Canção de Amor
7º capítulo – Canção de Amor
“Ás vezes você não sabe muito bem o que estava fazendo, mas continua no mesmo caminho. Talvez estejamos condicionados a responder errado quando estamos frente a frente com o medo. Ou talvez, possivelmente, somos apenas jovens demais para entender a dimensão dos sentimentos que surgem e ressurgem. Um furacão destruindo tudo pelo que passa, a calmaria da reconstrução do que foi perdido. Para então, mais uma vez, um novo furacão, um novo amor.”
Rony Weasley
Rony não fez um ruído enquanto saia do quarto com os sapatos na mão. Seu celular estava tocando de novo, felizmente ele tinha tirado o som. Deixou Elisha dormindo profundamente na cama desfeita, encontrou Lexie caída de qualquer jeito no sofá, também dormindo.
Enquanto esperava pelo elevador, tentou ajeitar o cabelo e desamassar a camisa ainda úmida. O cabelo ruivo apontava para todos os lados, e ele tinha um enorme arranhão no ombro esquerdo.
Lá fora, quase teve os olhos arrancados pelo sol excessivamente brilhante daquele domingo de manhã. O porteiro sorriu divertido, com jeito de quem sabia das coisas. E devia saber mesmo, já que ele estava tão bêbado que nem lembrava direito como tinha ido parar na cama de Elisha.
Um imponente carro preto estava encostado no meio fio. Uma janela desceu levemente e ele viu apenas o copo de café sendo oferecido. Com um sorriso, apanhou o copo e abriu a porta.
Sua irmãzinha estava lá dentro, parecendo uma viúva negra de ressaca com o vestidinho preto e os imensos óculos de sol. Gina estava com o cabelo preso em uma trança lateral e usava saltos ridiculamente altos para um domingo de manhã.
-Conseguiu dormir? – ele perguntou, a voz rouca.
-Duas horas – ela suspirou dramaticamente e ligou o celular – Estou com medo das fotos que vão postar hoje.
-Cara, foi tão insano – Rony sorriu, satisfeito consigo mesmo – Caso você não saiba, acabei de sair da casa da Elisha.
-Sim, eu sei – ela revirou os olhos e fechou o celular, guardando-o na bolsa – Esqueceu que você já me contou isso, quando liguei perguntando que horas podia te pegar? Não sei porque tanto orgulho, pelas minhas contas você estava correndo atrás da Dominique até ontem.
-É né – Rony murmurou, lembrando da francesinha – Será que ela me viu com a Eli?
-Sei lá – Gina murmurou com descaso – Estou ocupada demais com uma dor de cabeça pra me preocupar com as suas putarias.
-Grossa – ele reclamou enquanto respondia algumas mensagens no whatsapp – Hei, você viu o vídeo que o Terren compartilhou no grupo Hogwarts 4Ever?
-Viu – Gina sorriu levemente – E, falando nisso, que nome mais cafona de grupo.
-Se dê por satisfeita. Terren queria colocar “Sonserinos Mandam, Grifinórios Obedecem”.
Os dois irmãos riram divertidos.
-Que carro é esse?
-Scarlett me emprestou – Gina explicou – É o motorista que o pai dela paga. Os Sorley são muito bonzinhos com a Scarly.
-Ou talvez não queiram que ela dirija bêbada – Rony sugeriu.
-É, provavelmente é por isso – ela riu.
***
Draco andou descalço pra cima e pra baixo em sua imensa sala. De domingo a empregada ia só de manhã, para preparar o café da manhã. Depois voltava, limpava tudo e ia embora. Ele não tinha conseguido dormir muito, acabou acordando pouco depois das onze da manhã.
Estava pensando seriamente em ligar para Gina com alguma desculpa bem esfarrapada, arrastá-la ali para o apartamento dele, e só deixá-la sair na segunda.
Talvez fosse cedo demais, considerou.
Ligou o notebook, respondeu alguns emails, ignorou outros, mandou mensagens para Pansy e Lola. Já que as duas gostavam de agir como a mãe dele, ele seria o filho que delega tudo.
-Draco! – Terrence berrou enquanto batia na porta – Anda cara.
Com um revirar de olhos, Draco abriu a porta para encontrar Terren apenas de bermuda e chinelos. Com um “oi” distraído, Terren correu para a mesa e começou a comer. Draco apenas observou por alguns segundos, incrédulo.
-Você não está na praia – observou calmamente, braços cruzados e semblante sério – E imagino que tenha comida na sua casa.
-Claro que sim – Terren respondeu com um sorrisinho cínico, e voltou a comer – Escuta, to pensando em chamar a Scarly pra almoçar.
-Sério é? – Draco olhou todo interessado para o amigo – Se convencê-la a levar a Gina eu até pago o almoço.
-Sei – Terren olhou de cara feia pra ele – Aposto que falou isso só porque sabe que todos os Weasleys do mundo estão no tal almoço de família.
-Ahhh... – Draco murmurou decepcionado – Não sabia não.
***
Delilah e Willa olharam cobiçosamente o instagram de todo mundo, caçando todas as fotos possíveis sobre o aniversário dos gêmeos. As últimas, quando o céu já estava claro, mostravam todo mundo na piscina.
-Que festa – Willa suspirou com inveja – Você bem que podia ter pedido convites pro Colin. Ou até para a Gina. Você a ajudou por dois anos em Hogwarts, ela te deve muito.
-Não foi a última festa do mundo – Delilah deu de ombros, com fingido descaso – Vamos conseguir coisa melhor.
-Max voltou, você viu – Willa mexeu no facebook de Gina – Ela postou umas duas fotos com ele ontem.
-Eu vi. E ele está ainda mais bonito – ela suspirou.
***
Max acordou sozinho na cama de Gina. Os dois costumavam dormir juntos em Paris, nunca foi grande coisa, nunca passaram disso. Bem, talvez o fato de terem saído juntos por um tempo tenha contribuído para que eles percebessem que não passavam de bons amigos. Andou até o quarto de Scarlett, que ainda dormia.
-Hei – ele a cutucou suavemente no ombro – Levanta, já são mais de duas da tarde.
-Me deixa – ela gemeu e rolou na cama – Vou dormir até o fim do mundo.
-Larga disso – Max deu uma travesseira nas costas dela – Vamos almoçar. Te levo no restaurante que você quiser.
-Tá – ela concordou com um bocejo – Estou tão exausta Max. Vou te fazer gastar uma fortuna em sushi.
-O que você quiser – ele sorriu – Agora anda!
***
-Quando vocês vão terminar essa reforma? – Gina perguntou aos pais enquanto todos almoçavam – Já estou sabendo que meu quarto virou quarto infantil agora.
-Não seja mesquinha Ginevrinha – Gui brincou, bagunçando todo o cabelo dela – Você nem mesmo mora mais aqui.
-Não por falta de termos chamado – Molly lembrou, magoada – Não sei qual é a graça de Londres. Lá é um inferno.
-Lá tem tudo mãe – Rony revirou os olhos – Melhor cidade no mundo.
-Claro que não – Gina falou ofendida – É Paris.
-Devo concordar com Gine – Fleur sorriu, sempre errando o final do nome da cunhada – As crianças vão se inscrever em mais de uma escola além de Hogwarts.
-Mas amor – Gui olhou revoltado para a esposa – Hogwarts é melhor que aquela frescura francesa.
Os dois olharam os três filhos, que comiam na mesa das crianças com as duas meninas de Percy. A casa estava uma bagunça, já que estavam em reforma há anos. Logo terminaria, Arthur garantiu enquanto contava os planos de colocar uma piscina.
-Não vou te agüentar quando você se aposentar – Molly falou ao marido – Estou falando sério – ela olhou os filhos – Ele vai andar o dia todo pela casa mexendoem tudo. Efalando nisso – Molly continuou sem parar – Cadê as namoradinhas?
-Jesus mãe! – Rony reclamou – Vamos falar da reforma aqui de casa, que está ficando muito boa.
-Está mesmo – Gina correu a acrescentar – Foi uma boa idéia aumentar a casa no térreo e perder três andares.
Ela não estava mentindo em dizer que a Toca estava cada dia mais bonita. Agora era uma casa de três andares, oito quartos, cinco banheiros e três salas. Sem falar na cozinha e no sótão. Ainda tinham coisas a melhorar no terreno, grama pra cortar e a garagem ia ser reconstruída do zero, mas já parecia outra casa.
-E o namoradinho filha? – Molly perguntou para Gina, toda sorrisos.
-Eu... – ela gaguejou, ignorando os olhares de riso dos seis irmãos – Eu... E você Carlinhos? Não está na hora de casar? Daqui a pouco vira um senhor solteirão que não corta o cabelo.
-Gina tem razão filho – Molly se virou para o segundo filho mais velho – Namorada é com você, mas quanto ao cabelo, posso dar um jeitinho depois do almoço.
-Não precisa mãe! – ele olhou irritado para a irmã.
Os gêmeos iam comentar alguma coisa quando Píchi, a pequena e hiperativa coruja de Rony, errou a mira e se estatelou no vidro da janela.
-Pichitinho! – as cinco crianças gritaram alucinadas.
Gina riu, já que ela tinha dado o nome para a coruja. Pichitinho não tinha crescido muito, e era ainda a coruja mais retardada de todos os tempos.
-Oi gente! – Harry e Hermione apareceram com duas travessas nas mãos – Bom dia.
-Achei que não vinham mais – Arthur comentou – Sentem-se, acabamos de começar a comer.
-Pansy vem mais tarde – Harry explicou – A mãe dela está daquele jeito.
-A mãe da Pansy é louca – Molly explicou para a filha – Uma pena, não é mesmo? Vive inventando dores de cabeça e acha que vai morrer. Já Pansy, nunca vi uma menina mais doce que aquela. Isso é, depois da minha Hermione – ela abraçou Hermione emocionada – Estou tão feliz agora que você está de volta minha filha.
-Eu não sou doce, hein mãe? – Gina olhou emburrada para a mãe.
-Claro que não – Rony riu debochado – E desde quando a rainha cruel é doce? – terminou, arrancando gargalhadas de toda a família.
***
Zéllie não se incomodou em tocar a campainha, apenas abriu a porta e foi entrando no apartamento que o irmão dividia com Theodore. Já passava das três da tarde, e ela estava chegando com comida depois de muita insistência do irmão.
Faith estava com ela, Dakota tinha desaparecido com Miguel em algum momento entre sete e oito da manhã.
-Vocês não vão ajudar com as sacolas? – Faith e Zéllie reclamaram – Compramos comida pra um batalhão de pessoas.
Na imensa sala do apartamento, esparramados nos sofás, estavam Hux, Theo, Tad e Blaise. Concentrados no videogame, não deram atenção para as meninas.
-Idiotas – Zéllie revirou os olhos e marchou para a cozinha – Assim que meu irmão dormir jogo esse videogame pela janela – avisou Faith.
-Eles ficam hipnotizados – Faith riu – Sabe que eu já até mesmo escrevi uma matéria sobre isso. A influência prejudicial do videogame na vida de jovens e influenciáveis bruxos. Fez o maior sucesso.
-A cerveja acabou! – alguém gritou da sala – Trás mais irmãzinha – Hux então.
Evitando um ataque de fúria de Zéllie, Faith correu até a geladeira e pegou quatro latinhas. Entregou uma para cada menino e sorriu com a imagem. Eles eram tão adultos e tão crianças ainda.
-Acabou a cerveja da geladeira também – avisou para ninguém em particular – E eu não vou sair pra comprar.
-Está tudo bem gatinha – Hux olhou rapidamente para ela, dando uma piscadinha antes de voltar a olhar o videogame – Terren e Draco vão trazer mais.
-Estão todos melhores amigos, não é? – ela riu – Hux, Theo, onde posso ver o jogo amistoso entre a Irlanda com a Rússia.
-Não seja doida – Theo riu pra ela – O jogo começa três horas só.
-Bem... – Faith suspirou com fingido descaso – Já são três e vinte.
-Que?? – os quatro gritaram juntos.
Em um segundo tinham colocado no jogo. Faith se acomodou em uma poltrona e cruzou as pernas, parecendo uma menininha. Tad lançou longos olhares pra ela.
-Hei irmãozinho chato – Zéllie gritou da cozinha – Chamei uns amigos pra cá. Tudo bem? Lembre-se que estou arrumando toda a comida do almoço.
-Sua irmã é louca – Theo cochichou para Hux – Melhor dizer que está tudo bem ou ela joga a comida fora.
Tad e Blaise olharam impressionados para o ruma da cozinha, apenas imaginando a doce Zéllie pirando.
-Lembrem-se que Gina também parece um anjo – Faith comentou com um sorriso.
-Anjo vingador do inferno, você quer dizer – Blaise disse com drama, logo se benzendo.
***
Scarlett e Max estavam passeando distraidamente por um shopping quando o celular começou a tocar. Ela falou rapidamente com Terrence, explicando que tinha acabado de almoçar e não estava com fome. Ele insistiu e a convenceu a, pelo menos, passar no apartamento e ver todo mundo.
-Eles estão vendo um jogo – ela explicou com descaso.
-Droga! – Max arregalou os olhos e olhou para o relógio – Esqueci que o jogo começava as três. Vamos!
Ele a puxou pelo pulso e saiu quase correndo, desviando das pessoas no último segundo. Scarlett apenas riu enquanto o seguia.
***
-É a pior idéia do mundo – Molly Weasley comentou com o marido enquanto via Fleur apitar para dar início ao jogo – Os meninos são tão cavalos.
No time verde, com as bandanas que Hermione providenciara de uma velha camiseta, estavam Ginevra, Harry, Fred e Jorge. No outro time, de cor azul, estavam Rony, Gui, Carlinhos e Percy.
Fleur era a juíza, e Hermione estava filmando e fotografando.
-Vamos lá! – Gina gritou, deliciada com a sensação que acabar com os irmãos folgados.
***
-Pior idéia da vida – Colin comentou com Hayden enquanto esperavam o elevador – A Dakota já disse que não vem. Ela e o Miguel estão almoçando com a Selina e o Spencer.
-Zéllie insistiu – Hayden se justificou, mudando a sacola de bebidas de mão – E estamos trazendo cerveja. Aposto que somos mais do que bem vindos.
-Se você diz... – Colin deu de ombros, resignado. Ele observou atentamente o luxuoso saguão, pensando em quanto não custava o condomínio, até que viu Elisha e Lexie entrando correndo.
-Chuva maldita – Lexie estava esbravejando – Estava fazendo um sol de rachar.
-Esqueceu como é viver em Londres? – Elisha estava sorrindo, nem um pouco incomodada por estar molhada – Não seja rabugenta.
-Gata e gatinha – Hayden cumprimentou, sem perder a pose – Não me digam que também vieram ver o jogo.
-Claro que não – Lexie sorriu para ele – Viemos atrapalhar enquanto vocês tentam ver o jogo – ela se aproximou e deu um beijinho no rosto dele, depois em Colin – Trouxemos comida – avisou enquanto mostrava a sacola.
-Muita comida – Elisha complementou, também dando beijinhos neles – Deve estar uma zona lá no apartamento.
***
-Gol!!!! – Gina gritou animada enquanto passava zunindo por Rony – Sou a melhor batedora do mundo.
Os seis irmãos e Harry olhavam horrorizados para a irmãzinha. Gina tinha tapeado todo mundo e marcado uns dez gols até aquele momento. Ela podia se vestir um pouco mais diferente agora, e ter todo aquele ar sofisticado de uma parisiense de sangue, mas quando colocada em um jogo, o espírito competitivo aflorava como um vulcão.
-E Gine arrasa! – Fleur gritou animada.
Hermione estava quase ajoelhada no chão, rindo sem parar. Molly e Arthur também riam, mas pareciam um pouco apreensivos.
***
-Bem vinda ao Inferno – Zéllie anunciou dramaticamente enquanto abria a porta para Scarlett e Max – A comida está na mesa de jantar e na cozinha, e as bebidas na geladeira ou no barzinho. Sirvam-se, sejam felizes.
-Deuses... – Scarlett resmungou quando viu a cena.
A sala parecia uma zona de guerra. Em um imenso sofá estavam Hux, Theo, Blaise e Draco. Tad e Faith dividiam uma poltrona. Lexie, Elisha e Colin estavam deitados no chão. Hayden e Terren estavam no outro sofá.
-Sou a única torcendo para a Rússia – Zéllie explicou – O resto é Irlanda mesmo.
-Oi gente! – Scarlett acenou, ninguém deu atenção – Idiotas – reclamou.
De onde estava, no sofá, Draco observou atentamente Max. Eles não tinham convivido muito um com o outro, mas Draco se lembrava muito bem de quando Max e Ginevra se uniram e passaram a perna nele.
-Draco – Blaise sussurrou para que ninguém mais ouvisse – Ouvi Gina e Max conversando sobre ele procurar empregoem Londres. Eu, que já te conheço desde sempre, e imagino que esteja querendo ir atrás da cabeça do Cady, sugiro que você seja aquele a oferecer o emprego.
-O que ele faz da vida? – Draco perguntou, não se dando ao trabalho de negar as coisas que Blaise estava dizendo. Era tudo verdade.
-Acabou de se formar em Economia – ele avisou – E, pelo que ouvi dizer, se não conseguir nada aqui, vai voltar para Paris.
-Por que está me dizendo tudo isso se odeia a Ginevra? – Draco olhou desconfiado para o amigo.
-Não odeio ela – Blaise riu divertido – Tenho é medo.
***
-Como alguém usando roupas de grife maravilhosas pode parecer um molequinho? – Pansy perguntou horrorizada para Hermione e Fleur.
O jogo durava há duas horas, e Gina não demonstrava cansaço. O cabelo balançava furiosamente enquanto ela enganava os irmãos e agia sem um pingo de caráter.
-Ela é bem... – Fleur procurou uma palavra – Intensa.
-E isso porque está de ressaca – Hermione riu, incrédula – A rainha má.
-Por que vocês a chamam assim? - a francesa perguntou curiosa.
-Você não sabe Fleur? – Pansy sorriu com as lembranças – Mas a garotinha Weasley, a Ginevrinha, conseguiu arrumar um exército particular e aterrorizar Hogwarts com seus mandos e desmandos.
-E você era a princesa sonserina – Hermione lembrou Pansy – Também fazia das suas.
-Era como a monarquia? – Fleur perguntou, os olhos fixos na cunhada.
-Acho que pior – Pansy suspirou – Porque a pena era a decapitação social. Imposta pela soberana ali, a rainha malévola. O senhor e a senhora Weasley não sabem do que a princesinha ali era capaz.
-Eu sabia que ela e Draco Malfoy tinham se envolvido – Fleur cruzou as pernas e sussurrou – Logo que se formou, Draco veio atrás dela aqui. Ninguém sabe o que ele e o senhor Weasley conversaram, e ninguém nem pode saber que contei isso a vocês – ela continuou – Mas depois daquilo Draco nunca mais voltou.
-Será que ela sabe disso? – Hermione olhou chocada para Pansy.
-Duvido – Pansy suspirou, já cansada do drama Ginevra e Draco – Assim como imagino que ele não saiba que ela e a senhora Malfoy tiveram uma conversa. Provavelmente semelhante.
As três meninas ficaram em silêncio, pensamentos a mil. Às vezes é melhor não saber nada.
***
Draco entrou na cozinha e avistou Max e Scarlett conversando enquanto ele preparava um drink enjoado. Controlando a imensa vontade de revirar os olhos e mandá-lo de volta para a França, Draco se aproximou com ar de indiferença.
-Max – saudou com firmeza – De volta a Londres?
-Oi Draco – Max e ele deram um aperto de mãos – Não agüentei ficar sozinho por lá.
-Então, Scarlett me falou que você está procurando emprego por aqui – Draco continuou, dando um enorme cutucão em Scarlett e fazendo-a ficar de boca fechada – Não sei se você sabe, mas sou dono e CEO da Malfoy Corp. Também adquiri recentemente a Nimbus e a Firebolt.
-Eu li sobre isso – Max se iluminou, sem nem mesmo desconfiar das reais intenções de Draco – Você vai fazer as duas empresas virarem uma só?
-Não, mas estou pensando em ampliar ambas e criar linhas especiais, também acessórios – o loiro explicou, ignorando os olhares irritados de Scarlett – Vou precisar de muita ajuda, principalmente na Firebolt.
-Bem, eu acabei de me formar em Economia – Max explicou – Cheguei ontem aqui e estou a procura, se você...
-Excelente! – Draco o cortou – Aparece amanhã na empresa, vou pedir para a minha secretária te mandar o endereço.
-Scarly! – Max arregalou os olhos e a abraçou assim que Draco saiu da cozinha – Juro que a última pessoa que imaginei me oferecendo um emprego era ele. Muito obrigada.
-De nada – Scarlett murmurou contra ela, abraçando-o de volta e sem sorrir, apenas pensando e pensando qual seria o interesse de Draco em Max – Eu não fiz nada demais.
***
Gina ainda estava sorrindo enquanto se despedia dos pais e dos irmãos. Tinha ganhado o jogo com vantagem absoluta, para completa humilhação dos irmãos mais velhos. Depois de um rápido banho, encontrou um vestido antigo e curto que a deixava com cara de doze anos.
-E então? – Harry perguntou enquanto parava do lado do carro de Pansy – Não quer voltar com meu carro Rony? Vou com a Pansy.
-Nós não vamos pra casa do Huxley? – Hermione perguntou.
-Temos que jantar com os meus pais – Pansy lembrou Harry – Mas acho que posso arrumar uma desculpa.
-Excelente – Harry sorriu e a beijou rapidamente – Se não aparecermos lá eles não vão parar de ligar.
-Não acredito que a Rússia ganhou – Rony reclamou enquanto pegava as chaves com Harry – Só me faltava essa. Se a Inglaterra não ganhar o título esse ano deixo de torcer.
-Você fala isso toda vez – Gina reclamou enquanto mexia distraidamente no celular – Escuta, já avisei o motorista que ele não precisa me buscar – ela andou calmamente até o irmão e roubou as chaves dele – Agora, Rony e Hermione, vamos.
-Hei! – Rony e Harry gritaram ao mesmo tempo.
-Vou dirigir – ela comunicou, irredutível – Vamos logo.
Hermione riu enquanto corria para pegar o banco do passageiro, o que só fez Rony reclamar ainda mais.
***
-Huxley! – Blaise gritou assim que abriu a porta – Você por acaso encomendou uma camponesa cabeça de fogo?
-Vai se foder! – Gina apoiou as duas mãos no peito dele e o empurrou para trás, possessa – Fique sabendo que destruí Rony no jogo de quadribol láem casa. Efaço o mesmo com você em um piscar de olhar.
-Que vergonha Weasley! – Blaise balançou a cabeça, decepcionado – É verdade isso?
-Você sabe como ela é possuída quando está em uma competição – Hermione comentou – Escuta, trouxemos umas coisinhas pra comer e beber – jogou as sacolas para Blaise – E fica aí, Harry e Pansy já estão subindo também.
-Camponesa! – Hux, Tad e Theo gritaram juntos, às gargalhadas.
-Todo mundo pro inferno – Gina falou com altivez, marchando para a cozinha – Max! – todos ouviram-na gritar um segundo depois.
-Que roupa é essa? – Scarlett gargalhou.
-Longa história – Gina suspirou e sentou no balcão da cozinha, ignorando o calafrio que o mármore gelado lhe causava – E então? O que me contam de bom?
-Bem – Scarlett cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha – Parece que Max é o novo contratado da Malfoy Corp.
-Que? Cadê ele? – ela exigiu.
-Já foi embora.
***
Draco estava trabalhando em seu escritório em casa, aproveitando o final do domingo para começar a segunda adiantado. Queria ter tempo para conversar com Max e avaliar se ele seria um aliado ou adversário.
O interfone tocou e o porteiro avisou que era Scarlett. Draco autorizou, perguntando-se o que ela poderia querer. Pensou em por uma camisa mas desistiu. Estava em casa, poderia se dar ao luxo de ficar apenas de shorts.
A campainha tocou com força e ele estava sorrindo quando abriu a porta.
-O que você quer dando um emprego ao Max? – Gina disparou enquanto invadia a casa dele como se fosse um furacão – Não gosto que se metam com os meus amigos Draco.
Ele ficou sem palavras, os olhos vidrados no delicioso vestidinho que ela estava usando. Ele podia ver outra faceta dela ali, não mais a parisiense montada em grifes, nem a cruel garota do colegial.
-Fala alguma coisa! – ela exigiu.
Draco continuou sorrindo, sem acreditar na sorte que estava tendo. Finalmente estavam no território dele, longe de interrupções e pessoas inconvenientes. Ninguém apareceria no último momento, ninguém ia puxá-la para longe dele.
You, you would always see the signs / The echoes in my head they rhyme
I feel we never went at all / Tomorrow is another day
I don‘t know when I‘ll feel anymore / Feeling all this things before
And all that I would do
-Draco... – ela ofegou quando ele a agarrou pela cintura.
-Você continua linda de tirar o fôlego – ele murmurou enquanto ia deixando uma trilha de beijinhos no ombro dela – E continua falando muito.
Ela riu quando ele a carregou pela sala, rumo às escadas.
-Eu não esqueci isso do Max – ela murmurou, olhos fechados, mãos deslizando pelas costas deliciosas dele.
-Não é grande coisa – ele parou e a olhou nos olhos – Juro. Só um emprego.
-Tudo bem... – ela sorriu e fechou os olhos mais uma vez.
Round about, a quarter past / We rustle up all inside
Of everyone, and everything / That didn‘t owe us too well
And in our hearts / The matter is, they know the reason too well
I heard the rain, it never came / When we oh oh oh
O quarto dele era imenso, a cama parecia um pedaço do paraíso. Grande o suficiente para que cinco pessoas dormissem sossegadas. Gina deixou que Draco a deitasse na cama, então o deixou tirar seu vestido e o ajudou a tirar as roupas dele.
Se beijaram o tempo todo, tão conscientes um do outro que pareciam uma só pessoa.
***
CINCO ANOS ATRÁS...
Draco e Pansy estavam em silêncio há horas, presos na biblioteca de Harvard. As provas não eram fáceis, e Draco se recusava a falhar em uma matéria. Não eram os únicos alunos ali.
-Saudade do Harry – Pansy suspirou enquanto fechava um livro – E estou cansada de estudar. Vamos embora, comer alguma coisa.
-Tudo bem – Draco concordou – Também estou exausto.
Os dois andaram devagar pelo campus, observando os alunos e a paisagem. Cumprimentaram várias pessoas pelo caminho, sempre recebendo olhares desconfiados daqueles que não acreditavam na amizade deles.
-Eu fui atrás dela – Draco confessou – Eu nem sabia direito o que ia fazer, não tinha um plano formado. Se ela tivesse pedido, eu teria ficado em Londres, teria ido atrás delaem Paris. Masentão... Eu conversei com o pai dela e ele me mostrou como eu seria egoísta se não a deixasse livre.
-Draco... – Pansy suspirou e o encarou – Você fez a coisa certa. Vocês são crianças ainda, somos tão novos. Quando for a hora certa, nada vai atrapalhar. Ainda que eu não goste dela, sei reconhecer o quão perfeitos vocês são um para o outro.
-Eu tenho medo Pansy... – ele desviou o olhar, observando a um grupo de alunos correndo – Tenho medo de nunca ser capaz de me envolver com ninguém. Medo de que ela tenha ocupado um pedaço de mim... Um pedaço imenso. E eu não acho que sou capaz de expulsá-la, de esquecê-la.
Together this is a heart attack, I‘m gonna get off in a sec
But for now, I‘m having way to much fun
To the place that I adore, seen places on the shore,
Where did you go, and where did you go everyone?
(Shell Suite – Chad Valley)
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N/A: Gente como vai, mais um ano se passou... Esse é minha última fic e sei que estou demorando a vida pra postar, mas tenham paciência. Juro que vai valer muito a pena. Não sei se vcs escutam as músicas que eu coloco nos caps, mas super recomendo pq são músicas lindas e escolho com o maior carinho.
Gente, atrasado pra caramba, eu sei, mas vou responder todos os comentários da fic.
Comentários prefácio e segundo capítulo:
Rhannah B. – Muito obrigada pelo carinho e por sempre comentar. Um beijo.
alylyzinha - Oii, muito obrigada pelo coment. Olha, confesso que eu também não morria de amores pela Pansy, mas ela me conquistou com o Harry. Prometo te fazer gostar dos dois como casal. Um beijo.
Comentários terceiro e quarto capítulo:
Rhannah B. – Sim, essa era a única certeza que eu tinha da quinta temporada, que os dois iam casar. E olha que era um casal que ninguém botava fé, acabou sendo o único que durou nesse tempo todo. Um beijo.
Comentários quinto capítulo:
Rhannah B. – Mais um comentário lindo seu. Muito obrigada pelo carinho. Beijoo
Luiza Snape – Que bom que você está gostando Luiza. A fic não é muito convencional mesmo, mas é uma delícia de escrever. Não sei se você já viu as outras temporadas, mas tem no meu perfil. Um beijo.
Comentários pelo Menu da Fic:
Mel Mel – Ah que bom que você voltou e gostou da minha fic. Está meio abandonado por aqui, mas vou terminar a Apple pra encerrar de vez a estória. Não vou parar no meio do caminho não. Um beijo.
Laninha Zappa – Jamaaais vou abandonar. E você não sabe como fico feliz com os comentários. Saber que vcs ainda passam aqui é a melhor coisa da vida. Um beijo.
Rhannah B. – Rhannah sua liiinda. Obrigada por tudo, por sempre comentar e me dar um motivo pra continuar escrevendo. Quanto mais velhos ficamos mais difícil fica poder ter hobbys (o meu é ler e escrever) mas faço questão de dar um jeitinho. Muito obrigada mesmo. Beijoo
V. Malfoy – Lembro sim de vc como Vamp. Ah, que bom que você voltou aqui pro Potterish. Eu tinha mil idéias pra outras fics, mas decidi terminar a Apple, e lá se vão cinco temporadas né, e depois vou escrever alguma coisa pra valer, tentar ser publicada. Mas muito obrigada por lembrar de mim e das fics e por comentar. Um beijoo
Ariane Gadelha – Obrigadaaa Ariane. Postei dois caps de uma vez só. Muito obrigada por comentar. Um beijo.
É isso girls, espero que gostem dos caps, não deixem de comentar e dar sugestões. Um super mega hiper blaster 2015 pra todas vocês. E um beijão!!!!!
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