A Verdade
Black fica me encarando em silêncio por pouco tempo, mas pareceu séculos. Até ele começar a rir. Uma risada que atraiu muitos olhares a nossa mesa. Retiro o que disse. Ele é um idiota.
- Está rindo do quê? - pergunto impaciente.
- Você realmente achou que eu era Sirius Black? - essa parte ele fala baixo. Ok! Ele não é idiota.
- Está realmente tentando ME fazer cair nesse joguinho? Doce ilusão. Saiba que numa guerra é essencial conhecer o inimigo.
- Ora se é assim como você está falando, estamos empatados.
- Tem certeza? - ergo uma sobrancelha.
- Você já erra me considerando um inimigo.
Ok! Por essa eu não esperava.
- Do que você está falando? Por acaso Voldemort virou meu aliado agora?
- Ah Mary. Assim você não tem moral nenhuma para dizer que eu não te conheço.
- Ok! Ok! Você me pegou. Mas também admitiu que é Sirius Black.
- E você ainda não gritou isso e nem me entregou... - ele estava um pouco confuso - principalmente quando me chama de inimigo.
- Talvez eu queira conversar um pouco...
- Que tipo de conversa?
- Agira sim estamos chegando a algum lugar... - dou um sorriso - O que você que aqui?
- Ah... Um interrogatório. Claro.
- Eu posso responder a algumas perguntas também.
- Só preciso que me responda duas. Uma agora e outra quando acabarmos.
- Muito bem. Faça-a.
- De tudo o que eu te contar agora, promete que vai tentar acreditar em mim?
- Pergunta interessante - ele sorri - Ok! Prometo que eu tento acreditar em você. Afinal, vou saber exatamente quando estiver mentindo.
- Vai é?
- Vou. Aprendi isso com o meu padrinho, Sherlock Holmes.
Ele sorri nostálgico.
- James e Lily fizeram um acordo sobre isso. Ele escolhia o do Harry e ela o seu.
- Você sabe quem é o padrinho de Harry? - pergunto surpresa.
Ele olha bem no fundo dos meus olhos e diz:
- Você está falando com ele.
- Que? Você? Mas... Por que meu pai escolheria você?
- Podemos começar do início?
- Por favor - não consegui não ser irônica.
Ele deu um sorrisinho de quem se lembrou de algo.
- Bem, como deve saber a família Black é famosa por ser adepta a teoria de que os sangue-puros são melhores e que quase todos os membros da família foram para a sonserina.
- Quase?
- Bem, eu fui o primeiro a quebrar a regra. Fui para a grifinória. Consegue adivinhar quem foi meu melhor amigo em Hogwarts?
Por mais incrível que pareça eu tinha uma ideia. Absurda. Mas cabível.
- Meu pai.
- Exatamente. Eu, seu pai e mais dois garotos, Remus Lupin e Peter Pettgrew, formamos um grupo chamado "Os Marotos"
Sorrio com a ideia.
- Deixa eu adivinhar. Vocês aprontavam todas por Hogwarts.
Ele ri afirmando.
- Mais ou menos isso. Bem, a questão é que éramos inseparáveis e logo no nosso quinto ano três de nós conseguiram se transformar em animagos.
- Por que só três?
- Bem, Remus tinha um problema e não... Bem, isso não importa.
- Você sabe que escondendo coisas não vai ajudar muito na hora de julgar acreditar em você ou não, não é?
- Sei. Só que isso não é um segredo meu.
- Ok! Vou relevar. Continue.
- Eu me transformei em um cachorro, Peter num rato e James em um cervo. Com isso, nós aprontamos ainda mais pela escola. Foram bons tempos. Até Voldemort começar a incomodar. Já havíamos saído de Hogwarts e estávamos lutando a favor do que acreditávamos. Nessa época Lily e James já estavam juntos.
"A questão é: Havia um espião entre nós. E ele estava dando informações muito importantes ao Voldemort. Só que ninguém sabia quem era. E por algum motivo que eu ainda desconheço, Riddle começou a perseguir seus pais, você e seu irmão.
Dumbledore, que estava lutando conosco deu a entender que Voldemort queria você e Harry, então disse a James e Lily para se esconderem e realizarem o feitiço fidelius. Ele se ofereceu para ser o fiel do segredo. Mas eles não quiseram dar a Dumbledore. Quiseram dar a mim - sua expressão tornou-se triste - No último minuto eu disse para dar o segredo a Peter. Entenda: desconfiávamos de Remus. Peter era fraco, iria ser o blefe perfeito. Eu sempre fui o mais próximo de James e Lily, iriam todos para cima de mim. E Peter ficaria escondido".
Eu finalmente vejo onde ele queria chegar.
- Peter era o espião - falo sem rodeios.
- Era. Ele entregou seus pais a Voldemort e deu no que deu. E o pior: todos achavam que eu era o fiel do segredo. Quando eu fui atrás de Peter e o encurralei numa rua trouxa, ele gritava em alto e bom som que eu havia traído James e Lily. Explodiu uma rua inteira, matou vários trouxas e por fim, para o gran finale, cortou o próprio dedo indicador e se transformou em um rato... Para ser dado como morto.
- Assim a culpa recaia toda em você.
- Exatamente.
- Então você fugiu para ir atrás de Pettigrew?
- Isso.
- Mas então por que agora? - pergunto confusa.
Ele tira um pedaço de jornal amassado de um dos bolsos. Era a foto da família Weasley no Egito.
- Por isso - então ele apontou para Perebas, o rato de Rony que estava no ombro do dono.
- Perebas? Perebas? - eu não acredito - Está me dizendo que o cara que traiu os meus pais é o Perebas?
- É só ver a pata dianteira - ele diz calmamente.
Olho a foto e lá está: um dedo faltando.
- Oh my God.
- Por isso que só agora. Eu só descobri o paradeiro do traíra agora.
- Como você conseguiu fugir?
- Eu me transformei em cachorro.
- Claro. Dementadores não sabem ler as emoções de animais tão bem quanto a de humanos.
Ele riu.
- Com toda a certeza você é filha da Lily.
Dou um sorriso sincero.
- Acho que está na hora de eu responder a sua última pergunta.
Ele me olhou um pouco confuso.
- Você tentou acreditar em mim?
- Não só tentei como o fiz.
É verdade. Tudo o que ele me disse. Não o vi desviar o olhar nenhuma vez. Nem um pingo de nervosismo e nem uma gota de suor enquanto falava. Sirius Black era mesmo inocente.
- Pois bem. Lá vai a minha última pergunta. Até que ponto você está disposta a me ajudar?
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