Enfim encontramos o James !

Enfim encontramos o James !



O saguão pareceu silencioso por alguns segundos. Por fim, Sirius Black comentou: "Bem, ao menos encontramos James."


Então, Avery e Zabini ergueram suas varinhas, e – desculpe-me o clichê – o quebra-pau começou...


Minerva McGonagall nasceu para ser professora. Ela tinha uma postura alta e intimidadora, o tom de voz altero e elegante, lábios que facilmente se comprimiam em uma linha fina, praticamente invisível, e o olhar duro, que conseguiam obter uma resposta sincera de uma pedra. O movimento de uma sobrancelha só, perfeitamente arqueada, era suficiente para convencer o maior cético de que ela era uma especialista em um determinado assunto, e, na maior parte das vezes, ela sequer precisava alterar a voz para chamar a atenção em uma sala de aula. Tudo em sua aparência – o cabelo escuro puxado para longe de seu fino rosto em um coque e as vestes longas que usava, por exemplo – indicava uma pessoa "sensata": o tipo de personalidade disciplinadora que facilmente inspirava respeito. Minerva McGonagall nasceu para ser professora, sem dúvida, mas naquele momento ela desejou que não fosse o caso.


"Nenhum de vocês," começou a bruxa mais velha, enquanto marchava de uma extremidade à outra de seu escritório, "vai deixar essa sala até responderem à minha pergunta."


Os saltos de suas botas de cano curto clicavam ameaçadoramente contra o chão duro, sua boca estava o mais fina possível, e mesmo o ar no escritório mal iluminado parecia tremer, ainda assim, os nove grifinórios em pé na fila diante dela permaneceram em perfeito silêncio. Cada um encarava a porção da parede à sua frente, sabendo que se fizessem contato visual com a diretora de sua Casa e professora de Transfiguração, uma confissão certamente se seguiria. McGonagall esperou alguns minutos, e então, virou-se ao alcançar a parede e caminhou em direção a um dos alunos que estava próximo à outra extremidade da fila.


"Sr. Pettigrew." O infeliz Peter Pettigrew parecia que ia vomitar. Cada centímetro de seu corpo tremia, dos cabelos loiros até os pés.


"Sim… Professora?"


"Talvez você possa responder minha pergunta," disse a bruxa, estreitando os olhos.


Um Peter com os olhos arregalados reuniu coragem. "Eu, hum... eu não... qual era a pergunta mesmo?"


Irritada, mas audaz, McGonagall reiterou sua pergunta inicial: "Eu perguntei qual de vocês começou a briga no Hall de Entrada. A briga que – devo acrescentar – envolveu mais de cinquenta alunos e resultou emdezenas de feridos."


"Ah. Ah, hum… eu não sei... eu não vi, exatamente. Estava... estava muito lotado."


McGonagall arqueou aquelas sobrancelhas incansáveis. "É mesmo?" Peter assentiu. "Tem certeza que não está encobrindo ninguém, Sr. Pettigrew?"


"Não! É claro que eu… não estou!"


"O Sr. Black?"


"Não."


"A Senhorita Shacklebolt?"


"Não."


"O Sr. McKinnon?"


"Não!"


"O Sr. Potter, então?"


"Não! P-Professora, eu juro que não sei quem..."


Mas McGonagall aparentemente já perdera o interesse. Ela caminhou até a outra extremidade da fila, onde Donna Shacklebolt estava de cabeça erguida. Enquanto a Professora se aproximava, porém, a determinação nos olhos âmbar de Donna vacilou. Seus cabelos escuros e encaracolados estavam completamente fora do lugar, e um corte marcava a testa da jovem bruxa. Quando McGonagall se aproximou, a jovem pareceu um pouco menos orgulhosa de suas cicatrizes de batalha. Donna Christine Shacklebolt seguia as regras e estava prestes a ter que mentir para uma professora.


"Senhorita Shacklebolt," disse a Professora McGonagall em seu tom de voz mais suave, "Talvezvocê possa me dizer o que aconteceu? Talvez vocêpossa me dizer quem começou a briga..."


"Foram os sonserinos, Professora," disse Donna imediatamente. "Com certeza foram eles."


"Entendo," disse a professora com ironia. "Apesar de dezenas de maldições Confundus convenientemente conjuradas..." McGonagall lançou um olhar significativo a Sirius Black, próximo à outra extremidade da fila, "o consenso geral parece ser o de que foi um grupo de sextanistas sonserinos que incitou vocês todos a brigarem, mas que um de vocês – um dos sextanistas grifinórios – iniciou realmente a parte física da contenda. Visto que Carlotta Meloni e Michelle Mumps sequer estavam no Hall no momento, não achei necessário chamá-las aqui. Agora, Senhorita Shacklebolt, talvez possa me dizer qual de vocês realmente começou a briga? Quem acertou o Sr. Mulciber?"


Donna hesitou. A garota abriu e fechou a boca duas vezes, antes de finalmente reunir forças para dizer: "Eu não sei, Professora. Eu... eu não vi quem deu o primeiro soco."


A expressão da Professora McGonagall ficou, se possível, mais fria. Ela se afastou rapidamente de Donna, indo na direção onde Marlene Price estava. Marlene tinha um hematoma na maçã do rosto e um rasgão no suéter da escola, mas manteve a cabeça erguida enquanto a Professora se aproximava.


"Senhorita Price? Foi você?"


"Não, Professora," disse Marlene.


"Quem foi?"


"Eu não sei, Professora."


"E você, Sr. Lupin" McGonagall virou-se para o monitor, que balançou a cabeça.


"Acho que uma dessas maldições Confundus que a senhora mencionou me atingiu..." disse ele de forma pouco convincente. "Ainda está tudo um pouco confuso, se a senhora..."


"Sr. McKinnon?"


O rapaz de cabelos castanhos à esquerda de Marlene sacudiu a cabeça. "Eu estava com alguns alunos da Lufa-Lufa. Não vi nada."


A Professora assentiu, deixando o escritório ficar em silêncio por alguns instantes. "Estou certa em presumir que nenhum de vocês vai confessar?" perguntou por fim, e recebeu um silêncio previsível em resposta. "Muito bem, Professor Slughorn está lidando com seus supostos ‘adversários‘. Não posso opinar na punição deles. Só posso dizer que todos vocês receberão detenções e, a cada hora que se passar até que um de vocês diga a verdade, cada um de vocês nove vai perder vinte pontos para a Grifinória."


Houve um suspiro coletivo e McGonagall continuou.


"Isso vai continuar até quando for necessário," disse ela. "Não há como expressar quão decepcionada estou com todos vocês – primeiramente pela óbviaparticipação de vocês numa demonstração de barbárie tão embaraçosa..." Ela sem dúvidas se referia ao estado de degradação que estavam devido à briga, "e também pela recusa desrespeitosa e idiota em cooperar comigo agora. Então, a dedução de pontos começará em uma hora." Ela parecia tão decepcionada quanto afirmou estar. "Eu não tenho mais nada para..."


 

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