Bom estar em casa
Lily andou rápido até o banheiro, e, quando chegou, entrou rapidamente se trancando em um dos pequenos boxes. Sentou-se no vaso sanitário, com a tampa fechada, e cruzou as pernas, estilo indiozinho. E começou a pensar: o que fazer para ser melhor que os marotos na brincadeira que planejaram?
Ela não conseguiu pensar em nada muito bom durante os cinco minutos que passou trancada dentro do boxe, mesmo tendo pessoas batendo na porta várias vezes perguntando se estava ocupado. Por que ela não conseguia pensar em nada? Em nenhuma brincadeira? Ela sempre tinha ideias boas, mas naquele momento não conseguia. Tudo o que ela queria era ser melhor que James Potter, que, aliás, estava muito bom pra ser somente um garoto de 16 anos.
Ela não parou de pensar no quanto Potter mudara desde o começo do ano. Como ele pudera ficar ainda mais bonito? Ou mais charmoso? Ou ganhar mais músculos? E por que ela estava pensando nisso agora sendo que ELA PRECISAVA DE UMA BRINCADEIRA MELHOR QUE A DOS MAROTOS? Bufou, impaciente, e resolveu sair do banheiro. Talvez as meninas tivessem alguma boa ideia. Foi em direção a porta e ouviu uma menina falar “baixo” para sua amiga.
- Ela nem lavou as mãos. Será que os trouxas são tão imundos quanto aparentam ser? – ela revirou os olhos se forçando a sair do banheiro sem voar no pescoço da tal garota que dissera aquilo. A coisa que ela mais odiava era quando as pessoas falavam dos nascidos trouxas. Os bruxos e os meio bruxos meio trouxas sempre menosprezavam os nascidos trouxas dizendo que nunca souberam da existência de magia até o momento em que eram chamados para estudar em Hogwarts ou em qualquer outra escola de magia e feitiçaria, e por causa disso faziam comentários ridículos e maldosos, que no final viravam estereótipos, como por exemplo trouxas serem sujos, nunca limparem sua bagunça por não ter magia para ajudá-los, ou até serem descrentes em tudo e somente acreditarem no que veem, ou até mesmo terem expressões, frases bobas de incentivo e que não faziam o menor sentido, tornando-os incapazes de ter um raciocínio rápido.
Conseguiu voltar para sua cabine, onde suas amigas conversavam sobre algo que não lhe interessava.
- Meninas, não acreditam o...
- Por que demorou? – Marlene a cortou – Você ficou brincando com o sabonete líquido colorido do banheiro de novo Lily? Pelas barbas de Merlin, isso já passou – revirou os olhos.
- Claro que não sua idiota – Lily deu um tapinha no braço da amiga, que deu uma risadinha – Só fiz isso uma vez no segundo ano – tentou se justificar – Mas não é isso o que vim falar.
- Vai dizer que viu o pé grande em alguma montanha? – Katie disse risonha.
- Ei! Eu vi sim. Uma coisa enorme e com um pé imenso. O que você acha que é? Não ria disso, porque ele é real.
- Era um gigante Lil – Marlene disse – Eles vivem nas montanhas pra se esconderem, lembra?
- EU SEI DIFERENCIAR UM GIGANTE DO PÉ GRANDE – se exaltou, olhando incrédula para as amigas. Elas nunca acreditaram nessas coisas de Pé Grande e Monstro do Lago Ness. Para elas era uma invenção dos trouxas para os gigantes e para algum bicho marinho gigante, respectivamente, para que eles não ligassem isso à magia.
- Até porque você já viu o pé grande né? – Katie disse, ainda rindo.
- Vocês não deixam eu falar – Lily rosnou, indignada. As duas respiraram fundo, tentando cessar as risadas para a amiga falar. Concordaram com a cabeça assim que conseguiram parar de rir. – Obrigada. O que eu quis dizer é que eu sei o que os marotos vão fazer no Grande Salão – elas sorriram, mostrando interesse – Eles vão por bombas de bosta nos frangos da mesa da Sonserina.
- Que clichê! – Marlene desdenhou. – Pensei que podiam fazer melhor.
- A questão não é essa. É o que NÓS vamos fazer – Lily continuou.
- Podemos jogar tinta quando os sonserinos se sentarem – Katie disse.
- Muito besta – Marlene completou – Podemos colocar fogo nas velas que ficam na mesa dos professores.
- Muito sério – Lily disse – Ficaram em silêncio, apenas ouvindo o barulho lá fora. Um barulho de explosão.
ESPERA.
Explosão?
As três se entreolharam e foram para fora. Logo várias pessoas também estavam pra fora de suas cabines, querendo saber o que eram os barulhos de explosão.
Viram, ao longe, várias faíscas no ar, brilhantes, e dando pequenas explosões. Perceberam um movimento mais perto delas. Eram quatro pessoas correndo.
Ou melhor, quatro garotos.
Ou melhor ainda, os marotos.
Os marotos estavam correndo na direção delas, gritando “SAI DA FRENTE”, fugindo do que parecia ser um grupo de sonserinos liderados por ninguém menos que Severus Snape. O grupo era de quatro garotos, todos com expressões iradas e rostos meio pretos, sujos. Parecia que os marotos soltaram mais alguns dos famosos fogos Filibusteiros nos sonserinos, aparentemente em seus rostos.
Os marotos passaram pelas garotas, sorrindo brincalhões, e cumprimentando-as. Elas riram e entraram em sua cabine, bem em tempo de escaparem de serem atropeladas por quatro sonserinos furiosos e impiedosos com quem estivesse no caminho, pois acabaram de passar por cima do que parecia ser um primeiranista.
- Oh meu Deus! – Katie disse com as mãos na boca. Lily foi correndo para o pequeno garotinho que estava estirado no chão.
- Tudo bem com você? – perguntou gentilmente.
- Ah! Claro! O que era aquilo? Um bando de rinocerontes? – ele disse, num fio de voz.
- Rinote o que? – Marlene disse sem entender.
- Rinocerontes – Katie repetiu. Marlene era de uma família de puro-sangue em todas as gerações. Ela não sabia de nada do mundo dos trouxas. Sabia só o que Lily falava. Katie era meio-sangue. Ela vivera cercada de magia, mas sabia várias coisas trouxas por sua mãe ser de família trouxa.
- Vejo que você tem sangue trouxa – Lily comentou.
- É! Eu sou nascido trouxa – o garotinho sorriu amarelo, se levantando. Era um palmo e meio menor que Lily. Tinha os cabelos pretos, bem escuros, e olhos verdes, quase da cor dos de Lily – Você também é? – perguntou pra ela.
- Sou sim – respondeu sorrindo – A Katie é meio a meio, e a Marlene é puro-sangue – disse apontando.
- Ah! Sou Luke Adams, a propósito – disse.
- Lily – a garota cumprimentou-o. – Tem certeza que tá bem? Os sonserinos podem ser bem maldosos.
- To sim. Obrigado. E que bom saber como são sonserinos.
- É! São a pior espécie – Marlene disse.
- Tem que ser rápido, ágil e inteligente pra lutar com eles – Katie aconselhou.
- Vou fazer meu melhor – ele disse, sorrindo, e saindo de perto.
- Que garotinho mais fofinho – Lily comentou assim que se sentou no banco, perto da porta.
- Parece ser enfezado. Gosto dele – Marlene disse fazendo as outras duas rirem.
- Então, voltando à pegadinha – Lily lembrou.
- Não faço a menor ideia – Katie franziu o cenho.
- Que tal fogos? – Marlene levantou uma sobrancelha.
- Perfeito! – Lily sorriu marota – Podemos colocar debaixo dos bancos dos sonserinos, os mais fortes, para fazer os bancos saltarem e eles caírem.
- Uh! Adorei – Marlene disse rindo maleficamente.
- Como vamos fazer isso sem eles perceberem? – Katie disse, ainda de cenho franzido.
- A gente pode pegar a capa de invisibilidade do Potter, esconder os fogos e ela debaixo da mesa. Ai durante a seleção só uma entra debaixo da capa e coloca os fogos embaixo dos bancos – Lily disse rapidamente.
- Tá se tornando uma pessoa com mente criminosa. Ai que orgulho – Marlene brincou.
-Ok. Quem faz o que? – Katie perguntou.
- Você pega a capa Katie. A Marlene esconde os fogos e a capa. E eu coloco debaixo dos bancos.
- Sempre fica com a melhor parte – Marlene fez biquinho.
- E como vamos fazer isso? – Katie levantou uma sobrancelha. – Peço a capa pro James?
- Não! Ele não vai dar e vai fazer perguntas. É pra ser surpresa. Eles acham que só eles vão fazer pegadinha esse ano. – Lily disse – Nós fazemos meio que uma confusão na hora de tirarem os malões – apontou para si e para Marlene – e você tira a capa do malão dele bem rápido.
- Muito arriscado.
- É o único jeito – Marlene disse – E a minha parte?
- Você esconde a capa da invisibilidade com os fogos na minha bolsinha. Vou jogar o feitiço indetectável de extensão. Ai você esconde no seu peito, já que tem o maior de todos – Marlene riu, olhando para seus seios e concordando. Lily revirou os olhos. – E eu, bom, vou por baixo da mesa, pego a capa e os fogos, e saio distribuindo a felicidade.
- E como você acha que não vão perceber que você sumiu? – Katie indagou.
- E é por isso que pela primeira vez sentaremos no canto, perto da porta, pra ninguém perceber nada.
- Os marotos vão. Sempre percebem – continuou.
- Mas eles vão estar prestando atenção na brincadeira deles.
- E quando vai estourar? – Marlene perguntou.
- Depois da explosão dos garotos – Lily respondeu – Não vamos dar tempo nem deles respirarem. – Sorriu marota, fazendo Marlene rir de forma maléfica novamente e Katie revirar os olhos.
Já estava na metade do dia e as garotas não perceberam, como sempre, por estarem absortas em sua conversa sobre as férias de cada uma. A mulher idosa do carrinho de comida tinha acabado de chegar na cabine delas.
- Doces queridas? – perguntou com a voz gentil.
- Siiiiiiiiim. To mooooooorta de fome – Lily disse fazendo caras e bocas no que a mulher riu – Eu quero cinco sapos de chocolate, três varinhas de alcaçuz, três tortinhas de abóbora e a caixinha menor dos feijõezinhos – pegou tudo, pagou, sentou-se no banco e colocou os doces em cima do mesmo, começando a comer.
- Eu quero três sapos de chocolate e a caixinha pequena de feijõezinhos – Katie disse, pegando seus doces e pagando.
- Eu só quero cinco tortinhas de abóbora – Marlene disse fazendo o mesmo que suas amigas e voltando ao seu lugar, enquanto a mulher ia embora. Já tinha aberto a primeira tortinha.
- Só isso Lene? Vai ficar com fome depois. – Katie disse olhando a amiga.
- To fazendo dieta.
- Ai Merlin! Dieta Marlene? – Lily revirou os olhos.
- Eu to fazendo há três dias. To morrendo de fome, mas vou aguentar – disse abrindo a embalagem da segunda tortinha.
- Para com isso Lene. Você não precisa disso – Katie disse preocupada.
- É pra saúde. Vai melhorar se eu comer certo, a quantidade certa no tempo certo. E fazer exercício também.
- Isso a gente faz subindo aquele monte de escada. – Lily disse terminando suas varinhas e começando as tortinhas.
- Ainda não acho necessário – Katie continuou.
- Relaxa gente. Eu sei o que to fazendo. Fiz algumas pesquisas – Marlene tentou acalmar as garotas.
- Tudo bem – as duas disseram em uníssono continuando a comer.
Naquele mesmo momento os marotos passaram pela porta da cabine, e sentando nos bancos.
- Super lotação. Super lotação – Katie disse, praticamente sem ar, sendo esmagada na janela.
- Olá garotas – Remus cumprimentou-as. Estava ao lado de Katie, apertando-a. Ao seu lado estava Lily, e ao lado da ruiva, James. Na frente do garoto estava Peter, ao lado de Sirius, fechando com Marlene.
- Vocês estão matando a Kay – Marlene disse. A garota começara a ficar vermelha.
- Me desculpa Katie – Remus disse se sentando mais perto de Lily.
- Vai pra lá Potter – ela disse cutucando a costela do garoto.
- Ai Lily! Se eu for pra lá saio da cabine.
- Boa ideia.
- Então, o que estavam fazendo? – Sirius disse, olhando para Marlene ao seu lado.
- Só conversando e comendo – ela respondeu.
- Comida – Peter se ajeitou no banco.
- POTTER SAI DE CIMA DOS MEUS FEIJÕEZINHOS – Lily gritou, no ouvido do garoto, fazendo-o pular. Todos riram. A garota pegou a caixinha que estava um pouco amassada e abraçou-a – Não foi nada – passou a mão “acalmando”. Riram mais ainda.
- Ainda tem sapos de chocolate? – Peter disse.
- Tem sim Peterzinho. Aqui – a ruiva entregou sorrindo.
- Eu quero um. – James disse levantando a mão para pegar os sapos no colo da garota, onde ainda tinham dois, uma tortinha e a caixinha dos feijõezinhos de todos os sabores meio amassada. Mas ela deu um tapa em sua mão.
- Não toque nos meus sapos – franziu o cenho.
- E por que o Peter ganha?
- Porque ele tem que te aguentar – todos riram novamente, menos James, que fez bico.
- Ei! Eu também tenho que aguentar esses babacas – Remus disse apontando para James e Sirius.
- Você fala como se fosse ruim – Sirius disse erguendo uma sobrancelha.
- E é! É terrível – Remus continuou.
- Partiu meu coração – James disse, pondo a mão sobre o peito do lado esquerdo – Sabe o que eu acho? – perguntaram em uníssono “o que” – Que isso tudo ai é inveja. Inveja da perfeição.
- Não existe perfeição – Lily disse sem tirar os olhos de sua última tortinha.
- Existe sim a perfeição. Tem duas letras. E-U. – Sirius disse apontando os polegares para si mesmo, balançando-os.
- Ai meu Merlin. Santa paciência – Marlene disse, revirando os olhos e batendo na cabeça dele.
- Obrigado. Daqui é difícil fazer isso – Remus disse.
- Tem mais comida? – Peter disse.
- Você acabou de comer seus doces – Sirius disse revirando os olhos.
- E daí? Eu ainda tenho fome.
- Deixa ele comer o que ele quer gente – Katie protegeu-o – Ainda tem alguns feijõezinhos Peter. Eu não quero mais – disse entregando a caixinha.
- Ruivinha – James disse fazendo Lily revirar os olhos e olhar para ele – Nossos lábios foram feito para ficarem colados.
- Ai meu Merlin – colocou a palma da mão no rosto dele, empurrando-o para longe dela.
- Taí um cara guerreiro – Sirius apontou para o amigo, rindo.
- Ele nunca vai conseguir – Katie disse.
- Que encorajador – James foi um pouco para frente para olhar a loira encostada na janela.
- É a verdade – deu de ombros.
- E ainda dizem que você é a meiga – Sirius levantou uma sobrancelha.
- Eu sou um anjo pessoal – disse como se fosse óbvio. Todos riram. E então seguiu silêncio.
Ainda estava no meio da viagem, mas não tinha o que fazer. Lily comia o último doce, os feijõezinhos de todos os sabores, fingindo não se importar que James a olhasse de cinco em cinco segundos. Peter continuava a comer o doce de Katie. Sirius estava olhando para o nada. Marlene estava encostada na janela assim como Katie, que estava olhando a paisagem, e Remus estava mexendo em um fiapo solto de sua camiseta branca.
Mesmo que o tempo todo eles brigassem feito cães e gatos, não suportando ficar perto um do outro por mais de cinco minutos, todos eram colegas, ou até amigos. Quem juntava o grupo dos marotos com o grupo das meninas era Remus e Lily. Por serem ambos monitores, estudiosos e estudantes aplicados, tinham muito em comum, e isso fez com que se aproximassem, tornando-se grandes amigos, mesmo que ele ainda escondesse o segredo de ser lobisomem. Somente os professores e os marotos sabiam desse segredo.
Os outros cinco, Katie, Marlene, James, Sirius e Peter não eram muito próximos, só ficavam conversando, fazendo algumas brincadeiras e se enfrentando em marotices com as outras pessoas.
Durante a outra metade da viagem não se falaram muito. Somente um ou dois comentários, sem prolongamento de conversa. Os marotos saíram da cabine faltando pouco menos que meia hora para o trem parar na estação de Hogsmeade.
- Aposto que foram arrumar as bombas de bosta – Marlene disse revirando os olhos. Já que faltava pouco tempo até a chegada a Hogwarts começaram a tirar as vestes trouxas e colocar seus respectivos uniformes.
- E os nossos fogos? Cadê? – Katie disse.
- Tá na minha bolsinha – Marlene disse, apontando para cima. Era mais uma maleta do que uma bolsinha.
- São fortes? – Lily disse.
- Alguns. Tem que separá-los – respondeu. Depois de dez minutos estava tudo pronto. Bom, praticamente. Lily tinha tirado tudo o que tinha em sua bolsinha, lançado o feitiço na mesma e colocado suas coisas na maleta de Marlene. Colocou os fogos mais fortes em sua bolsinha e a entregou para a amiga. Marlene enfiou a bolsinha, que dava pra dobrar no meio, e colocou em seus seios. – É. Dá pra esconder – disse olhando para baixo e rindo, fazendo suas amigas revirarem os olhos.
- Ok. O que eu posso fazer de distração? – Lily franziu o cenho e ficou pensando.
- Você pode entregar a gaiola da Athena para eles levarem, ai pode derrubar e sair derrubando mais coisas – Katie sugeriu.
- Boa ideia. A Lily é estabanada mesmo – elas riram, e Lily revirou os olhos mostrando a língua ao comentário de Marlene. Naquele momento sentiram o trem ir mais devagar. Tinham acabado de chegar na estação de Hogsmeade.
- Hora do show – Lily disse sorrindo marota.
Pegaram tudo o que era delas em sua cabine e saíram da mesma, fazendo o mesmo que os outros. O corredor estava lotado, como sempre acontecia. Davam um pequeno passo a cada segundo, e demoraram uns bons cinco minutos até chegarem na porta mais próxima onde poderiam sair.
- A gente esqueceu um detalhe – Katie disse sobre os ombros para as amigas que estavam atrás dela.
- O quê? – as duas perguntaram em uníssono.
- Onde foi que James colocou o malão dele?
- Ai merda – Lily suspirou. Por que ela não tinha pensado nisso antes? Poderia ter tocado no assunto discretamente enquanto o garoto estava na cabine junto com os outros. – Vai na sorte.
- Ok – Katie suspirou, começando a duvidar do plano quase perfeito.
E então fizeram como tinham planejado há dez minutos. Saíram no trem e já viram o Sr. Filch começando a tirar as coisas de dentro do compartimento embaixo do vagão em que estavam. Lily foi até ele com a gaiola de Athena na mão e com Marlene seguindo-a. Sorriu amarelo.
- Sr. Filch, o senhor poderia levar a gaiola de Athena também?
- E por que você não leva? – disse olhando para ela bravo.
- Porque vamos pro Grande Salão, e não pro dormitório – Marlene disse como se fosse óbvio. – Larga de ser preguiçoso.
- Quem é preguiçoso aqui, menina? – ele se exaltou, falando cuspindo nas garotas. Então Lily aproveitou e deixou cair a gaiola de sua coruja em cima de um dos malões que já estavam no chão, derrubando-os.
- Oh meu Merlin. Me desculpe Sr. Filch – disse fingindo se preocupar. Abaixou-se fingindo pegar a gaiola, mas empurrou outro malão, fazendo-o abrir sem querer. – Ah meu Deus. Como sou estabanada.
- Pare de mexer nos malões garota – o Sr. Filch chiou, ficando de costas para as garotas e arrumando os outros malões. Mas a cada malão que ele levantava Lily e Marlene derrubavam dois, dando assim espaço para Katie procurar pelo malão de James. Ela olhou em todos que estavam no chão, não achando. Começou a procurar pelo compartimento. Tinha muitos malões, talvez não iria dar tempo. Pessoas já começavam a olhar o que estava acontecendo.
“Tomara que os garotos não desçam agora”, disse, ainda procurando. Ouvia Lily se desculpar e derrubar mais e mais malões, junto com Marlene, que estava “tentando” ajudar o Sr. Filch. Ouviu o homem se descontrolar, e começar a gritar mais alto. Deu uma risadinha. Era até um pouco cômico, se não fosse muito arriscado.
E então, lá no fundo, em cima de alguns malões, ela viu um malão marrom, cor de carvalho, com dois adesivos: um de pomo de ouro que batia suas asas e um de leão, com um cachecol enrolado no pescoço, vermelho, com listras em ouro, que rugia a pelos pulmões. E do lado, virado para ela, as letras J. P. grandes, e douradas. Olhou para os lados pra ver se alguém estava prestando atenção. Mas ninguém estava interessado nela, mas sim no Sr. Filch quase tendo um ataque cardíaco ralhando com suas amigas.
- Accio – murmurou apontando sua varinha para o malão do garoto, que caiu suavemente a sua frente. Foi até o fecho, só que estava trancado. Suspirou. – Será que... Alohomora – o fecho abriu com um clique, e ela sorriu. “Achava que ele era mais cuidadoso e reservado”, ela pensou com um sorriso no rosto. Olhou para os lados novamente e ainda ninguém prestava atenção nela. Abriu o malão e se assustou.
Não era nem de longe um malão organizado. As roupas estavam emboladas, postas de qualquer jeito. Parecia que tinham socado elas para caber mais coisas. Os livros estavam por cima, dos lados e por baixo. Começou a vasculhar a procura da capa. Mexeu de um lado, mexeu do outro, só que estava difícil achar alguma coisa naquela bagunça. “Será que a capa está com ele?”, pensou. Isso poderia estragar o plano completamente. Mas então, quando já estava esgotando suas esperanças, tocou em algo macio, parecendo seda. Ergueu-a até seus olhos e notou que era mesmo a capa de invisibilidade de James Potter.
Ninguém sabia sobre essa capa, somente algumas pessoas, como os marotos, obviamente, e as garotas. Só que eles não sabiam que elas sabiam da existência desta capa. Um dia elas estavam escondidas, olhando para os marotos para verem o que estavam aprontando, e para elas darem o troco neles. Então do nada, James tirou a capa do bolso, abriu-a, e se enfiou debaixo dela, desaparecendo totalmente. Logo depois foi Sirius, seguido de Remus e depois Peter. E todos eles já não estavam mais ali. Estavam debaixo da capa que os tornavam invisíveis.
Elas custaram a acreditar nisso, mas no fim foram pra biblioteca pesquisar sobre esse assunto, e concluíram que era verdade o que seus olhos testemunharam. Existia uma capa que fazia as pessoas ficarem invisíveis. Isso foi no quarto ano, quando a rivalidade entre eles começou.
Katie pegou a capa e dobrou-a, escondendo em suas vestes. Olhou para suas amigas, e viu que ambas já não estavam mais derrubando os malões, mas estavam discutindo com o Sr. Filch, que parecia rugir, e ficar muito vermelho. Fechou o malão com um estalo na varinha, e com a mesma colocou-o onde estava antes. Abanou as mãos para cima, pulando, para que suas amigas a vissem. Elas viraram, e ela concordou com a cabeça. Falaram mais alguma coisa para o homem e saíram correndo. Ele ainda estava gritando. Chegaram até ela.
- Achou? – Lily disse, meio vermelha, e com a respiração rápida.
- Sim. Tá aqui no meu bolso – Katie sorriu.
- Ainda bem. Não aguentava mais aquele velho cuspindo na minha cara. Que nojo. To com vermes Filch – Marlene disse fazendo cara de nojo. Lily e Katie riram.
- Pareceu uma boa briga – Katie disse. – Não queriam parar mais.
- Ele é um babaca preguiçoso. Só porque eu derrubei alguns malões – Lily disse, fingindo inocência, fazendo-as rirem novamente. Caminharam até as carruagens que andavam sozinhas, e encontraram uma que estava sem ninguém. Entraram nela o mais rápido possível para que ninguém entrasse mais. E depois que fecharam as portas a carruagem começou a se mover.
- Tá aqui a capa – Katie entregou para Lily.
- Uh, macia – apalpou a capa, passando-a no rosto.
- Tentando pegar o cheiro do Potter, Lily? – Marlene disse rindo.
- Ai que engraçada você é Marlene McKinnon – disse irônica. Colocou a capa no bolso de suas vestes. Durante o trajeto até o castelo não falaram mais nada. Ficaram só olhando o caminho que a carruagem fazia, na estrada. Finalmente ela parou, e elas desceram. Andaram rápido até o Grande Salão, para sentar no cantinho, perto da porta, para ninguém perceber nada. Acharam o lugar. Ainda tinham muitos lugares vagos. Não tinha chego muitas pessoas. Elas ainda pegavam a carruagem. Sentaram Lily de frente à Katie e do lado de Marlene.
- To com fome – Marlene disse.
- É porque você não comeu direito – Lily disse levantando uma sobrancelha pra amiga, que mostrou a língua. Ficaram em silêncio, novamente, apenas olhando as pessoas que surgiam da porta. Viram os marotos entrarem, e perceberam a inquietação das garotas, para olharem eles, cochicharem sobre eles, mandarem “oi”, beijos. As três reviraram os olhos quase ao mesmo tempo. Depois então de uns cinco minutos a professora McGonagall apareceu, indo até a frente, falar que os primeiranistas estavam prestes a entrar. Voltou saindo novamente do Grande Salão. Depois de mais cinco minutos abriu as portas e surgiu novamente, mas desta vez com umas cinquenta crianças, bem pequenas, todas apavoradas para prestarem atenção na decoração que fizeram especialmente para sua chegada.
Quando todas as novas crianças estavam lá na frente, e todos estavam encarando elas, Lily foi para debaixo da mesa, tirando a capa de invisibilidade de James, e jogando-a em seu corpo, ficando invisível. Ouviu a professora falar:
- Quando eu colocar esse chapéu em suas cabeças irá demorar alguns segundos para ele decidir em qual casa de Hogwarts que vocês irão ficar. Vou chamar cada um, e quem eu chamar, por favor, sente neste banquinho – Lily sorriu. Ela adorou quando foi sua vez de sentar no banquinho, e adorou mais ainda quando o chapéu seletor gritou “GRIFINÓRIA”.
- Adams, Luke – era o garotinho que ela ajudara depois de Snape e sua gangue passarem por cima do pobre menininho. Saiu debaixo da mesa bem devagar, para que a capa não escorregasse e mostrasse alguma parte de seu corpo. Cutucou Marlene, e ela passou sua bolsinha, em que estavam os fogos.
- GRIFINÓRIA – o chapéu seletor gritou, e ela ouviu suas amigas gritarem pelo menininho.
Então começou a andar pelo corredor que dividia a mesa da Grifinória com a mesa da Sonserina. Colocou bem no canto, perto da porta, o primeiro fogo, deu dois passos e colocou o outro, deu mais dois passos e colocou o outro. Fez isso repetidamente embaixo dos bancos, dos dois lados. Então sobraram dois fogos. Pensou bem no que fazer com eles. Sorriu marota. Foi até onde Snape estava junto com seu grupo, e colocou aqueles dois fogos bem embaixo de onde o garoto sentara. “Nunca mais mexa com um futuro grifinório”, pensou brava.
Voltou para seu lugar. Nem tinha prestado atenção na seleção. Só às vezes que uma das casas gritava. Passou pelo banco, devagar, para ir debaixo da mesa. Olhou para a mesa da Sonserina, ninguém estava prestando atenção em ninguém da Grifinória, então tirou a capa, e a guardou em seu bolso, voltando para o banco e se sentando.
- E ai? – Marlene disse, olhando para ela.
- Vai ter muita festa – ela sorriu marota.
- Como vamos devolver a capa pro James? – Katie disse.
- A gente pode fazer uma visitinha a eles, e colocar no malão dele, sem ele perceber – Lily disse, não se importando muito.
- Acho que ele vai perceber que sumiu a capa – Katie disse.
- Tão otimista essa menina – Marlene disse irônica. Neste momento a mesa da Corvinal aplaudiu. A última criança fora para sua casa. Então Dumbledore se levantou e foi para frente, para seu famoso discurso de começo do ano.
- Sejam bem-vindos a mais um ano em Hogwarts. Bem-vindos novos alunos, e bom retorno alunos velhos – alguns protestaram, brincando. Ele riu. – Alguns avisos antes de nos empanturrar com essas delícias. A Floresta Proibida, como o próprio nome diz, é proibida para os alunos – nesse momento olhou diretamente para os marotos, que riram, marotamente. – O Sr. Filch me pediu, como sempre, para falar que bombas de bostas, fogos, pântanos portáteis, e todo esse tipo de travessura é proibido, o que acarretará em uma detenção ou advertência. Quem quiser saber mais sobre isso tem uma lista na sala do Sr. Filch, e tenho plena certeza que ele ficará encantado em mostrá-la.
- Ah claro, com certeza. E as correntes também, e aproveitará e nos prenderá nelas pra sempre – Marlene disse irônica.
- Bom, por último, as aulas começam amanhã às oito e meia. Espero que esse ano seja muito bom, e que não tenha muitas travessuras – olhou para os marotos, e depois para as garotas. Os dois grupos riram, fazendo Dumbledore rir também. – Então vamos comer. – bateu palmas duas vezes, e um verdadeiro banquete apareceu em todas as mesas. Mas só foi o primeiro sonserino colocar o garfo em somente um frango que fez explodir as bombas de bosta, fazendo assim um efeito dominó com os outros frangos. Os sonserinos gritaram, tentando se salvar, se escondendo embaixo da mesa, ou colocando as mãos na frente do rosto, mas já era tarde demais. Todos estavam sujos com as bombas de bostas e gritavam enfurecidos.
Uma explosão de risos ecoou por todo salão, feito por todas as casas. Riram até passarem mal. E então, quando a última bomba de bosta foi estourada, Lily murmurou:
- Agora. – E todos os fogos, que ninguém percebera até aquele momento, explodiram de uma só vez, fazendo os sonserinos, novamente, gritarem, mas de susto. Muitos caíram no chão, com as mãos no peito. Outros gritaram mais que tudo. Snape e seu grupo estavam no chão, por ter tido três fogos debaixo deles.
Outra explosão de riso ecoou. Não conseguiram parar de rir. Estavam, todos, com lágrimas nos olhos, com as mãos na barriga, batendo com os punhos na mesa, se inclinando para trás, tentando recuperar o fôlego para então começarem a rir novamente. As garotas olharam para Dumbledore, e este era o único da mesa dos professores que estava rindo. Os outros todos estavam ou bravos ou surpresos. O olhar delas recaiu nos marotos, que as olhavam como culpadas. Elas sorriram marotas, e eles retribuíram com o mesmo sorriso maroto.
- SILÊNCIO – ouviram a voz de Dumbledore em meio a tantas risadas e gritos – Esse foi um ótimo jeito de começar o ano não foi? – disse ainda rindo, olhando para os professores, só que ninguém concordou com ele. – Não foi? Claro que foi – tentou persuadi-los, mas quando percebeu que não iria conseguir abanou a mão e voltou para os alunos. – Então, meninas – ele disse, e olhou para as três que ainda riam. Pararam de rir, e tentaram olhar do jeito mais sério e inocente que conseguiam. – O fato de vocês três sentarem ai no fundo, longe de tudo, pela primeira vez desde que chegaram aqui na escola, não influencia em nada do que acabou de acontecer? – olhou por cima dos óculos meia-lua.
- O quêêêêêêêê? – Lily disse com a voz fina.
- Claro que não professor Dumbledore – Marlene disse.
- Somente uma coincidência – Katie disse sorrindo amarelo. As três tentavam ser convincentes, sem muito sucesso.
- E vocês garotos? – olhou para os marotos, que também tentavam parecer inocentes. – Pareceram surpresos pelos fogos, mas não pelas bombas de bosta...
- QUE AINDA TÁ AQUI E FEDENDO – uma sonserina que estava com os cabelos sujos das bombas gritou brava.
- Ah é, desculpa. Me esqueci. – Dumbledore riu. Fez um floreio com a varinha, fazendo desaparecer toda a sujeira. – Como eu estava dizendo: Vocês marotos não me pareceram surpresos com as bombas de bosta.
- Nós ficamos sim professor – James disse concordando com a cabeça.
- Sim. Super surpresos – Sirius concordou, tentando não rir.
- É – Remus e Peter disseram em uníssono, concordando.
- Pois bem. Depois resolverei isso – ele disse, ainda rindo. – Então, bom apetite. Aproveitem ainda o que resta – sorriu e se sentou novamente.
O barulho costumeiro de conversa durante o jantar começou, e todos começaram a comer. Até Marlene. Pegou duas coxinhas de frango, um monte enorme de purê de batata, e suco de abóbora até encher seu copo.
- E a dieta? – Katie disse rindo.
- Cansei. Passo muita fome com isso. Não aguento – disse começando a comer. As amigas riram, mas pararam, porque a professora McGonagall vinha ao encontro delas com uma cara não muito boa.
- Quando Dumbledore mandar todos irem dormir vocês vão para a minha sala – disse, tentando manter a calma.
- Mas eu sou monitora... – Lily começou a falar, só que ela a cortou.
- Outra pessoa fará seu trabalho hoje. Assim como o Sr. Lupin que também será substituído.
- Mas por que professora? Não tem prov... – Marlene disse, mas já parou. As narinas da professora começaram a ficar grandes. Ela saiu de lá e as meninas voltaram a comer, em silêncio. Então, depois da sobremesa, Dumbledore mandou todos pra cama. Mas as meninas seguiram para a sala da professora McGonagall. E não foram as únicas. Os marotos apareceram lá depois de cinco minutos.
- Muito boa a ideia dos fogos – Sirius disse rindo, assim que parou de frente as amigas.
- E o que te faz pensar que fomos nós? – Marlene levantou uma sobrancelha.
- Ah McKinnon. Nós sempre sabemos disso. Só queríamos saber como colocaram tudo debaixo dos bancos deles – James disse levantando uma sobrancelha, e olhando para Lily que fez o mesmo, desviando o olhar em seguida.
- Entrem – uma voz atrás deles fizeram-nos se assustar. Perceberam que era a McGonagall e fizeram o que ela mandou. Ela conjurou sete cadeiras colocando na frente dela, e eles se sentaram, quietos, olhando para o chão.
- Isso foi inaceitável da parte de vocês. Principalmente vocês Sra. Evans e Sr. Lupin. Vocês são monitores e deveriam dar o exemplo para seus amigos. Onde já se viu fazerem uma coisa dessas com a Sonserina. É por isso que ainda existe essa rivalidade entre vocês. Quando vão parar com isso? E não me venham falar que eu não tenho prova o suficiente pra incriminar vocês, porque esse tipo de delinquência é só vocês que fazem. – a professora estava ficando cada vez mais vermelha. E suas narinas iam se alargando ao passo da vermelhidão em seu rosto – Vão pegar três dias de detenções, e não quero ouvir mais nada. Vão para seus dormitórios – ela disse apontando para a porta. Sem mais nenhuma palavra, os sete se levantaram correndo e saíram da sala.
- Só três dias não é muita coisa – Sirius disse rindo.
- Não é pra você – Katie disse, olhando brava pra ele.
- Vocês tiveram o que mereceram – James disse, rindo com o amigo.
- Vocês estão acostumados com detenções de mais de três dias. – Marlene disse.
- Mas vocês ultimamente estão pegando detenções também – Remus disse.
- É. Mas só de um dia. Nunca de três. – Lily disse, também brava.
- Não sei por que estão bravas. Não foi culpa nossa se pegaram todo esse tempo de detenção. Foram vocês quem explodiram os fogos. – James disse.
- E quem está brava aqui? – Lily vociferou para ele, meio vermelha. Ele levantou as mãos em sinal de rendição e riu.
Mesmo tendo pegado esses três dias de detenção, eles não ligaram muito. Todos os sete. Foi engraçado, e se pudessem faziam de novo e de novo e de novo, porque isso nunca perderia a graça. Gostavam de estar em Hogwarts. Gostavam de fazer essas travessuras, gostavam de como elas se repercutiam. Gostavam de tudo o que Hogwarts tinha, mesmo tendo responsabilidades lá, e deveres. Eles estavam num lugar em que gostavam de tudo o que tinha. Ao mesmo tempo os sete pensaram a mesma coisa. Era bom estar em casa.
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Obrigada a todas as pessoas que entraram nessa fanfic. Tendo somente um capítulo e tendo 15 leitores eu fico mais que satisfeita. E agradeço a Bru Mckinnon Black porque ela marcou minha fanfic, tendo somente um capítulo. Obrigada lindinha. E bom, eu já to terminando minhas provas, e o terceiro capítulo já está feito e revisado, e vou postá-lo essa semana. Os outros irão vir mais rapidamente. Enfim, eu queria que comentassem pra eu saber se estou escrevendo bem. Sei que o primeiro capítulo está com uns erros porque não revisei, mas esse não tem nenhum erro. Quero saber se estão gostando ou não, então comentem, significaria muito. Até o próximo.
Comentários (1)
Oi Má! Estou gostando bastante da fic! Tão bem escrita, dá até pra sentir o carinho. Beijos!
2016-02-17