All you need is some self reliance

'Cause this world is gonna always try us

And all you wanted was to run for cover

– Nelly furtado-

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Mais um trovão seguido de um relâmpago e o pequeno Weasley se encolheu em suas cobertas. A verdade é que Hugo odiava tempestades, exatamente como a daquela noite, que parecia não ter fim. Sua irmã mais velha sempre dizia que dormir com o barulho da chuva era extremamente tranquilizante. O ruivinho discordava completamente. “Rose só podia estar maluca” - Concluiu, se encolhendo cada vez mais.

Mais uma trovoada foi o suficiente para ele levantar e correr para o quarto ao lado, com seu hipogrifo de pelúcia nos braços.

_Rose. - Sussurrou, cutucando de leve o braço da irmã. - Rose, eu não consigo dormir.

A irmã se virou, ainda dormindo, balbuciando alguns sons que Hugo não conseguiu identificar. Aquilo quase o fez rir. Quase. Pois outro trovão o lembrou dos perigos em formas de gotículas de chuva que caiam lá fora. Cada relâmpago era capaz de formar sombras bizarras e assustadoras pelo quarto. Ele podia jurar que havia visto uma mão ossuda tentando agarra-lo agora mesmo!

_Rose. - Chamou novamente, desta vez com mais urgência na voz.

A garota acordou, assustada. Virou-se pronta para dar uma bronca no irmão pela interrupção de seu sono, quando viu as lágrimas que brotavam dos olhinhos azuis. Apiedou-se e, abrindo um lugar entre suas cobertas, acolheu o irmão em sua cama.

_Oque aconteceu, Hugo? São os trovões lhe assustando novamente? - Vendo o irmão mais novo balançar a cabeça, tímido, logo completou. - Ora, deixe de bobagens. Não precisa ter medo, não irá acontecer nada de ruim, mamãe e papai estão no quarto da frente, lembra? Eles nos protegeriam de qualquer coisa.

Aquelas palavras pareceram ter acalmado o pequeno, que logo aconchegou-se nas cobertar cor-de-rosa da irmã. O Weasley sempre achou que Rose tinha uma voz tranquilizante, uma coisa natural, muito parecida com sua mãe. Por isso a garota era sempre a primeira opção do garoto quando tinha algum pesadelo ou algum medo bobo durante a noite.

_Você sempre sabe oque falar. - Ele disse entre um bocejo e um sorriso sonolento.

Rose sorriu com o elogio, para logo o sentimento de culpa tomar-lhe, no comentário seguinte.

_Quem vai me proteger durante a noite quando você for para Hogwarts amanhã? - Ele disse choroso. - Ninguém sabe fazer isso como você, nem mesmo a mamãe.

Rose teve que pensar alguns instantes para responder essa, ela amava muito seu irmãozinho e não queria que medos bobos o afingissem.

_Bom, tenho certeza que se, em alguma noite, você tentasse ir falar com a mamãe veria que ela é tão boa quanto eu para nos acalmar. Mas eu posso resolver isso.

A ruivinha chutou as cobertas e, em um pulo, saiu da cama indo procurar algo entre seus bichinho de pelúcia. Voltou com um pequeno dragão cor-de-rosa de pelúcia nas mãos.

_Aqui está a sua solução. - Disse chacoalhando o bichinho.

_Um dragão de pelúcia. - Disse Hugo confuso. - Como ele pode me ajudar?

Rose revirou os olhos.

_Ora, não seja bobo, Hugo. - Disse com uma voz que lembrava claramente sua mãe. - Deixe-me contar-lhe um segredo. Sabe por que eu não tenho medo de trovões? Ou de escuro? - recebendo uma resposta negativa, retomou: - Por que isso é mágico.

Hugo observou oque a irmã apontava. Era uma espécie de broche dourado, com alguns animais entalhados. Estava preso no dragão e logo Rose retirou-o e prendeu no hipogrifo de pelúcia do irmão.

_Ele vai espantar todos os seus medos. - Explicou a mais velha. - Então quando eu estiver em Hogwarts você estará protegido.

_Mas e você? - Perguntou Hugo preocupado. - Não vai mais estar protegida também?

_Não se preocupe, eu não preciso mais, já o usei por bastante tempo. Além disso Hogwarts é um lugar muito seguro, eu não preciso ter medo.

Hugo lhe brindou com um sorriso e um abraço cheio de significado. Com toda a certeza seu pai estava certo: Rose hedara a inteligencia de sua mãe. Sentiria muita falta da irmã, não sabeira nem mesmo com aguentar até o Natal sem tê-la ao seu lado, fosse brincando ou até mesmo para suas discussões.

_Vou sentir saudades. - Confidenciou Hugo com um abraço apertado.

_Eu também Huguinho. Eu também.