O Dementador



Nota Bia: Desculpem a demora, de verdade. Mas eu realmente não pude escrever antes. Estou em meio de provas finais, recuperação e final. Tá tudo complicado aqui, e eu preciso estudar para passar. E Mila também tá em provas.
Capítulo especialmente para Ale.sch e Izabella Bella Black.
Tati Rodrigues~~> Oi! Seja bem vinda! Fico muito feliz que você goste da fanfic :) Desculpe a demora desse cap.
Izabella Bella Black ~~> Kkk’ Quem não quer Sirius? Mas coitado dele, se não fosse Marlene, ele ia ficar sozinho na fic.
Eu odeio muito Umbridge! Se eu fosse Harry, eu tinha denunciado ela por muita coisa, mas principalmente pela pena de sangue! Eu acho que a morte de Sirius é a coisa mais triste de Harry Potter, junto com a morte de Dobby. Vale a pena ler mesmo About Sirius Black, amo a fic e a autora é muito legal.
Ah, mas eu gosto de coisa toda anjo/demônios, até porque Cas é um anjo. Dean é perfeito, simples assim. Eu acho que ele devia ter ficado com Jo, mas eu já sei que ela morre, então...
Eu não odeio o Sam, mas eu realmente não gosto dele. Eu acho que ele sempre tenta ser superior demais, e nunca valoriza o irmão que tem. E acho que ele é o maior hipócrita com segredos. Por exemplo, Dean não quis falar de como era o inferno (o que era passado) e ele ficou todo irritadinho e não quis contar porque ele confiava em Ruby (uma coisa que era importante para Dean saber em uma situação de risco).
Acalmou para você, acelerou para mim... Vai ser difícil até janeiro para mim. 
Espero que sim, porque você é uma ótima leitora 
Beijo,
Biaa.
 
PS: Desculpe a demora. Obrigada pela preocupação!
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Capítulo 5 - O dementador
 


No dia seguinte, Tom acordou Harry, com o seu habitual sorriso banguela e uma xícara de chá. O garoto se vestiu, e tentava convencer uma mal disposta Edwiges a entrar na gaiola –


- Não consegue nem controlar a própria coruja – brincou Sirius, ainda abraçado a Lene.


- É mais difícil que parece! – retrucou Harry, corado.


quando Rony irrompeu no quarto, vestindo um suéter pela cabeça e parecendo irritado.
— Quanto mais cedo embarcarmos no trem melhor — disse. — Pelo menos posso fugir do Percy em Hogwarts.


Caretas.


Agora ele está me acusando de pingar chá na foto da Penelope Clearwater.


Rony revirou os olhos.


Sabe — disse Rony com uma careta —, aquela namoradinha dele. Ela escondeu a cara na moldura porque ficou com o nariz todo borrado...


- Retrato fresco que nem ela – resmungou Jorge.
— Tenho uma coisa para lhe dizer — começou Harry, mas foram interrompidos por Fred e Jorge, que meteram a cara no quarto para cumprimentar Rony por ter enfurecido Percy novamente.


Os gêmeos sorriram.


- Claro que temos que incentivar nosso irmão quando ele tem uma ideia que preste pela primeira vez na vida – falaram juntos.
Eles desceram para tomar café, e encontraram o Sr. Weasley lendo a primeira página do Profeta Diário com a testa franzida e a Sra. Weasley descrevendo para Hermione e Gina a poção de amor que preparara quando era moça.


- Não sei se isso é uma boa ideia – Regulus olhou suspeitosamente para Hermione e Gina. Bem, nenhuma das duas fazia muito o tipo de poção do amor. Ele achava.


As três não paravam de rir.
— Que é que você ia me dizer? — perguntou Rony a Harry quando se sentaram.


- Tarde demais – Sirius murmurou.
— Depois — murmurou Harry na hora em que Percy irrompeu pela sala.
Harry não teve mais oportunidade de falar com Rony nem com Hermione no caos da partida ficaram demasiado ocupados, descendo as malas pela estreita escada do Caldeirão Furado e empilhando-as perto da porta, com Edwiges e Hermes, a coruja de Percy, encarapitadas no alto das gaiolas.


- Como é ela? – perguntou Alice para os Weasley.


 - Velha – respondeu Rony.


Alice fez uma careta.


- Mas ela é como? Legal?


Gina começou a conversar com Alice sobre Hermes.


Uma cestinha de vime fora deixada ao lado da pilha de malas, de onde alguma coisa bufava ruidosamente.


— Tudo bem, Bichento


Rony riu.


- Ele não é uma coisa! – respondeu Hermione indignada.


- Desculpa – pediu Harry, contendo o riso.


— tranquilizou-o Hermione pelas frestas do vime. — Vou soltar você no trem.
— Não vai, não — retorquiu Rony. — O que vai ser do coitado do Perebas, hein?


- Agora até os mascotes de vocês vão brigar, ótimo – Lene revirou os olhos.
O menino apontou para o próprio peito, onde um grande calombo indicava que Perebas estava enroscado no bolso interno da veste.


Rony, Hermione e Harry passaram mal. Só de pensar que Peter estava tão perto assim...
O Sr. Weasley, que estivera à porta aguardando os carros do Ministério,


- Chiques.


meteu a cabeça na entrada do Caldeirão.
— Eles chegaram — anunciou. — Harry, vamos.
O Sr. Weasley cruzou atrás de Harry o trechinho de calçada entre a hospedaria e o primeiro dos dois carros verde-escuros e antiquados, cada um dirigido por um bruxo de aparência furtiva, vestido de veludo verde-vivo.


- Discrição sempre.
— Para dentro, Harry — disse o Sr. Weasley, verificando um lado e outro da rua movimentada.
Harry entrou no banco traseiro do carro e se reuniram a ele Hermione, Rony e, para desgosto de Rony, Percy.


- Coitado dele – falou Dorcas – Apesar de tudo ele é seu irmão, certo?


Os Weasley ficaram repentinamente em silêncio, refletindo sobre o que Percy fez. Ele estava longe de ganhar o prêmio de melhor irmão, mas... Percy ainda era uma boa pessoa, ele estava tentando fazer o que acredita. E se eles conseguem conviver e até gostar um pouco de Regulus, que foi um comensal, por que não o irmão?


- É, eu acho que sim – respondeu Rony. Ele se lembrou de Percy o ajudando há muitos.


“Gui? Carlinhos? Percy?” Rony estava começando a se desesperar. Os pais dele tinham saído e havia uma tempestade terrível e assustadora. Tinha trovões para todos os lados. Ele não conseguia dormir e nem podia ficar no quarto dele, porque os gêmeos estavam dizendo que ele era um medroso e que assim ele nunca iria para Grifinória. 


Ninguém o respondeu e Rony entrou no primeiro quarto dos irmãos, Gui e Carlinhos. Encontrou os dois dormindo e foi até o de Percy.


“Percy?”


“O que foi?” respondeu irritado.


Rony hesitou, mas respondeu.


“Eu estou com medo.”


Percy suspirou, e a irritação saiu da sua cara, sendo substituída por uma de carinho. Ele afastou os lençóis e travesseiros para dar espaço para Rony na cama.


“Vem você pode dormir aqui” e indicou os lençóis.


Rony sorriu e foi se deitar junto do irmão. Mas ele não conseguia dormir. Os trovões continuavam soando altos ainda.


“Percy? Eu ainda estou assustado” confessou.


“Você não precisa ter medo. Eu, mamãe, papai e os nossos irmãos estamos aqui para proteger.”


E desde desse dia Rony não teve mais medo de trovões.


O irmão podia não ser perfeito, mas Rony sabia que Percy o amava.


A viagem até King"s Cross foi muito tranquila se comparada à de Harry no Nôitibus Andante.


- Tudo é mais tranquilo que aquilo.


Os carros do Ministério da Magia pareciam quase comuns, embora Harry reparasse que eram capazes de deslizar por espaços apertados que o novo carro da companhia do tio Válter certamente não teria podido.


- Legal – Frank sorriu junto com Sirius. Carros e motos (para Sirius) trouxas eram incríveis.


O grupo chegou à estação de King’s Cross com vinte minutos de antecedência; os motoristas do Ministério apanharam carrinhos, descarregaram a bagagem, cumprimentaram o Sr. Weasley, levando a mão ao chapéu, e partiram, conseguindo, sabe-se lá como, tomar a dianteira de uma fila de carros parados no sinal luminoso.


- Magia – Gina sorriu.
O Sr. Weasley manteve-se colado no cotovelo de Harry todo o percurso até a estação.
- Isso é claustrofóbico.


— Certo então — disse ele olhando para todos os lados. — Vamos fazer isso aos pares, porque somos muitos. Eu passo primeiro com Harry.


- Ok, isso não está normal...
O Sr. Weasley dirigiu-se à barreira entre as plataformas nove e dez, empurrando o carrinho de malas e aparentemente muito interessado no Interurbano que acabara de parar na plataforma nove. Com um olhar expressivo para Harry,


- Com certeza é algo importante que ele quer contar.


ele se encostou displicentemente na barreira. O garoto imitou-o.
Num segundo, os dois atravessaram de lado a sólida parede de metal e saíram na plataforma 9 e ½, quando ergueram a cabeça, viram o Expresso de Hogwarts,


Todos sorriram.


 um trem vermelho a vapor, que soltava baforadas de fumaça na plataforma apinhada de bruxas e bruxos que foram levar os filhos ao embarque.


Todos ficaram pensando nas vezes que os seus pais os levaram para o embarque.
Percy e Gina apareceram de repente atrás de Harry. Ofegavam e pelo jeito tinham corrido para atravessar a barreira.


- Claro, tem que ser com estilo – falou Gina, jogando o cabelo por cima do ombro.
— Ah, olha lá a Penelope! — falou Percy, alisando os cabelos e corando de novo.


- Até Percy? – Rony levantou uma sobrancelha.


O olhar de Gina surpreendeu o de Harry, e os dois se viraram para esconder o riso,


Gina e Harry sorriram se lembrando desse dia. Foi uma das poucas vezes que agiam tão naturalmente juntos nessa


por cabines cheias, até uma que lhes pareceu bem vazia. Embarcaram as malas idade.


 enquanto Percy ia ao encontro da menina de cabelos longos e cacheados, com o peito estufado para que ela não deixasse de reparar no seu distintivo reluzente.


- Penelope devia ganhar um prêmio por aguentar ele – falou Jorge.
Depois que os outros Weasley e Hermione se reuniram a eles, Harry e o Sr. Weasley saíram andando até os últimos carros do trem, passando na cabine, guardaram Edwiges e Bichento no bagageiro, depois tornaram a sair para que todos pudessem se despedir do Sr. e da Sra. Weasley.


- Você agradeceu a eles? – Lily perguntou para o filho.


- Claro que sim, mãe – Harry revirou os olhos.
A Sra. Weasley beijou os filhos, depois Hermione e, por fim, Harry. O menino ficou encabulado,


- Não precisa ficar assim. Você é parte da família – os Weasleys falaram.
mas gostou bastante quando ela lhe deu mais um abraço.


— Você vai se cuidar, não vai, Harry?


- Eu sempre me cuido – reclamou Harry.


— recomendou a senhora, se endireitando, com um brilho estranho nos olhos.


- Medo, eu acho.


Depois, abriu uma enorme bolsa e disse:
— Fiz sanduíches para todos... Tome aqui, Rony... Não, não são de carne enlatada... Fred? Onde se meteu o Fred?


- Eu só tinha ido falar com Lino – falou Fred.


Tome aqui, querido...
— Harry — disse o Sr. Weasley discretamente —, venha até aqui um instante.
Indicou com a cabeça uma coluna, e Harry acompanhou-o até detrás dela, deixando os outros amontoados em volta da Sra. Weasley.


- Deve ter sido claustrofóbico para ela.
— Há uma coisa que preciso dizer antes de você embarcar... — começou o Sr. Weasley com a voz tensa.


- Não parece ser algo muito feliz.
— Tudo bem, Sr. Weasley. Eu já sei.


- Eu sou adiantado.
— Você sabe? Como poderia saber?
— Eu... Ah... Ouvi o senhor e a Sra. Weasley conversando ontem à noite. Não pude deixar de ouvir — Harry acrescentou rapidamente. — Me desculpe...
— Não era assim que eu queria que você tivesse sabido


- Não foi a melhor maneira, mas... – Harry deu de ombros.


— disse o Sr. Weasley, parecendo aflito.
— Não... Sinceramente, tudo bem. Assim o senhor não faltou com a palavra que deu ao Fudge e eu sei o que está acontecendo.


- É verdade – Regulus sorriu para a inteligência de Harry.
— Harry, você deve estar apavorado...
— Não estou — disse Harry honestamente.


- O que deve ter assustado o Sr. Weasley.


— Verdade — acrescentou, porque o Sr. Weasley fazia cara de descrença.


- Porque ele é um ser humano normal.


 — Não estou tentando bancar o herói,


- Você nunca banca – Hermione sorriu. Era isso que ela mais gostava no amigo.


 mas, sério, o Sirius Black não pode ser pior do que o Voldemort, pode?


- Claro que não.
O Sr. Weasley se perturbou ao som daquele nome, mas conseguiu disfarçar.


Harry revirou os olhos.
— Harry, eu sabia que você tinha mais fibra do que Fudge parece imaginar, e é óbvio que fico feliz em constatar que você não se sente apavorado, mas...


- Sempre tem um mas – resmungou Sirius.
— Arthur! — chamou a Sra. Weasley, que agora tocava os garotos para embarcar no trem. — Arthur, que é que você está fazendo? O trem já vai sair!


- Acho que alguém não quer deixar a esposa conversar.


— Ele já está indo, Molly! — respondeu o Sr. Weasley, mas voltou sua atenção para Harry e continuou a falar em tom mais baixo e mais apressado.
— Ouça, eu quero que você me dê sua palavra...


Regulus olhou para o livro desconfiado. Pedir a palavra de alguém normalmente não significa boa coisa.
—... De que serei um bom menino e não sairei do castelo? — disse Harry com tristeza.
— Não é bem isso


- Então o que é?


 — disse o Sr. Weasley, que parecia mais sério do que Harry jamais o vira. — Harry, jure que você não vai sair procurando o Black.


-... Oi?


- Embora, eu fosse ficar muito feliz se você me procurasse Harry, acho que não teria muito sentido você fazer isso – Sirius levantou uma sobrancelha.  


- Eu... bem... vocês vão entender depois.


Marlene olhou para isso. Isso não podia ser coisa boa.
Harry arregalou os olhos.
— Quê?
Ouviu-se um apito forte. Guardas caminhavam ao lado do trem, batendo as portas para fechá-las.


- Que pressa.
— Prometa, Harry — disse o Sr. Weasley, falando ainda mais depressa —, que aconteça o que acontecer...


- Ele não pode prometer isso – falou Regulus, friamente. As pessoas queriam que ele prometesse algo quando elas não sabiam da história toda.
— Por que eu iria sair procurando alguém que eu sei que quer me matar? — perguntou Harry sem entender.


Sirius fez uma careta. Ele não queria matar Harry.
— Prometa que ouça o que ouvir...
— Arthur, vamos rápido! — chamou a Sra. Weasley.
O vapor saia da chaminé da locomotiva em gordas nuvens; o trem começara a se mexer. Harry correu para a porta da cabine e Rony abriu-a e se afastou para o amigo embarcar. Os dois se debruçaram na janela e acenaram para o Sr. e a Sra. Weasley até o trem fazer uma curva e o casal desaparecer de vista.


- Você não prometeu – Regulus suspirou aliviado.
— Preciso falar com vocês em particular — murmurou Harry para Rony e Hermione quando o trem ganhou velocidade.
— Vai saindo, Gina — disse Rony.


- Meu irmão é muito delicado.
— Ah, quanta gentileza — respondeu a garota aborrecida, mas se afastando sem pressa.


Gina estremeceu quando lembrou que passou aquela viagem toda só.
Harry, Rony e Hermione saíram pelo corredor à procura de uma cabine vazia, mas todas estavam cheias exceto uma bem no finalzinho do trem.
Esta tinha apenas um ocupante, um homem que estava ferrado no sono ao lado da janela.


- Um homem? Um adulto?


- Um professor – esclareceu Hermione.


Os garotos pararam à porta. O Expresso de Hogwarts era em geral reservado aos estudantes e, até então, eles nunca tinham visto um adulto a bordo, exceto a bruxa que passava com a carrocinha de comida.


- Eu ainda não sei o que ele estava fazendo no trem – Rony falou pensativo.
O estranho usava um conjunto de vestes de bruxo extremamente surradas e cerzidas em vários lugares.


- Coitado


Parecia doente e cansado. Embora fosse jovem, seus cabelos castanho-claros estavam salpicados de fios brancos.


Frank franziu a sobrancelha. Isso era estranho.
— Quem vocês acham que ele é? — sibilou Rony quando se sentaram e fecharam a porta, ocupando os assentos mais afastados da janela.


- Curioso como sempre – falou Harry.
— O Profº. R. J. Lupin — cochichou Hermione na mesma hora.


- Ok, você virou advinha, só pode – falou Lene.


- Não foi isso – Hermione riu.
— Como é que você sabe?
— Está na maleta — respondeu a menina, apontando para o bagageiro acima da cabeça do homem, onde havia uma maleta gasta e amarrada com vários fios de barbante caprichosamente trançados.


- Por que você não disse antes? 


- Ahn... Por que vocês não perguntaram?


O nome Profº. R. J. Lupin estava estampado


A sala ficou em silêncio por um segundo, mas momentos depois os marotos explodiram em comemorações.


Remus sorriu. Ele queria ser professor, mas sabia que seria difícil por causa da condição dele, e conseguir - especialmente em Hogwarts - era um sonho.


Todos deram os parabéns para Remus (apesar de Lene, Frank, Regulus, Snape e Alice terem ficado chocados com a notícia de que um dos marotos era professor.. Esse mundo).


a um canto em letras descascadas.
— Que será que ele ensina? — perguntou Rony, amarrando a cara para o perfil pálido do homem.
— É óbvio — sussurrou Hermione. — Só existe uma vaga, não é? Defesa contra as Artes das Trevas.


Remus sorriu mais ainda. Só estava ficando melhor. Era a matéria preferida dele.


- Você foi o melhor professor que eu já tive – falou Harry, apesar de não ser totalmente verdade. O falso Moody era bom também, mas Harry o desconsiderava por ter se revelado um louco.
Harry, Rony e Hermione já tinham tido dois professores nessa matéria, e ambos só duraram um ano letivo. Corriam boatos de que o cargo estava enfeitiçado.


- Não está... Eu acho.
— Bem, espero que ele esteja à altura — disse Rony em tom de dúvida.


Sirius lançou um olhar assassino para Rony.


 — Dá a impressão de que um bom feitiço acabaria com ele de vez, não acham?


- Obrigado, Rony – Remus ironizou.


- Desculpe.


 Em todo o caso... — Rony virou-se para Harry.
— Que é que você ia nos dizer?
Harry contou toda a conversa entre o Sr. e a Sra. Weasley e o alerta que aquele senhor acabara de lhe dar.


- Em um trem? Sério isso? – James se controlou para não explodir. Harry era muito descuidado.


- Desculpe?


James bufou com o tom de dúvida de Harry.


 Quando terminou, Rony olhava abobado e Hermione cobrira a boca com as mãos. Finalmente a menina baixou as mãos e disse:
— Sirius Black fugiu para vir atrás de você? Ah, Harry... Você vai ter que tomar muito, mas muito cuidado.


- Acho que ele já sabe disso.


Não vai sair por aí procurando encrenca, Harry...
— Eu não saio por aí procurando encrenca — respondeu Harry, irritado. — Em geral as encrencas é que vêm ao meu encontro.


Lily estreitou os olhos.


- Coloca encrenca nisso – falou Neville.
— Harry teria que ser um bocado obtuso para sair procurando um biruta que quer matá-lo, não acha?— falou Rony com a voz trêmula.


- Bom ponto – falou Alex – Apesar de Sirius não ser biruta.


Lene sorriu para Alex e Sirius olhou para o menino com interesse, avaliando-o. Por que ele tinha o defendido?
Eles estavam reagindo às noticias pior do que Harry esperara.


- O quê? Você achou que fossemos dizer que era besteira? - Hermione revirou os olhos.
Tanto Rony quanto Hermione pareciam ter muito mais medo de Black do que ele próprio.


- Eu não sei se isso é bom ou ruim – Sirius se pronunciou. Por um lado, ele estava contente que Harry não estava com medo dele, mas por outro seu afilhado estava reagindo de forma não muito normal à notícia que tinha um assassino atrás dele. Como se estivesse acostumado.
— Ninguém sabe como foi que o homem fugiu de Azkaban — disse Rony embaraçado. — Ninguém jamais tinha feito isso antes. E ainda por cima, ele era um prisioneiro de segurança máxima.


- Aliás, como será que você escapou – James perguntou, interessado.


- Não tenho ideia.


Todos olharam para Harry, Gina, Hermione, Neville, Fred e Jorge, que fingiram não ver.
— Mas vão pegá-lo, não vão? — perguntou Hermione muito séria. — Quero dizer, todos os trouxas estão procurando Black também...


Sirius bufou. Até parece que trouxas iam conseguir pegá-lo.
— Que barulho foi esse? — perguntou Rony de repente. Uma espécie de apitinho fraco vinha de algum lugar. Os garotos procuraram por toda a cabine.
— Está vindo do seu malão, Harry


- Estranho.


 — disse Rony se levantando e esticando os braços para o bagageiro. Pouco depois retirava o bisbilhoscópio de bolso,


- Isso não pode ser legal.


que fora guardado entre as vestes de Harry.
O objeto girava muito rápido na palma da mão de Rony e emitia um brilho intenso.
— Isso é um bisbilhoscópio? — perguntou Hermione, interessada, levantando-se para ver melhor.


- Eu nunca tinha visto um.
— É... E veja bem, é dos baratinhos — disse Rony. — Endoidou quando o amarrei na perna de Errol para mandar para Harry.
— Você estava fazendo alguma coisa suspeita na hora? — perguntou Hermione astutamente.


— Não!


- Sei...


 Bem... Eu não devia estar usando o Errol. Você sabe, ele não pode realmente fazer viagens longas...


- Então, tinha um motivo para ele ficar assim.


Mas como é que eu ia mandar o presente do Harry?
- Bom argumento.


— Ponha-o de volta no malão — aconselhou Harry enquanto o bisbilhoscópio continuava a apitar baixinho


- Que coisa irritante.


 —, senão vamos acordar o homem.


- Se eu já não estiver acordado – Remus deu um sorriso maroto.
O menino indicou o Profº. Lupin com a cabeça.


É muito bom ser chamado assim, pensou Remus, estranho, mas bom.


Rony enfiou o bisbilhoscópio dentro de um par de meias velhas do tio Válter particularmente horrendas,


- Para ser particularmente , eu nem quero ver como ela é, já que todas são.


o que abafou o som, depois fechou a tampa do malão.
— Poderíamos mandar verificar esse bisbilhoscopio em Hogsmeade


- Até agora ele não errou – falou Harry.


- Isso quer dizer que...? – Regulus perguntou, temendo o que vinha em seguida. Não imaginava o que podia atacar o trem ou Hogwarts, fora comensais (mas eles não existiam mais ali).


— disse Rony, sentando-se outra vez. — Vendem essas coisas na Dervixes e Bangues, instrumentos mágicos e artigos sortidos.


- Não gosto dessa loja – falou Josh arrogante – A administração não é nada criativa.


Alex e Lyssi reviraram os olhos.


Foi o que Fred e Jorge me contaram.


- Isso é verdade, mas você devia aprender a não escutar o que os gêmeos falam para você – falou Gina. Ela já tinha aprendido isso há tempos.
— Você conhece muita coisa de Hogsmeade? — perguntou Hermione interessada. — Li que é o único povoado inteiramente bruxo da Grã-Bretanha...


- O que é um absurdo – Lily opinou na mesma hora que Lyssi.
— É, acho que é


- Você acha?


— disse Rony meio sem pensar


- Como sempre – provocou Fred.


—, mas não é por isso que quero ir lá. Só quero conhecer a Dedosdemel!


- Lá é bom, mas nada parecido com as lojas de doces bruxos argentinas.
— E o que é a Dedosdemel? — perguntou Hermione.
— É uma loja de doces — disse Rony, com uma expressão sonhadora assomando em seu rosto


- É um dos meus locais preferidos – confessou.


—, que tem de tudo... Diabinhos de Pimenta... Que fazem a boca fumegar...


- Não gosto desses – falou Alex.


E enormes Chocobolas recheadas de musse de morango e creme cozido, e Canetas de açúcar realmente ótimas, que a gente pode chupar em classe e fazer de conta que está pensando no que se vai escrever...


- Malandro.
— Mas Hogsmeade é um lugar muito interessante, não é?


- Claro que sim.


- Não é como se tivesse muitos povoados bruxos mesmo – falou Regulus, dando de ombros. O local era muito bom, mas não chegava aos pés de alguns lugares que ele conhecera, apesar de Hogsmead ter a sua própria magia.


 — insistiu Hermione, pressurosa. - O livro Sítios Históricos da Bruxaria diz que a estalagem foi o quartel-general da Revolta dos Duendes de 1612,


- E você gravou isso? - Sirius perguntou assustado.


e diz que a Casa dos Gritos é o prédio mais mal-assombrado da Grã-Bretanha...


- Isso sim é interessante – falou rindo, trocando um olhar com James e Remus.
— E bolas maciças de sorvete de frutas que fazem a gente levitar uns centímetros acima do chão enquanto está comendo — continuou Rony, que decididamente não estava ouvindo uma palavra do que Hermione dizia.


Hermione bateu no namorado.


- Certo, desculpa – pediu Rony – É que doces são... doces.
A garota virou-se para Harry.
— Não vai ser ótimo sair um pouco da escola e explorar Hogsmeade?


- Não foi a minha melhor frase – Hermione fez uma careta.
— Imagino que sim — respondeu Harry deprimido. — Você vai ter que me contar quando descobrir.


James baixou os olhos, triste em saber que seu filho estava se sentindo assim e com razão.
— Como assim? — perguntou Rony.
— Não posso ir. Os Dursley não assinaram o meu formulário de autorização


Caretas.


 e o Fudge também não quis assinar.


- Tá ruim hein, nem conseguiu convencer Fudge – Jorge zoou.


Rony fez uma cara de horror.
— Você não tem autorização para ir? Mas... Nem pensar... McGonagall ou alguém vai ter que lhe dar essa autorização...


- É assim que se fala – Remus sorriu. Pelo menos, Rony estava apoiando Harry.
Harry deu uma risada forçada. A Profª. McGonagall, diretora da Grifinória, era muito rigorosa.


- Mas talvez... – Lily falou pensativa.
—... Ou podemos apelar para o Fred e o Jorge,


- Claro que ajudaríamos – sorriram os gêmeos.


 eles conhecem todas as passagens secretas para sair do castelo...


Os gêmeos sorriram orgulhosos. Eles eram incríveis.
— Rony! — ralhou Hermione com severidade. — Acho que o Harry não devia sair escondido da escola com o Black solto por aí...


Sirius revirou os olhos, mesmo se sentindo muito mal com tudo isso. As orientações que davam para Harry eram as piores. Se havia um assassino atrás dele por que não o colocavam em um programa de proteção dos aurores? Não, vamos deixar um menino de treze anos se virar contra um assassino e só dar conselhos sobre isso, nada de ação efetiva, pensou sarcasticamente.
— É, imagino que é o que McGonagall vai dizer quando eu pedir autorização — disse Harry amargurado.


Nem James corrigiu o filho. Ele adorava McGonagall, mas não era cego. Ele sabia que a professora dificilmente iria burlar a lei por algo tão “pouco importante” quanto isso, especialmente em uma época tão perigosa para Harry.
— Mas se nós estivermos com ele


- Não faria a menor diferença, se fosse um verdadeiro assassino – falou Frank.


— disse Rony, animado, a Hermione — Black não ousaria...


Alex olhou incrédulo para o livro. As pessoas não tinham limite de burrice? Era inocência demais acreditar que um assassino se importaria com dois adolescentes. Ele queria que importasse, desesperadamente, mas não fazia a menor diferença e ele sabia muito bem disso.
— Ah, Rony, não diz besteira — retrucou Hermione.


Pelo menos alguém era inteligente, pensou Alex.


— Black já matou um monte de gente


Marlene deu um sorriso triste para Sirius.


Regulus encarou o chão, sentindo-se estranho.


 bem no meio de uma rua movimentada. Você acha mesmo que ele vai se preocupar se vai ou não atacar Harry só porque nós estamos presentes?


- Mas vocês são muito ameaçadores – Jorge fez um biquinho.
Hermione mexia com as alças da cesta de Bichento enquanto falava.
— Não solta essa coisa!


- Coitado do gato – Alice falou zangada para Rony.


— exclamou Rony, mas tarde demais;
Bichento saltou com leveza da cesta, espreguiçou-se, bocejou e pulou nos joelhos de Rony, o calombo no peito do menino estremeceu e ele empurrou Bichento com raiva.


Hermione olhou zangada para o namorado. Ainda não tinha perdoado o jeito que ele tratava o seu pobre gato.
— Dê o fora daqui!
— Rony, não! — disse Hermione, zangada.
O menino ia responder quando o Profº. Lupin se mexeu.


- Eu já tinha me esquecido que eu estava ai – riu Remus.


Eles o miraram com apreensão, mas ele simplesmente virou a cabeça para o outro lado, a boca ligeiramente entreaberta, e continuou a dormir.


Os marotos olharam suspeitosamente para o livro. Remus não dormia assim.
O Expresso de Hogwarts rodava numa velocidade constante para o norte e o cenário à janela ia se tornando cada vez mais bravio e escuro enquanto as nuvens, no alto, se avolumavam. Estudantes passavam pela porta da cabine correndo para cima e para baixo. Bichento agora se acomodara num assento vazio, a cara amassada virada para Rony, os olhos amarelos cravados no bolso do peito dele.


- Gato esperto – resmungou Harry. Queria mais que tudo que ele tivesse descoberto sobre Peter mais cedo, que ele tivesse matado aquele miserável.
À uma hora, a bruxa gorducha com o carrinho de comida chegou à porta da cabine.
- Ela é coisa mais constante do passeio – sorriu Gina.


— Vocês acham que a gente devia acordar o professor? — perguntou Rony sem graça, indicando Lupin com a cabeça.


- Com vergonha perto de mim? – Remus riu.


Rony corou.


- Eu não te conhecia!


 — Ele está com cara de quem podia comer alguma coisa.


- Ok, você teve a sua vingança, Rony – corou Remus, enquanto James e Sirius olharam preocupados para o melhor amigo.
Hermione se aproximou cautelosamente do homem.
— Hum... Professor? Com licença, professor?
O homem não se mexeu.


- Ou eu finjo muito bem, ou estou num sono realmente profundo – brincou Remus.
— Não se preocupe, querida — disse a bruxa entregando a Harry uma montanha de bolos de caldeirão.


James sorriu. Ele gostava deles também.


— Se ele tiver fome quando acordar, vou estar lá na frente com o maquinista.


- Então, é lá que ela fica – Sirius fez uma careta.
— Suponho que ele esteja dormindo — disse Rony baixinho quando a bruxa fechou a porta da cabine. — Quero dizer: ele não morreu, não é?


- Claro que não.


- Vocês eram muito pirados – Josh riu. Quem mais pensaria isso?
— Não, está respirando — sussurrou Hermione, pegando o bolo de caldeirão que Harry lhe passava.
Talvez o Profº. Lupin não fosse uma ótima companhia,


- Vocês escreveram esse capítulo só para me sacanear, não é? – Remus perguntou.


Todos riram.


mas sua presença na cabine dos garotos tinha suas vantagens.


- Que bom que eu sirvo para alguma coisa.


No meio da tarde, bem na hora em que a chuva começou a cair, embaçando os contornos das colinas ondulantes por que passavam,


- Harry Poeta Parte 2.


os meninos ouviram novamente passos no corredor, e surgiram à porta as três pessoas que eles menos gostavam no mundo: Draco Malfoy,


Caretas.


ladeado pelos seus asseclas, Vicente Crabbe e Gregório Goyle.
Draco Malfoy e Harry eram inimigos desde que se encontraram na primeira viagem de trem para Hogwarts.


- O que eu acho desnecessário – opinou Lyssi e quando todos a encararam deu de ombros – Vocês eram muitos novos para terem inimigos.


Malfoy, que tinha uma cara desdenhosa, pálida e pontuda,


James, Sirius, Frank, Regulus, Rony e Fred riram.


era aluno da Sonserina; jogava como apanhador no time de sua casa, a mesma posição de Harry no time da Grifinória.


- Só para aumentar a rivalidade – sorriu Dorcas.


Crabbe e Goyle pareciam existir para fazer o que Draco mandava.


- Eles não pensam mesmo, então, é acho que é – falou Gina. Ela nunca tinha encontrado muito com os garotos, mas não fazia a mínima questão de encontrar.


Eram grandes e musculosos; Crabbe, mais alto, tinha um pescoço muito grosso e um corte de cabelos de cuia; os cabelos de Goyle eram curtos e espetados, e seus braços compridos como os de um gorila.


- Uma dupla linda – ironizou Lene.
— Ora! Vejam só quem está aqui — disse Draco naquela sua voz arrastada,


- E ele tem outra?


abrindo a porta da cabine — Potinha e Fuinha!
Crabbe e Goyle riram feito trasgos.
— Ouvi dizer que seu pai finalmente pôs as mãos no ouro neste verão


- Que filho...


- JAMES!


-... De uma boa mãe, que infelizmente, não pode dar educação para ele, Lily – falou inocentemente – Meu Deus, como você sempre pensa que eu vou falar algo ruim?


- Porque eu te conheço – retrucou Lily.


Harry assistia tudo com um pequeno sorriso nos lábios, era tão bom ver seus pais discutindo.


Enquanto isso, todos os Weasleys queriam esganar Malfoy. Pra variar.


 — disse Malfoy. — Sua mãe não morreu do choque?


- Eu não deixava essa.
Rony se levantou tão depressa que derrubou a cesta de Bichento no chão. O Profº. Lupin soltou um pequeno ronco.


- A não ser pelo fato que você não ronca, tudo está certo – sorriu Sirius.
— Quem é esse ai? — perguntou Draco, dando automaticamente um passo atrás, ao ver Lupin.


- Com medinho? – zoou James.


Remus tinha um sorriso satisfeito no rosto, por finalmente ajudar Harry de alguma forma.
— Professor novo — disse Harry que se levantou também, caso precisasse segurar Rony.


- Me deixava partir para cima dele – rosnou Rony.


— Que é que você ia dizendo mesmo, Draco?
Os olhos muito claros do menino se estreitaram;


- O que não deve ter sido legal.


 ele não era bobo de puxar uma briga bem debaixo do nariz de um professor.


- Não sei, não. Ele parece bem bobo para mim – opinou Alice.
— Vamos — murmurou Draco, contrariado, para Crabbe e Coyle, e os três sumiram.


- Vamos, escravos – Jorge imitou a voz de Draco.
Harry e Rony tornaram a se sentar, Rony massageando os nós dos dedos.
— Não vou aturar nenhum desaforo de Draco este ano — disse cheio de raiva.


- Se você começar o ano pensando assim já era – falou Hermione, balançando a cabeça.


— Estou falando sério. Se ele disser mais uma piadinha sobre a minha família, vou agarrar a cabeça dele e...
Rony fez um gesto violento no ar.
— Rony — sibilou Hermione, apontando para o Profº. Lupin —, cuidado...


- Ei, eu não ia dedurar vocês – falou Lupin falsamente ofendido.
Mas o Profº. Lupin continuava ferrado no sono.


- Você não consegue dizer que uma pessoa está dormindo de uma maneira mais normal, não?
A chuva engrossava à medida que o trem avançava mais para o norte; as janelas agora iam se tornando um cinza sólido e tremeluzente, que gradualmente escureceu até as lanternas se acenderem nos corredores e por cima dos bagageiros. O trem sacolejava, a chuva fustigava, o vento rugia, mas, ainda assim, o Profº. Lupin continuava adormecido.


James olhou para Sirius, estranhando isso. Será que estava perto da Lua Cheia?
— Devemos estar quase chegando — disse Rony, curvando-se para frente para olhar, além do professor, a janela agora completamente escura.


- Ótimo – Lyssi bufou.
Nem bem essas palavras tinham saído de sua boca e o trem começou a reduzir a velocidade.


- Boa, Rony.
— Legal — exclamou Rony, levantando-se e passando com todo o cuidado pelo Profº. Lupin para tentar ver lá fora. — Estou morrendo de fome.


- Que novidade.


Quero chegar logo para o banquete...
— Nós ainda não chegamos — disse Hermione, consultando o relógio. — Então por que estamos parando?


- Isso não pode ser bom – falou Regulus, lembrando-se do bisbilhoscópio.
O trem foi rodando cada vez mais lentamente. Quando o ronco dos pistôes parou, o barulho do vento e da chuva de encontro às janelas pareceu mais forte que nunca.


- Isso não está ajudando – falou Lily.
Harry, que estava mais próximo da porta, levantou-se para espiar o corredor. Por todo o carro, cabeças, curiosas, surgiram à porta das cabines.


- Povo fofoqueiro. Não tem mais o que fazer da vida, não?
O trem parou completamente com um tranco, e baques e pancadas distantes sinalizaram que as malas tinham despencado dos bagageiros.


- Que bom que tudo é tão organizado em Hogwarts – ironizou Snape.


Em seguida, sem aviso, todas as luzes se apagaram e eles mergulharam em total escuridão.


- Tá ficando pior a cada parágrafo – reclamou Frank. Onde estaria Neville nessa confusão?
— Que é que está acontecendo? — ouviu-se a voz de Rony às costas de Harry.
— Ai! — exclamou Hermione. — Rony, isto é o meu pé!


Harry voltou ao seu lugar, às apalpadelas.


- Não foi legal – resumiu Harry.
— Vocês acham que o trem enguiçou?
— Não sei...
Ouviu-se um barulho de pano esfregando vidro e Harry viu os contornos difusos de Rony desembaçando um pedaço da vidraça da janela para espiar.
— Tem uma coisa se mexendo lá fora — disse ele. — Acho que está embarcando gente no trem...


- Como assim embarcando? – perguntou Regulus, confuso.
A porta da cabine se abriu repentinamente e alguém caiu por cima das pernas de Harry, machucando-o.


- Nossa, sua sorte é péssima.
— Desculpe... Você sabe o que está acontecendo?... Ai... Desculpe...
— Ai, Neville


Alice e Frank sorriram aliviados, que pelo menos saberiam onde o filho estava agora.


— disse Harry tateando no escuro e levantando o colega pela capa.
— Harry? É você?


- Eu mesmo...


Que é que está acontecendo?
— Não tenho idéia... Senta...


- Não sei se isso é uma boa ou má ideia.
Ouviu-se um sibilo forte e um ganido de dor; Neville tentara se sentar em cima do Bichento.


- Quem se lascou fui eu – falou Neville – Aquele gato sabe se defender – brincou.
— Vou perguntar ao maquinista o que está acontecendo — ouviu-se a voz de Hermione.


- Se você conseguir chegar até lá, é ótimo – falou Josh.


Harry sentiu a amiga passar por ele, ouviu a porta deslizar, e em seguida um baque e dois berros de dor.


- Acho que não foi bem sucedida a tentativa.
— Quem é?
— Quem é?
— Gina?
— Mione?
— Que é que você está fazendo?
— Estava procurando o Rony!


- Aliás, onde você estava antes que te deixaram sozinha? – perguntou Dorcas.


Gina não respondeu. A verdade era que ela estava sozinha porque ela não tinha amigos.
— Entra aqui e senta...
— Aqui não! — disse Harry depressa. — Eu estou aqui!


- Quem se importa?


- Eu – bufou Harry.
— Ai! — disse Neville.
— Silêncio! — ordenou uma voz rouca, de repente.


- Remus?


O Profº. Lupin parecia ter finalmente acordado.


- ‘Tava na hora já.


Remus corou.


Harry ouviu movimentos no canto em que ele estava. Ninguém disse nada.


- E o que diriam?
Seguiu-se um estalinho e uma luz trêmula inundou a cabine.


- Finalmente alguém lembrou que tem uma varinha – resmungou Snape.


Pelo que viam, o professor estava empunhando um feixe de chamas. Elas iluminavam um rosto cansado e cinzento, mas seus olhos tinham uma expressão alerta e cautelosa.


- Esse é o nosso Remus – falaram James e Sirius.
— Fiquem onde estão — disse com a mesma voz rouca, e começou a se levantar lentamente segurando as chamas à sua frente.


- Assustador.
Mas a porta se abriu antes que Lupin pudesse alcançá-la.
Parado à porta, iluminado pelas chamas trêmulas na mão do professor, havia um vulto de capa que alcançava o teto. Seu rosto estava completamente oculto por um capuz.


- Não pode ser...


Harry baixou os olhos depressa, e o que ele viu provocou uma contração em seu estômago. Havia uma mão saindo da capa e ela brilhava, um brilho cinzento, de aparência viscosa e coberta de feridas, como uma coisa morta que se decompusera na água...


- O que um Dementador está fazendo ai? – perguntou Regulus, horrorizado. Ele não chegar a imaginar nada perto disso. Pensar nessas criaturas perto de crianças inocentes não era nada animador.


- Bem, é óbvio, não? Eles querem a mim – Siruis deu um sorriso frio, aquele que fazia com as pessoas quererem bater nele.


Um silêncio tenso se instaurou na sala depois disso. Todos sabiam que Sirius estava certo, mas nenhum deles iriam admitir.


- Não foi culpa sua – falou Harry, firmemente.


Harry ficou devastado pelo olhar que o padrinho enviou de volta a ele. Era de alguém totalmente quebrado. Sirius não acreditava nele e não tinha nada que Harry pudesse fazer agora para ajeitar isso. Inferno de terceiro ano.


Mas foi visível apenas por uma fração de segundo.


- Pelo menos, isso.


Como se a criatura sob a capa percebesse o olhar de Harry, a mão foi repentinamente ocultada nas dobras da capa preta.


- Não sabia que eles se importavam.
E então a coisa encapuzada, fosse o que fosse, inspirou longa e lentamente, uma inspiração ruidosa, como se estivesse tentando inspirar mais do que o ar à sua volta.


- Porque estava.
Um frio intenso atingiu todos os presentes. Harry sentiu a própria respiração entalar no peito. O frio penetrou mais fundo em sua pele. Chegou ao fundo do peito, ao seu próprio coração...


Lily baixou os olhos. Ela não queria ouvir isso.
Os olhos de Harry giraram nas órbitas. Ele não conseguiu ver mais nada.


- Um Demantador faz isso com você – falou Snape, simpaticamente.


Estava se afogando no frio. Sentia um farfalhar nos ouvidos que lembrava água correndo.


- Água? – Regulus franziu a testa. O que a pior memória de Harry tinha a ver com água?


Estava sendo puxado para o fundo, o farfalhar aumentou para um ronco que aumentava...


- Um ronco? – Ninguém fora Harry estava entendendo nada. Nem mesmo Rony e Hermione.
Então, vindos de muito longe, ouviu gritos, terríveis, apavorados, suplicantes.


- Gritos? De quem? – Sirius ficou confuso. Ok, Harry quase morreu várias vezes e ele tinha a sensação que a situação dele com os Dursley era muito pior que mostrava no livro, mas nessas horas não tinha mais ninguém gritando.


- Sim – Harry somente assentiu lembrando- se do grito “Não, Harry, não!” de Lily. Ele não podia lidar com isso agora, não agora que ele finalmente a conhecera.


Ele queria ajudar quem gritava,


- Complexo de herói – Gina sorriu para o namorado. Isso era uma das coisas que ela mais gostava nele. O quanto ele tentava ajudar todos. Mas também era uma das coisas que ela mais odiava, já que isso causou a separação deles no sexto ano dela.


tentou mexer os braços, mas não conseguiu... Um nevoeiro claro e denso rodopiava à volta dele, dentro dele...
- Dentro de você? – Josh ergueu uma sobrancelha.


- É difícil de explicar – Harry deu de ombros, incomodado.


— Harry! Harry! Você está bem?
Alguém batia no seu rosto.


- Isso não é legal, mas parece ter adiantado – falou Sirius pensativo.
— Q... Quê?
Harry abriu os olhos; havia lanternas no alto e o chão sacudia.
O Expresso de Hogwarts recomeçara a andar


- Finalmente!


e as luzes tinham voltado.


- Isso quer dizer que os dementadores foram embora – Snape suspirou aliviado.


Aparentemente ele escorregara do assento para o chão.


Harry corou de vergonha.
Rony e Hermione estavam ajoelhados ao seu lado, e acima dos seus amigos ele viu que Neville e o professor o observavam.


- Eu não tinha nada melhor para fazer – brincou Neville.


Harry se sentiu muito doente;


- Também pudera – falou Lene na mesma hora que Sirius falava que era porque Harry era doente. Ela lançou um olhar assassino para o namorado.


quando ergueu a mão para ajeitar os óculos no nariz, sentiu um suor frio no rosto.


Rony e Hermione puxaram-no para cima do assento.


- Você pesa – fingiu reclamar Hermione, tentando fazer Harry se sentir melhor.


Harry sorriu agradecido para a amiga.
— Você está bem? — perguntou Rony, nervoso.
— Estou — disse Harry,


- Mentir é feio – resmungou o ruivo.


olhando depressa para a porta. A criatura encapuzada desaparecera.


- Já foi tarde – resmungou Josh.


— Que aconteceu? Onde está aquela... Aquela coisa? Quem gritou?
— Ninguém gritou — disse Rony, ainda mais nervoso.


- Eu achava que você estava ficando doido – brincou Rony, mas não teve graça já que o próprio Harry pensou isso.
Harry olhou para todos os lados da cabine iluminada. Gina e Neville retribuíram seu olhar, ambos muito pálidos.


Neville ficou quieto se lembrando do que ele via. Ele só queria poder esquecer.
— Mas eu ouvi gritos...
Um forte estalo assustou os meninos. O Profº. Lupin partia em pedaços uma enorme barra de chocolate.


- Ao regaste – brincou Remus.
— Tome — disse a Harry, oferecendo-lhe um pedaço particularmente avantajado. — Coma. Vai fazer você se sentir melhor.


- E acredite em mim porque eu sei das coisas – Remus sorriu satisfeito. Chocolate não parecia muita coisa, mas era o melhor depois de um Dementador. E ele não estava falando isso só porque ele era chocólatra.
Harry apanhou o chocolate, mas não o comeu.


- Obrigado por me ouvir – ironizou Remus.
— Que era aquela coisa? — perguntou a Lupin.
— Um dementador — respondeu Lupin, que agora distribuía o chocolate para todos. — Um dos dementadores de Azkaban.


Apesar de todos já saberem disso, eles tremeram. Só de pensar naquelas coisas...
Todos o olharam espantados.


- Vocês eram burros? – zoou James e se encolheu com o olhar assassino dos outros – Ok, não está mais aqui quem perguntou.


O professor amassou a embalagem vazia de chocolate e meteu-a no bolso.
— Coma — insistiu. — Vai lhe fazer bem. Preciso falar com o maquinista, me dêem licença...


- De novo? – falou Dorcas – Ah, esquece, aquilo foi Hermione.
Ele passou por Harry e desapareceu no corredor.
— Você tem certeza de que está bem? — perguntou Hermione, observando-o com ansiedade.


- Claro que não.
— Não entendo... Que foi que aconteceu? — perguntou Harry, enxugando mais suor do rosto.


- Eca! – falaram Alice, Lene, Dorcas, Lily e Lyssi. Hermione e Gina eram muito próximas dos meninos para não terem se acostumados.
— Bem... Aquela coisa... O dementador... Ficou parado ali olhando, quero dizer, acho que foi, não pude ver o rosto dele... E você...
— Pensei que você estava tendo um acesso ou coisa parecida — disse Rony, que conservava no rosto uma expressão de pavor — Você ficou todo duro, escorregou do assento e começou a se contorcer...


Todos ficaram quietos, tentando compreender o que acontecera. Harry foi o mais afetado, claramente, mas por quê?


Era horrível ler sobre isso, principalmente porque Harry era amigo de todos ali (não muito de Dorcas e Snape, mas fora eles...).
— E o Profº. Lupin saltou por cima de você, foi ao encontro do dementador,


- Claro, eu tinha que proteger Harry – falou Remus e James deu um abraço nele. Isso significava muito para ele.


puxou a varinha — contou Hermione — e disse: "Nenhum de nós está escondendo Sirius Black dentro da capa.


- É. Eu sou muito maior para ser escondido – sorriu Sirius.


Vá." — Mas o dementador não se mexeu, então Lupin murmurou alguma coisa e da varinha saiu um raio prateado contra a coisa, e ela deu as costas e se afastou como se deslizasse...


- Você aprendeu a fazer um Pratono! – James exclamou, feliz. Eles estavam tentando desde o começo do ano, mas era extremamente difícil.
— Foi horrível — disse Neville numa voz mais alta do que de costume. — Vocês sentiram como ficou frio quando ele entrou?


Calor que não ia ser, zombou Snape em pensamento.
— Eu me senti esquisito — disse Rony, sacudindo os ombros, desconfortável. — Como se eu nunca mais fosse sentir alegria na vida...


- Acho que essa é uma boa definição – falou Alice, quietamente. Ela não gostava de ler sobre desgraça.  
Gina, que se encolhera a um canto parecendo quase tão mal quanto Harry, deu um solucinho;


Harry deu um sorriso reconfortante para a namorada.


 Hermione aproximou-se e passou um braço pelas costas da menina para consolá-la.


- Obrigada, Mione – agradeceu Gina.


- De nada, Gi.


— Mas nenhum de vocês caiu do assento? — perguntou Harry sem graça.
— Não — disse Rony, olhando para Harry, ansioso, outra vez. — Mas Gina tremia feito louca...


Gina fechou os olhos, lembrando que o que Dementador mostrou era a Câmara Secreta. De novo e de novo.
Harry não entendeu. Sentia-se fraco e cheio de arrepios, como se estivesse se recuperando de uma gripe muito forte; começava também a sentir um início de vergonha.


- Lá vem – Alex revirou os olhos.


Por que desmaiara daquele jeito, quando mais ninguém desmaiara?


- Para efeito dramático – brincou Lily.
O Profº. Lupin voltou. Parou ao entrar, olhando para todos e disse, com um leve sorriso:
— Eu não envenenei o chocolate, sabem...


- Como eu posso ter certeza? – brincou Sirius.


Remus bateu no amigo.  
Harry deu uma dentada e, para sua grande surpresa, sentiu de repente um calor se espalhar até as pontas dos dedos dos pés e das mãos.
- Chocolate faz isso – sorriu Lene.


Sirius fez uma nota mental para comprar chocolate para ela quando ela tivesse irritada.


— Vamos chegar a Hogwarts dentro de dez minutos — disse o Profº. Lupin. — Você está bem, Harry?
O menino não perguntou como é que o professor sabia seu nome.


- Talvez por que você é uma das pessoas mais famosas do mundo mágico? – falou Neville, irônico.


- Ou porque eu conheci seu pai? – resmungou Remus.
— Muito bem — murmurou ele, constrangido.


Lily revirou os olhos. Harry precisava entender que ele era humano. Ele tinha o direito de passar mal.
Ninguém falou muito durante o resto da viagem.


- A culpa é sua, Remus – acusou Dorcas – Você é um professor, então eles não podem falar nada na sua frente.


Por fim, o trem parou na estação de Hogsmeade e houve uma grande correria para desembarcar; corujas piavam, gatos miavam e o sapo de estimação de Neville coaxou alto debaixo do chapéu do seu dono.


- Ou seja, o normal – riu Alex.


Estava frio demais na minúscula plataforma; a chuva descia em cortinas geladas.
— Alunos do primeiro ano por aqui! — chamou uma voz conhecida. Harry, Rony e Hermione se viraram e depararam com o vulto gigantesco de Hagrid,


Remus, Sirius, James, Lily, Harry, Fred, Jorge, Rony e Hermione sorriram a menção do amigo.


no outro extremo da plataforma, fazendo sinal para os novos alunos, aterrorizados,


- Só assim tem graça – falou James, se lembrando de todas as pegadinhas com os alunos do primeiro ano que ele já tinha feito.


 se aproximarem para a tradicional travessia do lago.
— Tudo bem, vocês três? — gritou Hagrid sobre as cabeças dos alunos aglomerados.  


- Se sentiam especiais – brincou Gina.


Eles acenaram para o guarda-caça, mas não tiveram chance de lhe falar porque a massa de alunos em volta deles os empurrava na direção oposta.


- Esse povo continua mal educado – resmungou Lene.
Harry, Rony e Hermione acompanharam o resto da escola pela plataforma e desceram para uma trilha enlameada, cheia de altos e baixos, onde no mínimo uns cem coches os aguardavam, cada qual, Harry só podia supor, puxado por um cavalo invisível,


Todos que já tinham visto a morte, balançaram a cabeça negativamente. Eram trestálios.


porque os garotos embarcaram em um, fecharam a porta e o veículo saiu andando, aos trancos e balanços, formando um cortejo.
- Nunca entendi porque isso – falou Dorcas, sendo ignorada.


O coche cheirava levemente a mofo e palha. Harry se sentia melhor desde o chocolate, mas continuava fraco.


- Você é fraco – apontou Sirius.


Harry corou.


- Me deixa.


Rony e Hermione não paravam de lhe lançar olhares de esguelha, como se temessem que ele pudesse desmaiar outra vez.


- Desculpa – pediram – Só estávamos preocupados.
Quando o coche foi se aproximando de um magnífico portão de ferro forjado, ladeado por colunas de pedra com javalis alados no alto, Harry viu mais dois dementadores encapuzados montando guarda dos lados do portão.


- Ah, vá se f...


- SIRIUS!


- Calma, Lily, quer um calmante? Você está estressada.


- Enfie o seu calmante em...


- Lily, amor, se controle – riu James – Olha o exemplo para o nosso filho.


Harry entrou na brincadeira, fingindo uma cara de decepção para Lily, que corou.


Uma onda de náusea e frio tornou a invadi-lo; ele se recostou no banco encalombado e fechou os olhos até atravessarem a entrada. O coche ganhou velocidade no caminho longo e inclinado até o castelo; Hermione se debruçou pela janelinha, espiando as muitas torrinhas e torres que se aproximavam.


Regulus levantou uma sobrancelha. Por que ela fez isso se todo é igual?


Por fim, o coche parou balançando, e Hermione e Rony desembarcaram.
Quando Harry ia descendo, uma voz arrastada e satisfeita chegou aos seus ouvidos.


- Quem aposta que é Malfoy? – Neville revirou os olhos.


— Você desmaiou, Potter?


- Preocupado? – zombou Regulus.


Longbottom está falando a verdade?


- Desculpa, Harry.


Harry controlou a vontade de suspirar.


- Tudo bem, Nev.


 Desmaiou mesmo, é?


- Hum, Draquinho está muito preocupado – falou Sirius com deboche.
Draco passou por Hermione acotovelando-a,


Hermione revirou os olhos.


para impedir Harry de subir as escadas de pedra do castelo,


- Sacanagem.


o rosto jubilante e os olhos claros brilhando de malícia.
— Se manda, Malfoy — disse Rony, cujos maxilares estavam cerrados.
— Você também desmaiou, Weasley?


- Draco está muito preocupado com os garotos – continuou a zombar Sirius, se sentindo melhor por finalmente estarem falando de alguma coisas que não fosse sobre ele.


 — perguntou Draco em voz alta. — O velho dementador apavorante também o assustou, Weasley?


- Não mais do que ele assustou você – resmungou Rony.
— Algum problema? — perguntou uma voz suave, O Profº. Lupin acabara de desembarcar do coche seguinte.


- Remus parando o bullying – comemorou James e Snape teve vontade de rir. Ele já tinha esquecido o bullying que ele fazia com Snape?
Malfoy lançou ao Profº. Lupin um olhar insolente, que registrou os remendos em suas vestes e a mala surrada.


- Tu vai ter que dar aula para um pirralho que tem todos os maus costumes de sangue puros – falou Alice, com pena. Alguns costumes eram muito bons, mas outros...


Com uma sugestão de sarcasmo na voz, ele respondeu:
— Ah, não... Hum... Professor — depois fez cara de riso para Crabbe e Goyle,


- Só eles para rirem mesmo.


 e subiu com os dois as escadas do castelo.
Hermione bateu nas costas de Rony para apressá-lo,


- Você sabe que você podia simplesmente ter falado, não é? – falou Rony.


- Ai não teria graça – Hermione sorriu.


e os três se reuniram aos muitos alunos que enchiam as escadas,


- Deixaram de ser excluídos sociais? – brincou Lene.


- Só um pouco.


cruzavam a soleira das enormes portas de carvalho e penetravam no saguão cavernoso iluminado com tochas ardentes, onde havia uma magnífica escadaria de mármore para os andares superiores.
A porta que levava ao Salão Principal, à direita, estava aberta;


- E você queria que ela estivesse fechada?
Harry seguiu o grande número de alunos que se deslocava naquela direção, mas apenas vislumbrara o teto encantado, que àquela noite se mostrava escuro e anuviado, quando uma voz o chamou:


- Esse povo que me ama. Não conseguem ficar longe de mim.
— Potter! Granger! Quero falar com os dois! Os garotos se viraram surpresos. A Profª. McGonagall, que ensinava Transformação e dirigia a Casa da Grifinória, os chamava por cima das cabeças dos demais.


- Primeiro Hagrid e agora McGonagall com tratamento especial – Josh começou um discurso de como aquilo era uma injustiça.


- Cala a boca, que você tem muito tratamento especial – resmungou Lyssi.


- Você também – retrucou ele.


- Claro, eu sou perfeita.


 Era uma bruxa de aspecto severo, que usava os cabelos presos em um coque apertado; seus olhos penetrantes eram emoldurados por óculos quadrados.


- Ela nunca muda o óculo não?


Harry abriu caminho até ela com esforço e um mau pressentimento: a Profª. McGonagall tinha o condão de fazê-lo sentir que fizera alguma coisa errada.


- Ela faz isso com qualquer um. Acho que é por causa da responsabilidade dela – falou Lily.


- Bem, com nós não – sorriu Sirius e James.


- Porque vocês não tem consciência – retrucou a menina.


- Essa doeu, Lily – reclamaram feito duas criancinhas.


- E quem liga? – brincou, mas puxou o namorado para um beijo.


- Ei, eu não preciso nascer agora – resmungou Harry e os dois se separaram.
— Não precisa ficar tão preocupado, só quero dar uma palavrinha com vocês na minha sala — disse ela.


- Relaxem, vocês não tiveram tempo de fazer merda ainda.


 — Pode continuar o seu caminho, Weasley.


- Você separou o trio? – Gina fingiu que ia chorar.
Rony ficou olhando a professora se afastar, com Harry e Hermione, da aglomeração de alunos que falavam sem parar; os três atravessaram o saguão, subiram a escadaria de mármore e seguiram por um corredor.


- Não, eles não tavam num corredor – Lyssi revirou os olhos.
Já na sala, um pequeno aposento com uma grande e acolhedora lareira,


- Mas como a sala de tia Minnie é pequena?  - resmungou James.


- Ela merece mais – apoiou Sirius.


- Como se vocês não soubsessem antes o tamanho da sala – Alice revirou os olhos.


- Ok... a gente já foi lá algumas vezes – admitiu Remus, o mais confiável do grupo.


 a professora fez sinal a Harry e Hermione para que se sentassem.


- Nem precisa eles são de casa – brincou James.


- Nem pense nisso, James Potter. Meu filho vai ser responsável – brigou Lily.


- Vamos deixar ela acreditar nisso – sussurrou James para Sirius.
Ela própria se sentou à escrivaninha e disse sem rodeios:
— O Profº. Lupin mandou à frente uma coruja para avisar que você tinha passado mal no trem, Potter.


- Remus! Deixe de fofocar – brigou Dorcas.


O menino se encolheu.


- Eu só estava preocupado.
Antes que o garoto pudesse responder, ouviu-se uma leve batida na porta e Madame Pomfrey, a enfermeira, entrou com seu ar eficiente.


- Ela não tem outro jeito – falou Harry, carinhosamente. Ele tinha se afeiçoado a Pomfrey ao longo dos anos. Ela era uma mulher bastante responsável.  
Harry sentiu o rosto corar. Já era bastante ruim que tivesse desmaiado, ou o que fosse, sem todo mundo ficar fazendo aquele alvoroço.


- Um desmaio não é nada, filho – falou Lily seriamente.


Harry não respondeu. Ele não concordava, mas sabia que eles iriam brigar se começassem a discutir isso.
— Eu estou bem — disse. — Não preciso de nada...


- Você nunca precisa – Regulus revirou os olhos.


Harry sorriu ao ver a preocupação do outro, mas não achava necessário.
— Ah, então foi você? — exclamou Madame Pomfrey, ignorando o comentário de Harry e se curvando para examiná-lo mais de perto.


- Bem feito.


— Suponho que tenha feito outra vez alguma coisa perigosa.


- Dessa vez, a culpa não foi nem um pouco dele – Snape falou.
— Foi um dementador, Papoula. — informou McGonagall.
As duas, trocaram olhares misteriosos


- Isso nunca significa uma coisa boa.


e Madame Pomfrey deu um muxoxo de desaprovação.
— Postar dementadores em volta da escola — murmurou, afastando os cabelos de Harry e sentindo a temperatura na testa dele.


- Eu estava bem – protestou o menino, sendo ignorando.
— O menino não vai ser o último a desmaiar. É, está úmido de suor. Eles são terríveis e o efeito que produzem nas pessoas que já são delicadas...


- Não foi a melhor coisa para se falar – Lyssi riu. Ela ficava muito diferente quando ria.
— Eu não sou delicado! — exclamou Harry aborrecido.


- Claro que não – James segurou o riso.
— Claro que não é — disse Madame Pomfrey distraída, agora tomando o seu pulso.


- Odeio quando faziam isso comigo, fingiam que escutavam o que eu dizia – resmungou Sirius.


- Ninguém presta atenção no que você diz – Lene provocou.


- Fora você – provocou e roubou um beijo da menina, que sorriu.
— Do que é que ele precisa? — perguntou a Profª. McGonagall, decidida. — Repouso? Quem sabe não fosse bom passar a noite na ala hospitalar?


- Não vai ser fácil escapar de Promfrey e McGonagall – riu Fred.
— Eu estou ótimo! — disse Harry, levantando-se de um salto. A ideia do que Draco iria dizer se ele tivesse que ir para a ala hospitalar foi uma tortura.


- Não ligue para o que aquele idiota diz – resmungou Gina.
— Bem, ele devia, no mínimo, tomar um chocolate — disse Madame Pomfrey, que agora tentava examinar os olhos de Harry.


- Isso não é um problema – sorriu Remus.
— Já comi chocolate — disse ele. — O Profº. Lupin me deu. Deu a todos nós.
— Deu, foi? — exclamou a bruxa-enfermeira em tom de aprovação.


A sala começou a perturbar Remus, mandando ele ir para cima dela e outras coisas desnecessários, e ele corou.


 — Então finalmente conseguimos um professor de Defesa contra as Artes das Trevas que sabe o que faz!


- Obrigado – Remus sorriu orgulhoso.
— Você tem certeza de que está se sentindo bem, Potter? — perguntou a Profª. McGonagall bruscamente.
— Estou — respondeu Harry.
— Muito bem.


- E ela vai acreditou?


Por favor espere aí fora enquanto dou uma palavrinha com a Srta. Granger sobre sua programação para o ano letivo,


- Se ferrou – brincou Frank.


- Não – riu Hermione.


depois podemos descer juntos para a festa.
Harry saiu para o corredor com Madame Pomfrey, que seguiu para a ala hospitalar, resmungando sozinha.


- Coitada. Tá solitária.


Ele só precisou esperar uns minutinhos; Hermione apareceu com um ar muito feliz, acompanhada pela professora, e todos desceram a escadaria de mármore para o Salão Principal.


- Nem pude perguntar o que foi que ela falou – reclamou Harry.
Havia um mar de chapéus cônicos e pretos; cada uma das compridas mesas das casas estava lotada de estudantes, os rostos iluminados por milhares de velas que flutuavam no ar, acima das mesas.


- Que são um exagero.


- Eletricidade foi a coisa que eu mais senti falta no mundo mágico.
O Profº. Flitwick, que era um bruxo franzino de cabeleira branca, carregava um chapéu antigo e um banquinho de três pernas para fora da sala.
— Ah — comentou Hermione em voz baixa —, perdemos a cerimônia da seleção!


- Sempre perco – resmungou Harry.
Os novos alunos de Hogwarts eram distribuídos pelas quatro casas do colégio, pondo na cabeça o Chapéu Seletor, que anunciava a casa (Grifinória,


Aplausos.


Corvinal,


Aplauso de Frank.


Lufa-Lufa


Aplauso de Alice.


 ou Sonserina)


Aplauso de Regulus e Snape.


 que melhor convinha ao recém-chegado.


Ou que ele desejasse mais ficar, pensou Harry.


A Profª. McGonagall dirigiu-se ao seu lugar, que estava vazio à mesa dos professores e funcionários


- Claro, quem seria o doido de sentar no lugar dela?


 e Harry e Hermione seguiram na direção oposta,


- A separação foi difícil – Harry fingiu chorar.


o mais silenciosamente possível para se sentarem à mesa da Grifinória.


- O que não adiantou de nada – falou Hermione.


As pessoas viraram a cabeça para olhá-los passar pelo fundo do salão, e alguns apontaram para Harry.


- Povo fofoqueiro. Não ter vida própria da nisso.


Será que a história do seu desmaio ao topar com o dementador se espalhara com tanta rapidez?


Todos ficaram calados, porque sabiam que, sim, tinha se espelhado. Hogwarts era uma rede de fofocas, principalmente quando se tratava de Harry.
Ele e Hermione se sentaram um de cada lado de Rony, que guardara seus lugares.
- Tá vendo como eu sou um bom amigo? – Rony sorriu – Devia ganhar um salário.


— Que história foi essa? — murmurou Rony para Harry.
O amigo começou a lhe explicar aos cochichos,


- Coisa feia, fofocar com o melhor amigo – Josh falou.


mas naquele momento, o diretor se ergueu para falar e ele se calou.


- Dumby impõe respeito – falou Sirius, fingindo uma cara séria.
O Profº. Dumbledore, embora muito velho, sempre dava uma impressão de grande energia.


Talvez seja alguma magia, pensou Regulus.


Tinha alguns palmos de cabelos e barbas prateados, óculos de meia-lua e um nariz muito torto. Em geral era descrito como o maior bruxo da era atual,


Snape revirou os olhos. Ele não achava o diretor lá essas coisas.


mas não era esta a razão por que Harry o respeitava.


- Harry, você está muito exigente – falou Neville.


- Só o melhor para mim – Harry bancou o metido.


 Não era possível deixar de confiar em Alvo Dumbledore,


Ou era.


e quando Harry o contemplou sorrindo radiante para os alunos à sua volta, sentiu-se calmo, pela primeira vez, desde que o dementador entrara na cabine do trem.


- Dumbledore faz isso com as pessoas – afirmou Lily.
— Sejam bem-vindos!


- Obrigado.


 — começou Dumbledore, a luz das velas tremeluzindo em suas barbas. — Sejam bem-vindos para mais um ano em Hogwarts! Tenho algumas coisas a dizer a todos, e uma delas é muito séria. Acho que é melhor tirá-la do caminho antes que vocês fiquem tontos com esse excelente banquete...


Regulus se remexeu impaciente na cadeira. Ele odiava quando as pessoas ficavam enrolando.
O diretor pigarreou e prosseguiu:
— Como vocês todos perceberam, depois da busca que houve no Expresso de Hogwarts,


A que você não fez nada para impedir, pensou Frank, se arrependendo logo depois.


a nossa escola passou a hospedar alguns dementadores de Azkaban,


- Eles vão ficar lá o ano inteiro? – Alice perguntou horrorizada.
 que vieram cumprir ordens do Ministério da Magia.


- Claro que foi o Ministério – Gina revirou os olhos.


Ele fez uma pausa e Harry se lembrou do que o Sr. Weasley comentara sobre a insatisfação de Dumbledore quanto ao fato de os dementadores estarem montando guarda na escola.


- E quem ficaria feliz? – resmungou Fred. Foi um ano ruim para todo mundo por causa daquelas coisas, eles até perderam no Quadribol por culpa disso.
— Eles estão postados em cada entrada da propriedade e, enquanto estiverem conosco, é preciso deixar muito claro que ninguém deve sair da escola sem permissão.


- Só agora? E nós outros anos?


Os dementadores não se deixam enganar por truques nem disfarces,


- Essa foi para a gente – falaram Jorge e Fred.


nem mesmo por capas de invisibilidade


- Essa foi para a gente – falaram Harry, Rony e Hermione.


 — acrescentou ele brandamente, e Harry e Rony se entreolharam. — Não faz parte da natureza deles entender súplicas nem desculpas.


- Não faz parte da natureza deles entenderem nada – falou Neville duramente.


 Portanto, aviso a todos e a cada um em particular, para não darem a esses guardas razão para lhes fazerem mal.


- Ninguém seria doido de fazer isso. Todos somos criados com medo dos dementadores – falou Alice.


Apelo aos monitores, e ao nosso monitor e monitora chefes, para que se certifiquem de que nenhum aluno entre em conflito com os dementadores.


- E quem garantiu a segurança deles no trem?
Percy, que estava sentado a algumas cadeiras de distância de Harry, estufou o peito outra vez e olhou à volta cheio de importância.


- Ai quando vai ver, Dumbledore nem sabe quem é ele.
Dumbledore fez nova pausa; percorreu o salão com um olhar muito sério, mas ninguém se mexeu nem emitiu som algum.


- Ele queria que o povo protestasse? – perguntou Dorcas, confusa.
— Agora, falando de coisas mais agradáveis — continuou ele —, tenho o prazer de dar as boas-vindas a dois novos professores este ano.


- Dois? O professor de DCAT, nesse ano Lupin, e quem é o outro? – perguntou Josh.


- Vocês vão ver.


Primeiro, o Profº. Lupin, que teve a bondade de aceitar ocupar a vaga de professor de Defesa contra as Artes das Trevas.


- Dumbledore que teve a bondade de me oferecer – falou Remus emocionado. Era real. Ele ia se tornar um professor em Hogwarts.  
Ouviram-se algumas palmas dispersas e pouco entusiásticas.
Somente os que tinham estado na cabine de trem com o novo professor bateram palmas animados,


- Você vai ser um bom professor, Remus – garantiu Sirius.


Harry entre eles.


- Você merecia e ainda merece – sorriu o moreno.


Lupin parecia particularmente mal vestido ao lado dos outros professores que trajavam suas melhores vestes.


- Eu até que estava gostando de você, Harry – resmungou.


- Desculpa.
— Olha a cara do Snape!


- Estava demorando – suspirou Snape.


— sibilou Rony ao ouvido de Harry.
O olhar do Profº. Snape, mestre de Poções, passou pelos professores que ocupavam a mesa e se deteve em Lupin.


- Eu não vou ficar feliz em te ver lá.


Era fato sabido que Snape queria o cargo de professor de Defesa contra as Artes das Trevas,


- Isso não te incomoda? – perguntou Dorcas.


Snape deu de ombros.


- É a minha matéria preferida, mas poções é ótimo também.


mas até Harry, que o detestava, se surpreendeu com a expressão que deformou o seu rosto macilento.


- Harry é uma pessoa muito bondosa – ironizou Lene – Você só fala mal do povo.


Era mais do que raiva: era desprezo. Harry conhecia aquela expressão bem demais; era a que Snape usava sempre que o avistava.


- Ai – Snape se protegeu quando Lily o bateu – Desculpe?


- Desculpas aceitas – a ruiva sorriu.


Snape olhou para Regulus tentando entender. TPM, respondeu o outro.  
— Quanto ao nosso segundo contratado


Josh se inclinou para ouvir mais.


 — continuou Dumbledore quando cessavam as palmas mornas para o Profº. Lupin. — Bem, lamento informar que o Profº. Kettleburn, que ensinava Trato das Criaturas Mágicas, aposentou-se no fim do ano passado para poder aproveitar melhor os membros que ainda lhe restam.


- Coitado desse cara. Ele tinha cara de ser legal – falou Dorcas.


Fred e Jorge – os únicos a terem aula com ele – deram de ombros.


- Ele não fazia muito diferença.


Contudo, tenho o prazer de informar que o seu cargo será preenchido por ninguém menos que Rúbeo Hagrid,


Aplausos e gritos de comemorações pela sala toda. Hagrid deveria ter ficado muito feliz com a notícia que finalmente podia ensinar, apesar de Frank não entender como ele podia ensinar se não tinha a educação básica completa.


 que concordou em acrescentar essa responsabilidade docente às suas tarefas de guarda-caça.
Harry, Rony e Hermione se entreolharam, estupefatos.


- Foi um choque – falaram.


 Em seguida acompanharam os aplausos, que foram tumultuosos principalmente à mesa da Grifinória.


- Hagrid é moral – brincou Lene.


Harry se esticou para frente para ver Hagrid, que tinha o rosto vermelho-rubi, os olhos postos nas mãos enormes, e o sorriso largo escondido no emaranhado de sua barba escura.
— Nós devíamos ter adivinhado! — berrou Rony, dando socos na mesa. — Quem mais teria nos mandado comprar um livro que morde?


- Rony tem um ponto – falou Gina e depois fez uma careta – Nunca pensei que diria isso. Mas é bem a cara de Hagrid mesmo.
Os três garotos foram os últimos a parar de aplaudir


- Claro.


e quando o Profº. Dumbledore recomeçou a falar, eles viram que Hagrid estava enxugando os olhos na toalha da mesa.
— Bem, acho que, de importante, é só o que tenho a dizer. Vamos à festa!


- Eu não chamaria isso de festa – falou Sirius, sorrindo maliciosamente ao pensar nas festas que ele fazia em Hogwarts.


- Sirius – Marlene avisou e ele a puxou para si.
As travessas e taças de ouro diante das pessoas se encheram inesperadamente de comida e bebida. Harry, de repente faminto, se serviu de tudo que conseguiu alcançar e começou a comer.


- Hogwarts faz isso comigo – falou quando foi encarado.
Foi um banquete delicioso; o salão ecoava as conversas, os risos e o tilintar de talheres.


Alice sorriu. Era bom estar em Hogwarts.


Harry, Rony e Hermione, porém, estavam ansiosos para a festa terminar para poderem conversar com Hagrid.


- Mas você não estava empolgado com a comida há três segundos?
Sabiam o quanto significava para ele ser nomeado professor.


Lily sorriu.


 O guarda-caça não era um bruxo diplomado; fora expulso de Hogwarts no terceiro ano por um crime que não cometera.


Frank continuou sem entender como Hagrid podia estar ensinando.


Harry, Rony e Hermione é que tinham limpado o seu nome no ano anterior.


Talvez isso fosse suficiente, mas Hagrid devia ter feito algum tipo de prova para ser professor, e duvidasse que Hagrid fosse capaz de passar nela.
Finalmente, quando os últimos pedaços deliciosos de torta de abóbora tinham desaparecido das travessas de ouro, Dumbledore anunciou que era hora de todos se recolherem


- Dumby decidiu, tá decidido.


e os meninos tiveram a oportunidade que aguardavam.


- Ser paciente compensa – riu Regulus.


Harry riu com ele.
— Hagrid! — exclamou Hermione quando se aproximaram da mesa dos professores.


- Corajosos.
— Graças a vocês — disse Hagrid, enxugando o rosto brilhante de lágrimas no guardanapo e erguendo os olhos para os garotos. — Nem consigo acreditar... Grande homem, o Dumbledore...


- Hagrid só sabe falar isso? – questionou Lene, se encolhendo com os olhares que recebeu.


Veio direto à minha cabana quando o Profº. Kettleburn disse que para ele já chegava...


- Muita sorte Kettleburn ter desistido no mesmo ano que Hagrid poderia ser professor – falou Snape.


É o que eu sempre quis...


- Não imagino Hagrid professor – confessou James.


Remus, Lily e Sirius concordaram.
Dominado pela emoção, ele escondeu o rosto no guardanapo


- Altitude bem adulta.  


 e a Profª. McGonagall tocou os meninos para fora.


- E quando McGonagall te expulsa, você obedece – concluiu Siruis.
Harry, Rony e Hermione se reuniram aos outros colegas da Grifinória que ocupavam toda a escadaria de mármore e agora, muito cansados,


- Muito cansados de quê? – perguntou Alex – Só fizeram comer.


caminharam por mais corredores e mais escadas até a entrada secreta para a torre da Grifinória.


- Que não é tão secreta assim, diga-se de passagem – falou Frank. O povo da Grifinória discordou, mas o resto concordou. Todos sabiam onde ficava.


Uma grande pintura a óleo de uma mulher gorda vestida de rosa perguntou-lhes:
— A senha?
— Já estou indo, já estou indo! — gritou Percy lá do fim do ajuntamento.


- E quem liga?


 — A nova senha? Fortuna Major!


- Essa senha é legal – reclamou James. No ano dele, só tinham senhas ruins.
— Ah, não! — exclamou Neville Longbottom com tristeza. Ele sempre tinha dificuldade para se lembrar das senhas.


- Verdade. Eu tenho uma memória péssima – confessou.
Depois de atravessar o buraco do retrato e a sala comunal, as garotas e garotos tomaram escadas separadas.


- Parece que até que tem medo de se misturar.


Harry subiu a escada circular sem pensar em nada exceto na sua felicidade por estar de volta.


Lily e James deram um sorriso triste. Felizes de seu filho estar feliz agora, mas triste pelas condições de vida dele no período fora de Hogwarts.


Quando chegaram ao dormitório redondo com as camas de colunas que já conheciam, Harry, olhando a toda volta, se sentiu finalmente em casa.


Rony sorriu para o amigo.


- Você estava em casa. Mas a Toca também é a sua casa – sorriu.


Harry sorriu de volta.


- Eu sei.
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Gente, eu realmente não sei quando eu vou poder atualizar de novo. Eu vou tentar fazer o mais rápido o possível, mas agora eu realmente preciso focar nas minhas provas. Agora é reta final.
Então, não estranhem se demorar. Prometo que vamos continuar.  

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Comentários (1)

  • Izabella Bella Black

    Oi, sem nenhum problema pela demora, eu entendo que vocês tem uma vida alem da fic. Para mim acalmou por um tempinho bem curto e agora voltou a ficar tudo corrido de novo, tenho prova ate dia cinco de dezembro e depois ferias ou assim espero. Não precisa se preocupar não, irei acompanhar a fic ate o final dela, só espero que vocês não desistam dela, como muitos autores fazem. Sobre o Sirius, manda ele aqui em casa e ele não fica sozinho, sei lá sempre que eu escrevo alguma coisa sobre o Sirius eu coloco ele com uma personagem que eu mesma criei, somente para não o colocar com a Marlene. Acho que todo mundo odeia a Umbridge, eu sempre quis que ela morrese mais do que Voldemort, Voldemort a gente sabia que era totalmente ruim, agora a Umbridge por ela conseguir conjurar um patrono signfica que ela tem lembranças que são felizes e puras é isso que me da mais raiva nela. Eu acho muito triste a morte do Sirius, do Dobby, do Fred, do Remo e da Tonks, na primeira vez que li os livros eu lembro que fiquei com tantos comensais da morte para ela matar ela me mata justamente eles? Fiquei dias me perguntando isso, depois me conformei. Sobre a fic About Sirius Black eu ainda não tive tempo, mais irei começar a ler em breve. Eu tambem não odeio o Sam, apesar de que algumas vezes chega perto, eu fico muito brava com ele por ele quer tudo do jeito dele e se alguem chegar e falar que ele esta errado, ele já fica bravo e some. Eu gosto do Cas, mas ainda prefiro a primeira temporada pelo motivo de ela de certa maneira ser simples, por se mander a fantasmas e esse tipo de coisa, por eles ainda não estarem em guerra. Sobre o capitulo, ele ficou perfeito, gostei muito. Sabe eu nunca imaginei o Percy acalmando o Rony quando esse era pequeno, mais de alguma forma a cena ficou perfeita e de certa forma Dorcas esta certa, apesar de tudo o que Percy fez ele ainda é irmão de Rony, Gina, Fred e Jorge. Imagino eu que ate os professores que deram aulas para os marotos ficaram chocados em saber que Remo era professor. Eu sempre achei que de certa maneira eles nunca imaginaram que Sirius conseguiria passar pelos dementadores. Pelo jeito vai demorar um pouquinho para eles perceberem que a pior lembrança é a morte dos pais. Beijos e boa sorte com as provas.

    2014-11-25
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