O Grande Erro da Tia Guida
N/Biaa: Cap quase todo escrito por Mila.
Eu sei que muita gente não gostou do fato de eu ter contado a Sirius e aos outros logo que ele era inocente. Mas eu tive que fazer isso porque: a) Sirius nem os outros são burros e iriam achar que Neville, Gina, Sirius, Rony, Hermione, Fred, Jorge e Harry sentariam de boa e conversariam com um assassino e b) Só seria maldade dos personagens não contarem a Sirius, não teria sentido eles esconderem isso.
Mas fiquem felizes, porque a parte dos Potters ele só vai descobrir depois.
Reviews:
Izabella Bella Black~~> Obrigada! Espero que goste desse também!
Naddsh~~> Konbanwa! Eu sei... Mas eu sou mole demais com o meu Sirius (culpa dele que eu o amo tanto e não consigo ser ruim com ele!)... Mas foi muito importante deixar a opinião! Eu adoro quando reclamam de alguma coisa, porque só assim eu posso melhorar! Dewa mata!
Juh_Lynch~~> Claro que é extremamente importante! Eu estava com saudade de você! Mas super entendo quando a pessoa tá atarefada. Nossa, último cap de Naruto? Eu nem acredito que tá acabado (eu não assisto, mas tipo... Todo mundo conhece Naruto). Fico feliz que você ame tanto LHP :) Já falamos para todos que Sirius foi preso por um crime que ele não comentou, mas os do passado não sabem sobre a traição aos Potters ainda. Marlene e Sirius são um dos meus casais preferidos (dah) e eu adoro escrever sobre eles em LHP ;D e também adoro fazer um amigo ir falar com a pessoa por quem o melhor amigo tá apaixonado (fiz isso em minha outra fic tbm, Era Ele, que por sinal é de Lily e James e tá lá no Nyah). Uma semana foi rápido o suficiente? Espero que sim! Obrigada pelo review! Beijos
Capítulo 2 - O grande erro de Tia Guida
Harry desceu para o café na manhã seguinte e já encontrou os três Dursley sentados à mesa.
— Que visão para se ter logo cedo. — Fred disse.
Estavam assistindo a uma televisão novinha em folha,
A maioria dos bruxos da sala não sabia o que era essa tal de televisão, mas não perguntaram com medo da (longa e detalhada) explicação que Hermione, ou Lily, daria.
um presente de boas-vindas para as férias de verão em casa de Duda, que andara se queixando, em várias vozes, sobre a grande distância entre a geladeira e a televisão da sala.
— Meu Deus, se meu filho fizesse isso eu não sei o que eu faria! — Hermione falou claramente exasperada. — Oh molequinho irritante!
— Nós não temos um filho, Hermione.
— Ah, cala boca, Rony.
Duda passara a maior parte do verão na cozinha, seus miúdos olhinhos de porco fixos na telinha e sua papada em cinco camadas balançando enquanto ele comia sem parar.
— Que surpresa.
Harry sentou-se entre Duda e tio Válter, um homem grande e socado, com pescoço de menos e bigodes de mais. Longe de desejarem a Harry um feliz aniversário, os Dursley não deram qualquer sinal de que tinham reparado em sua entrada na cozinha, mas o menino estava mais do que acostumado com isso para se importar.
James e Lily trocaram um olhar que prometia que eles iam mudar isso, custe o que custar, o filho deles não passariam por isso. Nem que eles tivessem que fazer um testamento dizendo que o Harry não iria acabar com a Petúnia. Eles fariam qualquer coisa.
Serviu-se de uma fatia de torrada e em seguida olhou para o repórter na televisão, que já ia adiantado na transmissão de uma notícia sobre um fugitivo da prisão.
"Alertamos os nossos telespectadores de que Black está armado e é extremamente perigoso. Se alguém o avistar deverá ligar para o número do plantão de emergência imediatamente."
Sirius e Regulus se olharam.
— Nem precisa dizer quem ele é — riu-se tio Válter, espiando o prisioneiro por cima do jornal. — Olhem só o estado dele, a imundice do desleixado! Olhem o cabelo dele!
— Meu cabelo! O que houve com o meu cabelo? — perguntou Sirius, horrorizado.
E lançou um olhar de esguelha, maldoso, para Harry, cujos cabelos despenteados sempre tinham sido uma fonte de grande aborrecimento para o tio.
— Hey! O cabelo incontrolável é uma marca dos Potter! — James disse.
Comparado ao homem da televisão, porém, cujo rosto ossudo era emoldurado por um emaranhado que lhe chegava aos cotovelos, Harry se sentiu, na verdade, muito bem penteado.
— Aí, essa doeu, Harry.
O repórter reaparecera.
"O Ministério da Agricultura e da Pesca irá anunciar hoje..."
— Espere aí! — berrou tio Válter, olhando furioso para o repórter, — Você não disse de onde esse maníaco fugiu! De que adiantou o alerta? O louco pode estar passando na minha rua neste exato momento!
Iria ser ótimo se um maníaco realmente acabasse com ele, pensou Snape.
Tia Petúnia, que era ossuda e tinha cara de cavalo, virou-se depressa e espiou com atenção pela janela da cozinha. Harry sabia que a tia simplesmente adoraria poder ligar para o telefone do plantão de emergência.
— O que é a maior idiotice que eu ouvi. E olha que eu vivo com Lene — falou Dorcas.
Era a mulher mais bisbilhoteira do mundo e passava a maior parte da vida espionando os vizinhos sem graça, que nunca faziam nada errado.
— Quando é que eles vão aprender — exclamou tio Válter, batendo na mesa com o punho grande e arroxeado — que a força é a única solução para gente assim?
— Ele com toda certeza ta mais louco que o normal. — Dorcas falou.
— É verdade — concordou tia Petúnia, que ainda procurava ver alguma coisa por entre a trepadeira do vizinho.
— E ela ainda incoraja!
Tio Válter terminou de beber a xícara de chá, deu uma olhada no relógio de pulso e acrescentou:
— É melhor eu ir andando, Petúnia. O trem de Guida chega às dez.
Harry, cujos pensamentos andavam no andar de cima com o Estojo para Manutenção de Vassouras, foi trazido de volta à terra com um tranco desagradável.
— Pelo visto, você realmente odeia ela.
— Ódio é uma palavra fraca — murmurou Harry.
— Tia Guida? — o garoto deixou escapar. — É... Ela não está vindo para cá, está?
Tia Guida era irmã de tio Válter.
— Tem mais de um no mundo?! — para a surpresa de todos foi Severus que fez o comentário, fazendo todos olharem confusos para ele — O quê?
Embora não fosse um parente consanguíneo de Harry (cuja mãe fora irmã de tia Petúnia),
— Infelizmente.
a vida inteira ele tinha sido obrigado a chamá-la de "tia".
Só para manter as aparências, pensou Harry sombriamente.
Tia Guida morava no campo, em uma casa com um grande jardim, onde ela criava buldogues. Raramente se hospedava na Rua dos Alfeneiros, porque não conseguia suportar a ideia de se separar dos seus preciosos cachorros,
— Que pena.
mas cada uma de suas visitas permanecia horrivelmente nítida na cabeça de Harry.
Na festa do quinto aniversário de Duda, tia Guida tinha dado umas bengaladas nas canelas de Harry para impedi-lo de vencer o primo em uma brincadeira.
— Filha da...
— James!
— O que? Lily, até você pode ver que essa ai é uma filha de uma profissional que ganha a vida fazendo favores de origem sexual!
Alguns anos mais tarde, ela aparecera no Natal trazendo um robô computadorizado para Duda e uma caixa de biscoitos de cachorro para Harry.
— Mais provas.
Na última visita, um ano antes do garoto entrar para Hogwarts, ele pisara sem querer o rabo do cachorro favorito da tia. Estripador perseguira Harry até o jardim e o acuara em cima de uma árvore, mas tia Guida se recusara a recolher o cachorro até depois da meia-noite.
— Precisa de mais, Lily querida?
A lembrança desse incidente ainda produzia lágrimas de riso nos olhos de Duda.
Regulus olhou para o livro com ódio. Ele ainda não acreditava no modo que Harry era tratado.
— Guida vai passar uma semana aqui — rosnou tio Válter — e enquanto estamos nesse assunto — ele apontou um dedo gordo e ameaçador para Harry — precisamos acertar algumas coisas antes de eu sair para apanhá-la.
Duda fez ar de riso e desviou o olhar da televisão. Assistir a Harry ser maltratado pelo pai era sua diversão favorita.
— Sádico filho da puta!
— Nós conseguimos adivinhar isso sozinhos, Sirius.
— Em primeiro lugar — rosnou tio Válter —, você vai falar com bons modos quando se dirigir a Guida.
— Tudo bem — disse Harry com amargura —, se ela fizer o mesmo quando se dirigir a mim.
— Esse é meu filho — falou James e até Snape e Regulus tinham um sorrisinho no rosto.
— Em segundo lugar — continuou o tio, fingindo não ter ouvido a resposta de Harry —, como Guida não sabe nada da sua anormalidade,
— Pessoa ignorante.
não quero nenhuma... Nenhuma gracinha enquanto ela estiver aqui. Você vai se comportar, está me entendendo?
— Ai como eu quero mostrar pra esse... Ser — Sirius acrescentou depois de ver o olhar de Lily — o quão "anormal" eu sou!
— Eu me comporto se ela se comportar — retrucou Harry entre dentes.
— E em terceiro lugar — disse tio Válter, seus olhinhos maldosos agora simples fendas na enorme cara púrpura — dissemos a Guida que você frequenta o Centro St. Brutus para Meninos Irrecuperáveis.
Harry revirou os olhos.
— Quê?— berrou Harry.
— E você vai sustentar essa história, moleque, ou vai se dar mal — cuspiu tio Válter.
— Ou ele pode dizer a verdade e ser chamado de mentiroso — falou Hermione, amargamente.
Harry ficou sentado ali, o rosto branco e furioso, encarando o tio Válter, sem conseguir acreditar no que ouvia. Tia Guida vinha fazer uma visita de uma semana — era o pior presente de aniversário que os Dursley já tinham lhe dado, incluindo nessa conta o par de meias velhas do tio.
— Essa mulher deve ser um monstro para você estar assim — comentou Frank.
— Bom, Petúnia — disse tio Válter, levantando-se com esforço —, vou indo para a estação, então. Quer me acompanhar para dar um passeio, Dudoca?
— Não — respondeu o menino, cuja atenção se voltara para a televisão agora que o pai acabara de ameaçar Harry.
— Seu gordo de uma...
— SEM XINGAMENTOS FORTES AQUI.
— Calma, Lily.
— Não me mande ficar calma, Lene!
— O Dudinha tem que ficar elegante para receber a titia — disse tia Petúnia, alisando os cabelos louros e espessos do filho. — Mamãe comprou para ele uma linda gravata-borboleta.
Fred e George começaram a fazer sons de vômito.
Tio Válter deu uma palmadinha no ombrão de porco de Duda.
— Vejo vocês daqui a pouco, então — disse ele, e saiu da cozinha.
Harry que estivera sentado numa espécie de transe de horror, teve uma ideia repentina.
— Essa ideia foi boa — falou Harry, orgulhoso, se lembrando da ideia que tivera.
Abandonando a torrada, ele se levantou depressa e acompanhou o tio até a saída.
Tio Válter estava vestindo o paletó que usava no carro.
— Eu não vou levar você — rosnou ele ao se virar e ver Harry observando-o.
— Como se eu quisesse ir — disse Harry friamente. — Quero lhe perguntar uma coisa.
O tio mirou-o desconfiado.
— Os alunos do terceiro ano em Hog... Na minha escola às vezes têm permissão para visitar o povoado próximo — disse Harry.
— E daí? — retrucou o tio, tirando as chaves do carro de um gancho próximo à porta.
— Preciso que o senhor assine o formulário de autorização — disse Harry depressa.
— E por que eu iria fazer isso? — falou o tio com desdém.
— Bom — respondeu Harry, escolhendo cuidadosamente as palavras — vai ser duro fingir para tia Guida que eu freqüento o Saint não sei das quantas... — E Harry ficou satisfeito de ouvir uma inconfundível nota de pânico em sua voz.
— É isso ai, Harry!
— Mostra pra eles quem manda, Potter!
— Centro St. Brutus para Meninos Irrecuperáveis! — berrou.
— Exatamente — disse Harry, encarando com toda a calma o rosto púrpura do tio. — É muita coisa para eu me lembrar. Tenho que parecer convincente, não é mesmo? E se eu, sem querer, deixar escapar alguma coisa?
— Vou fazer picadinho de você, não é mesmo? — rugiu o tio, avançando para o sobrinho com o punho levantado.
— Não se atreva a encostar um dedo no meu filho, seu porco! — Lily falou ficando tão vermelha quanto seus cabelos.
— Calma, mãe, já passou.
— Mas não quer dizer que eu não possa ir lá e dar uns sopapos nele pra ele aprender a nunca bater em uma pessoa indefesa!
Mas Harry agüentou firme.
— Fazer picadinho de mim não vai ajudar tia Guida a esquecer o que eu poderia contar a ela — disse em tom de ameaça.
— Esse é nosso Harry! — os gêmeos falaram juntos.
Tio Válter parou, o punho ainda levantado, a cara de uma feia cor marrom-arroxeada.
— Mas se o senhor assinar o meu formulário de autorização — apressou- se Harry a acrescentar —, juro que vou me lembrar da escola que o senhor diz que frequento, e vou me comportar como um trou... Como se fosse normal e todo o resto.
Harry percebeu que o tio estava considerando a proposta, mesmo que seus dentes estivessem arreganhados e uma veia latejasse em sua têmpora.
— Certo — disse por fim, bruscamente. — Vou vigiar o seu comportamento muito de perto durante a visita de Guida. Se, quando terminar, você tiver andado na linha e sustentado a história, eu assino a droga do formulário.
E, dando meia-volta, abriu a porta e bateu-a com tanta força que uma das vidraças no alto se soltou.
Harry não voltou à cozinha. Subiu as escadas e foi para o quarto.
Se ia se comportar como um trouxa de verdade, era melhor começar já.
Devagar e com tristeza, reuniu seus presentes e cartões de aniversário e escondeu-os debaixo da tábua solta do soalho com os deveres de casa. Depois, foi até a gaiola de Edwiges. Errol parecia ter-se recuperado; ele e Edwiges estavam dormindo, com a cabeça enfiada embaixo da asa. Harry suspirou e cutucou as corujas; para acordá-las.
— Edwiges — disse deprimido —, você vai ter que dar o fora por uma semana. Vá com Errol. Rony cuidará de você. Vou escrever um bilhete para ele explicando.
— E não me olhe assim — os grandes olhos âmbar de Edwiges se encheram de censura —, não é minha culpa. É o único jeito que tenho de conseguir uma autorização para visitar Hogsmeade com Rony e Hermione.
— Você percebe que para quem não lida com corujas, ou com qualquer tipo de animal, você seria considerado um lunático, certo? — Severus disse.
— Também seria considerado lunático por andar por ai balançando um pedaço de galho...
Dez minutos depois, Errol e Edwiges (que levava um bilhete para Rony amarrado na perna) saíram voando pela janela e desapareceram de vista. Harry, agora se sentindo completamente infeliz, guardou a gaiola vazia dentro do armário.
Mas não teve muito tempo para se entristecer. Não demorou quase nada e tia Petúnia já estava gritando lá embaixo para Harry descer e se preparar para dar as boas-vindas à hóspede.
— Faça alguma coisa com o seu cabelo! — disse tia Petúnia bruscamente quando o sobrinho chegou embaixo.
Harry não via sentido em tentar fazer seu cabelo ficar penteado.
Tia Guida adorava criticá-lo, por isso, quanto mais desarrumado, mais satisfeita ela iria ficar.
— E a pilha de provas só cesce.
Demasiado cedo, ouviu-se um ruído de pneu triturando areia quando o carro de tio Válter entrou de marcha a ré pelo caminho da garagem, depois, batidas de portas e passos no jardim.
— Atenda a porta! — sibilou tia Petúnia para Harry.
Com uma sensação de grande tristeza e depressão na boca do estômago, Harry abriu a porta.
Na soleira encontrava-se tia Guida. Era muito parecida com o tio Válter; corpulenta, alta, socada, a cara púrpura, tinha até bigode, embora não tão peludo quanto o do irmão. Em uma das mãos ela trazia uma enorme mala, e, aninhado sob a outra, um buldogue velho e mal-humorado.
— Onde está o meu Dudoca? — bradou tia Guida. — Onde está o meu sobrinho fofo?
Duda veio gingando em direção ao hall, os cabelos louros emplastrados na cabeça gorda, uma gravata-borboleta quase invisível sob a papada quíntupla. Tia Guida largou a mala na barriga de Harry, deixando-o sem ar,
Dessa vez James não disse nada, apenas apontou para o livro enquanto olhava para Lily.
agarrou Duda num abraço apertado com o braço livre e plantou-lhe uma beijoca na bochecha.
Harry sabia perfeitamente bem que Duda só aguentava os abraços da tia porque era bem pago para isso, e não deu outra, quando os dois se separaram, Duda levava uma nota novinha de vinte libras apertada na mão gorda.
— Ele é pago pra mostrar afeição pela própria familia? — Marlene perguntou indignada.
— Petúnia! — exclamou tia Guida, passando por Harry como se ele fosse um cabide de chapéus. As duas se beijaram, ou melhor, tia Guida deu uma queixada na bochecha ossuda de tia Petúnia.
Todos deram risada dessa imagem.
Tio Válter entrou nesse momento, sorrindo jovialmente e fechou a porta.
— Chá, Guida? — ofereceu. — E o que é que o Estripador vai tomar?
— Quem nomeia um cachorro de Estripador?
— Estripador pode beber um pouco de chá no meu pires — respondeu tia Guida enquanto seguiam todos para a cozinha, deixando Harry sozinho no hall com a mala.
— Ew — Marlene falou — amo cachorros, mas isso é simplesmente nojento.
— Você ama cachorros, hã? — Sirius perguntou com um sorriso malicioso.
— Sim. — ela respondeu sem entender a insinuação.
Mas o menino não ia se queixar; qualquer desculpa para ficar longe da tia era bem-vinda, por isso começou a carregar a pesada mala para o quarto de hóspedes, demorando o máximo que pôde.
No momento em que voltou à cozinha, tia Guida já fora servida de chá e bolo de frutas e Estripador lambia alguma coisa, fazendo muito barulho, a um canto.
Harry viu tia Petúnia fazer uma ligeira careta ao ver gotas de chá e baba pontilharem o seu chão limpo. Ela detestava animais.
— Quem ficou cuidando dos outros cachorros, Guida? — perguntou tio Válter.
— Ah, deixei o coronel Fubster tratando deles — ribombou em resposta Guida. — Ele entrou para a reforma agora e é bom ter alguma coisa para fazer. Mas não pude deixar o coitado do Estripador, tão velho. Ele fica doente de tristeza quando viajo.
Estripador recomeçou a rosnar quando Harry se sentou. Isto atraiu a atenção de tia Guida para Harry, pela primeira vez.
— Então! — vociferou ela. — Ainda está por aqui?
— Não, não. É o fantasma dele que você esta vendo. — Snape falou cheio de sarcasmo. — É melhor correr e chamar os Ghost Busters. — os bruxos da sala olharam confusos para ele. — É uma serie de televisão dos trouxas.
A explicação não ajudou muito, mas os nascidos-trouxas da sala tinham dado risada, então eles não perguntaram mais nada.
— Estou — respondeu o menino.
— Não diga "estou" nesse tom ingrato — rosnou tia Guida. — É uma grande bondade Válter e Petúnia acolherem você. Eu não teria feito o mesmo. Eu o teria mandado direto para um orfanato se alguém largasse você na minha porta.
Harry estava doido para responder que preferia viver em um orfanato do que com os Dursley, mas a lembrança do formulário de Hogsmeade fez com que se calasse.
Ele se esforçou para dar um sorriso constrangido.
— Não me venha com sorrisinhos! — trovejou tia Guida. — Estou vendo que não melhorou nada desde a última vez que o vi. Tive esperanças que a escola lhe desse educação à força, se fosse preciso.
— Já esta pronta pra admitir, Lily?
— Ela tomou um grande gole de chá, limpou o bigode e continuou:
— Aonde mesmo que você o está mandando Válter?
— St. Brutus — respondeu o tio prontamente. — É uma instituição de primeira classe para casos irrecuperáveis.
— Entendo. Eles usam a vara em St. Brutus? — vociferou ela do lado oposto da mesa.
Tio Válter fez um breve aceno de cabeça por trás de tia Guida.
— Usam — respondeu Harry. Depois, sentindo que devia fazer a coisa bem-feita, acrescentou: — o tempo todo.
— Ótimo — aprovou tia Guida. — Eu não aceito essa conversa fiada de não bater em gente que merece. Uma boa surra de vara resolve noventa e nove casos em cem. Você já apanhou muitas vezes?
— Talvez eu possa concordar. Talvez.
— Ah, já — respondeu Harry —, um monte de vezes.
Tia Guida apertou os olhos.
— Não gosto do seu tom, moleque.
- Ninguém disse que você tinha que gostar.
Se você consegue falar das surras que leva com esse tom displicente, obviamente não estão lhe batendo com a força que deviam. Petúnia, se eu fosse você escreveria à escola. Deixaria claro que os tios aprovavam o uso de força extrema no caso desse moleque.
- O que, certamente, é uma coisa super normal – ironizou Regulus.
Sirius olhou para o chão, tentando ignorar a frase "uso de força extrema". Ele sabia em primeira mão o que isso significava.
Talvez tio Válter estivesse preocupado que Harry pudesse esquecer o acordo que tinham feito;
Harry revirou os olhos. Como se isso fosse acontecer.
o caso é que ele mudou o assunto bruscamente.
— Ouviu o noticiário hoje de manhã, Guida? E aquele prisioneiro que fugiu, hein?
Enquanto tia Guida começava a se fazer em casa, Harry se surpreendeu pensando quase com saudade na vida na Rua dos Alfeneiros, nº. 4 sem ela.
- O que só comprova que tudo pode sempre piorar.
Tio Válter e tia Petúnia em geral encorajavam Harry a ficar fora do caminho deles, o que o menino fazia com a maior satisfação. Tia Guida, por outro lado, queria Harry debaixo dos seus olhos o tempo todo, para poder fazer, com aquele vozeirão, sugestões para melhorá-lo. Adorava comparar Harry a Duda, e tinha o maior prazer de comprar presentes caros para Duda enquanto olhava feio para Harry, como se o desafiasse a perguntar por que não recebera um presente também. Além disso, ela não parava de soltar piadas de mau gosto sobre as razões de Harry ser uma pessoa tão deficiente.
Desnecessário dizer que todos estavam contendo o instinto de matar essa mulher.
— Você não deve se culpar pelo que os meninos são hoje, Válter — comentou ela durante o almoço do terceiro dia. — Se existe alguma coisa podre por dentro, não há nada que ninguém possa fazer.
- Pois vários filósofos culpam a criação por tornar a pessoa o que é– falou Alice, friamente.
Era a primeira vez que a maioria a via com tanta raiva assim. Ela era assustadora.
Harry tentou se concentrar na comida, mas suas mãos tremiam e seu rosto começou a arder de raiva. Lembre-se do formulário, disse a si mesmo. "Pense em Hogsmeade. Não diga nada. Não se levante..."
Tia Guida esticou a mão para a taça de vinho.
— Isso é uma das regras básicas da criação, disse ela. — A gente vê isso o tempo todo com os cachorros. Se tem alguma coisa errada com uma cadela, vai ter alguma coisa errada com o filhote...
— FILHA DA PUTA! — Lily gritou. — Você não tem direito nenhum de tratar o meu filho assim!
— Mãe...
— Não, Harry, essa mulher é insuportável, pior do que irmão dela!
— Não vale à pena se estressar com isso, só continua prestando atenção que você vai ver o porquê – isso serviu para acalmar um pouco Lily e todos que estavam ali.
Regulus pensou que, apesar de não ser o caso de Harry, a teoria estava correta. Quase não tinha como ser uma boa pessoa se os seus pais não fossem bons também. Quase.
— Eu ainda quero matar essa mulher – resmungou James. Ele estava precisando conter o seu temperamento para não sair a xingando de várias coisas não muito bonitas. Quem ela era para sugerir que tinha algo de errado com a sua mulher e o seu filho?
Naquele momento, a taça de vinho que tia Guida segurava explodiu em sua mão. Cacos de vidro voaram para todo lado e ela gaguejou e piscou, a caraça vermelha pingando.
— Que pena.
— Guida! — guinchou tia Petúnia. — Guida, você está bem?
— Não se preocupe — resmungou tia Guida, enxugando o rosto com o guardanapo. — Devo ter segurado a taça com muita força. Fiz a mesma coisa na casa do coronel Fubster no outro dia.
Snape revirou os olhos. Trouxas sempre arranjavam uma explicação para magia.
Não precisa se preocupar, Petúnia, tenho a mão pesada...
— Assim como o resto do corpo...
Mas tia Petúnia e tio Válter olharam desconfiados para Harry. Por isso o menino resolveu que era melhor não comer a sobremesa e se retirar da mesa o mais depressa que pudesse.
— O que não foi nem um pouco suspeito.
No corredor, apoiou-se na parede e respirou profundamente. Fazia muito tempo desde a última vez que se descontrolara e fizera uma coisa explodir.
— Nem devia ter acontecido agora... — Frank falou confuso. Surtos de magia acidental paravam quando a criança chegava a Hogwarts. Ao não ser que a criança fosse muito poderosa ou que a sua magia ainda estivesse fora de controle.
ão podia deixar que isso acontecesse de novo, o formulário de Hogsmeade não era a única coisa em jogo — se ele continuasse a agir assim, ia se encrencar com o Ministério da Magia.
Harry ainda era um bruxo menor de idade, portanto, pela lei dos bruxos, ele era proibido de fazer mágica fora da escola.
— O que é a lei mais inútil do mundo — Lene resmungou.
— E só serve para nascidos trouxas — acrescentou Remus.
— E em alguns países não tem essa lei – resmungou Lyssi.
— Vamos acabar com essa lei — falou Fred, sério.
A ficha dele não era muito limpa.
— Harry perigoso — Sirius e Lene murmuram juntos.
Ainda no verão anterior recebera uma carta oficial em que o avisavam muito claramente que se o Ministério tomasse conhecimento de qualquer magia ocorrida na Rua dos Alfeneiros, ele seria expulso de Hogwarts.
O que era totalmente injusto, pensou Regulus.
Harry ouviu os Dursley se levantarem da mesa e correu escada acima para sair do caminho.
Harry conseguiu sobreviver os três dias seguintes forçando-se a pensar no manual de Faça a Manutenção da sua Vassoura sempre que tia Guida implicava com ele. A coisa funcionou muito bem, embora seu olhar parecesse vidrado, porque tia Guida começou a ventilar a opinião de que ele era mentalmente deficiente.
— Ficou surpreso que ela demorado tanto para sugerir isso — brincou Harry.
Finalmente, um finalmente muito demorado, chegou a última noite da estada de tia Guida. Tia Petúnia preparou um jantar caprichado e tio Válter abriu várias garrafas de vinho. Eles conseguiram terminar a sopa e o salmão sem mencionar nem uma vez os defeitos de Harry;
— Incrível — falou Fred sarcástico.
quando comiam a torta merengue de limão, tio Válter deu um cansaço em todo mundo com uma longa conversa sobre Grunnings, sua empresa de brocas; depois tia Petúnia preparou o café e o marido apanhou uma garrafa de conhaque.
— Posso lhe oferecer essa tentação, Guida?
Tia Guida já bebera muito vinho. Sua cara enorme estava muito vermelha.
— Gata.
— Só um pouquinho, então — disse ela rindo. — Um pouquinho mais... Mais... Aí, perfeito.
Duda estava comendo o quarto pedaço de torta. Tia Petúnia bebericava café com o dedo mindinho esticado. Harry realmente queria desaparecer e ir para o quarto, mas deparou com os olhinhos zangados do tio Válter e viu que teria de aguentar até o fim.
— Eu ainda não entendo por que ele me queria ali— falou Harry, meio perguntando.
Ninguém tinha uma resposta, porque ninguém entendia como os Dursleys pensavam. Quando eles pensavam.
— Aah — exclamou tia Guida, estalando os lábios e pousando o cálice de conhaque. — Um senhor jantar, Petúnia. Normalmente só como uma coisinha rápida à noite,
Neville olhou duvidosamente para o livro.
com uma dúzia de cachorros para cuidar... — Ela soltou um gostoso arroto e deu umas palmadinhas na grande barriga coberta de tweed. — Me desculpem. Mas gosto de ver um menino de tamanho saudável — continuou ela, dando uma piscadela para Duda.
— Então, você devia saber o que é um tamanho saudável.
— Você vai ter tamanho de homem, Dudoca, como seu pai. Sim, senhor, acho que vou querer mais um pouquinho de conhaque, Válter... Agora esse outro ai...
Ela virou a cabeça para indicar Harry que sentiu um aperto no estômago. O manual, pensou depressa.
— Esse aí tem um jeito ruim e mirrado.
— Só para você — Gina falou furiosa. Seu namorado era perfeito e não merecia ficar ouvindo isso.
A gente vê isso nos cachorros. Pedi ao coronel Fubster para afogar um no ano passado. Era um ratinho. Fraco. Subnutrido.
Harry tentou se lembrar da página doze do seu livro Feitiço para Reverter Feitiços Persistentes.
— A coisa toda está ligada ao sangue, como eu ia dizendo ainda outro dia. O sangue ruim acaba aflorando. Mas, não estou dizendo nada contra a sua família, Petúnia
— Pois eu acho que você está — falou Remus irritado.
— ela deu umas pancadinhas na mão ossuda da cunhada com sua mão que mais parecia uma pá —, mas sua irmã não era flor que se cheirasse.
James ficou irritado, mas Lily o fez se acalmar.
Isso acontece nas melhores famílias. Depois, fugiu com aquele imprestável
James deu um sorriso zombador.
e aí está o resultado bem diante dos olhos da gente.
Harry olhava fixamente para o próprio prato, sentindo uma zoeira engraçada nos ouvidos. "Segure sua vassoura pela cauda com firmeza", pensou. Mas não conseguiu se lembrar do que vinha depois. A voz de tia Guida parecia perfurá-lo como se fosse uma das brocas do tio Válter.
— E as comparações estranhas estão de volta — brincou Fred.
— Esse Potter — continuou tia Guida bem alto, agarrando a garrafa e derramando mais conhaque no copo e na toalha da mesa —, você nunca me contou o que ele fazia.
Tio Válter e tia Petúnia tinham uma expressão extremamente tensa. Duda chegara a levantar os olhos da torta para olhar os pais, boquiaberto.
— Eu acho que ele não tinha ideia dos que meus pais... — Harry olhou para Lily e James — Do que vocês — se corrigiu — faziam.
— Ele... Não trabalhava — disse tio Válter, sem chegar a olhar de todo para Harry. — Desempregado.
— Mesmo se eu fosse desempregado eu tenho mais dinheiro do que você jamais vai juntar na vida — James deu de ombros.
Snape revirou os olhos.
— Era o que eu esperava — disse tia Guida, bebendo um enorme gole de conhaque e limpando o queixo na manga. — Um parasita preguiçoso, imprestável, sem eira nem beira que...
— Olha como você fala do meu marido, sua vaca! — Lily falou sem nem perceber que tinha chamado James de marido, mas ele percebeu e deu um sorrisinho, enquanto Snape do outro lado da sala olhava para baixo com um ar triste.
— Não era não — exclamou Harry inesperadamente.
— Não sei se eu comemoro ou se eu choro — falou Sirius, em dúvida.
Todos à mesa ficaram muito quietos. Harry tremia da cabeça aos pés.
Nunca sentira tanta raiva na vida.
— Até o quinto ano — resmungou Jorge. Harry estava estranhamente explosivo naquele ano.
Ele lembrou que teria que ler sobre aquele ano e sabia que não viria nada de bom.
— MAIS CONHAQUE! — bradou tio Válter, que empalidecera sensivelmente. Ele esvaziou a garrafa no cálice de tia Guida. — Você, moleque — rosnou para Harry. — Vá se deitar, ande...
— Não teria sido tão ruim — falou Harry.
— Não, Válter — soluçou tia Guida, erguendo a mão, os olhinhos injetados e fixos em Harry. — Continue, moleque, continue. Tem orgulho dos seus pais, é?
— Claro que sim — falou o moreno e os pais sorriram.
Eles saem por aí e se matam num acidente de carro (imagino que bêbados)...
— Eles não morreram num acidente de carro! — protestou Harry,
— Oh, Harry – soluçou Lily. Ela estava triste por tudo que o filho estava passando. O pior é que ela não podia fazer nada porque agora já era passado.
que percebeu que se levantara.
— Morreram num acidente de carro, sim, seu mentiroso infeliz, e jogaram você nos ombros de parentes decentes e trabalhadores!
— Decentes — bufou Sirius.
— gritou tia Guida, inchando de fúria. — Você é um ingrato, insolente e...
Mas repentinamente ela se calou. Por um instante pareceu que tinham-lhe faltado palavras. Parecia estar inchando, engasgada de tanta raiva... Mas não parou de inchar. Sua cara enorme e vermelha começou a crescer, os olhos miúdos saltaram das órbitas, e a boca se esticou tanto que a impedia de falar — no segundo seguinte vários botões simplesmente saltaram do seu paletó de tweed e ricochetearam nas paredes —, ela inflou como um balão monstruoso, a barriga transbordou o cós da saia, os dedos engrossaram como salames...
— Ai. Meu. Merlin. — Sirius falou com lágrimas nos olhos.
— GUIDA! — berraram tio Válter e tia Petúnia juntos quando o corpo dela começou a se erguer da cadeira em direção ao teto. Estava completamente redonda agora, como uma enorme bóia com olhinhos porcinos, e as mãos e os pés se projetaram estranhamente do corpo que flutuava no ar, dando estalinhos apopléticos. Estripador entrou derrapando na sala, latindo enlouquecido.
— NÃÃÃÃÃÃÃO!
Tio Válter agarrou Guida por um pé e tentou puxá-la para baixo, mas quase foi erguido do chão também. Um segundo depois, Estripador avançou, e de um salto abocanhou a perna do tio Válter.
Todos na sala já estavam morrendo de dar risada, até Severus, que estava lendo.
Harry se precipitou, para fora da sala de jantar antes que alguém pudesse impedi-lo, e correu para o armário sob a escada. A porta do armário se abriu magicamente quando ele se aproximou. Em segundos, o garoto tinha arrastado o seu malão para a porta da rua. Subiu aos saltos a escada e se atirou embaixo da cama, levantando a tábua solta do soalho, agarrou a fronha cheia de livros e presentes de aniversário. Arrastou-se para fora, passou a mão na gaiola vazia de Edwiges, correu de volta ao lugar em que deixara o malão, na hora em que tio Válter irrompia da sala de jantar, com a perna da calça em tiras ensangüentadas.
— VOLTE AQUI! — urrou. — VOLTE AQUI E FAÇA-A VOLTAR AO NORMAL!
Mas uma raiva que não media consequências se apoderara de Harry.
— Agora já era. Porque quando Harry fica com raiva... — Rony estremeceu.
Ele deu um chute no malão para abri-lo, puxou a varinha e apontou-a para o tio Válter.
— Ela mereceu — disse ofegante. — Ela mereceu o que aconteceu. E o senhor fique longe de mim.
Depois, tateou as costas à procura do trinco da porta.
— Vou-me embora. Para mim já chega.
E no momento seguinte Harry estava na rua escura e silenciosa, puxando o malão pesado, a gaiola de Edwiges debaixo do braço.
M/Biaa: Eu sei, o cap não ficou muito bom. Mas juro que o próximo tá melhor.
Mila lutou para ter tempo para escrever aqui e eu também, e só deu para fazer isso. Mas... achei melhor postar agora mesmo assim, para não demorar.
PS: Fiquei super feliz com a quantidade de favorites e seguidores de LHP2 :) fora os comentários, que são super divos, é claro.
PS2: Quais seriados vocês assistem? To super viciada em Supernatural agora.
Comentários (2)
Adoro essa parte do livro... Quando ela voa. Dos sete, esse é o meu preferido, kkkkkEu concordo, acho que ele deveria saber mesmo. Amei o capítulo.Continua logo por favor?
2014-10-19Oi, adorei o capitulo, o Harry com raiva não é a melhor coisa, mais eu intendo ele, tambem não sou flor que se cheire quanto estou com raiva. Eu adoro Supernatural, assisto direto e tenho ate a sexta temporada no computador, essa é uma serie que assisto direto. Beijos.
2014-10-19