O novo professor de DCAT
"Consegue acreditar?" sussurrou Mary Mcdonald para as amigas, ao sentarem à mesa da Grifinória, fazendo tudo, menos consumindo silenciosamente o café da manhã no barulhento Salão Principal. "Eu realmente ouvi Denise Davies tirando sarro de Carlotta... é terrível. É o bastante para desejar que as notícias não corressem tão rápido nessa escola."
"Eu acho que Carlotta dormiu com o namorado de Denise Davies uma vez," comentou Marlene descontente. "Não posso acreditar que Car faria algo desse tipo."
"O suicídio ou dormir com o namorado de Denise?"
"O suicídio. Ela sempre pareceu feliz."
Lily estava silenciosamente pensativa. Donna se inclinou para frente, e, numa voz baixa para que os demais não pudessem ouvir, ela disse: "Vocês não acham que Carlotta realmente queria se matar, acham?"
"Ela parecia azarada," concordou Lily baixinho. Foi tudo que disse; seu estômago revirou e ela não queria pensar mais sobre aquilo – não que o restante da população de alunos fosse facilitar esse capricho. A tentativa de suicídio de Carlotta Meloni era o único assunto de interesse no Salão naquela manhã.
Luke apareceu segundos depois: "É verdade o que estão dizendo?" perguntou seu namorado, beijando-lhe o topo da cabeça. A ruiva assentiu. "Estranho." Como que se referindo a um pouco de chuva inesperada. "Como você está se sentindo, Lily? Ouvi que esteve envolvida em um pouco de ação ontem à noite..."
"Eu estou bem," respondeu ela. "Eu não me machuquei. Foi algo... estúpido."
Luke franziu o cenho, mas uma olhada na direção de sua mesa lhe mostrou que o pequeno Professor Flitwick estava entregando o horário das aulas aos alunos da Corvinal. "É melhor eu ir," disse ele, beijando o topo da cabeça da namorada novamente. "Te vejo no intervalo?"
"Certo."
Ele se retirou.
"Quem é aquele na mesa dos professores?" indagou Mary Mcdonald. "O bonitão mais velho ao lado de Slughorn?"
Lily olhou. "O novo professor de Defesa, eu acho, já que Callaghan saiu," murmurou. "Dumbledore deve ter se esquecido de mencioná-lo, com todos os problemas na noite passada. Me pergunto quem é ele..."
"Alphard Black," informou Donna. "Eu já o vi uma vez. Ele é tio de Sirius Black. Não se parecem muito, não é?"
"Eu não sei," divagou Lily. "Eu vejo algumasemelhança.". O Black mais velho tinha os mesmos tempestuosos olhos azul-acinzentados que Sirius possuía; tinha o nariz parecido também, e enquanto o Professor conversava com o Professor Slughorn, a ruiva percebeu que os dois Black compartilhavam vários maneirismos. Com longos cabelos grisalhos e feições fortes, Black parecia ter sido muito bonito quando jovem – vinte e cinco anos atrás – e mesmo agora ainda mantinha traços de sua antiga beleza.
"Me pergunto porque Dumbledore o contratou," disse Marlene. "A maioria dos Black não costuma ser um tanto... radical?"
"Eu não sei muito sobre ele," admitiu Donna. "Mas me lembro de ouvir que Black tinha um ou dois parentes decentes... talvez esse cara seja um deles. É claro que ‘decente‘ é um termo relativo... Sirius é um tanto idiota, mas é decente em comparação a Bellatrix Black... ou aquele pirralho irmão dele."
"Você já falou com Regulus Black alguma vez?" indagou Mary ceticamente. "É claro, não podemos perguntar a Sirius sobre o tio... Os quatro ainda não apareceram para tomar café."
"Os quatro" era um termo único que se referia coletivamente aos Marotos, mas composto individualmente por James Potter, Sirius Black, Remus Lupin e Peter Pettigrew. A origem precisa do nome era incerta, embora houvesse uma crença geral de que o apelido derivava do fato de a Professora McGonagall ter se referido a eles como uma gangue de "Marotos" há alguns anos.
"Eu acho que James ainda está sendo interrogado pela bruxa do Ministério," especulou Marlene. "Ficarei surpresa se ele sequer aparecer para a primeira aula."
A suposição, porém, foi posta de lado como resultado da chegada da Professora McGonagall à mesa da Grifinória. Ela estava com os horários.
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