do rosto.
– Vocês tiveram muita sorte por Pirraça estar jogando apenas bombas de água. – Alice disse franzindo o nariz com nojo – Ele já jogou coisas muito piores por aí.
– Depende de onde ele tirou essa água... – Sirius riu – Do jeito que Pirraça é, não é difícil que tenha usado a água de vasos sanitários sujos.
– Que desagradável! – Hermione exclamou franzindo a boca.
– Ainda assim, ele já jogou coisas piores. – Alice disse categórica – Ou vocês não lembram de quando ele invadiu o estoque de poções de Slughorn e jogou bombas de poção para crescer cabelo pelos corredores?
– Isso foi definitivamente hilário! – Tiago deu uma gargalhada que contagiou a maioria dos presentes – Nasceram barbas em todos os alunos que ele atingiu, até mesmo nas garotas.
– Nós nos divertimos muito. – Remo revelou para Harry, Rony, Hermione, Gina e Neville – As garotas correram para a ala hospitalar onde Madame Pomfrey e Slughorn estavam dando o antídoto. Mas nós conseguimos manter nossas barbas por dois dias até McGonagall nos obrigar a tomar a poção e raspar a barba.
– Já estava com a barba do tamanho da de Dumbledore. – Tiago lamentou.
– Eu usava um feitiço para cachear... – Sirius disse com uma risada.
Severo revirou os olhos para os marotos.
O Salão Principal tinha o aspecto esplêndido de sempre, decorado para a festa de abertura do ano letivo. Pratos e taças de ouro refulgiam à luz de centenas e centenas de velas que flutuavam no ar sobre as mesas. As quatro mesas longas das Casas estavam cheias de alunos que falavam sem parar; no fundo do salão, os professores e outros funcionários sentavam-se a uma quinta mesa, de frente para os estudantes.
Estava muito mais quente ali. Harry, Rony e Hermione passaram pela mesa dos alunos da Sonserina, Corvinal e Lufa-Lufa, e se sentaram com os colegas da Grifinória no extremo do salão, ao lado de Nick Quase Sem Cabeça, o fantasma de sua Casa. Branco-pérola e semitransparente, Nick estava vestido esta noite com o gibão de sempre e uma gola de rufos particularmente grande, que servia o duplo propósito de parecer bem festiva e garantir que sua cabeça não balançasse demais no pescoço parcialmente decepado.
— Boa noite — disse ele aos garotos.
— Para quem? — perguntou Harry, descalçando os tênis e despejando a água que se acumulara dentro. — Espero que andem depressa com a seleção. Estou faminto.
– Você não precisava ser grosseiro. – Lily disse entortando a boca para Harry – Eu sei que você estava molhado e mal-humorado, mas bastava um feitiço secante.
A seleção dos novos alunos por Casas era realizada no início de cada ano letivo, mas por uma infeliz combinação de circunstâncias, Harry não estivera presente a nenhuma desde a dele mesmo. Estava ansioso para assisti-la. Nesse instante, uma voz excitada e ofegante chamou-o mais adiante à mesa:
— Oi, Harry!
Era Colin Creevey, um aluno do terceiro ano para quem Harry era uma espécie de herói.
– Você era um herói para a maioria dos alunos. – Gina disse com um meio sorriso – Mas, geralmente, eles eram menos efusivos sobre isso do que Colin.
— Oi, Colin — cumprimentou Harry cauteloso.
— Harry, adivinha só! Adivinha só, Harry! Meu irmão está começando! Meu irmão Dênis!
— Hum... Que bom! — disse Harry.
— Ele está realmente excitado! — continuou Colin, praticamente dando pulos na cadeira. — Espero que ele fique na Grifinória! Cruze os dedos, hein, Harry?
— Hum... Claro — disse Harry. E tornou a se virar para Hermione, Rony e Nick Quase Sem Cabeça.
— Irmãos e irmãs geralmente vão para a mesma Casa, não é? Estava pensando nos Weasley, todos os sete alunos da Grifinória.
– Não necessariamente. – Sirius disse – Eu estou na Grifinória, meu irmão e todas as pessoas da minha família, desde o início dos tempos, foram da Sonserina.
– O irmão da Dorcas era da Corvinal. – Lily deu de ombros – Acho que os laços sanguíneos não contam muito.
– Claro que não. – Tiago riu – Tudo tem a ver com personalidade.
– Mas, ás vezes, o chapéu comete alguns enganos, não é? – Frank disse cuidadoso.
– O que quer dizer com isso? – Remo franziu a testa para ele.
– O Pedro, por exemplo... – Frank hesitou ao ver as expressões de Tiago, Sirius e Remo. Apesar de saberem de tudo que Pedro fez, aquele ainda era um assunto muito delicado para eles.
– Talvez a seleção seja feita cedo demais. – Tiago disse cruzando os braços.
– Ou talvez a pessoa precise de muita coragem para trair os amigos. – Sirius bufou.
— Ah, não, não obrigatoriamente — disse Hermione. — A gêmea de Parvati Patil está em Corvinal e elas são idênticas, a gente podia até pensar que fossem ficar juntas, não é mesmo?
Harry olhou para a mesa dos professores. Parecia haver mais lugares vazios do que habitualmente. Hagrid, é claro, ainda estava lutando para atravessar o lago com os alunos do primeiro ano, a Professora McGonagall provavelmente estava supervisionando a secagem do piso do saguão de entrada, mas havia ainda outra cadeira desocupada e ele não conseguia atinar quem mais estava faltando.
— Onde é que está o novo professor de Defesa contra as Artes das Trevas? — perguntou Hermione, que também estava olhando para os professores.
Os garotos ainda não tinham tido nenhum professor de Defesa contra as Artes das Trevas que durasse mais de três trimestres. O favorito de Harry fora, de longe o Professor Lupin, que se demitira no ano anterior. Seu olhar percorreu a mesa dos professores. Decididamente não havia nenhuma cara nova.
– Muito obrigado. – Remo disse sorrindo carinhoso para Harry – Apesar de tudo, eu preferia que você não pensasse em mim apenas como um professor. Mas ter sido seu professor favorito já é bom o bastante.
– Acho que vocês não conviveram o bastante para Harry mudar a imagem que tinha de você. – Lily suspirou – Mas vocês devem se aproximar mais, com o tempo. – completou sorrindo para ambos.
— Quem sabe não conseguiram ninguém! — sugeriu Hermione, parecendo ansiosa.
Harry examinou os ocupantes da mesa com mais atenção. O minúsculo Professor Flitwick, professor de Feitiços, estava sentado em uma alta pilha de almofadas ao lado da Professora Sprout, a mestra de Herbologia, usando um chapéu enviesado sobre os cabelos grisalhos e esvoaçantes. Conversava com a Professora Sinistra, do Departamento de Astronomia. Do outro lado de Sinistra estava o mestre de Poções, de rosto macilento, nariz de gancho e cabelos oleosos, Snape a pessoa de quem Harry menos gostava em Hogwarts. A repulsa de Harry por Snape só igualava o ódio que o professor sentia por ele, um ódio que tinha, se é que isso era possível, se intensificado no ano anterior, quando o garoto ajudara Sirius a fugir bem debaixo do nariz exageradamente grande de Snape — ele e Sirius eram inimigos desde os tempos de escola.
– É sempre interessante observar como Harry resolveu ler esses livros com seu professor favorito e com o professor de quem menos gostava. – Sirius disse com um meio sorriso irônico – Quero dizer, eu não posso ser a única pessoa aqui que me pergunto o que aconteceu para Harry querer Snape lendo esses livros, não é?
– Para ser bem sincera. – Lily murmurou – Eu também tenho essa dúvida.
– As coisas vão se explicar logo. – Hermione disse observando a todos – Cada um de vocês pode fazer algo para mudar tudo, e isso é tudo que vocês precisam saber.
– Eu já sei o que eu deveria ter feito... – Tiago hesitou – Não deveria ter confiado no Pedro.
– Eu achei que essa fosse a minha função. – Sirius disse – Impedir que você confie no Pedro.
– Talvez essa seja para todos nós. – Remo suspirou – Pedro era nosso amigo, se Tiago parasse de confiar nele de um dia para o outro acharíamos estranho, se Sirius parasse de confiar também... Por isso, os três tem que entender a razão.
– Eu acho melhor deixar para tomar decisões no final do último livro. – Alice disse pensativa – Até agora eu não tenho nem ideia do que aconteceu comigo...
Neville engoliu em seco antes de fazer sinal para Frank voltar a ler.
Do outro lado de Snape, havia um lugar vago, que Harry achou que devia ser o da Professora McGonagall. Ao lado, e bem no centro da mesa, sentava-se o Professor Dumbledore, o diretor, seus cabelos e barbas prateados e ondulantes brilhando à luz das velas, suas magníficas vestes verde-escuras bordadas com luas e estrelas. Dumbledore tinha as pontas dos dedos longos e finos e ele apoiava nelas o queixo, contemplando o teto através de oclinhos de meia-lua, como se estivesse perdido em pensamentos.
Harry olhou para o teto também. Era encantado para parecer o céu lá fora e nunca tivera um aspecto tão tempestuoso. Nuvens roxas e negras giravam por ele e quando se ouvia uma nova trovoada, corria um relâmpago pelo teto.
— Ah, anda logo — gemeu Rony, ao lado de Harry. — Eu seria capaz de devorar um hipogrifo.
As palavras mal tinham saído de sua boca e as portas do Salão Principal se abriram e fez-se silêncio. A Professora Minerva encabeçava uma longa fila de alunos do primeiro ano até o centro do salão. Se Harry, Rony e Hermione estavam molhados, seu estado nem se comparava ao desses garotos. Eles pareciam ter feito a travessia do lago a nado em lugar de fazê-la de barco. Todos estavam tomados por tremores, em que se misturavam o frio e o nervosismo, ao passarem pela mesa dos professores e pararem em fila diante do resto da escola — todos exceto o menorzinho, um menino com cabelos castanho-baços, que vinha embrulhado em um agasalho que Harry reconheceu ser o casaco de pele de toupeira de Hagrid.
O casaco era tão grande que o garoto parecia coberto por um toldo escuro e peludo. Seu rosto miúdo aparecia por cima da gola, quase dolorosamente excitado. Quando ele se alinhou com os colegas aterrorizados, viu que Colin Creevey o olhava, ergueu os polegares e falou:
— Caí no lago! — Parecia decididamente encantado com o ocorrido.
– Que maneira melhor de começar em Hogwarts do que caindo no lago? – Sirius riu irônico – E o garoto nem está assustado! Parece mais animado que todos os outros!
– Ele é nascido-trouxa, não é? – Lily perguntou pensativa – Acho que Colin falou isso no segundo livro...
– É sim, Colin foi um dos atacados pelo basilisco... – Sirius respondeu hesitante ao ouvir um suspiro pesado de Gina.
– Então, ele deve ter contado tudo sobre Hogwarts para o irmão. – Lily suspirou pensando na própria irmã e em como gostaria de dividir todas essas experiências com ela – E, quando o irmão recebeu a carta de Hogwarts, eles devem ter ficado encantados...
A Professora Minerva agora colocava um banquinho de três pernas diante dos novos alunos e, em cima, um chapéu de bruxo, extremamente velho, sujo e remendado. Os garotos arregalaram os olhos. E todo o resto da escola também.
Por um instante, fez-se silêncio. Em seguida um rasgo junto à aba se escancarou como uma boca, e o chapéu começou a cantar:
Frank limpou a garganta e começou a cantar:
Há mil anos ou pouco mais,
Eu era recém-feito,
Viviam quatro bruxos de fama,
Cujos nomes todos ainda conhecem:
O valente Gryffindor das charnecas,
A bonita Ravenclaw das ravinas,
A meiga Hufflepuff das planícies,
O astuto Slytherin dos brejais.
Compartiam um desejo, um sonho,
Uma esperança, um plano ousado
De juntos, educar jovens bruxos.
Assim começou a Escola de Hogwarts.
Cada um desses quatro fundadores
Formou sua própria casa, pois cada um
Valorizava várias virtudes
Nos jovens que pretendiam formar.
Para Gryffindor os valentes eram
Prezados acima de todo o resto;
Para Ravenclaw os mais inteligente;
Seriam sempre os superiores;
Para Hufflepuff os aplicados eram
Os merecedores de admissão;
E Slytherin, mais sedento de poder,
Amava aqueles de grande ambição.
Enquanto vivos eles separaram
Do conjunto os seus favoritos
Mas como selecionar os melhores,
Quando um dia tivessem partido?
Foi Gryffindor que encontrou a solução
Tirando-me da própria cabeça
Depois me dotaram de cérebro
Para que por eles eu pudesse escolher!
Coloque-me entre suas orelhas,
Até hoje ainda não me enganei.
Darei uma olhada em sua cabeça
E direi qual a casa do seu coração!
– Como ele disse, o cérebro dele foi dado pelos quatro, então ele deve escolher os alunos da mesma forma que os fundadores escolhiam. – Remo deu de ombros.
– Isso explicaria muito. – Sirius coçou a cabeça – Especialmente o chapéu ter discutido comigo por alguns minutos antes de me colocar na Grifinória. Slytherin provavelmente teria brigado para me colocar na Sonserina também, afinal ele teve minha família inteira...
– E Gryffindor teria te escolhido, depois de ver você enfrentando o velho Slytherin, afinal, é necessária muita coragem para enfrentar a família inteira e todas as tradições. – Tiago disse categórico.
Os aplausos ecoaram pelo Salão Principal quando o Chapéu Seletor terminou.
— Não foi essa a música que ele cantou quando fomos selecionados — disse Harry, fazendo coro aos aplausos gerais.
— Cada ano ele canta uma diferente — disse Rony. — Deve ser uma vida bem chata, não é, a de um chapéu? Vai ver ele passa o ano compondo a nova canção.
– Bem provável. – Lily disse com um meio sorriso – Até por que ele vive no escritório de Dumbledore… Deve escutar muitas coisas sobre o que está acontecendo.
– Por isso as músicas da nossa época são um pouco mais sombrias. – Remo concordou.
A Professora Minerva agora desenrolava um grande pergaminho.
— Quando eu chamar seu nome, ponha o Chapéu e se sente no banquinho — explicou ela aos alunos do primeiro ano. — Quando o chapéu anunciar sua casa, vá se sentar à mesa correspondente.
— Ackerley, Stuart!
Um menino se adiantou, tremendo visivelmente da cabeça aos pés, apanhou o Chapéu, colocou-o e se sentou no banquinho.
— Corvinal!— anunciou o chapéu.
Stuart Ackerley tirou o chapéu e correu para uma cadeira à mesa de Corvinal, na qual todos o aplaudiam. Harry viu, de relance, Cho, a apanhadora do time da Corvinal, aplaudindo Stuart Ackerley quando o garoto se sentou. Por um segundo fugaz, Harry teve um estranho desejo de se reunir à mesa da Corvinal também.
Gina bufou, visivelmente irritada.
— Baddock, Malcolm!
— Sonserina
A mesa do outro lado do salão prorrompeu em vivas. Harry viu Malfoy aplaudindo quando Baddock se juntou aos alunos de Sonserina. Harry se perguntou se Baddock saberia que a casa de Sonserina formara um número maior de bruxos das trevas do que qualquer outra. Fred e Jorge vaiaram Malcolm Baddock quando ele se sentou.
Snape revirou os olhos.
— Branstone, Eleanora!
— Lufa-Lufa!
— Cauldwell, Owen!
— Lufa-Lufa!
— Creevey, Dênis!
O miudinho Dênis Creevey adiantou-se com passos incertos, tropeçando no casaco de Hagrid, que nesta hora entrou discretamente no salão por uma porta atrás da mesa dos professores.
– O que Hagrid estava fazendo aqui? – Sirius perguntou confuso, olhando em volta – E o que é esse lugar quando não é uma sala para lermos sobre o futuro?
– Pensei que vocês conheciam o castelo inteiro. – Alice disse irônica.
– Nós conhecemos. – Tiago respondeu convicto – Mas essa sala era só uma salinha com uma lareira e vários retratos de bruxos, nada interessante.
– Dumbledore deve ter adulterado a sala para a leitura. – Severo disse ligeiramente entediado com a conversa.
– Acho que é uma das poucas salas acima da cozinha onde ele poderia nos trancar. – Hermione deu de ombros.
Umas duas vezes mais alto do que um homem normal e pelo menos três vezes mais largo, Hagrid, com seus cabelos e barbas negros, longos, desgrenhados e embaraçados, parecia um tanto assustador — uma impressão enganosa, porque Harry, Rony e Hermione sabiam que o amigo possuía uma natureza muito bondosa. Ele deu uma piscadela para os três garotos, ao se sentar à ponta da mesa dos professores e viu Denis Creevey experimentar o Chapéu Seletor. O rasgo junto à aba se escancarou...
— Grifinória!— gritou o chapéu.
Hagrid aplaudiu com os demais alunos da Casa, quando Denis Creevey, abrindo um sorriso de lado a lado do rosto, tirou o chapéu, recolocou-o no banquinho e correu para se juntar ao irmão.
— Colin, eu caí na água! — disse ele com a voz aguda, atirando-se no assento de uma cadeira vazia. — Foi genial! E uma coisa na água me agarrou e me empurrou de volta pro barco!
– Me parece que Dênis teve um encontro com a lula-gigante. – Sirius disse gargalhando – Acho que você perdeu a sua chance de sair com ela, Lily, me parece que já está comprometida!
– Tudo bem… – Lily disse com um meio sorriso para Tiago – Talvez, eu tenha mudado um pouco de opinião sobre isso…
– Talvez? Um pouco? – Tiago riu – Você definitivamente tem que parar com as evasivas, Evans.
– Achei que agora nos tratávamos pelo primeiro nome, Potter. – Lily riu colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha e sorrindo de lado.
Snape bufou em desagrado, mas o som foi abafado pelas risadas de Alice, Gina e Hermione.
— Legal! — disse Colin, no mesmo tom excitado. — Provavelmente foi a lula gigante, Dênis!
— Uau! — exclamou Dênis, como se ninguém, nem no sonho mais delirante, pudesse esperar coisa melhor do que ser atirado em um lago revolto e profundo e ser empurrado de volta por um gigantesco monstro marinho.
— Dênis! Dênis! Está vendo aquele garoto lá? Aquele de cabelos pretos e óculos? Está vendo ele? Sabe quem é, Dênis?
Harry olhou para o outro lado, fixando toda a atenção no Chapéu Seletor, que agora selecionava Ema Dobbs.
A seleção prosseguiu, garotos e garotas expressando no rosto variados graus de medo se adiantavam, um a um, até o banquinho de três pernas, e a fila foi diminuindo à medida que a Professora Minerva ultrapassava a letra "L".
— Ah, anda logo — gemeu Rony, massageando o estômago.
— Ora, Rony, a seleção é muito mais importante do que a comida — disse Nick Quase Sem Cabeça, na hora em que "Madley, Laura!" tornava-se aluna da Lufa-Lufa.
— Claro que é, se a pessoa já está morta — retrucou Rony.
– Isso, definitivamente, foi rude. – Lily disse colocando as mãos nos quadris e se assemelhando estranhamente à senhora Weasley.
— Espero que os selecionados para a Grifinória este ano estejam à altura do time — disse o fantasma, aplaudindo, quando "McDonald, Natália!" reuniu-se à mesa deles. — Não queremos interromper a nossa maré de vitórias, não é mesmo?
– Nick tem razão. – Tiago coçou a cabeça preocupado – Vocês não tem mais um goleiro… E nós nem sabemos ainda quem foi nomeado capitão. É claro que não foi um dos gêmeos, ou nós saberíamos… Deve ter sido uma das meninas… – Tiago parou de falar bruscamente, quando Remo, Sirius e Lily levantaram as varinhas.
Grifinória tinha ganhado o Campeonato Inter-casas nos três últimos anos.
— Pritchard, Grão!
— Sonserina!
— Quirke, Orla!
— Corvinal!
E, finalmente, com "Whirby, Kevin!" (Lufa-Lufa.") encerrou-se a seleção. A Professora Minerva apanhou o chapéu e o banquinho e levou-os embora.
— Já não era sem tempo — exclamou Rony, apanhando os talheres e olhando esperançoso para seu prato de ouro.
O Professor Dumbledore se levantara. Sorria para os estudantes, os braços abertos num gesto de boas-vindas.
— Só tenho duas palavras para lhes dizer — começou ele, sua voz grave ecoando pelo salão. — Bom apetite!
— Apoiado! Apoiado! — disseram Harry e Rony em voz alta, enquanto as travessas vazias se enchiam magicamente diante dos seus olhos. Nick Quase Sem Cabeça ficou observando tristemente Harry, Rony e Hermione encherem os pratos.
— Aaah, agora sim! — disse Rony, com a boca cheia de purê de batatas.
— Vocês têm sorte de que haja uma festa esta noite, sabem — disse Nick Quase Sem Cabeça. — Hoje cedo tivemos problemas na cozinha.
— Por quê? O que aconteceu? — perguntou Harry com a boca cheia de carne.
— Pirraça, é claro — disse Nick sacudindo a cabeça, que se desequilibrou perigosamente. O fantasma puxou mais para cima um rufo da gola. — A história de sempre, sabem. Ele queria vir à festa, bom, isto está fora de questão, vocês sabem como ele é, absolutamente selvagem, não pode ver um prato de comida sem querer atirá-lo longe. Reunimos um conselho de fantasmas, frei Gorducho foi a favor de dar uma chance a Pirraça, mas muito prudentemente, na minha opinião, o barão Sangrento fez pé firme.
– Eu adoraria ver o Pirraça na festa! – Sirius disse com uma gargalhada – Imaginem como seria divertido ter uma guerra de comida naquele salão.
– Ainda me surpreendo que vocês nunca tenham tentado. – Alice disse com um sorriso.
– Até pensamos nisso. – Tiago deu de ombros.
– Mas, fazendo as contas, descobrimos que não valia a pena. – Remo concordou.
– Imaginamos que conseguiríamos aproximadamente meia hora de guerra até um professor conseguir chegar ao salão, desde que fizéssemos no horário certo. – Sirius disse pensativo – E isso nos custaria, pelo menos, uma semana de detenções…
O barão Sangrento era o fantasma da Sonserina, um espectro extremamente magro e silencioso, coberto de manchas de sangue prateado. Era a única pessoa de Hogwarts que conseguia realmente controlar Pirraça.
— É, achamos que Pirraça estava invocado com alguma coisa — disse Rony sombriamente. — Então, que foi que ele aprontou na cozinha?
— Ah, o de sempre — respondeu Nick Quase Sem Cabeça, sacudindo os ombros —, causou prejuízos e confusão. Tachos e panelas por toda parte. Sopa para todo lado. Deixou os elfos domésticos loucos de terror...
Blém.
Hermione derrubara sua taça de vinho. O suco de abóbora escorreu pela mesa, manchando de laranja mais de um metro de linho branco, mas nem se importou.
— Tem elfos domésticos aqui? — perguntou, encarando Nick Quase Sem Cabeça com uma expressão de horror. — Aqui em Hogwarts?
— Claro que sim — disse o fantasma, parecendo surpreso com a reação da garota. — O maior número que existe em uma habitação na Grã-Bretanha, acho. Mais de cem.
— Eu nunca vi nenhum! — exclamou Hermione.
— Bom, eles raramente deixam a cozinha durante o dia, não é? Saem à noite para fazer limpeza... Abastecer as lareiras e coisas assim... Quero dizer, não é esperado que fiquem à vista. Essa é a marca de um bom elfo doméstico, não é, que não se saiba que ele existe.
– Eu sempre detestei isso. – Tiago bufou – Dink era meu único amigo durante o ano inteiro, mas, quando meus pais davam uma festa em casa, ele não podia aparecer de maneira alguma.
– Até a sua mãe faz isso? – Harry perguntou curioso.
– Harry, minha mãe é uma pessoa incrível, já falei sobre ela para você, mas ela é um bruxa orgulhosa, tradicionalista e, acima de tudo, uma Black, e você já sabe como é essa raça. – Tiago disse indicando Sirius com a cabeça – Além disso, ela foi criada assim, ela não sabe fazer as coisas de outro jeito, ela diz que poderia ser uma afronta aos convidados.
– E, no caso da minha mãe, certamente seria. – Sirius concordou enfático.
Hermione ficou olhando o fantasma.
— Mas eles recebem salário? — perguntou ela. — Têm férias, não têm? Licença médica, aposentadoria e todo o resto?
Nick Quase Sem Cabeça deu gargalhadas tão gostosas que sua gola de tufos escorregou, e a cabeça despencou para o lado e ficou balançando nos poucos centímetros de pele e músculo fantasmais que ainda a ligavam ao pescoço.
— Licença para tratamento médico e aposentadoria? — repetiu ele, puxando a cabeça de volta aos ombros e prendendo-a mais uma vez com a gola. — Elfos domésticos não querem licenças nem aposentadorias.
Hermione olhou para o prato de comida em que mal tocara, juntou os talheres e afastou-o.
— Ora, vamos, Mione — disse Rony, cuspindo, sem querer, fragmentos de pudim de carne em Harry. — Opa... Desculpe, Harry... — E engoliu. — Você não vai arranjar licenças para eles deixando de comer!
— Trabalho escravo — disse a garota, respirando com força pelo nariz. — Foi isso que preparou este jantar. Trabalho escravo.
E recusou-se a continuar comendo.
– Não é trabalho escravo. – Tiago disse revirando os olhos – Os elfos-domésticos de Hogwarts são muito mais bem tratados do que a maioria dos elfos-domésticos de famílias bruxas. E oferecer salário a eles é considerado extremamente ofensivo, a maioria entra em depressão se é demitido. Se você realmente se importa, deveria ter pesquisado a cultura dos elfos antes de simplesmente parar de comer.
A chuva ainda batucava com força nas janelas altas e escuras. Mais uma trovoada sacudiu as vidraças e o céu tempestuoso relampejou, iluminando os pratos de ouro quando os restos do primeiro prato desapareceram e foram substituídos instantaneamente por sobremesas.
— Torta de caramelo, Mione! — exclamou Rony, abanando intencionalmente o cheiro da sobremesa para os lados da amiga. — Pudim de groselhas, olha! Bolo de chocolate recheado!
Mas Hermione lhe lançou um olhar tão parecido com o que a Professora Minerva costumava dar que o garoto desistiu. Quando as sobremesas também tinham sido destruídas, e as últimas migalhas desaparecidas dos pratos, deixando-os limpos e brilhantes, Alvo Dumbledore tornou a se levantar. O burburinho das conversas que enchiam o salão cessou quase imediatamente, de modo que somente se ouviam o uivo do vento e o batuque da chuva.
— Então! — exclamou Dumbledore, sorrindo para todos. — Agora que já comemos e molhamos também a garganta ("Hum!", fez Hermione), preciso mais uma vez pedir sua atenção, para alguns avisos. O Sr. Filch, o zelador, me pediu para avisá-los de que a lista dos objetos proibidos no interior do castelo este ano cresceu, passando a incluir ioiôs berrantes, Frisbees dentados e Bumerangues de repetição. A lista inteira tem uns quatrocentos e trinta e sete itens, creio eu, e pode ser examinada na sala do Sr. Filch, se alguém quiser lê-la.
Os cantos da boca de Dumbledore tremeram ligeiramente.
– Porque todos no castelo são desocupados o bastante para isso. – Frank disse irônico.
– Eu já dei uma boa lida nela. – Sirius deu de ombros – É sempre divertido encomendar apenas os produtos proibidos… Mas hoje em dia temos apenas duzentos e quarenta e três itens na lista… Ele realmente tem se empolgado.
– Eu sempre me surpreendo com a sua falta do que fazer. – Lily disse com uma risadinha.
– Tenho que ocupar meus olhos com alguma coisa quando Filch me leva para a sala dele para preencher formulários de castigos. – Sirius respondeu displicente.
Ele continuou:
— Como sempre, eu gostaria de lembrar a todos que a floresta que faz parte da nossa propriedade é proibida a todos os alunos, e o povoado de Hogsmeade, àqueles que ainda não chegaram à terceira série.
— Tenho ainda o doloroso dever de informar que este ano não realizaremos a Copa de Quadribol entre as casas.
– Não! – Tiago exclamou abismado – Isso é um absurdo! Não podem fazer isso! Não podem tirar o quadribol, a copa das casas é tradicional, olheiros dos principais times da Grã-Bretanha vem a Hogwarts apenas para caçar talentos… – Tiago bufou ao ver Sirius levar a mão à varinha – Vocês não podem achar isso normal!
– Não achamos. – Lily garantiu – Mas acredito que, se você deixar Frank continuar lendo, saberemos o por quê disso.
— Quê? — exclamou Harry. Ele olhou para Fred e Jorge, seus companheiros no time de Quadribol.
Xingaram Dumbledore em silêncio, aparentemente espantados demais para falar. Dumbledore continuou:
— Isto se deve a um evento que começará em outubro e irá prosseguir durante todo o ano letivo, mobilizando muita energia e muito tempo dos professores, mas eu tenho certeza de que vocês irão apreciá-lo imensamente. Tenho o grande prazer de anunciar que este ano em Hogwarts...
– Não vai ter quadribol por causa do Torneio Tribruxo? – Tiago perguntou franzindo o cenho – Mas isso é um grande absurdo! – bufou e se jogou para trás no sofá.
Mas neste momento, ouviu-se uma trovoada ensurdecedora e as portas do Salão Principal se escancararam.
Apareceu um homem parado à porta, apoiado em um longo cajado e coberto por uma capa de viagem preta. Todas as cabeças no Salão Principal se viraram para o estranho, repentinamente iluminado por um relâmpago que cortou o teto. Ele baixou o capuz, sacudiu uma longa juba de cabelos grisalhos ainda escuros e começou a caminhar em direção à mesa dos professores.
Um ruído metálico e abafado ecoava pelo salão a cada passo que ele dava. Quando alcançou a ponta da mesa, virou à direita e mancou pesadamente até Dumbledore.
Mais um relâmpago cruzou o teto. Hermione prendeu a respiração. O relâmpago revelou nitidamente as feições do homem e seu rosto era diferente de qualquer outro que Harry já vira. Parecia ter sido talhado em madeira exposta ao tempo, por alguém que tinha uma vaguíssima idéia do aspecto que um rosto humano deveria ter, e não fora muito habilidoso com o formão.
Cada centímetro da pele do estranho parecia ter cicatrizes. A boca lembrava um rasgo diagonal e faltava um bom pedaço do nariz. Mas eram os seus olhos que o tornavam assustador.
Um deles era miúdo, escuro e penetrante. O outro era grande, redondo como uma moeda e azul elétrico vivo. O olho azul se movia continuamente sem piscar, e revirava para cima, para baixo, e de um lado para o outro, independentemente do olho normal, depois virava de trás para diante, apontando para o interior da cabeça do homem, de modo que só o que as pessoas viam era o branco da córnea.
– Olho-tonto… – Tiago murmurou pensativo – Por isso o apelido… Mas o que aconteceu com Moody?
– Você sabe, – Sirius suspirou – ele é um grande auror, sempre foi cheio de cicatrizes, alguém deve ter arrancado o olho dele em algum momento… Você conhece muito bem os riscos da profissão.
– Eu conheço. – Tiago bufou – Mas nunca pensei que isso aconteceria com Moody, ele sempre foi tão forte!
– E é por isso que ele está de pé! – Remo sorriu para Tiago – Você sabe muito bem que os mais fortes são os que acabam mais machucados! Você sempre nos dizia como Moody nunca desistia, como ele só matava se fosse inevitável, como ele sempre conseguia pegar quem estava perseguindo!
– Vocês tem razão. – Tiago deu um meio sorriso – E esse olho mágico deve ser incrível…
O estranho chegou-se a Dumbledore. Estendeu a mão direita, que era tão cheia de cicatrizes quanto o rosto, e o diretor a apertou, murmurando palavras que Harry não pôde ouvir. Parecia estar fazendo perguntas ao estranho, que abanava negativamente a cabeça, sem sorrir, e respondia em voz baixa. Dumbledore assentiu com a cabeça e indicou ao homem o lugar vazio à sua direita.
O estranho se sentou, sacudiu a juba grisalha para afastá-la do rosto, puxou um prato de salsichas para si, levou-o ao que restara do nariz e cheirou-o.
Tirou então uma faquinha do bolso, espetou a salsicha e começou a comer.
Seu olho normal fixava as salsichas, mas o olho azul continuava a dar voltas na órbita registrando o salão e os estudantes.
— Gostaria de apresentar o nosso novo professor de Defesa contra as Artes das Trevas — disse Dumbledore, animado, em meio ao silêncio. — Professor Moody.
Era normal os novos membros do corpo docente serem recebidos com aplausos, mas nem os colegas nem os estudantes bateram palmas, exceto Dumbledore e Hagrid. Os dois juntaram as mãos e bateram palmas, mas o som ecoou tristemente no silêncio e eles bem depressa pararam. Todos pareciam demasiado hipnotizados pela aparência grotesca de Moody para ter qualquer reação exceto encarar o homem.
– E ele, definitivamente, não se importaria em não receber aplausos, diria que é perda de tempo. – Tiago disse com uma meia risada saudosa.
— Moody? — murmurou Harry para Rony. — Olho-Tonto Moody? O que o seu pai foi ajudar hoje de manhã?
— Deve ser — disse Rony baixo, em tom de assombro.
— Que aconteceu com ele? — cochichou Hermione. — Que aconteceu com a cara dele?
— Não sei — cochichou Rony em resposta, mirando Moody, fascinado.
Moody parecia totalmente indiferente à recepção quase fria que tivera. Ignorando a jarra de suco de abóbora à sua frente, o homem tornou a enfiar a mão no interior da capa, puxou um frasco de bolso e bebeu um longo gole. Quando levantou o braço para beber, sua capa se elevou alguns centímetros do chão e Harry viu, por baixo da mesa, um bom pedaço de uma perna de pau, que terminava em um pé com garras.
– Pelo menos ele deu uma melhorada na perna de pau! – Remo deu de ombros – Antes não tinha o pé com garras e Tiago sempre dizia que ele reclamava de falta de equilíbrio.
Dumbledore pigarreou outra vez.
— Como eu ia dizendo — recomeçou ele, sorrindo para o mar de alunos à sua frente, todos ainda mirando Olho-Tonto Moody, paralisados —, teremos a honra de sediar um evento muito excitante nos próximos meses, um evento que não é realizado há um século. Tenho o enorme prazer de informar que, este ano, realizaremos um Torneio Tribruxo em Hogwarts.
— O senhor está BRINCANDO! — exclamou em voz alta Fred Weasley.
A tensão que invadira o salão desde a chegada de Moody repentinamente se desfez. Quase todos riram e Dumbledore deu risadinhas de prazer.
— Não estou brincando, Sr. Weasley, — disse ele — embora, agora que o senhor menciona, ouvi uma excelente piada durante o verão sobre um trasgo, uma bruxa má e um Leprechaun que entram num bar...
A Professora Minerva pigarreou alto.
– Isso é muito injusto! – Sirius riu – McGonagall nunca deixa Dumbledore acabar as piadas dele!
– Não estamos perdendo muita coisa. – Remo revirou os olhos – As piadas de Dumbledore são quase tão ruins quanto as de Flitwick.
– E como você sabe disso? – Alice perguntou curiosa
– Por causa do probleminha peludo dele, – Tiago respondeu com um meio sorriso – ele é chamado à sala do diretor regularmente, para checar se está tudo indo bem, se ele precisa de alguma coisa, ou para saber sobre os avanços nas pesquisas da cura para a licantropia.
– Infelizmente não há muitos avanços na cura para a licantropia. – Remo suspirou – Então tenho que ir até lá ouvir piadas ruins, e ainda tenho que rir.
— Hum... Mas talvez não seja hora... Não... Onde é mesmo que eu estava? Ah, sim, no Torneio Tribruxo... Bom, alguns de vocês talvez não saibam o que é esse torneio, de modo que espero que aqueles que já sabem me perdoem por dar uma breve explicação, e deixem sua atenção vagar livremente.
— O Torneio Tribruxo foi criado há uns setecentos anos, como uma competição amistosa entre as três maiores escolas européias de bruxaria — Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang. Um campeão foi eleito para representar cada escola e os três campeões competiram em três tarefas mágicas. As escolas se revezaram para sediar o torneio a cada cinco anos, e todos concordaram que era uma excelente maneira de estabelecer laços entre os jovens bruxos e bruxas de diferentes nacionalidades, até que a taxa de mortalidade se tornou tão alta que o torneio foi interrompido.
— Taxa de mortalidade? — sussurrou Hermione, parecendo assustada. Mas, aparentemente, sua ansiedade não foi compartilhada pela maioria dos alunos no salão, muitos murmuravam entre si, excitados, e o próprio Harry estava bem mais interessado em saber mais sobre o torneio do que em se preocupar com o que acontecera centenas de anos atrás.
– Hermione está certa! – Lily disse coçando a cabeça preocupada – A taxa de mortalidade é preocupante! Ainda não acredito que vão fazer um torneio potencialmente mortal em Hogwarts.
— Durante séculos houve várias tentativas de reiniciar o torneio, — continuou Dumbledore — nenhuma das quais foi bem-sucedida. No entanto, os nossos Departamentos de Cooperação Internacional em Magia e de Jogos e Esportes Mágicos decidiram que já era hora de fazer uma nova tentativa. Trabalhamos muito durante o verão para garantir que, desta vez, nenhum campeão seja exposto a um perigo mortal.
— Os diretores de Beauxbatons e Durmstrang chegarão com a lista final dos competidores de suas escolas em outubro e a seleção dos três campeões será realizada no Dia das Bruxas. Um juiz imparcial decidirá que alunos terão mérito para disputar a Taça Tribruxo, a glória de sua escola e o prêmio individual de mil galeões.
– Juiz imparcial? – Alice perguntou curiosa.
– O Cálice de Fogo. – Remo respondeu prontamente – Ele recebe os nomes dos alunos e as escolas a qual eles pertencem e escolhe um campeão de cada escola.
– E qual o critério dele? – Lily perguntou.
– Não tenho ideia. – Sirius deu de ombros – Nós não sabemos tudo!
– Mas falam como se soubessem. – Severo murmurou em seu canto e foi ignorado por todos.
— Estou nessa! — sibilou Fred Weasley para os colegas de mesa, o rosto iluminado de entusiasmo ante a perspectiva de tal glória e riqueza. Aparentemente ele não era o único que estava se vendo como campeão de Hogwarts. Em cada mesa Harry viu gente olhando arrebatada para Dumbledore ou então cochichando ardentemente com os vizinhos. Mas, então, Dumbledore recomeçou a falar, e o salão se aquietou.
— Ansiosos como eu sei que estarão para ganhar a Taça para Hogwarts, — disse ele — os diretores das escolas participantes, bem como o Ministério da Magia, concordaram em impor este ano uma restrição à idade dos contendores. Somente os alunos que forem maiores, isto é, tiverem mais de dezessete anos, terão permissão de apresentar seus nomes à seleção. Isto — Dumbledore elevou ligeiramente a voz, pois várias pessoas haviam protestado indignadas ao ouvir suas palavras, e os gêmeos Weasley, de repente, pareciam furiosos — é uma medida que julgamos necessária, pois as tarefas do torneio continuarão a ser difíceis e perigosas, por mais precauções que tomemos, e é muito pouco provável que os alunos abaixo da sexta e sétima séries sejam capazes de dar conta delas. Cuidarei pessoalmente para que nenhum aluno menor de idade engane o nosso juiz imparcial e seja escolhido campeão de Hogwarts. — Seus olhos azul-claros cintilaram ao perpassar os rostos rebelados de Fred e Jorge. — Portanto peço que não percam tempo apresentando suas candidaturas se ainda não tiverem completado dezessete anos.
– Está explicada a mudança de regras que a Sra. Weasley falou… – Sirius suspirou aliviado – Pelo menos isso significa que Harry não vai competir no torneio…
– Me sinto muito melhor agora. – Lily sorriu tranquila.
– Agora só temos que nos preocupar com Voldemort… E Pedro… E o servo fiel infiltrado em Hogwarts. – Tiago enumerou.
– Você tem razão. – Lily bufou – Nenhum motivo para ficar tranquila.
— As delegações de Beauxbatons e de Durmstrang chegarão em outubro e permanecerão conosco a maior parte deste ano letivo. Sei que estenderão as suas boas maneiras aos nossos visitantes estrangeiros enquanto estiverem conosco, e que darão o seu generoso apoio ao campeão de Hogwarts quando ele for escolhido. E agora já está ficando tarde e sei como é importante estarem acordados e descansados para começar as aulas amanhã de manhã. Hora de dormir! Vamos andando!
Dumbledore tornou a se sentar e virou-se para falar com Olho-Tonto Moody. Ouviu-se um estardalhaço de cadeiras batendo e se arrastando quando os alunos se levantaram para sair como um enxame em direção às portas de entrada do Salão Principal.
— Não podem fazer isso com a gente! — reclamou Jorge Weasley, que não se reunira aos colegas que se dirigiam às portas, mas continuara parado olhando de cara emburrada para Dumbledore. — Vamos fazer dezessete anos em abril, por que não podemos tentar?
— Não vão me impedir de me inscrever — disse Fred, teimoso, também amarrando a cara para a mesa principal. — Os campeões vão fazer todo o tipo de coisa que normalmente nunca podemos fazer. E mil galeões de prêmio!
— É — disse Rony, um olhar distante no rosto. — É, mil galeões...
— Vamos, — disse Hermione — vamos ser os únicos a ficar aqui se você não se mexer.
Harry, Rony, Hermione, Fred e Jorge saíram para o saguão de entrada, os gêmeos discutindo as maneiras pelas quais Dumbledore poderia impedir os menores de dezessete anos de se inscreverem no torneio.
– Ele pode colocar uma barreira de idade. – Sirius deu de ombros – E,. se ele fizer isso, nenhum menor de idade vai conseguir passar…
– Ou ele poderia colocar o Filch vigiando o Cálice durante todo o tempo… – Remo riu irônico – Pelo menos o resto da escola se livraria dele.
— Quem é esse juiz imparcial que vai decidir quem são os campeões? — perguntou Harry.
— Sei lá — disse Fred — mas é ele a quem temos de enganar. Acho que umas gotas de Poção para Envelhecer talvez resolvam, Jorge...
– Talvez funcionasse para atravessar uma barreira de idade de um bruxo medíocre… – Tiago disse confiante – Mas Dumbledore é bastante competente, uma simples poção para envelhecer não enganaria a barreira de idade dele…
– Além de ser o modo menos criativo de colocar o nome no Cálice… – Sirius riu – Quero dizer, tem coisas que até alguém do primeiro ano poderia fazer… Como fazer o papel com o nome e a escola flutuarem até o Cálice…
– Ou subornar um aluno mais velho. – Frank sugeriu.
— Mas Dumbledore sabe que vocês são menores — ponderou Rony.
— É, mas não é ele que decide quem é o campeão, é? — perguntou Fred, astutamente. — Estou achando que quando esse juiz souber quem quer entrar, ele vai escolher o melhor de cada escola, sem se importar com a idade do campeão. Dumbledore está tentando impedir a gente de se inscrever.
— Mas teve pessoas que morreram! — disse Hermione com a voz preocupada, enquanto passavam por uma porta escondida atrás de uma tapeçaria para subir outra escada ainda mais estreita.
— É, — disse Fred levianamente — mas isso foi há muitos anos, não é? Em todo o caso onde é que está a graça se não houver um pouco de risco? Ei, Rony, e se descobrirmos como contornar Dumbledore? Já imaginou a gente se inscrevendo?
— Que é que você acha? — perguntou Rony a Harry. — Seria legal, não seria? Mas suponha que eles queiram alguém mais velho?... Não sei se já aprendemos o suficiente...
— Eu decididamente não aprendi — ouviu-se a voz tristonha de Neville às costas de Fred e Jorge. — Mas imagino que a minha avó vai querer que eu experimente, ela está sempre falando que eu devia lutar pela honra da família. Eu terei que... Opa...
– Minha mãe consegue ser completamente detestável! – Frank bufou irritado – Você não tem nada para provar! – completou olhando para Neville com carinho – Nada que lutar pela honra da família. Você tem que se divertir, ser feliz… Ninguém nunca desonrou a nossa família! Que eu saiba…
– Eu não queria dizer… – Alice murmurou timidamente – Mas, ás vezes, me incomoda muito a forma como sua mãe age…
– Eu sei. – Frank suspirou – Eu só queria entender… Por que é ela que cria você? Por que nós não estamos do seu lado? Algo com certeza aconteceu… Mas o que?
– Ele não pode falar. Vocês vão saber tudo na hora certa. – Hermione disse em tom de consolo.
– Vai dar tudo certo. – Neville disse com um meio sorriso triste e fez sinal para Frank voltar a ler.
O pé de Neville afundara direto por um degrau no meio da escada. Havia muitos desses degraus bichados em Hogwarts, já era uma segunda natureza na maioria dos alunos antigos saltar esse determinado degrau, mas a memória de Neville era notoriamente fraca. Harry e Rony o agarraram pelas axilas e o puxaram para cima, enquanto uma armadura no alto das escadas rangia e retinia, rindo-se asmaticamente.
— Quieta aí — disse Rony, baixando o visor da armadura com estrépito, ao passarem. Os garotos se dirigiram à entrada da Torre da Grifinória, que ficava escondida atrás de uma grande pintura a óleo de uma mulher gorda com um vestido de seda rosa.
— Senha? — perguntou ela quando os garotos se aproximaram.
— Asnice, — disse Jorge — um monitor me informou lá embaixo.
O retrato girou para frente, expondo um buraco na parede, pelo qual todos passaram. Um fogo crepitante aquecia a sala comunal circular, mobiliada com fofas poltronas e mesas.
Hermione lançou às chamas dançantes um olhar mal-humorado e Harry a ouviu dizer distintamente "trabalho escravo!", antes de dar boa-noite aos amigos e desaparecer pelo portal que dava acesso ao dormitório das meninas.
Tiago revirou os olhos para Hermione impaciente.
Harry, Rony e Neville subiram a última escada em espiral para chegar ao próprio dormitório, que ficava situado no alto da Torre. As camas de colunas com cortinados vermelho escuro estavam encostadas às paredes, cada uma com o malão do dono aos pés. Dino e Simas já estavam se deitando, Simas pregara sua roseta da Irlanda na cabeceira da cama e Dino afixara um pôster de Vítor Krum em cima da mesa-de-cabeceira. Seu velho pôster do time de futebol de West Ham estava pendurado ao lado do novo.
— Biruta — suspirou Rony, sacudindo a cabeça para os jogadores de futebol completamente imóveis.
Harry, Rony e Neville vestiram os pijamas e se enfiaram em suas camas.
Alguém — um elfo doméstico, com certeza — colocara esquentadores entre os lençóis. Era extremamente confortável, ficar ali deitado na cama escutando a tempestade rugir lá fora.
— Eu tentaria, sabe — disse Rony, sonolento, no escuro — se Fred e Jorge descobrirem como... O torneio... Nunca se sabe, não é?
— Imagino que não... — Harry se virou na cama, uma série de imagens novas e fascinantes se formando em sua cabeça... Ele enganara o juiz imparcial fazendo-o acreditar que tinha dezessete anos... Tornara-se campeão de Hogwarts... Estava em pé nos jardins, os braços erguidos em triunfo diante de toda a escola, que o aplaudia e gritava... Ele acabara de ganhar o Torneio Tribruxo... O rosto de Cho se destacava claramente na multidão difusa, o rosto radioso de admiração... Harry sorriu para o travesseiro, excepcionalmente contente de que Rony não pudesse ver o que ele via.
– Ás vezes, esse livro expõe mais da minha intimidade do que eu acho necessário. – Harry disse, completamente constrangido, virando-se de Rony, que não conseguia parar de rir, para Gina, que tinha uma expressão de extremo desagrado.
– Também me pergunto quanto disso nós realmente precisamos saber. – Gina bufou irritada.
– Só espero que você não vá se inscrever no torneio. – Lily disse com um suspiro cansado – Já temos o bastante para nos preocuparmos sem você arriscar a sua vida à toa.
– Se ele tem tanto do espírito maroto quanto eu acho que tem, ele vai pelo menos tentar. – Sirius disse com um meio sorriso – E eu não me preocuparia… Dumbledore disse que fizeram o possível para diminuir os riscos…
– Mas pense em como seria estúpido, – Remo disse levantando as sobrancelhas para Sirius – se, depois de sobreviver à Voldemort três vezes, ele morresse durante o torneio.
– Ele não vai morrer no torneio, porque ele não vai participar do torneio! – Lily disse categórica – Vamos ler o próximo capítulo logo, estou começando a ficar com fome…
Frank passou o livro para Rony que o abriu no próximo capítulo:
– Capítulo XIII – Olho-tonto Moody.
Hey leitores mais queridos do FeB! Todos que acompanham o grupo devem ter percebido que eu ando escrevendo bastante ultimamente... Infelizmente ainda não é o suficiente para postar toda semana, mas estamos caminhando para isso. Conto com a paciência de todos. (Ahh, e segundo minha beta eu devia deixar bem claro para todo mundo que sim, a Lily estava flertando com o Tiago quando eles falaram sobre a Lula gigante. Então, como fazem naquelas fics que odeio: "N/A: Sim Gentiii ela está dando mole para eleee!!!!
N/Tiago: É claro que ela está me dando mole! Eu sou incrível!
N/Sirius: Não seja convencido, Pontas!
N/A: Essa nota é minha! SAIAM DAQUI!"
Enfim, deu para vocês entenderem, né? PS: Odeio quando fazem isso, só para deixar claro)
- Emi Potter: Obrigada!
- Ina Clara V. Meireles: Fico muito feliz que tenha voltado para o mundo das fics por minha causa. É sempre uma honra quando um de vocês faz uma conta e gasta uns minutinhos comentando. Agora nós realmente temos um problema em nossas mãos: Acontece que eu nunca postei essa fic no ff.net e nem em nenhum outro site além do FeB. Se você leu essa fic em outro lugar é um plágio, pois eu nunca dei autorização para que a publicassem em outros sites. Se puder, por gentileza, me enviar o link para a fic que você lia no ff.net eu agradeceria muito. Você pode me encontrar no grupo da fic, no facebook, ou por aqui mesmo. Eu pretendo escrever tudo até RdM, mesmo que isso leve muito tempo. E eu posto a cada 15 dias.
- MionGinnyLuna: Na verdade ninguém sabe exatamente pelo que estou passando, eu sou um tanto reservada com minha vida pessoal e o aviso que dei no grupo é similar ao que dei por aqui. Mas de qualquer forma, obrigada por todo o suporte e carinho, foi uma grande sorte o dia que resolvi postar essa fic e ganhei tantos amigos. Eu sei exatamente como é quando começamos a escrever, tinha quase tantas dúvidas quanto você, é claro que para mim foi mais fácil, pois não mudei o livro, as mudanças só vão acontecer (ou não) depois do último livro... Mas não se preocupe, no momento em que você decidir exatamente o que quer fazer as coisas começam a fluir.
- Clenery Aingremont: Acho que as melhores férias do Harry foram as de CdF mesmo, em OdF ele estava preocupado com Voldemort e etc, e em PdA ele passou a maior parte das férias sozinho sem os amigos... O Diggory devia estar com pressa, pelo que entendi ele estava falando de uma lareira do ministério e tinha acabado de ficar sabendo, se Arthur demorasse demais Moody poderia ter problemas sérios... Vou ignorar a parte em que você diz que eles não conhecem Moody porque você não deve ter lido o capítulo todo na hora de comentar. Um ano depois vemos o mesmo ministério ser ingrato com Dumbledore e Harry, eles realmente não tem memória alguma. Daqui a alguns capítulos em CdF Harry entra na penseira de Dumbledore e vê Moody lá, ele ainda tinha o olho normal depois da morte dos Potter, então eles não teriam como reconhecer ele pelo apelido. Tudo bem comentar enquanto lê o capítulo, mas ás vezes é realmente difícil entender, vocês poderiam dar contexto aos comentários em vez de jogar frases soltas... Só uma sugestão. As pessoas do futuro sempre ficam mais calados, há um grande risco deles falarem algo que não devem se falarem demais e eles sabem disso.
- Hilary Morgana Juno Soares Lestrange: Acho que é bem complicado para o Snape conviver com os Marotos e a Lily depois de tudo o que eles passaram juntos ao longo dos anos, mas em geral ele é implicante mesmo. Eu adoro jogos de tabuleiro especialmente o jogo da vida. Ele atacou o Crouch Jr. e depois de dominar o Moody e se transformar nele o falso Moody enfeitiçou as latas de lixo para justificar o barulho. É claro que ninguém sabe quem é o Olho-tonto! Ele ainda não tinha perdido o olho verdadeiro dele na época! Não sei como as pessoas conseguem escrever histórias sem pesquisar! Na verdade ninguém estar preocupado com o Harry com o Sirius ainda solto por ai mostra como o ministério é completamente incompetente... Em relação à cultura bruxa o Rony é mil vezes mais esperto que o Harry... E vive espantado pelo Harry não conhecer as coisas... Acho realmente que Hogwarts devia ter uma aula para nascidos-trouxas e pessoas que não sabiam que eram bruxos sobre a cultura bruxa, seria bem útil. Como a JK falou no Pottermore Draco nunca foi completamente ruim, ele nunca teve capacidade de matar, por exemplo... E depois de uma fic que li, acho que se o Harry tivesse tentado ser amigo do Draco sem deixar de ser amigo do Rony, o Draco seria uma pessoa melhor... Afinal ele não tinha amigos de verdade, só capangas. Acho que não da para considerar spoiler levando em conta que não sabiamos o que era o Torneio quando lemos o livro pela primeira vez.
- Tiago Henrique Mejias Balthazar: Muito obrigada! Eu sempre achei que o Tiago e o Sirius tinham que ser extremamente inteligente... Afinal se tornar animago não é nada fácil, tanto que são poucos os animagos conhecidos. Sempre que tiver uns minutinhos a mais deixa um comentário, eu sempre fico feliz!
- NathaliaHelena: Obrigada pelas orações, tenha certeza de que as orações e apoio de vocês ajudam muito. Duvido muito que o Krum iria para o lado das trevas, afinal ele odeia Grindelwald por tudo o que ele fez e até reage mal ao ver o simbolo das relíquias no casamento do Gui em RdM. Ele pode até ser metido e tudo, mas isso não faz de ninguém uma pessoa ruim. Fico muito feliz que você entenda que o relacionamento do Tiago e da Lily precisa amadurecer e crescer aos poucos, você não tem ideia de quantas pessoas "querem que eles se beijem logo"...
- Izabella Bella Black: Acho que Snape só não quer dar o braço a torcer sabe, ele sempre se recusa a acreditar que Tiago está certo e tudo mais. Eu fico muito feliz de saber que mesmo com tantas provas e tanto para estudar você sempre arruma um tempinho para comentar, e isso é muito mais importante do que o comentário ser grande, o carinho é o que conta.
- Ariane Potter: Acho que todo mundo posta sábados e domingos porque é o dia que sobra mais tempo... Realmente não precisa se preocupar com eu parando de postar e etc, eu não pretendo mesmo parar de postar e escrever, mesmo demorando muito para chegar ao final (Afinal falta muita coisa). Que bom que você gosta da prévia, eu sempre gosto de colocar para abrir o apetite de vocês... Mas ás vezes ninguém comenta nada sobre a parte que coloquei e me chateia um pouco. No capítulo em que Harry entra na penseira de Dumbledore aparece o Moody sem o olho-tonto... Pobre Alice, ela está preocupada com o filho que acabou de conhecer, ela não tem ideia do porque ele viveu com a avó a vida toda.
- Stehcec: Li seus comentários, vou dar uma respondida básica. Veela não são humanas, elas tem a aparencia humana quando querem seduzir alguém, mas quando ficam irritadas são Harpias que soltam bolas de fogo... Mas como sabemos por causa da Fleur, Veela podem se reproduzir com humanos, então elas devem ter uma anatomia bem semelhante a nossa, sem deixar de ser uma criatura. Acho que é a única pergunta que você fez. Espero que chegue logo onde eu parei!
Não deixem de comentar!
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E para quem é do grupo: Quem acertou a frase da semana?
Comentários (10)
Coitadinho do Harry, sua vida amorosa esta ficando cada vez mais exposta, mas ele pode ficar tranquilo, ainda vai piorar muito kkkkk
2018-09-15Oie juh!!!O capítulo estava otimo, na verdade a história vem ficando cada vez melhor , tanto que as vezes eu pulo algumas partes do livro para ler so a sua parte kkkkkk, pois ja li tanto HP, que as vezes acabo pulando alguns pedacinhos...Não que eu tenha enjoado do livro, mas como a fic é sobre ler os livros, acabo preferindo ver as reações dos personagens, ainda mais porque a sua mostra reações que nao esperava,mas que felizmente eu adoro e sempre surpreende. Coitada da lily, esta tão esperançosas de que o Harry não vai entrar pro torneio...mas quem sabe ela acaba não acaba se acostumando lá pra frente, o Harry sempre esta envolvidos nas confusoes que mostra no livro mesmo kkkkkkkkkkkkkkeAdorei o flerte da lily kkkkkkkk ela esta está começando a ficar bem mais proxima e a vontade com Thiago.Eu estou tão chateada por ter perdido o jogo semana passada : (, apesar de nao ganhar, adoro jogar ele, mas quando cheguei em casa ja tinha acabado. Mas agora que vou ficar de ferias quem sabe não acabo conseguido, pegar uma semana pra jogar a noite.Bjss até o próximo
2015-06-21Olá de novo Juh!Enfim cheguei no último cap postado. Agora estou em dia e ainda vou ganhar pontos por comentar! 0/Claro que o Tiago estava certo, é muito dificil ele errar em algo. haahhahahaha Tbm não vejo nd demais o Pirraça jogar balão de água, se estivessem secos beleza, mas já estavam molhados. Viu como balão de agua não é tão ruim, podia ser pior. hahahhaahahahahaha E fazer barba crescer em mulher é BEM PIOR, hahahaahaahahahahaahahahahahahahhahahahahaahah! Como sempre o Snape não ver graça em nd. A Lily disse tudo, acho que esses meninos as vezes esqueciam que erram bruxos e podiam fazer magia. Remo também é meu professor favorito, e o Harry o verá de forma diferente. É verdade neh, não tinha pensado por esse ângulo que o professor mais querido e menos estão lendo o livro, imagino o que eles vão pensar quando descobrirem sobre o Snape. Acho tão engraçado o irmazinho do Colin. hahaahahahahahaha Adorei o trecho que o Sirius e Tiago falam depois da música do chapeu. É estranho pensar que a mãe do Tiago é uma Black e tem tradições deles. É estranho pensar nos elfos, pq tenho uma visão do Dobby q queria ser liberto, ai imaginar que os outros concordem com o trabalho é estranho. Sirius atoa. hahaahahahaa Entendo o Tiago, é a mesma coisa de ter um evento no Brasil e eles cancelarem o futebol. hahahahahaha O Moody dos personagens secundários é um dos meus favoritos. Se eu fosse bruxa acho q ia querer ser auror. Mesmo sendo piada ruim fiquei curiosa. haahhaha Eles sabem muito. Quase tudo se fosse eu tinha respondindo o Snape. Tiago, Lily e Sirius inocentes tadinhos. haahahahaha Tadinho do Neville, a avó dele é meio exigente mesmo, mas eu meio que entendo ela, o Frank vai lutar contra Voldemort, então ela espera q o Neville faça o mesmo. Adoro as partes que o Harry pensa na Cho e a Gina com ciumes, racho de rir aqui. E pensar que tem muita coisa pra acontecer ainda. Ai Juh, fico lendo e tem partes que eu queria que chegasse logo. hahahaha Espero que você tenha conseguido escrever muitoo, muitooEsse capitulo foi excelente, realmente gostei muito.Até Domingo!!
2015-06-19Leitora-mais-ou-menos-nova aqui! Hey, eu demorei bastante pra ler, começei desde a semana passada, mas estou em semana de provas e tal, então não fiz uma leitura rápida. E sim, eu li todas as temporadas até essa! Bom, sua fic é maravilhosa, eu me amarrei na história e sua escrita é MUITO boa. Eu tenho uma pergunta: Harry e os meninos já viveram as aventuras dos 7 livros? Eu brisei, porque sou meio lenta pra entender as coias, hahaha. Enfim, tenho que voltar a estudar! Continue logo, please! Bjs
2015-06-19Jura? Nossa eu nem tinha percebido que era outra autora. Eu não achei o link, como aqui estava bem mais adiantado que lá eu avandonei o FF.net e quando fui procurar não achei. Só sei que tinha o mesmo nome.Quanto a esse capitulo... AMMEIIIIEu entendo o tempo de postagens, os capitulos dos livros são grandes, e provavelmente vc é ocupada (diferente de mim que sou uma formada em jornalismo desempregada). Esperando ansiosa o proximo.
2015-06-17Oi Juuu! Voltei!Vou comentar o capítulo na ordem como você escreveu, beleza?Começando: Como esse Snape é "recalcado"! Ele não consegue aceitar que o James tá certo nem que isso seja esfregado na cara dele. Dá pra entender porque ele acha que o Potter não salvou a sua vida. Que raiva eu tenho desse Ranhoso.Sirius de barba cacheada, ta aí uma coisa que eu preferia não ter imaginado kkkkkQue bonitinho ver a Lily chamando a atenção do Harry. Eles podem a mesma idade, mas ela é a mãe dele, o que é muito louco XP Até ler a sua fic, eu nunca tinha reparado que o Harry e eu víamos o Lupin sempre como um ex-professor, e não como alguém que poderia ser um amigo... Mas sei lá, o Sirius sempre foi muito mais "amoroso", e também o Lupin poderia ter tentado essa relação, mas não tentou, porque será? Imagino como estavaa relação do Lupin com a Lily e o James quando eles morreram...Não consigo ver a Sra. Potter como uma pessoa parecida com a Sra. Black. Talvez por gostar tanto do James eu não consiga relacionar coisas ruins a ele. Sei que ele foi muito mimado e tals, mas prefiro acreditar que a Sra. Potter mudou um pouco a sua visão de mundo ao virar adulta. Porque sei lá, não consigo acreditar que alguém passa por momentos históricos como a ascensão de Grindewald e achar isso normal. Ou eu sou muito otimista mesmo....Eu, como boa pessoa competitiva, nunca gostei de quando Harry não pode jogar quadribol. Aliás, quando vão criar a Liga Catarinense de Quadribol para eu poder jogar? hahahahahCada vez que a Alice e o Frank perguntam porque não criam o Neville, me dá um nó no estômago. Como eles podem ter um destino tão triste? :/ J.K. qual é o teu problema com pais felizes e saudáveis criarem seus filhos?? Porque tanta maldade??? Tu tá lendo Game of Thrones, é isso?? kkkkkk Adorei a sua N/A, coloque mais!! Não sei porque a maioria das fics coloca James e Sirius como idiotas assim, se eu escrevesse uma fic, eles não seriam tão babacas (eu acho pelo menos né)
2015-06-14Ei,Juh, quanto tempo! kkkk, vou ter que te pedir desculpa de novo por passar mais de meses sem comentar aqui, mas minha vida tava mais corrida do que eu achava ser possível algum dia estar. Porém agora fiquei de férias da faculdade e vai dar pra comentar em cada capítulo que você postar! Tou feliz de ver que desde o primeiro livro sua escrita não diminuiu de qualidade, é aquela espera que sempre vale a pena. AInda bem que sua inspiração voltou e você está escrevendo mais, agora que estou de férias seria muito bom ter um capítulo da fic por semana pra ler =]]PS: faz 1 ano e meio que a fic foi fundada, nem me dei conta disso! É bom saber que eu te acompanho desde o começo,haha
2015-06-14Mais um capítulo perfeito! *.* Achei muito legal as partes da Lily e do Tiago voltando a se aproximar, e suas interações entre o Sirius e o Tiago principalmente estão ficando cada vez mais engraçadas. Respondendo a sua resposta o.O, sim sempre achei impressionante a habilidade incrível que a J.K deu ao Tiago e ao Sirius, pois como em todos livros falam, eles sempre foram bruxos formidáveis, diga-se de passagem Tiago chegou a enfrentar o Voldemort. Continue escrevendo sempre que possível, sei como são importantes os comentários, por isso passarei sempre que possível. Força. E parabens novamente pela Fic maravilhosa.
2015-06-09Hey Juuh o/ Mil desculpas pelo sumisso >.< Estava super ansiosa por esse capitulo, e posso dizer com certeza que a espera valeu a pena *u* Ficou ótimo, Juh… Eu amei!!!! Tem coisa mais linda que ver o Snape ter que “admitir” que o James estava certo? Não? Pois é… não tem! Estou adorando ver o lado materno da Lily aparecendo cada vez mais, e ela finalmente “dando um mole” pro James ahuahuahuahuha (o que que foi aquelas notas finais? ahuahuahuhaua). Ver os dois se aproximando de pouco em pouco está se tornando uma das minhas partes favoritas. Junto com a relação entre os Marotos *u* E falando em reação entre os Marotos… Uma das coisas mais constrangedoras que me acontecem quando estou lendo sua fic, é o fato de que eu acabo rindo alto o meus pais vem até o quarto ver o que esta acontecendo -_- E isso acabou acontecendo duas vezes NA MESMA PARTE. É fisicamente impossível vc ler a parte da barba e não rir… simplesmente não da hauhauhauha Quanto as partes onde o Pedro é mencionado… eu fico triste pelos marotos. Eu sempre acreditei que a traição é uma das piores coisas que existe, porque ela nunca vem de alguem que vc considera um inimigo =/ mas essas partes são necessárias, e eu espero que com o tempo eles consigam superar a perda de um amigo pelo qual eles fizeram de tudo. Eu quase chorei na parte que o Remus fala pro Harry que ele não queria ser visto apenas como professor… Eu sempre pensei em como o Remus seria um ótimo tio pro Harry e é extremamente triste ver que eles perderam isso também… O Harry é como um filho de todo os marotos, e eles seriam uma família linda se nosso querido Snape não tivesse feito o que fez =/ (é, eu culpo ele). Na parte que vc fala de como o chapéu funciona, eu literalmente imaginei os fundadores brigando pra ver quem ficaria com o Sirius e ele la no meio tipo “Cara, e o que eu quero?” Tenho que admitir que foi uma cena muito engraçada ahauhauhuahau (em minha defesa, eu li o capitulo com menos de 3 horas de sono :p )Gina com ciúmes... E Harry reclamando da invasão de privacidade hauhauhauhauhau tadinho Fiquei com dó do Tiago quando ele descobriu a respeito do Quadribol… ri muito, mas juro que fiquei com dó hauhauhuahuahua (eu não acho que a McGonagall aprovaria uma guerra de comida huahuahuahuahu) Olha… eu não concordo com a forma como a maioria dos elfos são tratados, mas concordo com o Tiago que ela deveria ter buscado mais informações antes de fazer o que fez =/ Então eu entendo o aborrecimento dele. É claaaaro que o Sirius já deu uma boa olhada na lista do Filch huahuahuahuahua E seria perda de tempo se ele simplesmente ficasse la sem fazer nada enquanto o Filch preenchia os formularios huahuahua O que dizer da admiração do Tiago pelo Moody…. *-* Vc consegue ver perfeitamente que o Moody é alguem que dava inspiração ao Tiago, e eu estou amando a forma como ele fica sempre que o Olho-Tonto é mencinado. (fora que nisso a gente ainda tem a chance de ver o Remus e o Sirius “acalmando” o Tiago =D) Eu não quero nem falar da Alice e do Frank agora =( Principalmente porque eu estou sinceramente começando a gostar dela.. “Não precisamos nos preocupar porque o Harry não participara do torneio” HAUAUHAUHAUAUUHAU Sonhar mais um sonho impossível =P Juh, mais uma vez, eu AMEI o capitulo. É emocionante ver o seu crescimento como escritora e como as personalidades dos personagens vem de forma tão natural pra vc. Eu agradeço imensamente pelo esforço que vc coloca nessa fic. Love you :3 P.S. Favor, colocar mais N/A nos finais dos capítulos HUAHUAHUAHUAH
2015-06-08Sem muito tmepo para comentar, mas amei como sempre! E amei o flerte JamesxLily! Você também odeia essas notas? Hi-5! Me dá vontade de desistir da fic! KKK. Kisses, até o próximo!
2015-06-07