Garras e folhas de chá
Nota Bia: Desculpa a demora, mas como eu falei as coisas ainda estão agitadas aqui... Juro que postei o mais rápido que pude.
PS: A fanfic vai ter uma imagem de um personagem em cada cap, a partir de agora.
Izabella Bella Black~~> Obrigada por entender :D Boa férias! Não vou desistir, de jeito nenhum. Coitada da Marlene... Eu gosto dela. Eu odeio a Umbridge, também quero que ela mora muito mais que Voldy. Nunca tinha parado para pensar sobre o patrono dela.
A fic About Sirius Black é muito boa mesmo.
Nessa temporada - cheguei na sétima - eu to mais calma com o Sam, mas ainda não gosto dele. Verdade, eu to com saudade da primeira e da segunda agora também, acho que vou rever depois.
Obrigada :) Eu adorei escrever a cena de Percy, porque não gosto dele, mas não um acho um monstro feito umas pessoas acha, ele só fez a escolha errada.
Pois é, mesmo Remus sendo mais calmo, ele ainda é um maroto.
Vai demorar mesmo para eles perceberem, mas vai ser triste na hora que eles virem.
Obrigada!
Beijos,
Biaa
Capítulo 6 - Garras e folhas de chá
Quando Harry, Rony e Hermione entraram no Salão Principal para tomar café, na manhã seguinte, a primeira coisa que viram foi Draco Malfoy,
- Já começou mal.
que parecia estar entretendo um grande grupo de alunos da Sonserina com uma história muito engraçada.
- Para a sonserina está rindo não deve ter graça – falou Gina, se encolhendo com o olhar assassino de Regulus.
- Gina – avisou Harry.
- Ok, desculpa, não resisti – a ruiva revirou os olhos. Harry se importava demais com Regulus.
Quando os três passaram, Malfoy fez uma imitação ridícula de um desmaio que provocou grandes gargalhadas.
Harry conteve o impulso de socar Malfoy. Outro era muito imbecil.
— Não ligue para ele — disse Hermione, que vinha logo atrás de Harry. — Não dê bola para ele, não vale a pena...
- Não é tão simples assim – resmungou Harry.
— Ei, Potter! — chamou esganiçada Pansy Parkinson, uma garota da Sonserina com cara de buldogue.
A sala explodiu em risadas.
- Harry, suas descrições sãos as melhores – comentou Jorge.
- Eu sei – falou o moreno, convecido.
— Potter! Os dementadores estão chegando. Potter! Uuuuuuuuuuuu!
- Esse povo não tem o que fazer?
Harry se largou numa cadeira à mesa da Grifinória, ao lado de Jorge Weasley.
- Pelo menos, seu dia melhorou agora – Jorge falou convencido.
— Novos horários de aulas para os alunos do terceiro ano — disse Jorge, distribuindo-os. — Que é que há com você, Harry?
— Malfoy
- Como sempre – resmungou Rony.
— informou Rony, sentando-se do outro lado de Jorge e olhando feio para a mesa da Sonserina.
Jorge ergueu os olhos na hora em que Malfoy fingia desmaiar de terror outra vez.
- Foi ridículo – comentou. Mesmo que ele teria feito o mesmo se fosse o contrário.
— Aquele debilóide! — disse calmamente. — Ele não estava tão exibido ontem à noite quando os dementadores revistaram o nosso lado do trem.
- Claro que não, ele é um Malfoy – falou Lily. Ela não se dava muito bem com Lucius Malfoy.
Entrou correndo na nossa cabine, não foi, Fred?
— Quase fez xixi nas calças
- Eu queria ter visto.
- E eu queria ter filmado – falou Fred.
— disse Fred, lançando a Draco um olhar de desprezo.
- Ele merece.
— Nem eu fiquei muito feliz — comentou Jorge. — Eles são um horror, aqueles dementadores...
— Meio que congelam a gente por dentro, não acha? — disse Fred.
Os dois irmãos ficaram calados, cada um lembrando da sua pior memória.
— Mas você não desmaiou, desmaiou? — perguntou Harry em voz baixa.
— Esquece isso, Harry
- É, ninguém liga para isso.
— disse Jorge para animá-lo. — Papai teve que ir a Azkaban uma vez, lembra, Fred?
Como eu podia esquecer, pensou Fred sombriamente.
E comentou que foi o pior lugar em que esteve na vida, voltou de lá fraco e abalado...
Imagina 12 anos lá, feito Sirius, pensou Regulus sombriamente.
Eles sugam a felicidade do lugar, esses dementadores. A maioria dos prisioneiros acaba endoidando.
Será que esse é o meu destino, enlouquecer lentamente? Pensou Sirius. Não seria totalmente injusto depois de tudo que ele já fez a algumas pessoas.
Marlene pareceu sentir que o moreno estava precisando de alguém e simplesmente o abraçou.
— Em todo caso, vamos ver se Draco vai continuar tão felizinho depois do primeiro jogo de Quadribol
- Claro que não – sorriu Rony – Malfoy é péssimo – ok, ele estava exagerando, mas jamais admitiria isso.
— disse Fred. — Grifinória contra Sonserina, primeiro jogo da temporada, está lembrado?
- Esqueça isso e esqueça que você é o meu filho – ameaçou James.
Harry se encolheu.
Regulus se incomodou com a cena, mesmo sabendo que os dois estavam brincando só.
A única vez em que Harry e Draco tinham se enfrentado em uma partida de Quadribol, Draco decididamente tinha levado a pior.
- E em todas as outras depois – sorriu Jorge.
Sentindo-se um pouquinho mais animado, Harry se serviu de salsichas e tomates fritos.
- Eu amo tomates! – Dorcas falou feliz.
(N/Biaa: Alguém tinha que amar feito eu).
Hermione examinava seu novo horário.
- Pelo menos não era um livro – resmungou Rony e saiu de perto da namorada enquanto Hermione estreitava os olhos.
— Ah, que ótimo, estamos começando matérias novas hoje — comentou satisfeita.
- E isso é bom por que..? – Gina perguntou.
— Hermione — disse Rony, franzindo a testa ao olhar por cima do ombro da amiga — bagunçaram o seu horário. Veja só: dez aulas por dia.
Todos pararam e olharam para a morena incrédulos.
- É impossível isso – falou Frank.
- Eu sei – falou a morena simplesmente trocando olhares com Harry e Rony.
Não existe tempo para tudo isso.
— Eu me arranjo. Já combinei tudo com a Profª. Minerva.
- Hermione e Minnie não é uma combinação legal – falou Sirius.
— Mas olha aqui — continuou Rony, rindo-se —, está vendo hoje de manhã? Nove horas, Adivinhação. E embaixo, nove horas, Estudo dos Trouxas.
- Pra que estudo dos trouxas? – perguntou Dorcas – Você já conhece eles.
- Eu queria ver como o mundo mágico pensava sobre eles – explicou Hermione.
E — o menino se curvou para olhar o horário, mais de perto, incrédulo — olha, embaixo tem Aritmancia, nove horas. Quero dizer, eu sei que você é boa,
- Obrigada – Hermione beijou o namorado.
- Eu devia te elogiar mais – sorriu Rony.
- Devia sim.
Mione, mas ninguém é tão bom assim. Como é que você vai poder assistir a três aulas ao mesmo tempo?
- 20 minutos para cada aula – brincou Frank.
— Não seja bobo — disse Hermione com rispidez. — É claro que não vou assistir a três aulas ao mesmo tempo.
— Bom, então...
— Passe a geléia — pediu Hermione.
- Alguém está mudando de assunto.
- Eu só proibida de ter segredos? – resmungou Hermione.
- Já que você falou. Sim.
— Mas...
— Ah, Rony, é da sua conta se o meu horário ficou um pouco cheio demais?
- Eu só estava preocupado.
- Eu sei. Desculpa.
— perguntou a menina em tom zangado. — Já disse que combinei tudo com a Profª. Minerva.
- Isso não pode ser bom.
- O que você está querendo dizer com isso?
- Nada, Hermione... Nada.
- Sirius...
- Não me mate!
- Só dessa vez eu deixo passar.
Nesse instante Hagrid entrou no Salão Principal. Estava usando o casaco de pele de toupeira e distraidamente balançava um gambá na mão enorme.
- Hagrid devia trabalhar com moda.
— Tudo bem? — perguntou ele, ansioso, parando a caminho da mesa dos professores.
- Passa na cara que é chique.
— Vocês vão assistir à primeira aula da minha vida! Logo depois do almoço! Estou acordado desde as cinco horas aprontando tudo...
- Ele realmente está ansioso.
Espero que dê certo... Eu, professor... Sinceramente...
Exatamente o que eu penso, Regulus pensou acidamente.
E dando um grande sorriso para os garotos foi para sua mesa,
Lily sorriu.
ainda balançando o gambá.
O sorriso de Lily morreu.
— O que será que ele andou aprontando? — comentou Rony, com uma nota de ansiedade na voz.
- Eu me arrependo desse momento – confessou.
O salão começou a se esvaziar à medida que as pessoas saíam para a primeira aula. Rony verificou seu horário.
— É melhor irmos andando, olha, Adivinhação
Gemidos.
- Por que vocês escolheram isso? – perguntou Alice.
- Parecia ser o mais fácil – responderam Rony e Harry.
- Eu achei a ideia interessante, mas isso foi só até eu pisar na sala – resmungou Hermione.
é no alto da Torre Norte. Vamos levar uns dez minutos para chegar lá...
Os garotos terminaram o café, apressados, se despediram de Fred e Jorge,
- Que nem nos ajudaram – falaram Harry e Rony revoltados, agora que já sabiam do mapa.
- Desculpe – falou Fred nada arrependido.
e foram saindo para o saguão. Ao passarem pela mesa da Sonserina, Draco tornou a fazer a imitação do desmaio.
- Repetitivo já.
- É porque ele não tem criatividade, Lene.
- Verdade, Sirius
As gargalhadas acompanharam Harry até a entrada do saguão.
Ou até o resto da vida, pensou Harry ironicamente se lembrando do quinto ano.
A viagem pelo castelo até a Torre Norte era longa.
Frank levantou uma sobrancelha. Longo é ir de uma cidade para outra. Andar dentro de Hogwarts não era cansativo. É isso que dar se acostumar com o fácil.
Dois anos em Hogwarts não tinham ensinado aos meninos tudo sobre o lugar,
Os Marotos olharam decepcionados para Harry e Rony. Eles já sabiam de quase tudo de Hogwarts nessa época, e com certeza todas as salas de aulas (vazias ou não).
e nunca tinham ido à Torre Norte antes.
— Tem... Que... Ter... Um... Atalho — ofegava Rony ao subirem a sétima longa escada
- Sedentário – resmungou Gina.
- Eu era mesmo – Rony deu de ombros.
e chegarem a um patamar desconhecido, onde não havia nada exceto um grande quadro de um campo relvado pendurado na parede de pedra.
— Acho que é por aqui — disse Hermione,
- Então o Rony vai dizer que é do outro lado – falou Lyssi.
espiando o corredor vazio à direita.
- Adorável.
— Não pode ser — discordou Rony. — Aí é sul, olha, dá para, ver um pedacinho do lago pela janela...
Harry parou para examinar o quadro.
- O tédio estava no limite – comentou Remus.
Um gordo pônei cinza malhado pisou lentamente na relva e começou a pastar sem muito entusiasmo. Harry estava acostumado aos personagens dos quadros de Hogwarts andarem e até saírem pela moldura para visitar uns aos outros, mas sempre gostava de apreciar esse movimento.
Snape resmungou algo sobre o garoto ser muito desocupado.
No instante seguinte, um cavaleiro baixo e atarracado, vestindo armadura, entrou retinindo pelo quadro à procura do seu pônei.
- Procurando o meu pônei – falou Jorge, com voz de anunciador de filme.
Pelas manchas de grama nas joelheiras metálicas, ele acabara de cair do cavalo.
— Ah-ah! — berrou, vendo Harry, Rony e Hermione. — Quem são esses vilões que invadem as minhas terras!
- Estudantes?
Porventura vieram zombar da minha queda? Desembainhem as espadas, seus velhacos, seus cães!
- Mas o quê...?
Os meninos observaram, espantados,
- Uma reação normal uma vez na vida.
o cavaleiro nanico puxar a espada da bainha e começar a brandi-la com violência, saltando para aqui e para ali enraivecido. Mas a espada era demasiado comprida para ele; um golpe particularmente exagerado desequilibrou-o e ele caiu de cara na grama.
Sirius precisou controlar a crise de riso que ele teve.
— O senhor está bem? — perguntou Harry, aproximando-se do quadro.
— Afaste-se, fanfarrão desprezível! Para trás, patife!
O cavaleiro retomou a espada e usou-a para se reerguer, mas a lâmina penetrou fundo na terra e, embora ele a puxasse com toda a força, não conseguiu retirá-la.
- Bem feito.
Finalmente, teve que se largar outra vez no chão e levantar a viseira para enxugar o rosto coberto de suor.
- Molenga.
— Escuta aqui — disse Harry, se aproveitando da exaustão do cavaleiro —, estamos procurando a Torre Norte. O senhor conhece o caminho, não?
— Uma expedição! — A raiva do cavaleiro pareceu sumir instantaneamente.
- Louco.
Levantou-se retinindo a armadura e gritou: — Sigam-me, caros amigos, alcançaremos o nosso objetivo ou pereceremos corajosamente na peleja!
Regulus revirou os olhos. Será que Harry não conseguia nem chegar a uma sala de um jeito normal? Não, claro que não, isso seria pedir demais.
Ele deu mais um puxão inútil na espada, tentou, mas não conseguiu montar o gordo pônei e gritou:
— A pé, então, dignos senhores e gentil senhora! Avante! Avante!
E saiu correndo, a armadura fazendo grande estrépito, passou pelo lado esquerdo da moldura e desapareceu de vista.
Snape quase suspirou aliviado. Ele não queria ler sobre pessoas doidas. Já bastavam as que estavam na sala.
Os garotos se precipitaram atrás dele pelo corredor,
- Vocês seguiram mesmo ele? – choramingou Lily. Seu filho era estanho.
- Era a única opção.
seguindo o barulho da armadura. De vez em quando o avistavam passando para o quadro seguinte.
— Sejam fortes, o pior ainda está por vir! — berrou o cavaleiro e os três o viram reaparecer diante de um grupo assustado de mulheres vestindo anáguas de crinolina, cujo quadro fora pendurado na parede de uma estreita escada circular.
- Coitadas.
Ofegando ruidosamente, Harry, Rony e Hermione subiram os estreitos degraus em caracol, sentindo-se cada vez mais tontos,
- Vocês eram realmente muito sedentários – observou Josh.
até que finalmente ouviram o murmúrio de vozes no alto e perceberam que tinham chegado à sala de aula.
— Adeus! — gritou o cavaleiro, enfiando de repente a cabeça no quadro de uns monges de aspecto sinistro. — Adeus, meus camaradas de armas!
- Mas nenhum deles tinha uma arma – protestou Dorcas.
Se um dia precisarem de um coração nobre e fibra de aço, chamem Sir Cadogan!
- Acho que vocês fizeram um amigo – riu Gina.
- Até eles que Murta – comentou Harry e Gina fechou a cara se lembrando do quanto a outra era descarada, dando em cima do seu Harry.
Harry riu da cara da ruiva e a beijou.
— Ah, sim, chamaremos — murmurou Rony quando o cavaleiro foi sumindo de vista —, mas se um dia precisarmos de um maluco.
Ou vocês podem me chamar, Sirius pensou sombriamente. Ele nunca mais poderia esquecer o fato que tinha ido para a prisão.
Os garotos subiram os últimos degraus e chegaram a um minúsculo patamar, onde a maioria dos colegas já estava reunida.
- Turma lerda a de vocês, para não tá todo mundo – James comentou.
Alice o olhou incrédula.
- O que foi?
- Eu nunca vi vocês chegarem cedo em qualquer aula – falou Alice.
- Isso é estranho, porque eles sempre chegam cedo nas aulas que eu vou – comentou Frank.
Os Marotos começaram a pensar.
- Ah, só dividimos aulas inúteis com você – Sirius concluiu – Então, nos atrasamos de propósito.
Não havia portas no patamar, mas Rony cutucou Harry indicando-lhe o teto, onde havia um alçapão circular com uma placa de latão.
- Bem observado – apontou Harry.
Rony sorriu orgulhoso.
— Sibila Trelawney, Professora de Adivinhação — leu Harry. — E como é que esperam que a gente chegue lá em cima?
Como se respondesse à sua pergunta,
- Eu acho que ela espera até um aluno perguntar – resmungou Hermione.
o alçapão se abriu inesperadamente e uma escada prateada desceu aos seus pés. Todos se calaram.
Harry, Rony, Hermione, Fred, Jorge, Gina e Neville reviraram os olhos.
— Primeiro você — disse Rony sorrindo,
- Amizade é uma coisa tão linda – o moreno ironizou.
e Harry subiu a escada. Chegou à sala de aula mais esquisita que já vira.
- E isso é alguma coisa.
Na realidade, sequer parecia uma sala de aula, e, sim, um cruzamento de sótão com salão de chá antigo.
A sala explodiu em risadas.
- É uma boa definição, Harry.
Havia, no mínimo, vinte mesinhas circulares juntas ali, rodeadas por cadeiras forradas de chintz e pequenos pufes estufados. O ambiente era iluminado por uma fraca luz avermelhada; as cortinas das janelas estavam fechadas e os vários abajures, cobertos com xales vermelho-escuros.
- Se a aula fosse tão preparada quanto a arrumação da sala – resmungou Hermoine.
O calor sufocava e a lareira acesa sob um console cheio de objetos desprendia um perfume denso, enjoativo e doce ao aquecer uma grande chaleira de cobre.
- Eu fico enjoada só de lembrar – falou Hermione.
As prateleiras em torno das paredes circulares estavam cheias de penas empoeiradas, tocos de velas, baralhos de cartas em tiras, incontáveis bolas de cristal e uma imensa coleção de xícaras de chá.
Gina revirou os olhos. Assim como os trouxas não acreditavam em magia, ela não acreditava em Adivinhação.
Rony espiou por cima do ombro de Harry enquanto os colegas se reuniam à volta deles, todos falando aos cochichos.
- Povo fofoqueiro.
— E onde está a professora? — perguntou Rony.
- Rony, nunca se pergunta isso. Você só agradece que ela ou ele não está – gemeu Sirius.
Uma voz saiu subitamente das sombras, uma voz suave, meio etérea.
— Sejam bem-vindos. Que bom ver vocês no mundo físico, finalmente.
- Até parece que ela nunca viu vocês – Lene revirou os olhos – Ela mora em Hogwarts.
A impressão imediata de Harry foi a de estar vendo um enorme inseto cintilante.
- Ela passa essa impressão – Rony deu de ombros.
A Profª. Sibila Trelawney saiu das sombras e, à luz da lareira, os garotos viram que era muito magra; uns óculos imensos aumentavam seus olhos várias vezes, e ela vestia um xale diáfano, salpicado de lantejoulas.
- Linda. Só que não.
Em volta do pescoço fino, usava inúmeras correntes e colares de contas, e seus braços e mãos estavam cobertos de pulseiras e anéis.
— Sentem-se, crianças, sentem-se
- Quero ver me obrigar.
— disse, e todos subiram desajeitados nas cadeiras ou se afundaram nos pufes.
- É ótimo para dormir – falou Jorge, seriamente.
Harry, Rony e Hermione se sentaram a uma mesa redonda.
- Sem graça.
— Bem-vindos à aula de Adivinhação — disse a professora, que se acomodara em uma bergêre diante da lareira. — Sou a Profª. Sibila Trelawney. Talvez vocês nunca tenham me visto antes,
- O que é bem estranho, porque já é o terceiro ano deles em Hogwarts – falou Frank.
- Acho que ela quer dizer que ninguém prestou atenção a ela. Nunca.
acho que me misturar com frequência à roda-viva da escola principal anuvia minha visão interior.
- Ou seja, você é antissocial.
Ninguém fez nenhum comentário a tão extraordinária declaração.
- Que bom que não tivemos o mesmo problema aqui.
A professora rearrumou delicadamente o xale e continuou:
— Então vocês optaram por estudar Adivinhação, a mais difícil das artes mágicas.
- Pelo contrário, mais da metade da turma escolheu essa matéria só porque era fácil – contradisse Harry. Ele realmente não gostava de Trelawney.
Devo alertá-los logo de início que se não possuírem clarividência, terei muito pouco a ensinar a vocês.
- Ou qualquer um.
Os livros só podem levá-los até certo ponto neste campo...
Lily olhou chocada para o livro.
- Ou a ponto nenhum – resmungou Rony.
Ao ouvirem isso, Harry e Rony olharam, sorrindo, para Hermione, que pareceu assustada com a notícia de que os livros não ajudariam nessa matéria.
- Eu estava assustada – confirmou Hermione. A única coisa certeza na vida dela eram os livros. Muito antes de ter amigos, ela já os tinha. E de repente ouvir que não é possível aprender tudo em um livro... foi chocante.
— Muitos bruxos e bruxas, embora talentosos para ruídos, cheiros e desaparecimentos instantâneos, permanecem, ainda assim, incapazes de penetrar nos mistérios do futuro.
- Ninguém consegue prever o futuro – falou Gina firmemente.
Mas mesmo assim fazem profecias, pensou Harry, amargamente.
A Profª. Sibila continuou a falar, seus enormes olhos brilhantes iam de um rosto nervoso a outro.
— É um dom concedido a poucos. Você, menino — disse ela de repente a Neville, que quase caiu do pufe.
- Ela me assustou – ele se defendeu enquanto a sala ria.
— Sua avó vai bem?
- Isso não é da sua conta – falaram Alice e Frank juntos. Não gostavam da ideia de sair falando da saúde da família assim.
— Acho que vai — respondeu Neville trêmulo.
— Eu não teria tanta certeza se fosse você, querido
Alice estreitou os olhos. Essa vaca não ia deixar o seu filho preocupado.
— disse a professora, enquanto a luz das chamas fazia faiscarem seus longos brincos de esmeraldas.
Neville engoliu em seco. Sibila continuou tranquilamente.
- Vaca.
— Vamos cobrir os métodos básicos de adivinhação este ano. O primeiro trimestre letivo será dedicado à leitura das folhas de chá. No próximo, abordaremos a quiromancia.
- Não sei qual foi pior – analisou Harry – Nos dois era para ter eu morrido logo – Harry revirou os olhos e o povo 1997 também.
A propósito, minha querida — disparou ela de repente para Parvati Patil —, tenha cuidado com um homem de cabelos ruivos.
- Weasley – James falou falsamente acusador.
Parvati lançou um olhar assustado a Rony, que se sentara logo atrás dela, e puxou a cadeira devagarinho para longe dele.
- Que pessoa madura – ironizou Alex.
— No segundo trimestre — continuou a professora — vamos estudar a bola de cristal, isto é, se conseguirmos terminar os presságios do fogo.
- Isso é um monte de coisa inútil – resumiu Fred.
Infelizmente, as aulas serão perturbadas em fevereiro por uma forte epidemia de gripe. Eu própria vou perder a voz.
- Já procurando desculpa para faltar?
E, na altura da Páscoa, alguém aqui vai deixar o nosso convívio para sempre.
- Isso que é uma aula feliz – ironizou Regulus.
- Eu me acostumei com as previsões dela de morte – falou Harry.
- Você precisou se acostumar...
Lily estreitou os olhos. Ela não estava gostando dessa conversa.
Seguiu-se um silêncio muito tenso a essa predição, mas a Profª. Sibila pareceu não tomar conhecimento.
- Ela sabe, ela só gosta disso – Neville revirou os olhos.
— Será, querida — dirigiu-se ela a Lilá Brown, que estava mais próxima e se encolheu na cadeira
- Uma boa reação – Snape riu.
—, que você poderia me passar o bule de prata maior?
- Não.
Lilá, com um ar de alívio, se levantou, apanhou um enorme bule na prateleira e pousou-o na mesa diante da mestra.
— Obrigada, querida. A propósito, essa coisa que você receia vai acontecer na sexta-feira, dezesseis de outubro.
- Adoro como ela foi especifica – sentiam a ironia de Lene.
Lilá estremeceu.
— Agora quero que vocês formem pares.
- E se eu quiser fazer trio?
- Sirius, cala a boca. Ninguém se importa.
- Doeu, veado.
- É cervo.
Harry riu amplamente com a discussão dos dois e por sua vez Lily sorriu por causa de Harry, o que fez Snape sorrir.
Apanhem uma xícara de chá na prateleira e tragam-na aqui para eu encher. Depois se sentem e bebam, bebam até restar somente a borra.
- E se a pessoa for alérgica?
- Lene, você está passando muito tempo com Sirius.
- Obrigada, Dorcas.
- Não foi um elogio.
- Eu sei.
- Ei, passar muito tempo comigo é um elogio! – reclamou Sirius.
- Ou não – resmungou Remus.
- Eu vou me lembrar disso, Remus – Sirius falou vingativamente.
Sacudam a xícara três vezes com a mão esquerda, depois virem-na, de borda para baixo, no pires, esperem até cair a última gota de chá e entreguem-na ao seu par para ele a ler.
- E como eles vão saber "ler"? – Lily perguntou cética. Ela não acreditava em Adivinhação. Para ela, tudo tinha um limite e o limite dela era essa o tempo presente e passado.
Vocês vão interpretar os desenhos formados, comparando-os com os das páginas cinco e seis de Esclarecendo o futuro. Vou andar pela sala para ajudar e ensinar a cada par.
- Impressionante vai ser se ninguém dormir nessa aula – Alex bocejou – Estou com sono só de imaginar.
Lene riu.
Ah, e querido — ela segurou o braço de Neville quando ele fez menção de se levantar —,
Frank olhou ameaçadoramente para o livro.
- Tudo bem, pai – Neville o tranquilizou.
depois que você quebrar a primeira xícara, por favor, escolha uma com desenhos azuis, gosto muito das de desenhos rosa.
- Partiu quebrar a rosa.
Não deu outra, Neville mal chegara à prateleira de xícaras quando se ouviu um tilintar de porcelana que se quebrava.
- Eu fiquei nervosa porque ela falou que eu ia quebrar – se defendeu.
A professora deslizou até ele levando uma pá e uma escova e disse:
— Uma das azuis, então, querido, se não se importa... Obrigada...
Depois que Harry e Rony levaram as xícaras para encher, voltaram à mesa e tentaram beber rapidamente o chá pelando.
- Foi a única vez que fizemos alguma coisa na aula dela– falou Rony pensativamente.
Sacudiram a borra conforme a professora mandara, depois viraram as xícaras e as trocaram entre si.
— Certo — disse Rony depois de abrirem os livros nas páginas cinco e seis. — Que é que você vê na minha?
— Um monte de borra marrom — disse Harry.
- Eu tenho o dom – brincou.
A fumaça intensamente perfumada da sala o estava deixando sonolento e burro.
- Não mais do que já é – brincou James e levantou um tapa de Lily.
- Não chame o meu filho de burro.
- O nosso filho – corrigiu.
Lily não conteve o sorriso. Era muito bom ouvir isso. Nosso filho.
- Como uma fumaça deixa uma pessoa burra? – questionou Dorcas.
— Abram suas mentes, meus queridos, e deixem os olhos verem além do que é mundano!
- Para mim, isso foi descobrir que eu era bruxo – resmungou Harry.
— gritou a Profª. Sibila na penumbra.
Harry tentou se controlar.
- Mereço um prêmio só pro tentar.
— Certo, você tem uma espécie de cruz torta... — Ele consultou o livro Esclarecendo o Futuro. — Isto significa que você vai ter sofrimentos e provações...
- Que novidade.
Sinto muito... Mas tem uma coisa que podia ser o sol... Espere ai... Que significa "grande felicidade"... Então você vai sofrer, mas vai ser muito feliz...
- Isso era para me animar? – Rony riu.
- Eu tentei, cara – Harry deu de ombros.
— Você precisa mandar examinar a sua visão interior — disse Rony,
- Foi uma das frases mais estranhas da minha vida – Rony murmurou.
e os dois precisaram sufocar o riso quando a professora olhou na direção deles.
- Quem liga para ela? – James perguntou.
— Minha vez... — Rony examinou a xícara de Harry, a testa franzida com o esforço. — Tem uma pelota que lembra um pouco um chapéu-coco. Vai ver você vai trabalhar no Ministério da Magia...
A sala riu.
- Não, eu passo, obrigado.
Rony girou a xícara para cima.
— Mas desse outro lado as folhas parecem mais uma bolota de carvalho... Que será isso? — O garoto consultou seu exemplar de Esclarecendo o Futuro.
— Uma sorte inesperada, ganhos de ouro. Que ótimo, você pode me emprestar algum...
Rony corou, sentindo os olhares dos irmãos sobre si.
Harry voltou a ler rapidamente.
E tem outra coisa aqui — ele tornou a girar a xícara — que parece um animal... É, se isso fosse a cabeça... Podia parecer um hipopótamo... Não, um carneiro...
- Como assim você confunde um hipopótamo com um carneiro? – Dorcas perguntou para Rony que deu de ombros.
- Sou muito talentoso.
- Hermione é quem sabe disso – Sirius falou levantando uma sobrancelha.
- Tá bom, Sirius, limites, limites – falou Lene, perturbada – E olha que sou eu quem está falando.
A Profª. Sibila se virou quando Harry deixou escapar um ronco de riso.
- Ronco de riso? – Fred fez uma careta. Essa era nova.
- Me deixem em paz – murmurou o moreno emburrado.
- Eu já teria dormido há muito tempo no seu lugar – comentou Alex.
— Deixe-me ver isso, querido — disse ela em tom de censura a Rony,
- Eu não tinha feito nada – Rony reclamou – Harry faz merda e eu levo a culpa.
- Eu estava rindo do que você disse – se defendeu Harry.
aproximando-se num ímpeto e tirando a xícara de Harry da mão do colega. Todos se calaram para observar.
- Pensam que eu não sei que é só para fofocar depois? – Lene falou desconfiada.
A professora examinou a xícara, e girou-a no sentido anti-horário.
— O falcão... Meu querido, você tem um inimigo mortal.
- É uma revelação chocante. Ninguém sabia sobre Harry e Voldemort – Lyssi revirou os olhos.
— Mas todos sabem disso — comentou Hermione
Lyssi sorriu para Hermione que sorriu de volta para ela.
num cochicho audível.
- Foi sem querer - falou Hermione, mas ela não convenceu ninguém.
A professora encarou-a. — Verdade, todos sabem — repetiu a garota. — Todos sabem da inimizade entre Harry e Você-Sabe-Quem.
Harry e Rony a olharam com uma mescla de surpresa e admiração. Nunca tinham ouvido Hermione falar com uma professora daquele jeito.
- É porque eu não a considero uma professora – Hermione falou com o ódio de uma adolescente comum.
As pessoas se surpreenderam. Ás vezes, se esqueciam que Harry, Hermione, Rony, Neville e Gina eram só adolescentes. Eles não agiam assim normalmente. Principalmente Harry, Rony e Hermione.
Onde eles estariam se não fosse a guerra?
Estudando?
Sibila preferiu não responder.
- Ou ela não conseguiu achar uma resposta a altura– sugeriu Remus, desafiadoramente.
Tornou a abaixar seus enormes olhos para a xícara de Harry e continuou a girá-la.
— O bastão... Um ataque. Ai, ai, ai, não é uma xícara feliz...
— Achei que isso era um chapéu-coco — disse Rony sem graça.
Dorcas encarou Rony.
- Você é ruim mesmo.
- Obrigado.
— O crânio... Perigo em seu caminho, querido...
Todos observavam, hipnotizados, a professora, que deu um último giro na xícara, ofegou e soltou um berro.
- Ela vai pagar o meu tratamento de surdez – resmungou Harry.
Ouviu-se uma nova onda de porcelanas que se partiam tilintando; Neville destruíra sua segunda xícara.
Neville corou.
- Culpado.
A professora afundou em uma cadeira vazia, a mão faiscante de anéis ao peito e os olhos fechados.
— Meu pobre garoto... Meu pobre garoto querido... Não... É mais caridoso não dizer...
- Se é mais caridoso não dizer – começou Regulus sarcasticamente – Por que você está fazendo esse show?
Não... Não me pergunte...
— Que foi professora? — perguntou Dino Thomas na mesma hora.
- Esse povo sem salvação – James balançou a cabeça, fingindo desapontamento.
Todos tinham se levantado e aos poucos se amontoaram em torno da mesa de Harry e Rony, aproximando-se da cadeira de Sibila para dar uma boa olhada na xícara de Harry.
- Meu Deus, o povo daí é muito fofoqueiro mesmo, não? – exclamou Alice.
— Meu querido — os olhos da professora se abriram teatralmente —, você tem o Sinistro.
Frank e Regulus meramente reviraram os olhos. Se eles acreditassem nisso, eles estariam preocupados, mas não compravam o ramo de Adivinhação.
Ninguém reagiu, porque ninguém acreditava nessas besteiras, principalmente com uma professora tão estranha assim.
— O quê? — perguntou Harry.
Ele percebeu que não era o único que não entendera;
- O que é uma grande mudança.
- Vá se ferrar, Sirius.
- Que carinho, Harry.
Dino Thomas sacudiu os ombros para ele
- Ele é nascido trouxa? – perguntou Snape, meramente curioso, mas James estreitou os olhos para ele, o acusando silenciosamente.
Harry quase revirou os olhos para o pai.
- Por parte de mãe – respondeu.
- E o pai? – questionou Sirius.
- Não sabemos – respondeu Rony.
e Lilá Brown fez cara de intrigada, mas quase todos os outros levaram a mão à boca horrorizados.
- Desculpa Harry - falou Rony.
- Tudo bem.
— O Sinistro, meu querido, o Sinistro! — exclamou a professora, que parecia chocada com o fato de Harry não ter entendido.
- Como se eu fosse obrigado a saber essas mer...
- HARRY JAMES POTTER!
-... Meras informações, mãe.
— O cão gigantesco e espectral que assombra os cemitérios! Meu querido menino, é um mau agouro, o pior de todos, agouro de morte!
- O impressionante seria se fosse só um – falou Gina, revirando os olhos.
Harry sentiu o estômago afundar. O cão na capa do livro Presságios de Morte na Floreios e Borrões — o cão nas sombras da rua Magnólia...
- Não me confunda com o Sinistro! – Sirius exclamou irritado. Era só o que faltava agora, ele ser um presságio de morte para seu afilhado.
Lilá Brown levou as mãos à boca também. Todos tinham os olhos fixos em Harry, todos exceto Hermione, que se levantara e procurava chegar às costas da cadeira da professora.
— Eu não acho que isso pareça um Sinistro — disse com firmeza.
Harry sorriu para a amiga, agora sabendo o que significava para ela ter se reclamado com um professor por ele.
- Obrigado, Hermione. De verdade.
- Não foi nada, Harry – falou ela sinceramente e acrescentou – Além do mais, eu não aguentava mais ouvir aquela mulher falando.
A Profª. Sibila mirou a menina atentamente e com crescente desagrado.
— Desculpe-me dizer isso, minha querida, mas não percebo muita aura ao seu redor.
- Agora ela lê auras – Alex balançou a cabeça, sarcástico.
Pouquíssima receptividade às ressonâncias do futuro.
Simas Finnegan inclinou a cabeça de um lado para o outro.
— Parece um Sinistro se a gente fizer assim — disse com os olhos quase fechados —, mas parece muito mais um burro quando a gente olha de outro ângulo
A sala riu.
- Um burro?
- Cada um com a sua visão – falou Josh, alegremente.
— disse ele, inclinando-se para a esquerda.
— Quando vão terminar de resolver se eu vou morrer ou não?
Regulus não se segurou. Começou a ter uma crise de riso, o que assustou todo mundo, menos Sirius. Ninguém fora ele, tinha visto Regulus tão livre. Ele ficava muito diferente assim.
Harry sorriu em ver o amigo assim. Ele se preocupava com Regulus. Ele sabia que o outro sofria uma pressão enorme pela família e não tinha motivos tão fortes como Sirius para lutar contra isso e mesmo assim ele estava tentando.
— perguntou Harry, surpreendendo até a si mesmo. Agora parecia que ninguém queria olhar para ele.
- Calma, eles tinham acabado de receber a noticia que alguém da sala deles ia morrer – falou Lyssi.
- E eu tinha acabado de receber a notícia que ia morrer.
Silêncio.
- É, você ganhou.
— Acho que vamos encerrar a aula por hoje — disse a professora no tom mais etéreo possível. — E... Por favor, guardem suas coisas...
- Não, vou deixar aí de presente para você.
Em silêncio a classe devolveu as xícaras à professora, guardou os livros e fechou as mochilas. Até mesmo Rony evitava o olhar de Harry.
Rony corou.
Ele se envergonhava de algumas coisas, como essa e a briga do quarto ano, e se pudesse fazer diferente, teria feito. Mas não podia.
- Harry, eu...
- Eu sei – cortou Harry. Ele sabia o que Rony falava, assim como sabia os costumes de Rony. Eles eram amigos e o nível deles de amizades, não era preciso mais pedir desculpas. Ele sabia o quanto amigo se sentia mal por algumas coisas que fizera.
Então, ele simplesmente sorriu para Rony, que sorriu de volta. E os dois souberam que estava tudo bem.
— Até que tornemos a nos encontrar — disse Sibila com uma voz fraca — que a sorte lhes seja favorável.
- E depois disso a pessoa que se lasque – sugeriu Sirius.
Ah, e querido — disse apontando para Neville
- Lá vem merda.
—, você vai se atrasar da próxima vez, portanto trate de trabalhar muito para recuperar o tempo perdido.
- Mas isso nem aconteceu ainda – protestou Gina.
Harry, Rony e Hermione desceram a escada da Profª. Sibila e a escada em caracol em silêncio, e seguiram para a aula de Transformação, da Profª. Minerva.
- Aulas um pouco diferente – ironizou Sirius.
Levaram tanto tempo para encontrar a sala de aula que, por mais cedo que tivessem saído da aula de Adivinhação, acabaram chegando em cima da hora.
James olhou desapontado para o filho.
Harry escolheu um lugar no fundo da sala,
Pelo menos agora Harry escolheu o lugar certo, pensou James.
sentindo-se como se estivesse sentado sob um holofote;
- Nenhuma novidade nisso – Neville comentou.
o resto da classe não parou de lhe lançar olhares furtivos, como se ele estivesse prestes a cair morto a qualquer momento.
Lily revirou os olhos irritados.
- Eu realmente não quero ser você – comentou Lene.
- Não queira.
Ele mal conseguiu ouvir o que a professora dizia sobre Animagos
- Esse é um assunto interessante – Sirius, Remus e James trocaram olhares. (bruxos que podiam se transformar à vontade em animais),
- Sabemos – riu James.
- Eu sei – Harry falou.
- Sabe...?
- Sim – respondeu sorrindo amplamente.
- Quando...?
- Terceiro ano – foi a única coisa que Harry disse.
e sequer estava olhando quando ela própria se transformou, diante dos olhos deles, em um gato malhado com marcas de óculos em torno dos olhos.
- Você perdeu a melhor parte – Alice reclamou infantilmente.
- Foi mal.
— Francamente, o que foi que aconteceu com os senhores hoje?
- Adivinhação aconteceu
— perguntou a Profª. Minerva, voltando a ser ela mesma, com um estalinho, e encarando a classe toda. — Não que faça diferença, mas é a primeira vez que a minha transformação não arranca aplausos de uma turma.
- Minnie ficou chateada – falou Sirius – Coitada dela, vocês deviam a valorizar – comentou.
Todas as cabeças tornaram a se virar para Harry,
- Discretos.
mas ninguém falou.
- Ninguém serve nem pra isso? – resmungou Regulus.
Então Hermione ergueu a mão.
— Com licença, professora, acabamos de ter a nossa primeira aula de Adivinhação, estivemos lendo folhas de chá e...
- Parece que eu vou morrer – completou Harry levemente. Ele não se importava com as predições daquela louca, e na realidade, ficava triste que tinha levado isso a sério antes.
- Ninguém mata o meu filho – falou Lily e depois acrescentou pensativa – A não ser eu.
A sala explodiu em risadas.
- Poxa, valeu, mãe.
- De nada, Harry.
— Ah, naturalmente — comentou Minerva, fechando a cara de repente.
- Minnie não gosta dela – comentou Remus alegremente.
— Não precisa me dizer mais nada, Srta. Granger. Me diga qual dos senhores vai morrer este ano?
Todos olharam para ela.
- Pelo menos não foi para mim dessa vez – falou Harry.
- Preferia quando era você – falou Hermione.
— Eu — disse, por fim, Harry.
— Entendo — disse a Profª. Minerva, fixando em Harry seus olhos de contas. — Então, Potter, é melhor saber que Sibila Trelawney tem predito a morte de um aluno por ano desde que chegou a esta escola.
- E ninguém faz nada para impedir? – perguntou Frank.
- A qualidade dos professores caiu – concordou Regulus.
Harry não podia discordar. Não quando estavam falando de Trelawney.
Nenhum deles morreu ainda. Ver agouros de morte é a maneira com que ela gosta de dar boas-vindas a uma nova classe.
- Isso é meio sinistro – comentou Josh.
Não fosse o fato de que nunca falo mal dos meus colegas...
- Ou seja, ela quer muito falar mal de Trelawney.
A professora se calou, mas todos viram que suas narinas tinham embranquecido de cólera.
- Ela realmente odeia essa mulher – falou Alex surpreso com o descontrole da professora.
Ela continuou, mais calma:
— A Adivinhação é um dos ramos mais imprecisos da magia.
- Então por que ele existe em uma escola?
Não vou ocultar dos senhores que tenho muito pouca paciência com esse assunto.
- O que é uma coisa bem rara.
Os verdadeiros videntes são muito raros e a Profª. Trelawney...
Ela parou uma segunda vez,
- Ela ia dizer que Trelawney não era uma delas.
e em seguida disse, num tom despido de emoção:
— Para mim o senhor parece estar gozando de excelente saúde, Potter, por isso me desculpe, mas não vou dispensá-lo do dever de casa, hoje.
- Ah – Sirius fez um biquinho.
- Nada bom acontece, nunca – reclamou Harry.
Mas fique descansado, se o senhor morrer, não precisa entregá-lo.
- Foi um alívio muito grande – Harry brincou.
Hermione riu com gosto. Harry se sentiu um pouco melhor.
Hermione e Rony sorriram.
Era mais difícil sentir medo de folhas de chá longe daquela sala fracamente iluminada por luzes vermelhas,
- Que só servem para isso.
que recendia ao perfume atordoante da Profª. Sibila. Ainda assim, nem todos ficaram convencidos. Rony continuava com a expressão preocupada
Os Weasleys começaram a zoar o irmão, que corou.
e Lilá cochichou:
— E a xícara de Neville?
- Ninguém precisa ser um gênio para ver que eu tenho facilidade de quebrar coisas – Neville corou.
Quando a aula de Transformação terminou, eles se reuniram ao resto dos alunos que atroavam a escola em direção ao Salão Principal para almoçar.
- Finalmente algo normal! – sorriu Lyssi.
— Anime-se, Rony — falou Hermione, empurrando uma travessa de ensopado para o amigo. — Você ouviu o que a Profª. Minerva disse.
Rony se serviu do ensopado e apanhou o garfo, mas não começou a comer.
- Ok, essa foi a frase mais estranha da minha vida – Gina falou dramaticamente.
- Eu não como tanto assim – protestou Rony.
- Não, come mais – Hermione revirou os olhos.
— Harry — perguntou ele, em tom baixo, com ar sério —, você não viu um canzarrão preto em algum lugar, viu?
Voltamos a falar de mim, pensou Sirius.
— Vi, sim. Na noite em que saí da casa dos Dursley.
Rony deixou o garfo cair com estrépito.
- Que teatral.
— Provavelmente um cão sem dono
- Outch! – reclamou Sirius e James e Remus riram.
— comentou Hermione calmamente.
O garoto olhou para Hermione como se ela tivesse enlouquecido.
- Quem tinha enlouquecido era eu – se corrigiu rapidamente e olhou para a morena que estava inesperadamente calma.
- Eu sei – concordou.
— Mione, se Harry viu um Sinistro, isso é... É ruim. Meu tio Abílio viu um e... E morreu vinte e quatro horas depois!
- Está dizendo que ele só tinha 24 horas de vida? Porque aparentemente ele durou mais um pouco – zombou Alex.
— Coincidência — replicou Hermione dignamente, servindo-se de suco de abóbora.
— Você não sabe o que está falando! — disse Rony, começando a se zangar. — Os Sinistros deixam a maioria dos bruxos mortos de medo!
- E crianças acreditam que papai Noel existe – zombou Josh.
— Então é isso — retrucou a garota em tom superior. — Eles vêem o Sinistro e morrem de medo.
- Na cara – falou Lene.
- Já desisti de tentar vencer Hermione em uma discussão.
O Sinistro não é um agouro, é a causa da morte! E Harry continua conosco porque não é burro de ver um Sinistro e pensar: "Certo, muito bem, então é melhor eu bater as botas"!
- Obrigado... eu acho – comentou Harry.
Rony fez protestos para Hermione, que abriu a mochila, tirou o novo livro de Aritmancia e apoiou-o na jarra de suco.
- Até na hora de comer? Isso não é saudável – Josh franziu a testa.
- Eu gosto de ler. Me deixa.
— Acho que Adivinhação é uma coisa meio confusa — disse, procurando a página que queria. — É muita adivinhação, se querem saber a minha opinião.
- Essa frase foi complexa.
— Não houve nada confuso com o Sinistro naquela xícara! — retrucou Rony acaloradamente.
- Pra cima da gente com essa?
— Você não me pareceu tão confiante quando disse ao Harry que era um carneiro — respondeu a menina sem se alterar.
A sala riu.
- Briga errada, Rony. Briga errada – falou James solidário.
— A Profª. Sibila disse que você não tinha a aura necessária! Você não gosta é de ser ruim em uma matéria para variar!
Silêncio tenso na sala e Harry se esforçou para ler mais rápido.
Ele acabara de tocar num ponto sensível.
- Não foi seu melhor momento – concordou Frank hesitante.
Hermione bateu com o livro de Aritmancia na mesa com tanta força que voaram pedacinhos de carne e cenoura para todo lado.
- Revolta.
— Se ser boa em Adivinhação é ter que fingir que estou vendo agouros de morte em borras de folhas de chá, não tenho certeza se quero continuar a estudar essa matéria por muito mais tempo!
- Largar Adivinhação foi a melhor decisão da minha vida – comentou Hermione.
- Você largou? – Remus estava chocado.
- Sim – Harry sorriu se lembrando do dia.
- Parabéns, estou impressionado – falou Sirius.
Aquela aula foi uma idiotice completa se comparada à minha aula de Aritmancia!
- Mas foi mesmo.
— E, agarrando a mochila, a menina se retirou.
Rony franziu a testa acompanhando com os olhos a amiga se afastando.
— Do que é que ela estava falando? — perguntou a Harry. — Ela ainda não assistiu a nenhuma aula de Aritmancia.
- Será? – Hermione falou misteriosamente. Mas ela ficou surpresa de Rony ter percebido isso.
Harry ficou contente de sair do castelo depois do almoço. A chuva do dia anterior parara; o céu estava claro, cinza-pálido e a grama parecia elástica e úmida
- Resumindo, não está um dia muito bom – Regulus fez uma careta. Saudades das visitas que ele fez a países tropicais. O céu era lindo.
sob os pés quando os garotos rumaram para a primeiríssima aula de Trato das Criaturas Mágicas.
Rony e Hermione não estavam se falando.
- Que novidade.
Harry caminhava ao lado dos dois em silêncio enquanto desciam os gramados em direção à cabana de Hagrid, na orla da Floresta Proibida.
- A aula em um lugar proibido. Isso não tem sentido – comentou Frank.
Somente quando identificaram três costas muito conhecidas à frente é que se deram conta de que iriam compartilhar as aulas com os alunos da Sonserina.
- E começou os comentários contra a Sonserina – falou Snape azedamente.
Draco, falava animadamente com Crabbe e Goyle, que riam com gosto. Harry tinha quase certeza de qual era o assunto da conversa.
- Harry, o vidente.
Hagrid já estava à espera dos alunos à porta da cabana. Vestia o casaco de pele de toupeira, com Canino, o cão de caçar javalis, nos calcanhares, e parecia impaciente para começar.
- O que é estranho, considerando que ele levou anos para chegar ai – falou Dorcas.
- Mas era a primeira classe dele.
— Vamos, andem depressa! — falou quando os alunos se aproximaram. — Tenho uma coisa ótima para vocês hoje! Vai ser uma grande aula! Estão todos aqui? Certo, então me acompanhem!
Por um momento de apreensão, Harry pensou que Hagrid os levaria para a Floresta Proibida; o menino já tivera suficientes experiências desagradáveis ali para a vida inteira.
- Nem me fale – Lily resmungou. Ela não podia ter um filho normal, não? Tinha que ser mãe de Harry Me Meto em Problemas Mais do Que Respiro Potter?
No entanto, o guarda-caça contornou a orla das árvores e cinco minutos depois eles estavam diante de uma espécie de picadeiro.
- Que alívio.
Não havia nada ali.
- Interessante.
— Todos se agrupem em volta dessa cerca! — mandou ele. — Isso... Procurem garantir uma boa visibilidade... Agora, a primeira coisa que vão precisar fazer é abrir os livros...
- Aqueles livros? – Alice arregalou os olhos, se lembrando dos capítulos anteriores.
— Como? — perguntou a voz fria e arrastada de Draco Malfoy.
- Harry, você ama descrever a voz de Draco, não é? – Gina perguntou.
- Eu não escrevi isso – Harry deu de ombros.
— Que foi? — perguntou Hagrid.
— Como é que vamos abrir os livros? — repetiu o menino.
- Essa é uma pergunta boa – admitiu Regulus
Ele retirou da mochila seu exemplar de O Livro Monstruoso dos Monstros, amarrado com um pedaço de corda.
- Eu achava que ele nem abria o material escolar – comentou Rony.
Outros alunos fizeram o mesmo, alguns, como Harry, tinham fechado o livro com um cinto; outros os tinham enfiado em sacos justos ou fechado os livros com grampos.
- Cada um com seu jeito de não morrer.
— Será... Será que ninguém conseguiu abrir o livro? — perguntou Hagrid, com ar de desapontamento.
Todos os alunos sacudiram negativamente as cabeças.
— Vocês têm que fazer carinho neles
- Mas o quê...?
- E como eles iam advinhar?
— falou o novo professor, como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo. — Olhem aqui...
Ele apanhou o livro de Hermione e rasgou a fita adesiva que o prendia. O livro tentou morder, mas Hagrid passou seu gigantesco dedo indicador pela lombada, o livro estremeceu, se abriu e permaneceu quieto em sua mão.
- Super normal isso.
— Ah, mas que bobeira a nossa! — caçoou Draco. — Devíamos ter feito carinho no livro! Como foi que não adivinhamos!
Hermione respirou fundo para se controlar.
— Eu... Eu achei que eles eram engraçados — disse Hagrid, inseguro, para Hermione.
- Melhor ter ficado calado – gemeu James.
— Ah, engraçadíssimos! — comentou Draco. — Uma ideia realmente espirituosa, nos dar livros que tentam arrancar nossa mão.
- O pior é que Malfoy tem razão um pouco – falou Frank, a contragosto.
James o encarou.
- Estou tentando ser impessoal – falou Frank.
— Cala a boca, Malfoy — advertiu-o Harry baixinho.
- Vai ter briga? – Sirius se interessou.
- Não.
Sirius perdeu o interesse.
Hagrid parecia arrasado, e o garoto queria que aquela primeira aula do seu amigo fosse um sucesso.
Lily sorriu para ele.
— Certo, então — continuou Hagrid, que pelo jeito perdera o fio do pensamento — ... Então vocês já têm os livros e... E... Agora faltam as criaturas mágicas. É. Então vou buscá-las.
- Agora?
Esperem um pouco...
Ele se afastou na direção da floresta e desapareceu de vista.
— Nossa, essa escola está indo para o brejo! — falou Draco em voz alta. — Esse pateta dando aulas, meu pai vai ter um acesso quando eu contar...
- Por que tu não conta da professora inútil de adivinhação?
— Cala a boca, Malfoy — repetiu Harry.
— Cuidado, Potter, tem um dementador atrás de você...
- Essa piada já ficou velha.
— Aaaaaaah! — guinchou Lilá Brown, apontando para o lado oposto do picadeiro.
Trotavam em direção aos garotos mais ou menos uma dezena dos bichos mais bizarros que Harry já vira na vida.
- Isso não pode ser bom.
Tinham os corpos, as pernas traseiras e as caudas de cavalo, mas as pernas dianteiras, as asas e a cabeça de uma coisa que lembrava águias gigantescas, com bicos cruéis cinza-metálico e enormes olhos laranja-vivo.
- Eu não consigo imaginar isso – Alex disse simplesmente e fechou os olhos, cansado, se encostando no ombro da irmã.
As garras das pernas dianteiras tinham uns quinze centímetros de comprimento e um aspecto letal.
- Não soou bem – Josh comentou.
Cada um dos bichos trazia uma grossa coleira de couro ao pescoço engatada em uma longa corrente,
- Corrente?
cujas pontas estavam presas nas imensas mãos de Hagrid, que entrou correndo no picadeiro atrás dos bichos.
- Uma visão encantadora.
— Upa! Upa! AÍ! — bradou ele, sacudindo as correntes e incitando os bichos na direção da cerca onde se agrupavam os alunos.
- Por quê?
Todos recuaram, instintivamente, quando Hagrid chegou bem perto e amarrou os bichos na cerca.
- Queria ver quem seria o doido de ficar parado – comentou Remus.
— Hipogrifos! — bradou Hagrid alegremente, acenando para eles. — Lindos, não acham?
- Não – comentou Lene, que já tinha visto eles em fotos.
Harry conseguiu entender mais ou menos o que Hagrid quis dizer. Depois que se supera o primeiro choque de ver uma coisa que é metade cavalo, metade ave, a pessoa começava a apreciar a pelagem luzidia dos hipogrifos,
- Ou não – comentou Rony encarando o amigo – Isso não aconteceu comigo, pelo menos.
que mudava suavemente de pena para pêlo, cada animal de uma cor diferente: cinza-chuva, bronze, rosado, castanho brilhante e nanquim.
- Arco íris versão animal– comentou Dorcas.
— Então — disse Hagrid, esfregando as mãos e sorrindo para todos —, se vocês quiserem chegar mais perto...
Ninguém pareceu querer.
- Vocês tiveram juízo uma vez na vida – sorriu Lily.
Harry, Rony e Hermione, porém, se aproximaram cautelosamente da cerca.
- Retiro o que eu disse – resmungou a ruiva.
- Não queríamos deixar Hagrid mal.
— Agora, a primeira coisa que vocês precisam saber sobre os hipogrifos é que são orgulhosos — explicou Hagrid. — Se ofendem com facilidade, os hipogrifos.
- E mesmo assim ele os deixou perto de adolescentes? É para competir quem tem mais ego? – Frank perguntou incrédulo.
Na verdade, ele estava certo se você parar para pensar.
Nunca insultem um bicho desses, porque pode ser a última coisa que vão fazer na vida.
- Soa encantador – era impossível ter mais ironia que essa frase de Lyssi.
Malfoy, Grabbe e Goyle não estavam prestando atenção;
- O estranho é que você estava prestando atenção neles – falou Regulus.
Harry deu de ombros.
- Eu não consigo ficar parado.
falavam aos cochichos e Harry teve o mau pressentimento de que estavam combinando a melhor maneira de estragar a aula.
James olhou desconfiado para o livro.
- Provavelmente é isso – Sirius falou. Ele sabia como pessoas como Malfoy pensavam e não era nada bom.
— Vocês sempre esperam o hipogrifo fazer o primeiro movimento — continuou Hagrid. — É uma questão de cortesia, entendem? Vocês vão até eles, fazem uma reverência e aí esperam.
- Me curvar para um bicho? – Snape não parecia muito feliz com a ideia.
- Que besteira, Sev – falou Lily, esquecendo que não o chamava mais assim.
Snape sorriu.
Se o bicho retribuir o cumprimento, vocês podem tocar nele. Se não retribuir, então saiam de perto bem depressinha, porque essas garras machucam feio.
- Que profissional – comentou Alex recebendo um olhar assassino de James, Lyssi e Harry.
Certo, quem quer ser o primeiro?
Em resposta, a maioria dos alunos recuou mais um pouco.
- Corajosos demais – riu Josh.
Até Harry, Rony e Hermione se sentiram apreensivos.
Josh fingiu desapontamento enquanto Lily suspirava aliviada.
Os hipogrifos balançavam as cabeças de aspecto feroz e flexionavam as fortes asas; não pareciam gostar de estar presos daquele jeito.
- E quem gostaria? – perguntou Alice ameaçadoramente.
— Ninguém? — disse Hagrid, com um olhar suplicante.
— Eu vou — disse Harry.
Lily não sabia se abraçava Harry ou o matava. Por um lado. ele estava se colocando em um perigo desnecessário (de novo), mas por outro, ele estava fazendo isso por Hagrid.
Suspirando, puxou o filho para um abraço.
- Mãe?
- Eu te amo – ela falou simplesmente e o coração de Harry disparou. Era o que ele sempre quis, o amor dos pais deles. E naquele momento ele tinha certeza que era verdadeiro. Família é para sempre.
Ouviu-se gente ofegar atrás dele e Lilá e Parvati murmuraram a mesma coisa:
— Aaah, não, Harry, lembra das folhas de chá!
- Era só o que me faltava – Harry revirou os olhos.
Harry não deu ouvido às meninas.
- Bom garoto – falou James e levou um tapa de Lily – Calma, eu só quis dizer essas meninas.
Trepou
Sirius levantou uma sobrancelha maliciosamente.
pela cerca do picadeiro.
— É assim que se faz, Harry! — gritou Hagrid.
- Ok, imagens mentais perturbadores – Sirius saiu do seu pensamento com um gemido.
— Certo, então... Vamos ver como você se entende com o Bicuço.
E, dizendo isso, soltou uma das correntes, separou o hipogrifo cinzento dos restantes e retirou a coleira de couro.
- Que bom que ele teve tanto tempo para se preparar.
A turma do outro lado da cerca parecia estar prendendo a respiração.
- Ninguém queria perder o Harry virando comida de hipogrifo – sorriu Rony, mas se desviou de Hermione logo depois, só por segurança.
Os olhos de Draco se estreitaram maliciosamente.
- Lá vem merda.
— Calma, agora, Harry — disse Hagrid em voz baixa. — Você fez contato com os olhos, agora tente não piscar...
- Bem, não é tão difícil – falou Dorcas e ficou sem piscar por um tempo supreendentemente grande.
- Ok, você tá me assustado – falou Alex.
- Desculpe – pediu a loira, sem graça.
- Não tem problema – Alex abriu um sorriso que fez as meninas da sala suspirarem e serem encaradas pelo namorados dela (as que tinham).
Os hipogrifos não confiam na pessoa que pisca demais...
- Isso é bullying - apontou James, sendo ignorado.
Os olhos de Harry imediatamente começaram a se encher de água,
- Fraco...
- Cala a boca, Rony.
mas ele não os fechou. Bicuço virava a cabeçorra alerta e fixava um cruel olho laranja em Harry.
- Ele não é cruel – se corrigiu.
— Isso mesmo — disse Hagrid. — Isso mesmo, Harry... Agora faça a reverência...
Harry não se sentia nada animado a expor a nuca a Bicuço,
Snape silenciosamente concordava com ele.
mas fez o que era mandado.
- Você não é nem um pouco rebelde – Sirius estava desesperado.
- Culpa de Lily. É o DNA dela – Harry deu ombros.
James e Sirius enviaram olhares desapontados para Lily, que se encolheu.
- Não tenho culpa de meu filho ser bom.
Curvou-se brevemente e ergueu os olhos.
O hipogrifo continuava a fixá-lo com altivez. Nem se mexeu.
- Pelo menos ele não te atacou – consolou Alice.
— Ah — exclamou Hagrid, parecendo preocupado. — Certo... Recue, agora, Harry, devagarinho...
- Que plano brilhante – ironizou Snape.
Hermione não podia culpa-lo, amava Hagrid, mas essa aula fora uma loucura. Era óbvio que nem todos os alunos se entenderiam com hipogrifos.
Mas nesse instante, para enorme surpresa de Harry, o hipogrifo inesperadamente dobrou os escamosos joelhos dianteiros e afundou o corpo em uma inconfundível reverência.
Lily suspirou aliviada, enquanto Dorcas olhava maravilhada para o livro imaginando a cena.
— Muito bem, Harry! — aplaudiu Hagrid, extasiado. — Certo... Pode tocá-lo! Acaricie o bico dele, vamos!
Com a impressão de que recuar teria sido uma recompensa melhor,
- Mudei de ideia – falou Harry – Um hipogrifo até que é legal.
Marlene o encarou, duvidando das condições mentais do menino.
Harry avançou devagarinho para o hipogrifo e estendeu a mão. Acariciou seu bico várias vezes e o bicho fechou os olhos demoradamente, como se estivesse gostando.
- Eu levo jeito para isso – brincou Harry arrogantemente.
- Por favor – Regulus revirou os olhos – Você pode fazer bem melhor que isso.
- Obrigado – Harry sorriu verdadeiramente. Eram raras as vezes que alguém acreditava nele.
Regulus sorriu de volta, ele gostava verdadeiramente de Harry. Ele era uma pessoa tão boa.
A turma prorrompeu em aplausos, a exceção de Malfoy, Crabbe e Goyle, que pareciam profundamente desapontados.
- E quem liga para eles, mesmo? – questionou Marlene.
— Certo então, Harry — falou Hagrid. — Acho que ele até deixaria você montar nele!
- Não venha com ideias – Lily arregalou os olhos.
Isto era mais do que o toma lá dá cá proposto por Harry...
- Você fala frases estranhas.
Ele estava acostumado a montar vassouras; mas não tinha muita certeza se um hipogrifo seria a mesma coisa.
- Não foi – gemeu Harry. Ele preferia muito mais a sua vassoura, obrigado.
— Isso, suba ali, logo atrás da articulação das asas — mandou Hagrid. — E cuidado para não arrancar nenhuma pena, ele não vai gostar nem um pouco...
- Ah, eu já ia arrancar as penas dele – Alice ironizou. Era óbvio que ele não ia gostar!
Harry pisou no alto da asa de Bicuço e se içou para cima das costas do bicho, o bicho se ergueu. Harry não tinha muita certeza de onde deveria se agarrar;
- Se agarre em qualquer coisa – resmungou Lily. Seu filho não podia quieto por um dia?
à sua frente tudo era coberto de penas.
— Pode ir, então! — bradou Hagrid, dando uma palmada nos quartos do hipogrifo.
Sem aviso, as asas de quase quatro metros se abriram a cada lado de Harry; ele só teve tempo de se agarrar ao pescoço do hipogrifo e já estava voando para o alto. Não foi nada semelhante a uma vassoura
Sirius fez uma cara desapontada, já estava pensando em tentar.
e Harry soube na hora qual dos dois preferia;
- Se você disser que é o hipogrifo, você está deserdado, Harry James Potter – ameaçou James. Supreendentemente Lily concordou com ele (se o filho tinha que voar, pelo menos que não fosse em algo vivo).
as asas do hipogrifo adejavam desconfortavelmente dos lados, batendo por baixo de suas pernas e dando-lhe a sensação de que estava prestes a ser jogado no ar;
- Isso que é emoção – brincou Fred.
as penas acetinadas escorregavam dos seus dedos e o garoto não se atrevia a se agarrar com mais força;
- Fique com medo de machucar o hipogrifo – falou Harry, dando de ombros.
- Muito bem – Alice aprovou.
em vez do vôo suave da Nimbus 2000, ele agora balançava para frente e para trás quando os quartos do hipogrifo subiam e desciam acompanhando o movimento das asas.
- É parecido com as vassouras antigas da escola – zombou Rony.
- Ei, não zombe delas! – censurou James – Ela devem ser as da nossa época.
- Então, o mundo mudou bastante – falou Harry.
James deu de ombros.
- Eu quero voar numa nova – falou empolgado.
- Eu empresto a minha. Depois.
Bicuço deu uma volta por cima do picadeiro e em seguida embicou para o chão; essa foi a parte que Harry teve receio; ele jogou o corpo para trás, à medida que o pescoço liso do bicho abaixava, achando que ia escorregar por cima do bico, então, sentiu um baque quando os quatro membros desparelhados do bicho tocaram o chão. Por milagre, conseguiu se segurar e tornar a se endireitar.
- Milagre não – corrigiu Gina – Talento.
Harry sorriu para a namorada, mas no fundo discordava.
— Bom trabalho, Harry! — berrou Hagrid enquanto todos, exceto Malfoy, Crabbe e Goyle, aplaudiam.
- Não esperei que eles fizessem isso mesmo - Harry deu de ombros.
- Os outros sonserinos aplaudiram – falou Gina surpresa.
Regulus sorriu.
- Não somos tão ruins quanto vocês pensam – somos piores, completou em pensamento, mas só em épocas de guerra.
— Muito bem, quem mais quer experimentar?
Encorajados pelo sucesso, os outros alunos subiram, cautelosos, pela cerca do picadeiro. Hagrid soltou os hipogrifos, um a um, e logo os garotos, nervosos, começaram a fazer reverências por todo o picadeiro.
Alice sorriu. Ela queria ter visto essa aula.
Neville fugiu várias vezes do dele,
Frank censurou o filho com o olhar, enquanto a sala ria e Neville corava.
pois o bicho não estava com jeito de querer dobrar os joelhos.
- Ele me odiou – confessou Neville.
Rony e Hermione praticaram no hipogrifo castanho, enquanto Harry observava.
- Vantagem de já ter ido.
Malfoy, Crabbe e Goyle ficaram com Bicuço. Ele acabara de retribuir a reverência de Malfoy,
- E eu achando que ele era inteligente.
que agora lhe acariciava o bico, com um ar desdenhoso.
— Isso é moleza — disse Draco com a voz arrastada, suficientemente alta para Harry ouvir. — Só podia ser, se o Potter conseguiu fazer...
- Deixava não, Harry.
Aposto que você não tem nada de perigoso, tem? — disse ao hipogrifo. — Tem, seu brutamontes feioso?
Os olhos de Alice faiscaram de raiva.
Aconteceu num breve movimento das garras de aço; Draco soltou um berro agudo e no momento seguinte, Hagrid estava pelejando para enfiar a coleira em Bicuço, enquanto o bicho fazia força para avançar no garoto, que caíra dobrado na relva, o sangue aflorando em suas vestes.
- Isso não vai acabar – falou Marlene preocupada com Hagrid.
— Estou morrendo! — gritou Malfoy enquanto a turma entrava em pânico. — Estou morrendo, olhem só para mim!
- Ele quer que as pessoas olhem enquanto ele morre? – Dorcas fez cara de o quê?
- Malfoy é muito dramático. Ele seria um bom ator – afirmou Remus.
Ele me matou!
— Você não está morrendo! — disse Hagrid, que ficara muito pálido. — Alguém me ajude... Preciso tirar ele daqui...
- Então tire.
Hermione correu para abrir o portão
- Sempre fui prestativa.
- Ninguém aqui duvida.
enquanto Hagrid erguia Malfoy nos braços,
- Que cena linda. Conto de fadas – ironizou Regulus.
sem esforço. Quando os dois passaram, Harry observou que havia um corte grande e fundo no braço de Draco; o sangue pingava no gramado e o guarda-caça, com o garoto ao colo, subiu correndo a encosta em direção ao castelo.
- Mas não era nada sério – explicou Harry.
Muito abalados, os alunos da aula de Trato das Criaturas Mágicas os seguiram caminhando normalmente.
- Muito abalados e normalmente não combina na mesma frase – falou Gina.
Os alunos da Sonserina gritavam contra Hagrid.
- Não esperei outra coisa – Alex assentiu.
— Deviam despedir ele, imediatamente! — disse Pansy Parkinson, que estava às lágrimas.
Rony revirou os olhos. Essa menina era ridícula.
— Foi culpa do Draco! — replicou Dino Thomas com rispidez.
Crabbe e Goyle flexionavam os braços, ameaçadores.
Hermione revirou os olhos. Aqueles dois só conheciam a violência.
Os garotos subiram os degraus de pedra para o saguão deserto.
— Vou ver se ele está bem! — disse Pansy, e os outros ficaram observando-a subir de corrida a escadaria de mármore. Os alunos da Sonserina, ainda murmurando contra Hagrid, rumaram para sua sala comunal, em uma masmorra;
Snape e Regulus sorriram. Talvez a ideia de morar em uma masmorra, mas eles sabiam que tinham o melhor salão comunal de todos.
Harry, Rony e Hermione subiram as escadas para a Torre da Grifinória.
- E o resto dos grifinórios?
— Vocês acham que ele vai ficar bem? — perguntou Hermione, nervosa.
— Claro que vai. Madame Pomfrey cura cortes em um segundo — disse Harry, que já tivera ferimentos muito mais sérios curados magicamente pela enfermeira.
Lily estreitou os olhos.
- Nem me lembre. Espero que tenham sido os últimos.
Harry simplesmente olhou para o chão.
— Foi realmente ruim acontecer isso na primeira aula de Hagrid, vocês não acham? — comentou Rony, parecendo preocupado.
- Eu tinha razão para isso.
— Sempre se pode contar com o Draco para estragar as coisas para o Hagrid...
- Ou para qualquer um – completou Marlene.
Os três foram os primeiros a chegar ao Salão Principal para jantar, na esperança de verem Hagrid, mas o amigo não estava lá.
- Acho que ele realmente não faria isso – falou Harry pensativo.
— Não iriam despedir ele, vocês acham que sim?
Snape preferiu ficar calado.
— perguntou Hermione aflita, sem tocar no pudim de carne e rins.
— É melhor não — replicou Rony, que também não estava comendo.
- Isso sim é um acontecimento – Jorge assobiou.
- Cala a boca – Rony corou.
Harry ficou observando a mesa da Sonserina. Um grande grupo, que incluía Crabbe e Goyle, estava reunido, absorto em conversas.
- Tá vendo que não somos antissociais – falou Regulus.
- Mas fofoqueiros vocês são – falou Frank, que era o que mais conversava com um sonserino e não pertencia a Sonserina.
Regulus deu de ombros.
- Melhor que ser antissocial.
Harry teve certeza de que estavam inventando a própria versão para o ferimento de Draco.
Regulus olhou feio para Harry, mas não disse nada.
— Bem, não se pode dizer que não foi um primeiro dia de aula interessante — comentou Rony, deprimido.
- O próximo foi melhor – consolou Hermione.
Os três subiram para o salão comunal da Grifinória depois do jantar e tentaram fazer o dever de casa que a Profª. Minerva passara, mas ficaram o tempo todo interrompendo-o para espiar pela janela.
- Quero ver como vocês vão entregar isso depois – Lily encarou os três, que abaixaram a cabeça, culpados.
— Tem luz na janela de Hagrid — disse Harry de repente.
- Vão lá – falou James.
Rony consultou o relógio.
- Até parece que isso importa – falou Sirius.
— Se a gente andar depressa, pode descer para ver ele. Ainda é cedo...
— Não sei — disse Hermione, lentamente, e Harry viu que a amiga o olhava.
Sirius revirou os olhos. Todo o drama sobre ele iria recomeçar?
— Eu tenho permissão para andar pela propriedade
- E mesmo se não tivesse, não te impediria – falou Lyssi.
- Isso também.
— disse o garoto incisivamente. — Sirius Black ainda não passou pelos dementadores ou passou?
- Tecnicamente, sim. Para sair da prisão – murmurou Neville.
Então eles guardaram o material de estudo e se dirigiram ao buraco do retrato, felizes por não encontrar ninguém no caminho até a porta principal, porque não tinham tanta certeza assim de que podiam sair.
- Na dúvida faça escondido – Sirius Black sorriu.
- Esse é o meu lema – falou Josh ofendido.
- Não seja egoísta, divida – resmungou Sirius.
- Só dessa vez – Josh revirou os olhos.
O gramado ainda estava úmido e parecia quase negro à luz das estrelas. Quando chegaram à cabana de Hagrid, bateram e uma voz resmungou rouca:
— Pode entrar.
Hagrid estava sentado em mangas de camisa à mesa de madeira escovada; o cachorro, Canino, tinha a cabeça no colo dele.
Alice sorriu.
Ao primeiro olhar, os garotos perceberam que o amigo andara bebendo muito;
Lily ficou preocupada em deixar o filho perto de uma pessoa nessas condições.
havia uma caneca de alpaca quase do tamanho de um balde diante dele e parecia ter dificuldade para focalizá-los.
- Normal...
— Imagino que seja um recorde — disse com a voz pastosa, quando os reconheceu. — Calculo que nunca tiveram um professor que só durasse um dia.
- Mesmo se te demitirem, você vai ter durado mais de um dia, o processo leva mais tempo que isso – falou James.
— Você não foi despedido, Hagrid! — ofegou Hermione.
— Ainda não — respondeu ele, infeliz, tomando um grande gole do que havia na caneca. — Mas é só uma questão de tempo, não depois que Malfoy...
Ninguém contestou nada, porque no fundo sabiam que os Malfoys tinham poder para fazer isso.
— Como é que ele está? — perguntou Rony enquanto se sentavam. — Não foi grave, foi?
- Claro que não – Harry revirou os olhos – Aquela doninha...
Jorge, Fred, Neville, Gina, Rony e Hermione se estouraram de rir, lembrando do dia que o falso Moody o transformou num inseto.
— Madame Pomfrey fez o melhor que pôde — disse Hagrid num tom inexpressivo —, mas ele diz que continua doendo muito... Todo enfaixado... Gemendo...
- Exato. Ele diz.
— Ele está fingindo — disse Harry na mesma hora. — Madame Pomfrey sabe curar qualquer coisa. Ela fez crescer metade dos meus ossos no ano passado. Pode contar que Draco vai se aproveitar o máximo que puder do acidente.
- Com certeza. Um Malfoy... Sempre será um Malfoy.
Sirius se remexeu incomodado na cadeira. Ele sempre seria um Black, não podia negar. Ele tinha muitas características da famílias, muito mais que os outros viam.
— Os conselheiros da escola foram informados, é claro — disse Hagrid, infeliz. — Acham que comecei muito grande. Devia ter deixado os hipogrifos para mais tarde...
- Ou para nunca.
Que estudasse vermes ou outra coisa pequena... Só quis fazer uma primeira aula boa... Então a culpa é minha...
— É tudo culpa do Malfoy, Hagrid! — disse Hermione, séria.
James concordou com ela.
— Somos testemunhas — acrescentou Harry. — Você avisou que os hipogrifos atacam quando são insultados. O problema é do Malfoy se ele não estava prestando atenção. Vamos contar ao Dumbledore o que realmente aconteceu.
- E um Potter é uma testemunha de peso.
— Vamos, sim, não se preocupe, Hagrid, vamos confirmar sua história — disse Rony.
Lily sorriu, vendo a lealdade do seu filho e dos amigos deles.
Lágrimas saltaram dos cantos enrugados dos olhos de Hagrid, negros como besouros. Ele puxou Harry e Rony e lhes deu um abraço de quebrar as costelas.
Alex fez uma careta.
— Acho que você já bebeu o suficiente, Hagrid — falou Hermione com firmeza. E apanhou a caneca na mesa e saiu da cabana para esvaziá-la.
- Ainda bem que você fez isso – comentou Gina.
— Ah, talvez ela tenha razão — reconheceu Hagrid, soltando Harry e Rony, que recuaram cambaleando e massageando as costelas. O guarda-caça levantou-se com esforço da cadeira e seguiu Hermione até o lado de fora, com o andar vacilante. Os garotos ouviram barulho de água caindo.
- Água?
— Que foi que ele fez? — perguntou Harry, nervoso, quando Hermione voltou trazendo a caneca vazia.
— Meteu a cabeça no barril de água — respondeu Hermione, guardando a caneca.
- Pelo menos, a cabeça dele vai voltar mais ao normal – comentou Sirius, que tinha experiência em bebidas.
Hagrid voltou, os cabelos e barbas longas empapados, enxugando a água dos olhos.
— Assim está melhor — falou, sacudindo a cabeça como um cachorro e molhando os garotos. — Escutem, foi muita bondade vocês terem vindo me ver,
- Não, isso é uma obrigação em uma amizade – falou Dorcas.
eu realmente...
Hagrid parou de repente, encarando Harry como se tivesse acabado de perceber que ele estava ali.
- É possível.
— QUE É QUE VOCÊ ACHA QUE ESTÁ FAZENDO, HEIN?
- Te visitando.
— bradou, tão inesperadamente que os garotos deram um pulo de mais de um palmo. — VOCÊ NÃO PODE SAIR ANDANDO POR AÍ DEPOIS DO ANOITECER, HARRY!
- Isso se chama bullying – falou Harry.
- Isso se chama precaução contra mim – falou Sirius acidamente.
E VOCÊS DOIS! DEIXARAM-NO SAIR!
- A gente ia prender ele? – Rony deu de ombros.
Hagrid foi até Harry agarrou-o pelo braço e puxou-o para a porta.
— Vamos! — disse aborrecido. — Vou levar vocês de volta à escola, e não quero pegar ninguém saindo para me ver depois do anoitecer.
- Então para outras coisas tá liberado?
Eu não valho o risco!
- Que opinião baixa de si mesmo.
Nota Bia: Gente, tenho uma fanfic nova sobre os marotos, a Heaven Knows.
Pra quem quiser:
https://www.fanfiction.net/s/10878456/1/Heaven-Knows
E Iza, fiz um vídeo de SPN, se quiser ver... Vê aqui sem legenda
http://www.dailymotion.com/video/x2bklup_emergency-dean-spn_shortfilms
ou aqui com legenda
http://www.dailymotion.com/video/x2blcyn_emergency-spn-dean-legendado_shortfilms.
Comentários (1)
Olá, desculpe a demora em comentar, mais aqui em casa ta meio corrido, minha mãe pegou a semana inteira para limpar a casa e eu tive que ajudar, vou viajar na terça feira e estava limpando o meu quarto e ainda falta o guarda roupa, é essa a parte que eu mais odeio em limpar o quarto, ter que arrumar o guarda - roupa. Eu intendo o Regulos por olhar feio para a Gina quando ela falou da Sonserina, eu tambem sou da Sonserina no Pottermore, mas tambem acho que ele devia relevar algumas coisas, pois na epoca do trio de ouro nenhum deles conheceu um sonseriano amigavel. Eu gosto da comparação, Cara de Buldogue, mais ainda acho que é uma ofença para os cachorros dessa raça. James ameçando o Harry que se ele esquecer sobre o jogo de quadribol é para esquecer que é filho dele, ri muito, pois não importa a situação, quadribol vem em primeiro lugar para James. Eu tambem gosto de tomate. É a cara do Rony e do Harry escolherem uma materia por que é facil. Na verdade eu acho que os gemeos ajudariam se o trio tivesse pedido ajuda. Serio agora que Lily percebeu que o filho dela é estranho? A cada capitulo gosto mais do Regulos. Ri muito com a Lily falando que ninguem matava o Harry a não ser ela. Achei muito fofo quanto a Lily abraçou o Harry e disse que o amava. O James e a Lily concordando quando o assunto é vassouras, fui muito engraçado. Sobre a sua fic dos marotos, eu irei ler sim, assim que eu tiver um tempinho, o video a mesma coisa, eu não gosto muito de viajar por causa disso, é muita correria para arrumar as coisas. Sobre as temporadas do Supernatural, você me passou, pois eu ainda não consegui terminar a sexta, estou tento que abaixar ela toda de novo. Sempre é assim você chega nas ultimas começa a ficar com saudades da primeira e da segunda tambem. Você gostou de escrever e eu gostei de ler a cena com o Percy. Beijos.
2014-12-14